Um Reino de Monstros Vol. 2 escrita por Caliel Alves


Capítulo 25
Capítulo 5: Semeando ventos - Parte 6




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O céu já mostrava os seus primeiros raios de sol naquele dia melancólico.

Pazuzu e Saragat foram postos lado a lado. Letícia estava próxima de ambos, o Lisliboux apoiava a sua mão em seu ombro, tentando lhe dar algum conforto.

Muitos alquimistas e purificados fizeram um círculo em volta dos heróis.

— Se eu o purificar o capitão Pazuzu, e ele for mesmo o seu irmão, ele voltará a ser o Azambuja. O livro irá livrá-lo da monstruosidade e todos os ferimentos que ele tem serão removidos pela purificação...

— Por favor, Tell, salve-o de morrer assim... como um monstro.

O garoto abriu o livro e antes que pudesse recitar a magia, uma voz foi ouvida.

— Letícia!

Ela ergueu-se sem entender, ou melhor, sem acreditar no que ouvia.

Todos se voltaram para a direção de onde a voz vinha, era inacreditável, era ele...

— Aza?

Sim, o mesmo Azambuja com quem Letícia convivera, o seu querido irmão mais novo, um dos maiores gênios da história da alquimia alfonsina, Azambuja Dumont.

— Sou eu, não lembra mais de mim?

Vestido num uniforme militar, Azambuja caminhou em meio à multidão espantada. O corpo era delgado e ele tinha o mesmo timbre de voz macia. O aspecto franzino e a pele pálida também eram a mesmo, mas o corpo da garota enrijeceu ao vê-lo.

— Venha, irmãzinha, me dê um abraço.

O jovem alquimista estendeu os braços, esperando que ela respondesse com um abraço terno. O corpo da comandante-geral tremeu dos pés à cabeça.

A general-brigadeiro se ergueu de onde estava e apertou o punho caminhando na direção de Aza. Quando estava bem próximo, ela desferiu um potente gancho nele.

O rapaz caiu a metros de distância dela, e numa cortina de fumaça, o ser revelou a sua verdadeira identidade à alquimista: um tengu com o nariz quebrado surgiu desmaiado.

— Mas que filho de uma mãe!

Rosicler não pôde deixar de ficar espantada com o artifício do tenente Kuromaru.

A militar voltou para Pazuzu e Saragat.

Tell estava apreensivo, a pedra rubra brilhava em sua mão pulsando de modo ritmado.

— Parece ser tarde demais para ele, pobre Saragat...

— Talvez não seja tão tarde para ele, Tell.

— Não brinque com isso, Letícia, ele fez um grande sacrifício.

— A resposta está na palma de sua mão.

O garoto ergueu as sobrancelhas. Olhando para a Pedra Filosofal, o mago-espadachim percebeu que enquanto a segurava, ela tinha curado as suas feridas e aumentado o seu vigor.

— Você quer dizer que esse artefacto pode trazê-lo de volta à vida?

— Sim, logo após ela deixará de existir, mas estamos em dívida com ele...

— Então está bem.

Tell se ajoelhou no chão, e unindo as mãos, aplicou a joia no peito de Saragat.

A energia mágica da Pedra Filosofal foi aderindo ao corpo do conjurador, alterando as suas propriedades. Uma luz escarlate foi emanada e envolveu os dois guerreiros. Uma luz tão intensa que feria os olhos de quem a olhava fixamente.

Quando a luz parou de ofuscar a multidão, o garoto e o mascarado continuavam lá. Index pousou no abdome do servo de Nalab e começou a fazer cócegas em sua barriga.

— Saragat, acorda, Saragat, vai levanta aí, seu preguiçoso...

Bong, com uma cajadada certeira, o encapuzado arremessou a criatura alada a distância.

Não podendo conter a emoção, o mago-espadachim abraçou-o enquanto o outro se refazia.

— Eu fiquei com medo de que você morresse.

— Relaxa, mano. Vaso ruim igual ele assim não quebra fácil, não!

— É um desprazer revê-la também, Rosicler... bem, pra termos uma plateia desse tamanho, significa que fomos vitoriosos... Tell, quer me largar, droga!

— Desculpe.

Os alfonsinos riram do estranho diálogo. Era um grupo de heróis pouco ortodoxo.

— Ahan, Tell, não está esquecendo nada?

O Lisliboux caminhou até Pazuzu e abriu o livro. A militar alfonsina estava ansiosa em rever o irmão, e ele não podia deixar de atender aquele pedido.

— Eu vos purifico.

A luz iridescente absorveu a monstruosidade, e dessa vez, o verdadeiro Aza surgiu.

Letícia o abraçou tão forte que ele acordou do estado de letargia da purificação.

— Aza!

— Irmã!

Uma despedida após uma briga pode ser dolorosa a ponto de duas pessoas tomarem antipatia um pelo outro, mas, o abraço de um reencontro cura todas as mágoas.


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