Depois da batalha cansativa, Sawada Tsunayoshi conseguiu realizar o seu desejo de salvar Reborn da morte horrível, mas ele ainda não conseguiu escapar do desejo irritante do bebê espartano que era seu professor particular para que ele virasse um chefe da máfia, que a essas alturas, ele recusava mais por hábito, pois depois de tantas lutas, ele já sabia em seu coração que ele não tinha como fugir mais.

O convite da festa do nono chefe o pegou de surpresa, e ele estava convocado a aparecer, ou teria um certo arcobaleno o caçando com uma arma ameaçando a atirar na sua cabeça todo o tempo. E ele era obrigado a levar um acompanhante para dançar.

Ele por pouco tempo entrou em pânico quando o assunto foi dançar, pois ele não sabia dançar. Tsuna ficou um pouco nervoso andando de um lado para o outro no seu quarto apertado, fazendo barulho o suficiente para acordar o arcobaleno do sol, Reborn que dormia na rede no alto da parede, transformando seu camaleão de estimação Reborn numa marreta verde, e batendo na cabeça de Tsuna que como um prego foi derrubado sem piedade no chão.

— Tsuna, fique quieto um pouco, você está interrompendo meu sono. – Reborn reclamou com uma voz natural, enquanto Tsuna levantava do chão segurando a cabeça onde tinha sido acertado.

— REBORN! Isso dói. Mas o que eu faço? Eu não sei dançar, e quem iria querer vir comigo? – Tsuna começou a pirar novamente, antes de ser derrubado de novo.

— O bom pra nada Tsuna. Você não acha que é a hora de largar sua covardia e convidar a Kyoko para ir com você? Seja homem. Como o chefe Vongola, como sua vontade pode ser tão fraca? Faça com seu último desejo. – Reborn falou com um sorriso e atirou uma Shinu ki dan na cabeça de Tsuna, que ativou o modo Shinu Ki que o fez sair correndo ao pular pela janela, indo convidar diretamente Sasagawa Kyoko para ir ao baile com ele.

Depois de correr que nem um foguete pelas ruas calmas de Namimori, Tsuna chegou na porta da casa dos Sasagawa, perguntando diretamente a Kyoko que estava saindo com seu irmão, e guardião do sol, Sasagawa Ryohei.

— Kyoko-chan, quer ir a festa Vongola comigo? – Tsuna falou diretamente ainda com a chama do Shinu ki acesa em sua cabeça.

— Ah, Tsuna-kun. Me desculpe. Eu prometi ir com o onii-chan, já que ele não conseguiu arrumar ninguém. – Kyoko se desculpou enquanto Ryohei derramava lágrimas viris por sua incompetência em arrumar uma garota que aceitasse ir com ele, mas agradecendo por sua irmãzinha ser um anjo e aceitar ir com ele.

— Ok, Ryohei, vejo você lá na festa. – Tsuna com uma expressão um pouco desapontada saiu voando dali, e seguiu seu coração para a única outra pessoa que ele desejava que o acompanhasse.

Chegando em frente a uma nova casa, quem abriu a porta diretamente foi a guardiã Shimon da geleira das sete chamas da terra, Adel. Alta, corpo escultural e bem proporcionado em abundância, cabelos negros compridos presos num rabo de cavalo, o uniforme shimon preto, com o casaco negro abotoado e a saia curta, com um par de botas de couro preto até o meio da canela, com uma braçadeira escrita tesouraria.

— Ah, Sawada Tsunayoshi. Veio ver o Enma certo? Entre. Aquele preguiçoso deve estar na cama ainda. Aproveite e vá acordá-lo. – Adel falou num tom rápido e certeiro, não tendo hesitação ao ordenar alguém mais forte do que ela, e se virou para ir terminar o almoço.

Tsuna estava meio sem palavras, mas subiu as escadas, entrou no quarto de Enma, e encontrou o garoto que tinha se tornado seu melhor amigo que realmente o compreendia melhor do que qualquer um nesse mundo perigoso da máfia, sendo o garoto o chefe da família Shimon, e detentor da chama da gravidade, das sete chamas da terra, e tão poderoso quanto ele.

Enma se mexeu quando percebeu a presença de outra pessoa no quarto, e abriu um largo sorriso quando percebeu que era seu melhor amigo, que sentou na beirada da sua cama.

Kozato Enma era um garoto bonito e fofo, de um jeito melancólico, pois como odiava a violência, mesmo sendo mais forte do que as pessoas normais, se deixava apanhar por ter medo de usar força demais contra os delinquentes que o aborreciam, ou pelo menos isso acontecia antes da batalha dos arcobalenos.

Enma tinha cabelos e olhos vermelhos, com a pupila na forma de uma estrela dos quatro pontos cardeais com quatro pontas. Seu rosto tinha curativos brancos das feridas recentes da última batalha, e seu corpo magro, mas firme com músculos magros perfeitos com um peito um pouco mais largo que o de Tsuna, com um abdome dividido em quatro, quando Tsuna tinha um bloco de oito, de todos os treinamentos brutais e batalhas assustadoras, seu corpo era muito mais forte que o normal, quase no pico humano possível.

— Qual o problema Tsuna-kun? – Enma perguntou curioso quando abriu espaço para seu melhor amigo deitar ao seu lado na cama, e seu nariz tremeu ao sentir o cheiro familiar de Tsuna que sempre o deixava relaxado totalmente.

— Ei, Enma. Quer ir à festa comigo? – Tsuna perguntou agora fora do modo Shinu ki, com uma expressão nervosa.

— Ehh? Eu? Tem certeza? Eu não sei dançar. – Enma perguntou, ficando um pouco envergonhado, mas feliz, sentindo seu coração bater mais forte.

— Eu também não. Mas tenho certeza que vou ficar mais feliz se você estiver lá comigo. Você vem? – Tsuna falou ao virar de lado com o rosto encarando diretamente o de Enma. Seus olhos castanhos e os avermelhados de Enma se encararam num transe hipnótico com ambos se perdendo nos olhos do outro, até que Enma num impulso, seu corpo tomou a iniciativa e deu um pequeno beijo tocando de leve os lábios de Tsuna, abrindo um sorriso em seguida.

— Vou adorar, Tsuna-kun. – Enma sorriu feliz, e Tsuna mesmo surpreso, abriu um sorriso quando puxou Enma pro seu abraço, sendo abraçado ao mesmo tempo.

Na porta do quarto, Adel limpava as lágrimas de alegria ao ver seu irmãozinho finalmente revelar seus verdadeiros sentimentos guardados pelo Vongola, e ser aceito também. Os outros guardiões Shimon estavam emocionados observando os dois garotos se abraçarem com sorrisos.

As sete da noite, Tsuna usando um terno verde escuro, com uma camisa de seda laranja, totalmente arrumado e bonito chegou na porta da casa de Enma, e ele sorriu quando viu o garoto lindo sair todo arrumado num terno vermelho vinho, com uma camisa de seda preta, ambos usando uma gravata da cor do outro. Enma usava uma gravata laranja simbolizando a chama do céu de Tsuna, e Tsuna usava uma gravata marrom simbolizando a terra de Enma.

Segurando a mão de Enma, Tsuna levou o garoto até a limusine que tinha pedido para essa noite, e como o futuro chefe, foi rapidamente atendido a esse simples pedido. Logo Tsuna e Enma chegaram no castelo a beira mar, de propriedade dos Vongola, onde a festa teria início.

Somente depois de superar os olhares de admiração, respeito e medo que Tsuna recebia depois da batalha que o consagrou como o mais forte da Vongola, Tsuna pela primeira vez ignorou sua timidez, pegou a mão de Enma de maneira firme, e foi o primeiro a entrar na pista de dança quando a música de valsa começou.

Com um braço na cintura de Enma, Tsuna puxou o corpo do garoto completamente colado ao seu, com a outra mão segurando a de Enma, e não tirando os olhos do garoto lindo a sua frente, Tsuna quase como um instinto, começou a se deixar ser guiado pelo instinto produzido pela música.

Para Enma, nada era mais lindo essa noite do que o rosto lindo de Tsuna sorrindo e o olhando de forma tão carinhosa, como se apenas eles dois existissem no mundo. Por muitas vezes Enma desejou que tivesse um momento como esse.

Praticamente Enma sentiu que estava diante do seu príncipe encantado que era um pouco mais desajeitado do que ele, mas que nesse momento ele era perfeito aos seus olhos. Seus corpos unidos, com ambos sentindo o corpo quente do outro, e seus corações batendo forte.

A música foi ficando mais lenta, com as luzes piscando em vários casais girando elegantemente pelo salão. Tsuna sem saber, logo trouxe Enma até a varanda, nunca deixando o corpo de Enma se separar do seu, com seu braço o segurando firmemente pela cintura, com suas cabeças encostadas na varanda, olhando o céu estrelado.

— Eu adorei essa noite, Tsuna-kun. Vou guardar essa memória para sempre. – Enma falou baixinho com um sorriso deitando seu corpo completamente nos braços do garoto ao seu lado que o abraçava carinhosamente.

— Eu também Enma. Enma, v-você quer namorar comigo? – Tsuna criou coragem e deixou seu desejo mais secreto que ele nunca parou realmente para avaliar até agora, e mesmo tímido, levantou o queixo de Enma e perguntou encarando seus olhos diretamente.

— Eu quero, Tsu-kun. – Enma respondeu radiante e tomou a iniciativa de beijar Tsuna de verdade dessa vez, com o casal abraçado com seus lábios unidos enquanto suas línguas dançavam uma contra a outra, numa luta apaixonada por experimentar o amor de um pelo outro.

Nesse momento, uma explosão foi ouvida dentro do salão. O castelo tremeu numa explosão de luz, e Tsuna rapidamente ativou suas chamas e criou um escudo de chamas do céu, junto a Enma que usou suas chamas da terra para criar um escudo com a gravidade, mas ainda foram lançados voando em direção ao mar.

O responsável por isso, era um sobrevivente dos zumbis da Víndice que Tsuna e Enma tinham lutado durante a batalha dos arcobalenos. Um gordo gigante que era basicamente um arsenal de armas humano.

Como vingança por ter sido jogado fora, pegou de surpresa todos no evento, criando um banho de sangue. Tsuna apavorado viu os corpos dos seus amigos, seus ex-inimigos que agora eram aliados, até o nono pareciam ter desaparecido na explosão.

Tsuna ficou furioso e ao lado de Enma, ambos lutaram no céu com a arma em forma humana, e depois disso uma enorme explosão que abalou o céu e o mar aconteceu numa explosão de luz que criou um pequeno Tsunami que destruiu algumas ilhas pelo caminho, e afundou a cidade costeira de onde o castelo da festa estava.

Somente quando vários usuários do Shinu ki conseguiram derrotar o tsunami, foi que perceberam que o décimo Vongola, e Kozato Enma estavam desaparecidos.

Por muitos anos todos acharam que os dois tinham morrido.

Mas em uma ilha no centro de todos os oceanos, Sawada Tsunayoshi e Kozato Enma viviam em paz e felizes como amantes, sem mais nada para se preocupar. Nada de máfia, nada de mortes, e coisas assustadoras os perseguindo. Sem o peso de liderar uma família sanguinária.

Apenas os dois viviam pacificamente na ilha deserta de humanos, vivendo totalmente no estilo primitivo, como se estivessem no jardim do éden. Ambos se acostumaram a andar sem roupas, e fazer o que quiserem quando desse vontade.

De amigos a amantes, os dois garotos que odiavam a máfia e o conceito de ser arrastado para lutar e matar constantemente, estavam plenamente felizes vivendo sozinhos, tendo apenas um ao outro como companhia. Na areia da borda da ilha, numa colcha feita de folhas de coqueiro, Tsuna estava deitado completamente nu, abraçando Enma também nu, que mesmo sendo abraçado pelo amante, mantinha a cabeça e o nariz na curva do pescoço de Tsuna, com ambos admirando a beleza e a calmaria do mar.

Tsuna descobriu que além de amar a paz, amava ainda mais o homem ao seu lado que ele descobriu que sempre trouxe alegria e a peça que faltava em sua vida. Sawada Tsunayoshi tinha seu grande amor em seus braços, e a paz tão desejada, sem ter sua vida sendo empurrada e obrigada a fazer o que os outros queriam. Isso era egoísta para ele, mas pelo menos uma vez, ele se permitiu ser feliz sem obrigações a cumprir e ameaças se ele não realizar.

— Eu te amo, Enma. – Tsuna falou com um olhar e sorriso amoroso quente que sempre fazia Enma derreter.

— Eu também te amo Tsu-kun. – Enma respondeu e o beijou calidamente, com o mar como testemunha desse amor, e a luz do sol os banhando em ouro reluzente.

Fim.