No Capitulo Anterior... 

 

  

— Por que você não foi Emmett? Para o campeonato? — Perguntei e o bestão começou a rir.

 

— Não fui porque eu queria te ver logo maninha! — Disse todo orgulhoso, cheio de si.

 

O telefone começou a tocar, meu coração parecia uma escola de samba. Esme se levantou para atender.

 

 

Capitulo 2 – Ritmo de Vida

 

Esme atendeu o telefone. Se sentou tranquilamente no sofá. Parecia esperar a ligação completar. O silêncio tomava conta do local.

 

— Oi, quanto tempo! — Esme disse com o maior sorriso do mundo, depois ficou calada por um tempo, ouvindo. — Ah sim, fico muito orgulhosa de você. — Disse com os olhos marejados e esperou uns dois minutos. — Claro, Emmett esta aqui. Vou colocar no viva voz. — Esme disse apertando o botão.

 

Eu já sabia quem era e eu não queria escutar sua voz, mas, teria que agüentar. Respira, respira, calma.

 

— Emmett? — Edward perguntou, sua voz era muito linda, uma voz de homem, segura de si.

 

— Oi, e ai cara, como ta o campeonato? — Emmett perguntou com um sorriso enorme.

 

— Você tinha que estar aqui! Estamos ganhando de lavada, até agora não perdemos nada! —Edward disse orgulhoso e gargalhou no final. Emmett começou a rir.

 

— E ai, quando vocês voltam pra Forks? — O gigante estava ansioso e muito curioso.

 

— Rá, Rá. Até parece que eu vou falar, quero fazer uma surpresa. — Edward disse todo brincalhão.

 

Meu coração perdeu uma batida quando ele disse que queria fazer uma surpresa. Era melhor eu começar a me preparar emocionalmente.

 

— Então me diz aonde vai ser o ultimo jogo — perguntou Emmett cruzando os dedos.

 

— Em Forks. Chegamos na segunda- feria, e o jogo é as seis da tarde. — Edward disse rindo.

 

— Eu vou jogar, já que é o ultimo. — Emmett disse gabando-se.

 

— É claro, eu também vou jogar, vamos ter que ter garra pra ganhar o campeonato. — Edward disse e suspirou.

 

— Minha irmã chegou. — Emmett disse e olhou pra mim. (Nota mental: MATAR O EMMETT LENTAMENTE)

 

— Er, manda um... beijo pra ela. — Edward disse surpreso e meio sem jeito, vacilou no final da frase.

 

— Ela ta aqui, fala ai com ela! — Minha vontade era de voar no pescoço do meu irmão, mas, ele estava ao telefone e os olhares assustados de Alice e Rose me impediram.

 

— Edward, que saudades! — A nanica piscou pra mim, ao intrometer no assunto.

 

— Oi, Alice, eu também estou com saudade. — Edward disse. — Jasper não para de falar em você! —Edward gargalhou deliciosamente.

 

— Eu não quero falar com ele. — Alice disse fechando a cara e cruzando os braços.

 

— Alice eu vou ter que desligar, tenho que treinar. — Falou com a voz séria. — Emmett treina bastante, cara. Manda beijos pra TODO mundo. Tchau. — Destacou a palavra TODO e desligou.

 

Todos me olhavam, eu não sabia o que falar. O forno de Esme apitou, salvando-me de perguntas indiscretas vindas de Emm, Lice e Rose.

 

— O almoço esta pronto. — Esme nos avisou, indo até a cozinha.

 

— Vou comer, eu já estou com fome. — Alice voou em direção à sala de jantar.

 

[...]

 

Terminamos de almoçar e ajudamos Esme limpar a cozinha enquanto Emmett assistia o canal de Esportes. Depois comemos sobremesa.

Já era hora de irmos.

 

— Tchau Esme, o almoço estava maravilhoso, mande beijos a Carlisle. — Eu lhe abracei.

 

— Pode deixar querida, mando sim. — Esme disse sorrindo.

 

— Alice, amei o closet. — Eu disse, ela começou a rir. — Tchau, e até depois. — Lhe abracei forte.

 

— Tchau. — Disse acenando.

 

Nem parecia que eu havia indo embora de Forks e morado tanto tempo longe. Era como se eu nunca tivesse saído daquele mundo verde.

 

Eu iria ligar para Ângela hoje, ver minha amiga.  Eu precisava conversar com ela, saber como ela estava, se estava feliz ou triste.

 

Naquela noite eu até poderia sair para dançar. Alice havia me contado sobre uma boate nova em Forks, chamada Music Laser. Eu tinha que sair para me divertir, dançar, fazer novos amigos. Poxa! Também sou gente!

 

Quando me dei conta o carro já estava na garagem e eu estava sozinha lá dentro. Nem sinal de Emmett e Rosalie, eu tinha até medo do que eles podiam estar fazendo. Ok, era bem cedo para qualquer casal normal estar fazendo sexo... Bom, mas, julgando pela normalidade eles poderiam sim estar fazendo sexo às três e meia da tarde. Cada louco com sua mania.

 

Sai do carro rindo, imaginando cenas de Rose e Emm. Entrei em casa, fui na cozinha tomar água e escutei barulhos vindo do quintal. Emmett respirava alto e Rosalie falava pra ele parar de ser mole. Um arrepio subiu por minha espinha. Eu não queria ver meu irmão em “ação”!

 

Quando abri a porta que dava pra varanda, Emmett estava fazendo flexões com Rose em suas costas. Comecei a rir das bobagens que havia pensado. Eles rapidamente entenderem e caíram na gargalhada também.

 

— É assim que você malha? — Perguntei, sentando-me no degrau da escada.

 

— Não, é que eu não queria deixar a ursinha sozinha. — Emmett se levantou e esticou as costas.

 

— A Bella ta aqui ursão, pode ir. — Rosalie abraçou Emm carinhosamente.

 

— Antes, compre alguma coisa pra gente comer! — Sorri e lhe entreguei algumas notas amassadas que estavam no bolso da calça. — Talvez brownies de chocolate, pãezinhos franceses e muffins, também de chocolate.

 

— Ótima idéia Bellinha. — Rosalie disse sorrindo.  

 

[...]

 

Depois que Emmett foi buscar as coisas, tomamos café, e assistimos filme. Emmett malhou durante duas horas.

Subi pra tomar banho deixando o casal de pombinhos à sós.

Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e entrei, deixei a água quente relaxar-me, fechei meus olhos, me acalmei, comecei a lavar meu cabelo.

 

Sai do chuveiro, me enrolei na toalha, entrei no closet, peguei meu secador, comecei a secar meu cabelo, que graças a deus era liso e em camadas. Eu iria comprar meu carro naquela tarde. Já até sabia o modelo, Volvo xc60 sempre fui apaixonada por esse carro.

 

Terminei de secar meu cabelo, liguei o computador, voltei para o closet pra escolher minha roupa, olhei no relógio e eram seis horas e seis minutos. Me veio na cabeça o que todo mundo pensa, “Tem alguém pensando em você” ri comigo mesma.

 

Troquei-me, coloquei uma roupa normal. A compra do carro não durou mais que meia hora.

 

Continuei olhando algumas coisas, vendo o sit da agência de modelos em Paris. Mandei um e-mail pra minha mãe, respondi uns de minha amigas de Paris.

 

Estava sozinha, então, resolvi pedir uma pizza. Emmett e Rose saíram para jantar fora. Charlie e Sua também não iriam jantar em casa. Não vi problema algum...

Verifiquei o pedido do meu Volvo, chegaria na quarta-feira. As aulas voltavam na quinta-feira, eu não ia ter que pedir carona pro Emmett. Graças a Deus, ninguém merece ter que depender dos outros.

 

Eu até poderia chamar a Alice para ir no Music Laser mais estava sem vontade de sair. Seria melhor ficar deitada assistindo filme e pensar no Anoitecer, pois ele era o único que tentava carregar consigo as lembranças doloridas de meu passado.

 

Eu tinha que esquecer o que acontecera, não adiantava ficar piorando a ferida que já havia em meu coração, o buraco negro que dois meninos deixaram. Mesmo não amando um deles, doeu. Machucou de verdade.

 

O meu celular começou a tocar, mais eu não sabia aonde ele estava, me levantei procurando e o encontrei sob o travesseiro.

Era Alice.

 

— Oi, pode falar. — Sentei-me na cama.

 

— Bella, você ta em casa? — Ela perguntou, escutei um barulho enorme quando ela parou de falar.

 

— Estou. Por quê? — Alice estava aprontando...

 

— Eu estou na frente da sua casa. Está tudo escuro aqui em baixo. — Ela disse sussurrando.

 

Levantei-me indo a minha varanda, vi Alice em pé na grama, olhando a porta.

 

— Vou abrir a porta. — avisei.

 

— Ok — ela desligou.

 

Alice entrou, peguei a pizza e paguei. Entrei em casa e liguei a TV, procurei o canal de Filmes.

 

— Vamos assistir o quê? — Ela me perguntou curiosa.

 

— Sei lá, o que estiver passando. — Dei de ombros.

 

— Eu estava sozinha em casa, minha mãe e meu pai saíram pra jantar — disse ela sentando-se no sofá. — Eu não to a fim de sair pra dançar hoje, aí, lembrei de você! — Sorriu gentilmente, sorri de volta, pegando copos e refrigerante na geladeira.

 

— Eu também não quero sair hoje. — Disse lhe entregando um copo. — E todos saíram também —me sentei no chão, a chamei pra sentar também.

 

— Sabe, eu estava sentindo saudade de ficar assim com você sem fazer nada — Alice me abraçou e sorriu.

 

— Eu senti tanta falta de vocês em Paris. — Eu beijei sua bochecha.

 

[...]

 

O filme acabou rápido. Era uma comédia romântica, o que fez darmos boas risadas.

Estávamos sentadas pintando as unhas.

 

— Bella, você ainda vai trabalhar como modelo? — Alice me perguntou do nada.

 

— Não sei, mais eu preciso de um emprego. E rápido. Não quero depender do meu pai para sempre.— Eu lhe disse, suspirando.

 

— É, e você esta sem carro. — Ela disse, sorrindo.

 

— Eu comprei hoje, eu ainda tenho bastante dinheiro na minha conta, o carro chega na quarta-feira.  — Eu disse toda orgulhosa, sempre achei que nunca conseguiria comprar meu carro, e consegui!

 

— Isso é ótimo! — Lice me abraçou com cuidado, o esmalte ainda não havia secado.

 

[...]

 

Depois que Alice terminou minha unha, eu fiz a dela, esperamos secar.

 

— Vamos comer sorvete? — Perguntei indo a cozinha.

 

— Bella, você quer me ver gorda? — A nanica arregalou os olhos.

 

— Quero, quero te ver igual uma baleia. — Comecei a rir, joguei pra ela um pode de sorvete e uma colher.

 

— Rá Rá Rá que engraçado. — Alice disse voltando pra sala.

 

Voltei pra sala e liguei a Tv, Alice, sempre parecendo uma fada, linda e louca. Danada, esperta, às vezes parecia uma criança, cheia de imaginações.

 

— Alice durma aqui em casa, já são dez e meia. — Me joguei no sofá e enfiei uma colher cheia de sorvete na boca.

 

— Não Bella, eu tenho que ir pra casa. Dr. Carlisle disse que me queria em casa antes dele chegar! – Alice se levantou e ajeitou a roupa amarrotada.

 

— Então, melhor você ir. — Abracei-a carinhosamente.

 

— Amei essa noite, vamos chamar as nossas velhas amigas. — Ela disse abrindo a porta. — Ainda sou tilider! Tchau Bella, amanhã é domingo e eu vou ao shopping, então, nem irei te ver! — Disse com um ar triste e entrou em seu Porsche mais que lindo.

 

— Ah Lice, segunda a gente se vê! — Sorri acenando.

 

Limpei o que havíamos bagunçado. Na manhã seguinte eu faria uma faxina geral na casa toda.

 

Subi as escada e comecei a procurar meu Baby-Doll, achei rapidinho, coloque-o, e desliguei o computador que estava ligado.

Deitei-me, peguei meu livro ao lado da cama Meu príncipe dos Mares. Um romance maravilhoso, de fazer chorar. Era a terceira vez que eu estava lendo!

 

Já estava ficando preocupada. Eram quase meia-noite e eu ainda estava sozinha em casa. Não queria interromper a noite de ninguém, mas o medo já se arrastava para perto de mim. E se aparecesse um maníaco? Ah, bobagem Bella!

 

Escutei um barulho enorme vindo do andar de baixo, alguma coisa quebrando.

Ai meu Deus, e se for um louco?

 

Levantei-me silenciosamente, corri na ponta dos pés até o meu banheiro e peguei o rodo.

 

— Onde estão as armas de Charlie quando a gente precisa? — Sussurrei trêmula e nervosa.

 

Eu não queria descer. Mas, como ia saber se alguém invadira minha casa? Ah, como um homem faz falta nessas horas...

 

Caminhei cautelosamente pelo corredor. Ao chegar na escada, ouvi vozes sussurradas.

Continuei a descer os degraus vagarosamente, tentando enxergar ou pelo menos reconhecer de quem eram as vozes.

 

— Fala baixo, agente quebrou o vaso de flor! — Alguém falou muito baixo.

 

— Eu sei, vamos subir logo, quero dormir. — Outra voz falou, também sussurrando.

 

Acendi a luz da sala, e ergui o rodo. Eram Rosalie e Emmett. Eles começaram a rir da minha cara. Sentei-me na escada, tremendo.

 

— Vocês quase me mataram do coração. — Fitei-os nervosa.

 

— Calma Bella, achou que eu era o monstro de Forks? — Emmett ergueu os braços, imitando um monstro e gargalhou.

 

— Achei sim! Ai meu coração. — Eu disse colocando a mão no peito. — Preciso dormir. Boa noite...

 

Subi as escadas pegando o rodo. Minha mente precisava de silêncio e paz, se não, acabaria ficando maluca de verdade.

Fui novamente até o banheiro e molhei meu rosto com água. Talvez, isso me acalmasse mais rapidamente.

 

Quando encostei a cabeça no travesseiro o sono sumira de vez.

 

— Droga! Eu te mato Emmett! — Gritei, colocando o travesseiro na cara.

 

Eu não ia conseguir dormir mais. Tinha certeza.

 

[...]

 

Era umas duas da manhã e nada do sono chegar. Eu cochilava, mas acordava rapidamente. Talvez, meus pensamentos estivessem presos em alguma coisa — ou melhor, em alguém.

 

Tinha medo de reencontrar Edward, mas, eu sentia necessidade de, pelo menos, vê-lo mais uma vez. Apreciar seu sorriso perfeito e ouvir sua voz musical.

 

Sabia que seria dolorido, que as vastas lembranças me machucariam demais. Já sabia disso. Só que eu não me importava... nem um pouco.

 

O sono finalmente me arrastou e o que eu via com lucidez, se tornou um simples borrão negro. Ao menos eu tinha paz enquanto dormia.