Por acaso escrita por FanWritting


Capítulo 1
Capítulo 1 -


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Victoria desligou a chamada não atendida, concentrando-se para não jogar o celular contra a parede. Era a terceira entrevista seguida para que ele se atrasava e se recusava a imaginar o motivo. Riley, que viera do elevador dançando com os cappuccinos na mão, parou na porta. O dia não começava bem quando ele encontrava a mulher sentada à mesa com a cabeça entre as mãos.

    — Eu vou matar alguém hoje. E se você sair, vai ser você - Riley deu meia volta, desistindo de ir embora.

   Ele ficou ali parado, tirando um pouco do esmalte recém-passado enquanto esperava a outra falar. Já imaginando do que se tratava, resolveu, disfarçadamente, mandar várias mensagens para o amigo, na esperança de que ele visse e retornasse a ligação antes de Kelly estourar.

Estagiários que pensavam em entrar na sala da agente desistiam pelo sinal de mãos que Riley dava. E ele estava fazendo um ótimo trabalho dispersando problemas e cobranças de prazo.

    — Edward está tão cance...lado - a voz do funcionário foi caindo conforme o assistente lhe gesticulava e xingava em sussurros.

     O estrago já estava feito, a cabeça Victoria já estava em pé, com o corpo perigosamente parado perto do publicitário que tremia.

     — Fala.

    — Tenho certeza de que o menino apenas se divertiu, sabe como essa gente da mídia exagera em tudo. Não deve- Victoria calou Riley com o olhar mais mortífero que conseguiu. Parado atrás dela, ele gesticulava para o funcionário o quão morto estaria depois daquilo.

   — Fala.

   — É, Edward. Edward Cullen, ele, ele... - o menor limpou a garganta para recuperar a concentração sem esgotar a paciência da chefe - Aparentemente, ele foi a uma boate ontem e se envolveu com algumas meninas. Uma dessas era comprometida, estava acompanhada na boate e as especulações são muitas, mas o rumor geral é de que...

  — Não é possível, me dá isso! - Victoria praticamente arrancou o tablet das mãos do jovem, quem arrumou os óculos nervosamente.

    — ... tenha sido algo forçado. - ele arriscou terminar de falar rapidamente, quase na mesma velocidade em que os dedos da chefe trabalhavam para lhe mostrar imagens deprimentes. - E também teve uma briga. Edward levou pelo menos um soco, talvez até mais.

   Riley direcionou o ansioso publicitário para a saída, comentaram, ainda, bem baixo, o quanto de maquiagem seria necessário para cobrir os danos da briga.

  Por cima do ombro de Victoria, Riley conseguiu ver algumas fotos e eram todas igualmente terríveis. Socos, garrafas quebradas, mesas viradas, beijos indecentes. Não era por menos que o ator estava atrasado, ele tinha praticamente sido assassinado na noite anterior.

   — Querida, essa pessoa não tem a menor condição de estar viva no dia de hoje, esquece os planos!

   — Riley, você tem três minutos para conseguir contato com esse delinquente. Ou eu arranco com a unha aquilo que ele mais usa no lugar do cérebro - o estado de choque do assistente, já que ela nunca usará uma voz tão séria com ele, somente a irritou um pouco mais - Menos 10 segundos.

   Chamando por todos os santos que conhecia e que não conhecia, Riley corria pelos corredores da agência, prometendo quase uma promoção por quem conseguir contato com Edward Anthony Cullen.

 

—x-

 

   Já passava das duas da manhã e estar se revirando na cama àquela hora era sinal de um dia longo demais se aproximando. Após horas cuidando de Jake e tirando suas pulgas, esperava estar no mínimo desesperada para dormir.

   Fazia um tempo que a insônia era mais forte que toda a exaustão do dia. Nem o leite quente ou as músicas que seus pais costumavam ouvir estavam ajudando. Talvez fosse o frio, talvez fosse o fato de saber que, assim que acordasse, teria de entrar no mesmo círculo infinito em que sua vida havia se transformado.

  Preparar o café da manhã de todos, alimentar os animais, levar os outros para a escola e ir à faculdade, limpar a casa, tirar o pó, cuidar das roupas, limpar algo que os animais- ou as crianças- tivessem estragado até ali, esfregar o tapete ou as janelas ou os armários ou as cortinas ou a lareira, preparar almoço, ajudar todos com as lições, ouvir reclamações da tia, dos primos, dos animais, respirar fundo.

    Respirar fundo era o que mais havia feito desde que se mudara para a cidade. Imaginar que morar em Los Angeles seria um sonho dentro de todo o pesadelo foi um grande erro.

   E antes que pudesse se sentir cansada, as batidas na porta de seu quarto indicavam o dia que começava.

  — Ai, por favor, se apresente direito! Ainda são horas para estar de pijamas? - sua tia lhe media dos pés à cabeça - você precisa deixar de preguiça e me ajudar. Já é tarde e o coitado do seu primo que vai ter que separar as roupas do jogo de hoje? Porque você não deu conta, ele que chegou cansado do treino ontem não vai ter que levantar mais cedo para isso.

   Bella se encostou na porta, se esforçando para sentir dó do moleque de 9 anos que se esforça tanto para separar o próprio uniforme.

   — Nós nos esforçamos ao máximo para te receber em nossa família. Seja mais grata. Depois de fazer nosso café, arrume seu quarto, está uma zona - tia Jane olhou pelo ombro da menina a única blusa fora do lugar- estou com fome esperando no quarto.

   — Em 20 minutos levo seu café, tia. - Bella fechava a porta do quarto devagar.

   — 15, Isabella. Faça em 15.

  Riu em desespero para o despertador que marcava 07h32.


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