The Thread of Destiny escrita por Annasinger19


Capítulo 1
Part 1


Notas iniciais do capítulo

Oiee gente, tudo bem? Aqui estou eu, mais uma vez trazendo uma fanfic Cleon porque sim kkk

Primeiro quero agradecer imensamente a maravilhosa da @EveBrea que fez a betagem inicial da história e aos meus amores @rafaelarendriel e a Grazi. Vocês me ajudaram muito nas etapas de escrita da história e sou imensamente grata a vocês

A história dessa fic surgiu na minha cabeça a algum tempo e tinha como protagonistas um outro casal, mas resolvi deixá-la como Cleon mesmo porque achei que se encaixou melhor na história ( e porque hoje em dia sou mais apaixonada por Cleon do que pelo outro casal, mas eles não precisam saber disso ). Eu estava muito ansiosa, então é muito bom finalmente postá-la.

Quero aproveitar e chamar todos vocês para fazer parte do nosso discord, criado pela @EveBrea. Lá é cheio de pessoas legais que amam Resident e Cleon, se quiserem entrar serão muito bem vindos https://discord.gg/mdedkBkyZr

Espero que gostem da história, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/806027/chapter/1

O dia tinha amanhecido nublado. Havia nevado a noite toda, então estava muito frio na rua e mesmo com suas duas blusas, jaqueta de couro, sua bota de cano alto e um gorro na cabeça, a ruiva não conseguia se esquentar.

Tirou as mãos do bolso e começou a esfregar uma na outra em uma tentativa falha de se aquecer enquanto olhava para os dois lados da calçada levemente irritada, o fio vermelho preso em seu dedo mindinho balançando para lá e para cá sem que a mesma percebesse.

Ela havia combinado de encontrar Jill em frente ao prédio da mesma as 7:30 para irem juntas a faculdade, mas haviam se passado quase 15 minutos do horário combinado e nada da morena aparecer. Elas tinham um trabalho para entregar na faculdade naquele dia, e se elas chegassem atrasadas com certeza o professor não as deixariam entrar e acabariam ficando de dp na matéria, o que só deixava a ruiva com mais raiva pelo atraso da amiga.

Pegou o celular para mandar uma mensagem e percebeu que ela mesma havia recebido uma mensagem a alguns minutos atrás, mas não percebeu porque seu telefone estava no silencioso.

" Acordei atrasada, já estou descendo "

Bufou irritada enquanto revirava os olhos sem acreditar que havia perdido de pegar carona com o pai para ficar no frio esperando à toa. Ela então desistiu de esperar e começou a andar na esperança de chegar a tempo, mas não foi muito longe já que deu apenas alguns passos antes da porta do prédio se abrir e a morena passar correndo pela porta, quase escorregando na neve espalhada pelo chão no processo.

— Desculpa, desculpa! Eu sei que estou atrasada, você pode me dar um sermão mais tarde. Agora precisamos correr ou aquele babaca do professor Bertoz não vai nos deixar entrar - ela falou pegando no braço da ruiva a puxando em direção a faculdade, involuntariamente fazendo com que o fio vermelho preso ao dedo da amiga fosse diminuindo lentamente de tamanho enquanto chegava cada vez mais perto de sua outra ponta.

Enquanto as amigas corriam para evitar a nota 0 praticamente eminente, um jovem rapaz fazia sua corrida matinal, com seus fones de ouvido no volume máximo e totalmente alheio ao fio vermelho amarrado em seu dedo mindinho que se encolhia cada vez mais enquanto ele avançava.

Ele havia se mudado para a cidade a pouco mais de 5 meses a trabalho. A empresa para qual trabalhava estava abrindo uma nova sede na cidade e ele foi um dos escolhidos para ajudar em todo o processo de adaptação. Por conta disso ele mal teve tempo para dormir nesses últimos meses, quem dirá para conhecer a sua nova cidade.

Agora que a nova sede já havia inaugurado e a fase da adaptação havia passado, ele finalmente estava tendo mais tempo para apreciar o local. A primeira coisa que fez foi tirar o atraso do sono, então durante os últimos dias a sua rotina se resumia a: acordar, fazer sua corrida pelo bairro, ir trabalhar, voltar do trabalho e dormir, com algumas refeições durante o dia e nada mais.

Agora que já se sentia mais disposto, resolveu aproveitar suas corridas para conhecer um pouco mais os bairros vizinhos. Enquanto corria ele admirava o quão diferente essa cidade era diferente da sua cidade natal, no interior do país. A cada esquina que ele virava encontrava um bar novo, um restaurante diferente ou um parque que gostaria de conhecer.

Quando chegou em uma praça mais ao centro do bairro ele diminuiu então sua corrida para um ritmo mais leve, quase andando, ficando admirado com a arquitetura mais antiga dos prédios e casas que ficavam ao redor. Desde pequeno ele sempre se interessou por arquitetura, mas acabou cursando administração por conta do trabalho, porém nunca deixou de lado sua paixão e sempre que podia ele saia para admirar as maravilhas arquitetônicas que haviam por aí.

Enquanto o rapaz admirava os arredores, as amigas apressadas resolveram cortar caminho pela praça que ficava perto da entrada leste da faculdade, na esperança de assim chegarem a tempo. A morena ia correndo na frente, com a ruiva logo atrás, ambas fazendo o seu melhor para não cair no chão escorregadio.

Totalmente alheio ao mundo, o loiro não percebeu que as jovens vinham apressadas em sua direção até que foi tarde demais.

A morena teve sorte de perceber a tempo o rapaz em sua frente e desviou para o lado, mas a amiga não teve a mesma sorte.

A ruiva tentou parar de correr quando a morena desviou para o lado e ela se viu indo de encontro com um rapaz totalmente distraído, mas o destino deu um empurrãozinho - ou melhor, um escorregãozinho - e ela acabou deslizando no chão congelado, se chocando de frente com o rapaz.

O impacto foi tão grande e inesperado que ele acabou se desequilibrando, e ela, em uma tentativa desesperada de não cair, se agarrou a primeira coisa que conseguiu encontrar pela frente: a blusa dele. Com o forte puxão em sua blusa ele acabou perdendo o pouco equilíbrio que ainda tinha e se viu caindo de frente, bem encima da ruiva.

Ela sentiu o ar sair de seus pulmões com a queda. Não apenas pelo impacto em suas costas, mas também pelo peso do homem caído encima de si. Fechou os olhos e soltou um gemido involuntário de dor quando sentiu que algo em sua bolsa a estava pressionando logo abaixo da costela.

Ele percebeu, ainda meio atordoado e bem irritado pela queda, que havia caído encima da pessoa que trombou com ele a pouco, o que acabou amortecendo o impacto de sua queda. Ele então levantou a cabeça e viu a mulher abaixo de si com os olhos fechados e fazendo uma careta.

— Mas que porra voc.. - ele começou a falar, pronto para xingar a pessoa a sua frente quando ela abriu os olhos para o encarar e ele perdeu a fala.

Assim que seus olhares se encontraram foi como um raio caindo em ambos. Os olhos azuis como um oceano dela encaravam diretamente os olhos azuis como um céu dele.

E pela primeira vez desde que nasceram, o fio vermelho que os conectava não estava mais esticado ou emaranhado, e sim reto e curto. Ele praticamente vibrava, mostrando assim que as duas pontas finalmente se encontraram.

Ele se sentia estranho observando aquela imensidão azul dos olhos da ruiva, enquanto ela sentia como se ele fosse capaz de ver toda sua alma apenas com aquele olhar.

— Puta merda! Vocês estão bem? - a morena exclamou encarando os dois enquanto reprimia uma enorme vontade de rir ao vê-los caídos no chão, o que acabou os trazendo de volta a realidade.

O loiro percebeu que eles ainda estavam no chão e que ainda estava encima dela, então tratou logo de se levantar e ofereceu a mão para ajudá-la.

Ela o encarou por alguns segundos antes de finalmente aceitar. Quando suas mãos se tocaram ambos sentiram um arrepio percorrendo por seus corpos, um formigamento onde se tocavam. Ele a puxou, ignorando a estranha sensação de reconhecimento que seu corpo sentia e a ajudou a ficar de pé, aproveitando a oportunidade para observar a mulher a sua frente.

Ela era linda. Foi a primeira coisa que ele constatou quando de fato olhou para ela. Ela tinha os cabelos ruivos parcialmente escondidos debaixo de um gorro, a pele clara com algumas sardas espalhadas pelo rosto e os lábios vermelhos e convidativos. Quando ele olhou novamente em seus olhos, a imensidão azul parecia o analisar com curiosidade.

— Eu estou bem - a ruiva respondeu baixo enquanto encarava o homem a sua frente.

Ele era incrivelmente maravilhoso, pensou ela. Os cabelos loiros bagunçados, o rosto forte e uma pequena barba por fazer que o deixavam com uma aparência de homem com H que fazia seus batimentos cardíacos acelerarem, enquanto seus olhos de um azul claro como o céu transmitiam uma tranquilidade que ela nunca tinha sentido antes.

Eles mais uma vez se perderam no olhar um do outro, e por mais que tentassem, não conseguiam desviar o olhar tamanha a intensidade com que se encaravam. Eles poderiam ficar ali se encarando por horas, mas a realidade se fez presente mais uma vez na forma da voz da amiga.

— Ótimo, porque nós temos que ir - a morena disse observando os dois desconfiada. Ela não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas conhecia muito bem a amiga para saber que ela havia ficado interessada no rapaz e odiava ter que atrapalhar seja lá o que for que estava acontecendo ali, mas elas tinham coisas mais urgentes no momento.

Ela então pegou a mão livre da ruiva e a puxou de leve, indicando que elas precisavam ir.

— O..o que? - a ruiva perguntou um pouco aturdida. Ela havia se esquecido do trabalho da faculdade, do professor chato, sua eminente nota 0 e suas costas doloridas por conta da queda. Ela só estava focada em observar o estranho em sua frente e em entender o porque de seu corpo estar reagindo de uma forma tão estranha - e familiar - a ele.

— Nós vamos acabar levando um 0 se não chegarmos antes da primeira aula começar Claire - ela disse dando mais um puxão no braço da amiga, dessa vez começando a andar.

Assim que a distância entre os dois aumentou a mão que eles ainda mantinham unidas sem perceberem acabou se soltando, fazendo assim com que sentissem uma enorme sensação de vazio no peito e o fio vermelho que os ligava começou a se esticar novamente.

O loiro apenas observava estático enquanto a ruiva era praticamente arrastada pela amiga. Ela fazia o seu melhor para não cair enquanto tentava acompanhá-la, olhando para trás - para ele - sempre que conseguia.

Ele sabia que deveria ir atrás dela, mas ele estava atônito demais enquanto tentava entender o choque que sentiu quando olhou nos olhos dela, a sensação de reconhecimento que sentiu quando a tocou e a mais recente sensação de vazio que sentiu quando suas mãos se separaram. Sensação essa que se intensificou ainda mais quando a viu o encarar uma última vez antes de se virar e começar a correr acompanhado a amiga e se afastando dele.

Ele piscou algumas vezes ainda meio confuso tentando sair do transe em que se encontrava e se pós a correr na direção para onde elas tinham ido quando percebeu que elas não estavam mais a vista. Correu até o fim da praça e procurou ao redor, mas nem sinal da mulher que havia balançado sua mente em apenas alguns segundos.

— Droga! - ele disse dando um chute no ar irritado quando percebeu que não havia sinal delas em lugar nenhum.

Como pode ser tão burro a ponto de perde-lá de vista? Ele não sabia nada sobre ela, apenas seu nome, mas sentia no fundo do seu âmago que precisava encontrá-la novamente. Ele precisava conversar com ela, talvez assim teria um pouco mais de tempo para tentar entender todas essas sensações que se apossaram de seu corpo quando a viu.

Bufou irritado consigo mesmo, mas não desistiria de procurá-la tão fácil assim. Com isso em mente ele se pós a correr em direção a uma das ruas que contornava a praça. A esperança que sentia de encontrá-la novamente dando uma ânimo a mais em sua corrida, porém acabou escolhendo uma rua contrária a que ela foi, fazendo assim com que o fio amarrado em seu mindinho se esticasse cada vez mais.

Enquanto o loiro estava a procurando, a ruiva estava a um quarteirão de sua faculdade e seguia correndo atrás de sua amiga.

Ela ainda sentia um leve formigamento no local onde ele a havia tocado e tentava entender o porquê disso. Ela queria voltar e conversar com o estranho rapaz, mas a única coisa que a impedia de dar meia volta e ir atrás do loiro era a amiga. Elas deveriam apresentar o trabalho juntas, e ela sabia que se a Jill chegasse lá sozinha para apresentar levaria uma nota ruim por sua causa, e ela não queria atrapalhar a amiga por causa disso.

Com isso em mente ela continuou correndo quando entraram na faculdade, nas escadas até o terceiro andar e pelos corredores, parando apenas quando já estavam na porta da sala. Por sorte o professor havia atrasado aquele dia e elas conseguiram entrar por muito pouco.

Soltou um suspiro cansado quando finalmente sentou em sua cadeira, estava com a respiração acelerada por conta da recente corrida.  Tirou sua bolsa das costas e a abriu, pegando sua garrafa d'água e tomando todo o conteúdo em poucos goles.

Ainda com a respiração acelerada - agora por ter tomado toda a água sem pausa - se virou para o lado e encontrou sua melhor amiga a encarando.

— Você está bem? - a morena perguntou com dificuldade por causa da respiração acelerada, ela assentiu em resposta.

Ela percebeu que a amiga queria falar algo mais, porém nessa hora o professor Bertoz entrou na sala já pedindo silêncio e falando algo sobre a apresentação dos trabalhos e ela acabou não falando nada, mas fez um sinal indicando que falaria depois.

Após a apresentação do trabalho ( elas conseguiram um 7, uma ótima nota para não bombar na matéria ) ela começou a juntar seus pertences enquanto a sala se esvaziava aos poucos.

— Claire? - a amiga chamou e ela se virou para olhar a mesma - Você estava bem distraída durante a aula. É por causa dele, né?

Ela apenas balançou a cabeça confirmando, sua amiga a conhecia bem o suficiente para entender o porquê de estar assim. Por mais que tivesse tentado, ela não conseguiu tirar a imagem do rapaz que havia esbarrado mais cedo de sua mente.

— Olha, eu percebi que vocês ficaram se encarando de um jeito bem estranho, foi tão intenso que me senti até mal de atrapalhar. Ele te chamou mesmo a atenção, hein? - perguntou rindo enquanto dava um leve esbarrão ombro a ombro e ela não pode evitar rir também.

— Sim. Não sei explicar Jill, mas quando olhei pra ele senti como se a gente já se conhecesse, sabe? Foi tão estranho - falou enquanto colocava sua bolsa nas costas e saia da sala com sua amiga ao lado.

— Desculpa ter te puxado e estragado seu momento de paixão a primeira trombada com ele. Sei que a culpa de estarmos atrasadas é minha, mas se a gente não saísse de lá naquele instante não teríamos conseguido apresentar o trabalho, por isso te puxei. Se a gente ficasse de dp nessa matéria eu teria um treco. Imagina ficar mais um mês tendo aulas com o Bertoz? Credo! Só de pensar me arrepio toda, olha! - falou mostrando os braços e fingindo um arrepio.

A ruiva não conseguiu evitar dar uma gargalhada escandalosa, atraindo alguns olhares no corredor

— Não precisa se desculpar, eu também não gosto nem de pensar na possibilidade de ficar de dp na matéria dele.

A morena então encarou a amiga por uns segundos antes de se virar para a frente novamente e falar com um semblante meio triste:

— Mas por causa disso você acabou perdendo sua chance com o gatão lá. Você nem mesmo sabe o nome dele Claire! Eu estraguei tudo, né?

— Estragou mesmo, droga Jill! - disse brincando.

Ela falou tão séria que a morena acabou acreditando, mas assim que ela a olhou com uma cara de cão sem dono a ruiva começou a rir e deu um tapa de leve no braço da mesma.

— Estou brincando sua boba. E não pense que você estragou algo, eu tenho certeza de que ainda vamos nos esbarrar por aí novamente - falou e deu um meio sorriso fazendo a amiga revirar os olhos para ela enquanto dava risada, mas não falou nada.

Ela realmente não sabia nada sobre o loiro que havia deixado uma impressão tão forte nela em segundos, coisa que ninguém mais havia conseguido. A única certeza que ela tinha vinha daquele estranho sentimento que vinha do fundo de seu âmago, aquele que dizia que eles ainda se veriam novamente.

E ela acreditava fielmente nisso.

Enquanto isso, o fio amarrado em seu dedo continuava se esticando novamente conforme se afastava cada vez mais de sua outra ponta. Agora que as partes ligadas por ele finalmente se conheceram, seria apenas questão de tempo até que o destino os unisse novamente, e independente da hora, lugar ou circunstância desse reencontro, as duas almas irão enfim se unir e usufruir da felicidade que o destino planejou para eles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E chegamos ao fim. Gostaram? Espero muito que sim.

Antes que me perguntem eu já antecipo: sim, a história terá continuação, porém ela vai demorar um pouco pra sair. Espero que entendam e que aguardem a part 2 de Thread of Destiny.

E é isso gente. Até a próxima e se cuidem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Thread of Destiny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.