Eu vou proteger você! escrita por Kaline Bogard


Capítulo 1
Não se preocupe!


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :D



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O pequeno Kiba não poderia estar mais feliz! Era dia do seu aniversário e aquela data sempre coincidia com o Tanabata! Era como se Konoha inteira fizesse uma festa para comemorar o seu nascimento. Pena que não ganhava tantos presentes assim. Mas fazer o quê?

Naquele ano tinha um motivo a mais para comemorar. Ao entrar para o Fundamental fez vários novos amigos e um deles acabou se tornando mais querido e próximo do que os outros: Aburame Shino, um calmo e quieto Alpha, que tratava Kiba com mais paciência do que o menino estava acostumado.

Apesar de tão diferentes, a duplinha se deu muito bem! Ainda que os professores ficassem de olho, pois apesar de ser um Ômega, Inuzuka Kiba era danado e veio com uma bela fama do Jardim de infância. Não queriam que o pequenino manipulasse o garoto Aburame e o fizesse de bobo...

E aos poucos todos foram se acostumando à uma tradição: de ver a duplinha colada quase o dia inteiro. Exceto, claro, quando o Omega espertinho fugia com Naruto para matar aula por aí, dois pestinhas de marca maior.

Por tal motivo não foi surpresa nenhuma ver Shino e Kiba andando pelas ruas, indo do bairro afastado em que moravam rumo ao Tanabata Matsuri, vestindo yukatas de verão, com um Kiba suspeitamente gorducho levando Akamaru acomodado nas roupas.

— Esse vai ser o melhor festival de todos! Fiz sete anos e a mamãe deixou eu vir sozinho. Sozinho com o Shino e o Akamaru — o monólogo infinito vinha se estendendo por todo o percurso.

Kiba se sentia muito adulto, no auge dos sete anos e com dois grandes amigos. Bom, não exatamente dois “grandes” amigos, porque estava bravo com Akamaru. Nem bem ganhou o animalzinho como presente de aniversário e o danado fez xixi no seu rosto! Era possível algo assim? E o mascote disse que fez tal arte para marcar território e mostrar que aquele mini humano era seu! O tamanho da ousadia... devia ser o oposto, não? Se bem que... só de pensar em fazer xixi e marcar seu cachorro já sentia as dores da chinelada que sua mãe lhe daria...

Como resumo seguia perdoando Akamaru, mas meio bravo. Teria que ensinar boas maneiras ao companheiro ninken.

E ali estava ele, todo adulto e responsável, com Aburame Shino e Akamaru indo se divertir!

— Maçã do amor. Chocobanana. Takoyaki. Lamen. Manju. Dango. Yakisoba. — Kiba ia enumerando nos dedinhos tudo o que queria comer àquela noite, ignorando lindamente que as moedas recebidas não eram suficientes para pagar a lista de guloseimas. Talvez, se combinasse com Shino, conseguissem dividir a conta e provar mais delícias culinárias!

E nesse ponto virou-se para conversar com o amiguinho e discutir a ideia brilhante que teve. Foi quando notou o Alpha parado alguns passos atrás. O rosto pálido erguido de leve, analisando a luz que alcançava o céu sobre o iluminado festival.

— Shino? O que foi? — voltou depressa para alcançá-lo.

O outro engoliu em seco, sem saber como responder à questão. Resolveu ser sincero:

— Nunca fui a um festival.

Kiba abriu a boquinha em um “o” gigante que revelou sua incredulidade. Como alguém não tinha ido ao Tanabata? Maior, mais divertido e importante festival de Konoha?! Shino era bobo ou o quê?

A um segundo de lançar a indelicada pergunta, Kiba se calou. Ele sentiu um negócio esquisito. Um... medo? Não, não algo tão forte assim. Talvez mais suave e menos marcante, um traço de receio envolto em autopreservação. E não vinha de si! Que confuso!! Confuso, mas irresistível: provocou seu lado Omega e o fez agir por puro instinto, de modo que segurou a mão de Shino e a apertou com carinho.

— Por que você nunca veio no festival? Não morava em Konoha?

— Porque meu pai às vezes faz missões demais e fica algum tempo longe. E eu fico com meus tios do Clã.

Kiba franziu as sobrancelhas tentando compreender a questão. Sua mãe também pegava toda missão ninja que conseguia. Porém, quando a matriarca estava fora, Hana-nee o levava para se divertir no festival.

— Você não tem a Hana-nee! — após terminar a afirmativa, Kiba pensou melhor e repetiu: — Você não tem alguém que te leve, tipo a Hana-nee?

— Não — Shino entristeceu-se. Os membros do Clã Aburame eram ótimos, cuidavam muito bem dele, não deixavam faltar nada nem permitiam que se sentisse solitário sem o pai. A questão toda era que nenhum deles gostava de visitar o festival, sendo introspectivos e pouco sociáveis por natureza.

— Oh!

— Como é um festival? — Shino indagou.

— É grande! — o outro menininho sequer hesitou — Tem muita luz, muita coisa boa de comer! BRINCADEIRAS!! E tem muita gente também.

— Muita gente? — Shino deu um passo para trans, inconsciente do que fazia.

Kiba ficou surpreso. Seu amigo era um Alpha, não? Então não deveria enfrentar qualquer coisa com coragem e sem pensar duas vezes?! Era o que ele fazia, apesar de ser um Ômega. Ah, pela primeira vez na jovem vida, Kiba se deparou com uma percepção importante: ainda que nascessem dentro de determinada casta, isso não limitava a existência de uma pessoa. Ele não se sentia medroso e fraco só porque nasceu Omega. E percebia naquele instante que Alphas também sentiam receio frente certas situações desconhecidas. Que incrível!

— Não se preocupe! Tem muita gente, mas eu já fiz sete anos e vou proteger você, Shino! — Kiba prometeu estufando o peito — Nada de ruim vai acontecer!

Shino olhou para o menino mais baixo, de bochechas rechonchudas e olhos selvagens, que sorria fácil e se gabava com maior facilidade. Acreditou nele. E foi além: percebeu que a recíproca era verdadeira, sentiu que deveria e poderia proteger seu novo e melhor amiguinho.

— E também tem comida boa. E brincadeiras: tiro ao alvo! Vou ganhar um prêmio pra você. Mas se for muito legal vou ficar pra mim! — e riu pensando nos prêmios maravilhosos que ganharia. E do qual não conseguiu nenhum por conta própria, no fim sendo presenteado pelo Alpha a quem animava.

Shino ajeitou os óculos escuros no rosto. Olhou para cima, para o céu que refletia as luzes do festival e do qual ouvia os sons e burburinhos um tanto distantes.

— Vamos? — Kiba indagou. Os olhos se fechando tão rápido quanto o sorriso se abria. Shino desviou a atenção para baixo, para a mão gordinha que segurava a sua. Era quente. E firme. Sentiu tanta confiança emanando do Omega pequenino que não foi capaz de negar:

— Vamos!

— Parabéns para o Kiba-sama! Que vai ser Hokage da vila — o próprio referido cantava, exaltando suas qualidades de líder nato e poderoso.

— Parabéns! — Shino ecoou com certa diversão.

Retomaram juntos ao caminho do festival, as mãos unidas balançando no ar tendo como fundo musical a canção improvisada por Inuzuka Kiba, um arremedo infantil para o que o destino lhes reservava: quando adultos seguiriam juntos, com as mãos maiores e mais fortes igualmente unidas, sendo acompanhados por uma melodia sem igual, que entoava as notas do amor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

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