Por favor, meu amor escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 2
Capítulo 2 – Estamos aqui




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Capítulo 2 – Estamos aqui

                Aconteceu exatamente como ele me disse no segundo em que eu estava de volta, e por impulso acabei me irritando de qualquer forma, e gritando com Peter quando ele me prendeu no carro e se afastou, imediatamente levando a mão livre aos lábios ao perceber que quase revelei sua identidade para os policiais em volta, mas felizmente ninguém pareceu perceber. Levei alguns minutos para conseguir cortar a teia que prendia minha mão no veículo. Como algo tão terrivelmente resistente se dissolve dentro de duas horas?

                Parei por um instante para pensar no que eu ia fazer, e logo comecei a correr na direção do prédio onde eu poderia ajudar Peter. Ao me encontrar com ele, acabamos realmente discutindo, eu ainda tinha que dizer isso. Se pretendíamos passar o resto da nossa vida juntos, tinha que estar claro que algumas decisões e escolhas são exclusivamente minhas. Com a urgência da situação, ele aceitou minha ajuda e combinamos algumas coisas a serem feitas rapidamente, aceitando deixar nossa discussão pessoal para depois, e agora era o ponto chave. Vi Peter se afastar, sentindo meu coração ser tomado por tudo que senti no outro universo, e corri para onde eu devia ir.

                Nosso plano brilhante deu certo, e deduzi que o Electro estava derrotado quando olhei do lado de fora, tentando ficar atenta ao céu. A princípio Peter não entendeu porque eu corria de volta para dentro do prédio ao invés de seguir até ele quando veio para mim, mas logo ele também viu o Duende Verde chegando pelo céu, e começou a escalar para onde ele estava indo. Eu fui o mais longe que pude, procurando locais bons para me esconder ou sair o mais depressa possível. E veio o que eu acho que nenhum de nós esperava. Ouvi vidros quebrando, Peter gritando e o Duende rindo.

                - Não pode ser... – murmurei para mim mesma, vendo um planador vindo pelo corredor.

                Corri pelo primeiro caminho que encontrei, para outro corredor, mas não rápido o suficiente, o Duende me viu, voando na minha direção com uma risada macabra. Nunca me senti tão dentro de um filme de terror como nesse instante, ainda mais do que estar escondida sozinha num armário da Oscorp com um lagarto mutante gigante do lado de fora.

                Ele quase me alcançou, mas o ouvi engasgar e olhei para trás, vendo-o ser puxado por uma teia junto com seu planador, que o atingiu e o mandou para o chão. No próximo instante Peter estava rolando no chão em luta corporal com o que um dia fora seu melhor amigo.

                - Eu vou tirar sua esperança! Eu vou acabar com ela! – Harry gritava enquanto ainda ria como um maníaco.

                Isso pareceu despertar ódio e desespero no olhar de Peter, e pela primeira vez eu vi um pouco do que meu Peter do futuro havia dito sobre a amargura que tomou seu coração.

                - Peter! – Tentei chamá-lo, mas era inútil, ele tinha perdido a paciência e estava acertando socos em Harry, que continuava rindo e tentando acertá-lo de volta – Peter! Não se perca, por favor!

                Isso pareceu despertá-lo, e ele só não olhou para mim porque Harry estava tentando virar o jogo e prendê-lo no chão. De repente vi algo ser lançado em minha direção, provavelmente pelo Duende, e Peter me olhou com os olhos arregalados, lançando uma teia para recolher o objeto e jogá-lo o mais longe possível. Só percebi que era uma granada quando a ouvi explodir no fim do corredor de onde eles tinham vindo.

                - Gwen, corre! Por favor! Por favor, meu amor, sai daqui! – Peter gritou, não havendo mais necessidade de esconder qualquer coisa, uma vez que Harry já sabia que ele era o Homem Aranha.

                Eu assenti, já dando alguns passos na direção do elevador mais próximo.

                - Não o mate! Não é isso que você faz! Nós vamos resolver tudo!

                Peter me encarou em silêncio enquanto lutava para prender Harry no chão, e assentiu.

                - E não morra! – Eu gritei enquanto corria, percebendo o Duende se libertar e Peter se levantar para combatê-lo segundos antes das portas do elevador fecharem.

                Não havia mais ninguém no prédio nesse horário e o silêncio me deixava ainda mais apreensiva. Felizmente o elevador não demorou tanto para chegar ao térreo, e saí correndo em direção da saída do lugar, odiando não ter uma forma de saber o que estava acontecendo com Peter. Ouvi mais explosões vindas de cima quando alcancei a porta de saída e olhei para o alto, vendo faíscas e fumaça das granadas do Duende.

                - Não seja atingido, por favor! – Sussurrei para mim mesma, recuando alguns passos e finalmente percebendo os carros de polícia que começavam a se acumular no local e alguns curiosos que os policiais tentavam acalmar e afastar.

                - Moça! – Um deles gritou para mim – Ei... Você é a filha do capitão Stacy... O Homem Aranha não estava com você? Sabe dizer o que está acontecendo lá em cima?

                - Onde está o Electro?!

                - Preso. Ficou sem poderes de repente. Não sei o que vocês fizeram na roupa do Homem Aranha com os circuitos elétricos do nosso carro, mas se foi pra isso, deu certo. Nós o pegamos. E logo depois testemunhas disseram que um maníaco voador tinha vindo pra cá. Parece um duende verde.

                - É assim mesmo que ele se intitula. Está lá em cima lutando com o Homem Aranha!

                - Você está ferida?!

                - Não. Ele quase me alcançou, mas o Homem Aranha o deteve. Ele é perigoso, tem bombas e um planador pesado cheio de metais pontiagudos, e com controle remoto.

                O policial assentiu, e pegou o rádio para se comunicar com os demais.

                - Não volte a entrar lá, e fique longe – ele me advertiu antes de se afastar, e concordei, embora no fundo soubesse que não podia prometer.

                - Peter... Acabe logo com isso – falei para mim mesma, quase como uma oração – Eu fiz o que você pediu, não deixe a situação se inverter, por favor!

                Senti lágrimas queimarem nos meus olhos, de repente sentindo outra vez a sensação dos braços do meu Peter do futuro ao meu redor, me guardando como se eu fosse seu maior tesouro, e eu sabia que eu era. Me recusava a aceitar a possibilidade de que ele tinha me dado a chance de mudar o passado só para que ele morresse no meu lugar. E de repente eu queria que essa luta acabasse imediatamente para que eu pudesse beijá-lo até o mundo acabar, e cuidar de seus ferimentos se preciso. Minha mãe não estaria me esperando em casa hoje, então poderíamos ir a qualquer outro lugar, ou para a casa dele. May já sabia que Peter era o Homem Aranha. Não sei se ele tem ideia disso, mas ela deixou claro quando a encontrei mais cedo.

                Estava quase cometendo a loucura de entrar no prédio de novo, ou de convencer os policiais a descerem para mim a escada do helicóptero que estava planando em frente ao andar com a parede e janelas estilhaçadas, quando algo grande foi lançado para fora do dano causado no prédio, e pudemos ver o planador do Duende Verde, chamuscado, amassado e com pedaços faltando, pendurado por incontáveis teias, suficientes para suportar o peso, e preso ao próprio planador, Harry sorria com deboche para o helicóptero da polícia. Havia sangue escorrendo de sua testa, e danos em seu traje, expondo ferimentos menores.

                - Harry Osborn! Você está preso! – Alguém anunciou com um auto falante do helicóptero.

                Onde estava Peter?!

                Olhei em volta, vendo os policiais correndo de um lado para o outro enquanto se organizavam para finalizar a operação, e carros da imprensa que começavam a aparecer. Olhando mais uma vez para o alto, confirmando o que eu já tinha acabado de ver, corri de volta ao interior do local, antes de ser percebida pelos policiais, e comecei a fazer meu caminho para cima quando o elevador se abriu, e Peter saiu cambaleando dele, sorrindo e caindo no chão quando me viu. Corri para ele para puxá-lo para meu colo. Sua respiração estava ofegante e havia sangue escapando por vários rasgos em seu traje.

                - Gwen... – ele chamou com dificuldade – Eu consegui? Ele feriu você?

                Finalmente senti as lágrimas correrem por meu rosto. Ele estava muito ferido, mas preocupado comigo como sempre.

                - Sim, deu tudo certo, eu tô bem – tentei sorrir para mantê-lo calmo.

                - Não chore...

                - Peter... Você tá muito ferido, a polícia vai entrar aqui em breve, precisamos sair. Cadê a sua máscara?

                Ele ergueu a mão esquerda, mostrando a máscara manchada de sangue pelo corte em sua testa, e a lente esquerda trincada.

                - Sabe... – ele murmurou – Eu não sei explicar... Mas me sinto tão feliz agora. Parece que algo deu incrivelmente certo – disse sorrindo – Se eu morresse no seu colo agora, estaria em paz.

                Meu coração apertou ao reconhecer exatamente do que ele estava falando sem sequer ter ideia disso.

                - Não, não! Nenhum de nós vai morrer, nem aqui e nem hoje! Precisamos sair daqui agora e cuidar de você num lugar seguro. Você tem força pra me ajudar a carregar você pra fora?

                Peter olhou para mim e levou alguns segundos para responder, parecendo um pouco confuso, e desejei do fundo do coração que não fosse a perda de sangue o afetando, apenas cansaço. Então ele assentiu.

                - Meu Deus... Precisamos estancar isso – falei, chorando mais, ainda que tentasse não fazê-lo.

                Peter seguiu meu olhar, vendo o sangue que fluía do ferimento que ia da parte de trás de seu ombro esquerdo para o peito.

                - Ele me acertou com o planador... – falou baixinho – Então perdi a paciência e destruí aquela porcaria, com uma ajuda das bombas que ele jogou em mim. Algumas voaram de volta pra ele, mas aquele traje é muito resistente – Peter parou de falar, tentando tomar mais oxigênio.

                - Estou orgulhosa de você – falei tirando meu casaco, e tentando de alguma forma envolver o local ferido com ele.

                Peter se apoiou no braço direito, se erguendo do meu colo para ajudar no processo.

                - Segure. Eu sei que dói, mas segure, precisamos estancar isso no caminho, não temos mais tempo.

                Ele concordou.

                - Vamos pro topo, eu nos levo de teia.

                - Peter, você tá muito ferido.

                - Eu aguento. Vamos pro meu quarto. Lá... Você cuida de mim?

                Eu concordei outra vez, secando meu rosto e ajudando-o a levantar.

                - Você sabe que sim. Mas preciso de suprimentos.

                - Tia May sempre tem, ainda mais depois que começou a trabalhar no hospital.

                - Certo. Agora preciso que você fique de pé.

                Peter acenou positivamente, e o ajudei a vestir a máscara e se colocar de pé da melhor forma que podíamos, puxando os braços de meu casaco para amarrá-lo em volta do ferimento, e vendo o tecido verde acinzentado se tingir de vermelho. Peter reprimiu um grito, tentando não alertar a polícia de onde estávamos, porque já podíamos ouvi-los entrando quando alcançamos o elevador. Apertei o botão para a cobertura do prédio antes mesmo das portas fecharem, e torci para que o equipamento não tivesse sido danificado na batalha. O pouco tempo que levamos para chegar pareceu uma eternidade, mas logo estávamos nos esgueirando dos helicópteros em volta, e pulando de prédio em prédio. O sangue dele passou de seu corpo e do meu casaco para minhas roupas, e isso sinceramente não importava, eu só queria que chegássemos logo para que eu pudesse parar de machucá-lo acidentalmente e afastasse as possibilidades horríveis que se formavam em minha mente.

                - Porta da frente... – ele disse com dificuldade – Tia May não está em casa agora, não há câmeras. Se não houver vizinhos...

                Pousamos perto do prédio dos Parkers, e verifiquei a rua, felizmente silenciosa e deserta, e agradeci ao universo por isso. Levei Peter pelos locais mais discretos e escondidos que consegui encontrar com as sombras da noite, e logo estávamos dentro de sua casa. May realmente não estava em casa, e acho que não faria bem contar a ele agora que ela sabia sobre seu segredo.

                - Ela provavelmente vai descobrir o que houve, ficar preocupada e ligar pra você – eu disse enquanto o carregava escada à cima.

                - Temos tempo. Provavelmente não vai ser agora.

                Peter caiu com um baque no chão, me arrastando junto, assim que entramos em seu quarto.

                - Me desculpe – ele falou, fechando os olhos.

                - Não... Não! – Pedi me ajoelhando a sua frente e segurando o rosto dele com as mãos – Fique acordado! Por favor, Peter! Por favor, meu amor, eu não tive a chance de mudar nossa história só pra você morrer no meu lugar!

                Ele abriu os olhos, me olhando com confusão.

                - Eu vou explicar tudo depois, mas agora eu preciso que você fique acordado.

                Peter assentiu.

                - Me diga como tirar esse traje de você – pedi, desamarrando meu casaco, e percebendo que, graças a Deus, o sangue estava parando de fluir para fora de seu corpo, provavelmente o fator de cura já estava agindo.

                Ele me mostrou onde ficavam as aberturas da roupa, e rapidamente abri todas elas para facilitar o processo, conseguindo remover a parte superior e a deixando no chão junto com a máscara. Peter arfou de dor quando minha mão repousou em sua coxa, onde havia um ferimento menor, mas não menos dolorido.

                - Me desculpe – pedi puxando-o para um beijo rápido, ao qual felizmente ele retribuiu – Preciso que você tire o traje todo.

                Peter voltou a concordar.

                - Eu não me importo que você me veja assim. Você é minha vida, minha direção – ele sorriu – Eu quero casar com você um dia.

                Eu sorri, mas ainda chorando. Talvez ele estivesse delirando, sem a menor ideia do que estava dizendo, mas no fundo desejei que ele estivesse consciente de suas palavras agora. Lhe dei mais um beijo, rápido, mas profundo.

                - Eu também quero casar com você.

                Peter sorriu, lutando para manter os olhos abertos.

                - Tenho que contar a tia May, e a sua mãe.

                - Contar o que? – Perguntei, temendo que ele estivesse falando sobre sua identidade secreta.

                - Que você é minha noiva.

                Eu consegui rir enquanto puxava as calças do traje pelas pernas dele, deixando-o apenas com sua boxer azul marinho, e infelizmente fazendo-o pular de dor quando o tecido roçou o ferimento.

                - Sinto muito. Me espere aqui.

                Peter assentiu. Corri para o banheiro, pegando a primeira toalha que encontrei e a molhando com a água do chuveiro. Recolhi o que pude encontrar de medicamentos e o kit de primeiros socorros no armário, voltando imediatamente para Peter, o encontrando com as costas apoiadas na parede agora. Ele abriu os olhos quando me ouviu ao seu lado e comecei a limpar o corte maior primeiro. Assim como aconteceu na época do Lagarto, ele gemia ou saltava de dor às vezes, mas sem reclamar em nenhuma delas. O sangue em minhas roupas secou enquanto eu cuidava dele, que agora estava cochilando contra a parede, mas respirando de forma muito mais calma e regular, o que me tranquilizou. Pensei no Peter do futuro, em como ele estaria agora, se eu estava ao seu lado, e desejei do fundo da minha alma que sim. Era pra eu estar morta agora, mas estávamos aqui juntos.

                - Peter... – eu o chamei suavemente – Preciso cuidar das suas costas agora. Você pode se deitar quando eu terminar.

                Ele abriu os olhos e fez seu melhor para se afastar da parede. Eu o puxei para meu ombro, deixando que ele repousasse e fechasse os olhos novamente enquanto eu finalizava meus cuidados com ele.

                - Você tá acordado?

                Ele afagou minhas costas, cansado demais para falar.

                - Me desculpa.

                - Pelo que? – Eu perguntei.

                - Arruinei suas roupas.

                Eu ri baixinho, e acariciei seu cabelo castanho.

                - O sangue deve sair com uma boa limpeza. E se não, o que importa pra mim é que você tá vivo.

                - Idem.

                Eu o abracei e beijei seus cabelos.

                - Vamos pra cama. Você descansa enquanto arrumo essa bagunça.

                - Eu te amo. Obrigado.

                - Eu também te amo.

                - Eu queria dizer aquilo – ele falou baixinho.

                - O que?

                - Eu quero casar com você um dia. Eu vou pedir a sua mãe.

                Eu quase chorei de novo.

                - É sério?!

                - Sim... Você quer isso?

                - Quero! Quero mais do que tudo!

                Senti Peter sorrir e relaxar em meu ombro, e começar a cair no sono de novo.

                - Vamos levantar, vou colocar você na cama.

                Dessa vez foi mais fácil, ele teve mais força para se içar para cima e se apoiar em mim para andarmos até sua cama. Apliquei gaze com medicamento em seus ferimentos, sem prendê-las, para ajudar seu fator de cura a trabalhar e ao mesmo tempo não causar mais dor. Peter olhou em volta enquanto eu o cobria apenas com um lençol fino, não querendo colocar peso sobre suas feridas.

            - Eu queria te ajudar – ele disse olhando para as roupas, sangue e objetos espalhados pelo chão.

                - Não. Agora você descansa.

                - Seu voo.

                - Depois resolvo isso, ainda tenho tempo.

                - Eu vou com você. Eu posso conseguir uma bolsa, sou o segundo melhor.

                Eu ri, me inclinando para beijar sua testa.

                - Eu sei que pode, mas isso também fica pra depois. E você precisa falar sobre isso com tia May.

                - Eu sei.

                - Você tá exausto. Durma enquanto limpo tudo isso.

                Peter assentiu, seus olhos já se fechando novamente.

                - Beijo de boa noite?

                Meu coração se derreteu pela forma como ele falou e me olhou com diversão, parecendo uma criança muito fofa. Me inclinei para ele outra vez, colando meus lábios aos dele demoradamente.

                - Agora posso dormir – Peter suspirou e sorriu, e afaguei seu cabelo até ter certeza que ele tinha adormecido, sem conseguir tirar o sorriso do meu rosto.

                Caminhei até sua janela para fechar a persiana, mas antes fitei as estrelas no céu, e como a cidade voltava a se iluminar com o retorno da eletricidade, e outra vez pensei nele.

                - Peter... Onde você estiver, saiba que nós conseguimos, você conseguiu. E eu espero que me tenha de volta.

                Fechei a persiana e apaguei a luz, deixando o quarto iluminado pela lâmpada do corredor enquanto eu recolhia o que estava espalhado no chão e limpava tudo da melhor forma possível. Fiquei em dúvida sobre como lavar o traje do Homem Aranha, e se seria uma boa ideia fazer isso com a iminência de May chegar em casa, ainda que ela já soubesse, mas Peter ainda não sabia que ela sabia. Então apenas dobrei o traje e meu casaco ensanguentado e os deixei num canto do quarto para resolver isso mais tarde. Olhei para meu celular, pensando que talvez houvesse mensagens da minha mãe, mas eu também estava exausta e ainda absorvendo tudo que tinha acabado de acontecer, e decidi deixá-lo de lado junto com o celular de Peter por enquanto, mantendo a lanterna ligada para deixar o quarto minimamente visível quando fechei a porta, e evitar acidentes caso precisássemos transitar ali antes do amanhecer.

                Me sentando ao lado do meu garoto aranha na cama, percebi que ele tinha se movido para o lado em algum momento, deixando espaço suficiente para que eu me juntasse a ele. Assim o fiz, tirando minhas botas e meias e me deitando com ele sob o lençol. Se eu o acordei ou foi apenas um reflexo, não cheguei a descobrir, porque o sono já estava me alcançando quando Peter me puxou para seu peito e me abraçou, felizmente no lado que não estava ferido. E era tão confortável, ele era tão quentinho, a textura de sua pele tão acolhedora, e de repente eu até já me sentia casada com ele. Sorri quando esse pensando se formou em minha mente, e logo adormeci.


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