O tempo, a fome e a miséria escrita por Lost Satellite
Lá pra trás quando o vento sopra
Há barulho nas árvores
Com preguiça ele chacoalha as roupas no varal
Bagunça os cabelos brancos
E assenta a poeira nas janelas
As paredes velhas e sujas não contam as vidas que ali passaram
O teto cheio de furos vaza entre as cabeças e panelas
É o velho, o sujo e o abandonado
As mãos calejadas varrendo as folhas do chão
Com os olhos atentos no portão
No armário vazio guarda-se a esperança e a angústia
Carregadas pela incerteza de que um dia poderá descansar.
Sem demora o laranja pincela o céu
A paisagem enferrujada é guardada na memória do tempo
Sem elegância, sem piedade e sem zelo.
A miséria, que é musa da política, não é bela na fotografia.
Ela é feia.
E toda sua feiura foi eternizada na poesia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!