O Demônio da Ilha Kanon escrita por Paramore


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ele estava sentado no chão de terra um pouco afastado do santuário. Em suas costas, uma ruína antiga e na sua frente, uma pequena fogueira e na frente desta, a urna da Armadura de Gêmeos. O homem pensava em tudo o que aconteceu em sua vida. Desde quando seu irmão Aspros tinha ficado daquele jeito? Porque ele não ajudou as ninfas do Oráculo? Segundo o que seu irmão lhe contou, quando ele chegou, já encontrou os corpos das ninfas. 

 

Mas muito antes disso, Defteros já havia notado a súbita mudança de humor de seu irmão gêmeo. Não entendia ou não queria entender o que acontecia ao seu irmão. 

 

Até que ele invadiu Star Hill sem permissão. O mais novo foi atrás e ficou ofegante ao subir aquele monte. Defteros tentou a todo custo tirar seu irmão de lá, porém Aspros não lhe dava ouvidos. Ele leu todos os segredos guardados na edificação que lá se encontra. Sobre como o santuário surgiu, sobre o sangue de Athena, e sobre a técnica de controle de mentes: Satã Imperial.

 

Infelizmente, Aspros usou aquele golpe em seu gêmeo mais novo e assim passou a controlar a sua mente. 

 

Defteros então invadiu o Salão de Grande Mestre, dominado pelo novo golpe de seu irmão. Pouco tempo depois, Gêmeos entrou no salão, alegando que veio atrás de seu amado irmãozinho que ficou louco, querendo matar Sage. Porém os planos de Aspros não deram certo. Asmita de Virgem conseguiu trazer um pouco da consciência de Defteros. E isso o ajudou a seguir em frente, indo atrás de Aspros e Sage. Gêmeos ainda tentou controlar seu irmão, acreditando que este tinha dado cabo de Asmita que por sua vez, ficou escondido e "assistia" o homem conhecido como segundo desferir um golpe fatal no irmão mais velho. 

 

Aspros então ficou sabendo que Sage queria passar o cargo de Grande Mestre para ele, mas como agora suas suspeitas foram confirmadas, Gêmeos acabou morrendo depois de aplicar o Satã Imperial.

 

Defteros conseguiu recuperar completamente sua consciência e disse ao Grande Mestre que iria para a Ilha Kanon se tornar o que estava escrito nas estrelas da constelação de Gêmeos. Um demônio...

 

E agora, ele estava na beira de um precipício, sentado na frente de uma fogueira enquanto conversava em em pensamento com a Armadura de Gêmeos, que uma vez, o ajudou na batalha contra um exército de decapitados...

 

— "Porque? Porque você está comigo? Eu sou o homem responsável pela morte de seu verdadeiro dono. Meu irmão mais velho, Aspros!" - Foi nesse momento, que ele sentiu um ar frio e cristais de gelo foram se formando. - Hey, diminua o ar congelante ou o fogo irá se apagar...Dégel de Aquário. 

 

— Vejo que se lembra de mim. Fico feliz em te ver, Defteros!

 

— Pare de enrolar! Por que você veio até aqui?

 

— Eu estou aqui por uma ordem! O Grande Mestre lhe confiou uma missão! Para você, Cavaleiro de Ouro...Defteros de Gêmeos!

 

— Eh...i-isso é loucura! Eu sou a estrela do mal, que se escondeu de todo mundo! - Defteros estava com os olhos arregalados. Aquilo só poderia ser loucura daquele velhote com mais de duzentos anos.

 

— Mas você foi o escolhido para cuidar da Armadura de Gêmeos. Sem contar que ela o escolheu como seu novo dono! Além do mais, você já tem as habilidades e o poder necessários para cumprir seu novo dever e missão. Parece-me que a decisão do Grande Mestre está bem justificada! E a missão está em uma ilha que será familiar para você, a Ilha Kanon. Você vai lá amanhã, certo? Não é melhor assim?

 

— Entendo. Como eu vou para lá, o Grande Mestre me deu essa missão. Me pergunto o quão esperto ele é.

 

— Hehe. Acho que ele confia em você para isso. Mas Defteros, a tarefa em si não é tão simples! Alguns meses atrás, uma estrela demoníaca caiu na Ilha Kanon. Você está sabendo disso? Agora a Ilha Kanon é destruída por este cosmo maligno. Enviamos nossas tropas do Santuário para uma missão de reconhecimento, mas ninguém voltou. Alguns moradores da Ilha Kanon desapareceram. Eles estão tão assustados que dizem coisas assim: um demônio devorador de homens se estabeleceu no interior do vulcão da Ilha Kanon.

 

— ... - O geminiano ficou de boca aberta ao ouvir o relato do aquariano. Dégel lhe entregou algumas roupas. O mais velho olha para as mãos do outro e piscou várias vezes antes de pagá-las. Reparou nas roupas e depois mirou o rosto de Dégel.

 

— O que está esperando? Uma ordem minha ou do Mestre Sage para você se arrumar? - E começou a rir.

 

— É que..ah esquece! - O homem se levantou e caminhou calmamente até as ruínas atrás de si, onde tirou as roupas que ele usava no Santuário para colocar as roupas que o mais novo trouxera. Ele voltou após algum tempo, reclamando. - Hey! É assim que os moradores do Santuário se vestem ao ar livre? Eu não compreendo..!

 

— Nem sempre nos vestimos assim, mas é bom não colocar as pessoas em alerta desnecessário. Além do mais, você ficou bem, não? - Dégel falava com um sorriso na face.

 

— Para com isso! Eu não tenho certeza se estou preparado para lutar contra aquele demônio. - Olhou de soslaio para o mais novo que retirava os óculos. Parecia que lia algum relatório ou livro. - Pensei que seria Asmita de Virgem que fosse me dizer isso tudo.

 

— Mesmo? Porque?

 

— Porque ele estava na sala do Grande Mestre quando eu invadi. 

 

— Entendo. Ele precisou ficar e ajudar o Mestre Sage. - Ele olhou para o outro e perguntou. - Queria que fosse ele a te falar isso?

 

— Eu apenas queria saber como ele está. Eu lutei contra ele. Na verdade, Asmita apenas trouxe um pouco da minha consciência de volta, depois que meu irmão usou o Satã Imperial em mim. Eu tentei impedir o Aspros. Mas não fui forte o suficiente para isso.

 

— Entendo.

 

— E então? Como ele está?

 

— Você deve gostar dele para querer saber disso. - Dégel o viu corar e riu um pouco mais.

 

— N-não é nada disso! Apenas fiquei preocupado. - Defteros deu uma leve corada. 

 

— Certo, certo. Asmita e o Mestre Sage estão bem. 

 

— Ótimo. Pelo menos, eu não machuquei ninguém.

 

— Defteros...sinto muito por Aspros! Eu soube que ele morreu usando o Satã Imperial. O mesmo que usou em você para te controlar e matar o Grande Mestre. Felizmente Asmita de Virgem estava lá para lhe trazer de volta, como você mesmo disse! Sabe, eu era uma das pessoas que o admirava por sua inteligência e sua forte presença. Mas nunca pensei que ele chegaria tão longe em busca de poder.

 

— Sim. Meu irmão era um homem poderoso. Mas ele se foi, o mundo está tão em paz agora. E tenho que admitir que estou um pouco confuso pela abertura repentina de um caminho que ontem eu não imaginava. Estou um pouco confuso com isso. - Enquanto conversavam, algo chamou a atenção de Defteros e apontou na direção do vulcão. - Daqui você pode ver a fumaça do vulcão da Ilha Kanon à distância.

 

— Poderoso e assustador. Desde quando eu era uma criança, fico imaginando como seria vê-lo de perto.

 

— Eu sempre vivi escondido, pensando que não tinha nada a ver com o mundo dentro ou fora do Santuário. Por isso, Dégel...

 

— ....

 

— Não posso deixar de achar que essa calma é apenas temporária. Meu irmão estava morrendo quando atingiu seu cérebro com o Satã Imperial. O que significa tudo isso? Mesmo que eu tenha enterrado seu corpo no cemitério do Santuário, ainda tenho um sentimento ruim sobre isso...meu irmão não vai parar com isso.

 

— Ora, não fale besteiras!

 

— Não é besteira. Eu sinto isso. Não vou ver esse demônio para uma missão dada por aquele velhote. Eu vou ver para me tornar um demônio...! - Defteros olhou na direção do aquariano e disse mais uma coisa, dessa sorrindo com sinceridade. - Diga ao Grande Mestre que eu sinto muito pelo o que o meu irmão lhe fez. - Se referindo ao ferimento na cabeça. - E diga ao Asmita..que eu agradeço por ele ter aberto os meus olhos em relação ao Aspros. 

 

— Eu direi. Não se preocupe. - Dégel sorriu e se aproximou do mais velho. - Ajeita a roupa! E vê se não vai chegar todo amassado em sua missão na Ilha Kanon. - E começou a rir. - Bom eu tenho que ir. Preciso passar no Templo de Escorpião e ver como o Kardia está. 

 

— Soube que ele tem um problema cardíaco e só o seu ar congelante pode ajudar.

 

— Sim. Está correto. Preciso abaixar a febre do seu coração toda vez. - Aquário deu uma leve corada. E o geminiano riu.

 

— Você gosta dele, não é mesmo?

 

— N-não eu.. - Dégel desviou o olhar por um momento. 

 

— Claro. Eu já entendi. Vai ver como ele tá. - Defteros tocou o ombro do cavaleiro na sua frente. A ombreira da armadura era gelada, assim como o cosmo do mais novo. - Mas até a sua armadura é gelada? Pelos deuses!! Agora vá logo! Antes que eu te devore como aquele demônio que habita a Ilha Kanon. - E começou a rir.

 

— Já estou indo. Boa sorte amanhã, Cavaleiro de Ouro, Defteros de Gêmeos! - Aquário sumiu da mesma forma que chegou.

 

Defteros mirava a pequena fogueira que iluminava a urna da Armadura de Gêmeos. Jogou areia no fogo, dando fim às chamas, pegou as alças da urna e colocou em seus ombros. Caminhou até o penhasco e saltou. Já havia uma pequena embarcação com remos onde ele os pegou assim que tirou a urna das costas, partindo assim para a Ilha Kanon...

 


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