Dois Mais Dois é Igual a Cinco escrita por Paramore
Notas iniciais do capítulo
Texto diminuto em parceria com a Maal_ (do social) criado originalmente no dia 27/04/2022.
Milo é o atual cavaleiro dourado da Casa de Escorpião. Sem nenhuma surpresa ele é um homem forte, corajoso e honrado, do tipo que se orgulha de suas vitórias e conquistas, no entanto, se há algo que Milo não se orgulha é de sua ineficiência em gerir suas finanças… E esse mês foi um daqueles onde sobram dias e falta verba até para o abençoado ouzo no fim de tarde, e era por isso que ele havia perdido quatro dracmas a Kanon, que é o irmão gêmeo de Saga o cavaleiro dourado da Casa de Gêmeos.
Kanon sabia da má fama do compatriota grego e por isso mesmo, olhou desconfiado para o escorpiano quando este lhe pediu dinheiro emprestado, Kanon não era de dar murro em ponta de faca, mas também não era sovina, apenas esperto e intimidador quando precisava ser e assim, mesmo com o pé atrás, acabou emprestando o que Milo pediu, afinal, nem era tanto dinheiro assim.
Mas como diz o velho ditado: Amigos, amigos. Negócios à parte. Agora, depois de esgotado o prazo, Kanon vinha cobrar os dracmas que emprestou, afinal de contas, aquele dinheiro era seu. E você não ouviu errado, eles negociaram em dracma, já que essa era a moeda vigente no Santuário e na Vila Rodorio, euro mesmo, os cavaleiros só viam se fossem ao centro de Atenas ou qualquer outra cidade grega que não soubesse da existência do lugar sagrado. O patriarca dizia que em solo sagrado, o dinheiro deveria ser “imaculado”, mas tanto Milo quanto Kanon concordavam que aquilo era balela para não pagar o soldo em euro uma vez que a cotação da moeda única estava sempre nas alturas e reza a lenda que, o que Atena tem de sábia tem de mão de vaca. Mas enfim, cansado de esperar, Kanon foi a cobrança:
— Oi, Milo! Com o vai? — Kanon falou em alto e bom tom ao chegar ao oitavo templo e ver o grego mais novo arrumando a dispensa.
— Ah, oi Kanon. Eu vou bem e você?
— Melhor agora — respondeu com leve ironia e deu um sorriso cínico antes de iniciar o tópico que o levara até ali: — Sabe o que é… eu queria os meus dracmas de volta.
— Ah os seus... dramas..verdade — Milo coçou a cabeça, com o fazia quando ficava nervoso e começou a falar suas desculpas: — sabe o que é, Kanon…eu ainda não tenho…
— Como assim não tem os dracmas que eu te emprestei? Porra Milo!! Desse jeito você vai me levar à falência! Caramba, já passou mais de uma semana desde a última vez que você disse que ia pagar! — Kanon esbravejou, cruzou os braços e encarou o guardião da oitava casa com um olhar insano e visivelmente perigosos.
Milo não era covarde, e em geral não se deixava intimidar, mas como sabia que era o errado ali, em vez de retrucar com petulância tentou negociar:
— Olha, eu não tenho dinheiro aqui, mas terei em breve, apenas me dê um tempo pra te devolver o dinheiro. Eu vou pagar, juro!
— Ok. Você tem até amanhã pra me pagar.
— Até amanhã? Kanon?
— Até amanhã, Milo, e nem um dia a mais. Dê o seu jeito. Eu não quero nem saber! Estou sendo até legal com você, afinal, eu costumo mandar velhacos de uma vez para outra dimensão! — falou zangado e se retirou sem esperar uma resposta do outro.
— Droga… — Milo murmurou, mas não tinha o que fazer, ele tinha que dar seu jeito, afinal, não podia começar uma guerra de mil dias por quatro dracmas, não era?
E no outro dia, Milo estava com a grana para devolver. Como ele arrecadou dinheiro tão rápido? Simples: Tinha apostado com Aiolia quem bebia mais sem cair.Milo não sabia administrar o soldo que recebia e Aiolia não sabia administrar a sensação de ser chamado de medroso, e sendo assim, bastou Milo dizer que ele estava com medo de perder para que o leonino aceitasse aquela aposta boba. Ambos tomaram várias garrafas de Ouzo e é claro que Aiolia, obviamente, perdeu.
Não era como se o irmão do maior pé-de-cana do santuário fosse fraco pra bebida, mas o escorpião tinha um truque: Milo encheu bem o seu estômago para não ficar alto logo na primeira rodada da bebida. Porque na quinta garrafa, o jovem Aiolia, cavaleiro dourado da Casa de Leão não se lembrava do próprio nome...mas Milo sempre lhe avisava da aposta...
E eis que, cedinho, Kanon chegou na oitava casa, cobrando os dracmas emprestados:
— Já conseguiu meus dracmas?
— Estou com eles aqui! — Milo respondeu tocando o bolso da calça que usava.
— Ótimo! Me dê os dracmas. — Estendeu a mão direita, e Milo pegou as quatro moedas de ouro e as colocou na mão do geminiano, porém Kanon retrucou:— Milo.. são cinco dracmas.
— Cinco? Mas você me emprestou quatro dracmas, seu mercenário! — Milo fez cara feia para o companheiro de armas que sorriu sarcástico.
— São cinco!
— São quatro. Você me emprestou quatro dracmas! Dois mais dois é igual a quatro.
— Nananinanão oh seu sabichão! Dois mais dois é igual a cinco.
— Kanon, Kanon… acho que você precisa voltar para a escola! O correto é quatro!
— Não. É cinco! Os impostos estão inclusos!
Milo espantou e pareceu pensar… Sobre Kano: o miserável é um gênio!
— Ora seu… — murmurou emburrado, mas fazer o quê?
— Então, são cinco dracmas! — Kanon reafirmou e sorriu maldoso.
— Saco!
Milo se viu obrigado a pagar os cinco dracmas, já que segundo o geminiano, os impostos estão inclusos...
Fim!
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A inspiração da história, foi um imã de geladeira que a louca aqui tem ><'