Amê Souer escrita por Crixscully


Capítulo 21
Capítulo 19 - A Mente Pôr Trás do Desastre




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805971/chapter/21

Mari:

Minou quase saiu correndo nas suas quatro patas quando eu o chamei.

Foi estranho mas ainda bem que ele veio.

E depois de uma tarde com ele, percebi que o que ele sente por Ladybug não é apenas uma leve paixonite.

É estranho ouvir ele falando dela, sendo que ela sou eu. Sei que ele nunca se apaixonaria por mim, disto eu tenho certeza.

A desastrada Marinette Dupain-Cheng não se equipara à grandiosa e heroica Ladybug.

Se ele descobrisse minha verdadeira identidade, ele não sentiria mais nada por mim. Tenho certeza. E por mais estranho que pareça isso me incomoda um pouco.

Mas ele abriu meus olhos a cerca de algo. Eu estou agindo como numa peça de teatro, com grandes discursos acalorados e palavras formais demais, e até fantasiosas.

Isto é até bonito num livro, numa peça de teatro ou num poema, mas na vida real nós temos que ser o mais diretos e certeiros possível. Na vida real temos apenas um segundo para nos declararmos antes que tudo dê errado, que a coragem acabe, ou que sejamos dispensados.

Por isso, desta última vez, eu sou direta. Sou sincera. Sou cirúrgica. Falo pouco, mas deixo a sinceridade emanar em minha voz.

Je t'aime.

Adrien:

Beatificado, eu a encaro.

Algo em suas palavras me lembraram de mim mesmo. Quando nos conhecemos, ela havia me entendido mal, me achado malvado e mimado, igual à Chloé.

E, pensando nisso, sempre que eu estava perto dela, Mari se embolava nas palavras e gaguejava. Ao contrário do que acontecia quando ela estava perto de Cat Noir.

Pensando nisso agora, até que era engraçado. Ela agia de forma diferente quando conversava com o meu alter-ego, ela era muito mais espontânea... e eu gostava disso.

Luka me disse que ela era apaixonada por mim, mas, para falar a verdade, na hora eu quase acreditei no que ele havia dito. Mas agora percebo que eu realmente não posso acreditar em nenhuma palavra do que ele falou. Até porque ela está aqui, em minha frente, me pedindo ajuda para voltar com ele.

Percebo então que, quando ela me abraçou, estava fazendo isso apenas por ciúmes.

E o pior que era recíproco, porque mesmo namorando Alix, Luka ainda tinha sentimentos por Marinette, e esse havia sido o motivo de seu rompante, o motivo de ter dito aquilo.

Mas, é claro, que ela nunca sentiria nada assim por mim. Ela era boa demais para amar alguém tão defeituoso como eu ou como o próprio Cat Noir.

Não me orgulho disso, mas por um momento eu até senti inveja do futuro namorado de Marinette – porque, com certeza, o garoto ficaria muito honrado depois que recebesse essa declaração de amor.

Queria ser eu a receber algo assim de Ladybug.

My Lady... Essa que não dava a mínima bola para mim.

Lembrei então de quando Kagami me disse para mudar o meu alvo. E se, quando eu tentei sair com ela para esquecer Ladybug, também tivesse mirado no alvo errado?

Eu devia mesmo desistir de My Lady e tentar com outra pessoa?

Eis a questão que assombrava o meu coração.

Ainda com isso na cabeça, eu me deixei cair na cama, jogando os braços encima de meu rosto. Se tivesse uma margarida, eu tentaria a sorte no Bem Me Quer, Mal Me Quer. Mas o meu Miraculous era o do azar, por isso resolvi deixar isso quieto.

Lembrando da expressão serena no rosto de Marinette e imaginando que aquelas belas palavras haviam na verdade saído da boca de Ladybug, eu fui dormir sorrindo.

Adrien:

Na manhã seguinte, eu tinha uma competição de esgrima.

Todos os meus amigos haviam ido me ver. Inclusive Marinette, que tinha até um cartaz e uma fita amarrada ao redor da cabeça onde havia a seguinte descrição: 

“Adrien é o melhor!”.

Meu bom humor, que já estava nas alturas depois da boa noite de sonhos que tive se intensificou quando vi a franco-chinesa gritando da arquibancada, ao lado de Alya e Nino.

Sim, eu ganharia aquela disputa. Estava sentindo isso. Daria o meu melhor e levaria o prêmio para casa.

Depois convidaria My Lady para conversar e pediria desculpas por ser tão insistente.

Com isso em mente, passei por cima de todos os outros competidores. Ganhei até de Kagami. O que deixou a garota bem surpresa, mas ela logo sorri como se confirmasse algo que ela acreditava que aconteceria.

Fiquei confuso com isso, mas ignorei o fato e fui ao pódio receber o meu mais novo troféu.

Quando enfim consegui ir até o vestiário para trocar o uniforme de esgrima, encontrei Kagami e Marinette conversando sobre um Mangá.

Kagami dizia que aquilo era uma técnica “arriscada”, pois a pessoa podia se apaixonar por sua cobaia.

Parei e apenas fiquei escutando, em busca de mais respostas. Mas elas não disseram mais nada de importante.

Isso me deixou pensativo. 

E se Marinette houvesse se apaixonado por Cat Noir novamente?

Isso séria péssimo. Uma catástrofe.

Eu realmente tremia só de pensar em Lobipai. Em todo o tempo em que sou Cat Noir, eu nunca tinha apanhado tanto na vida quanto naquele dia.

A sorte era que o meu traje havia me protegido, senão eu teria voltado para casa aos pedaços, com todos os meus ossos quebrados.

Mas, mesmo que não parecesse nada, eu tinha que averiguar isto. Marinette não podia estar apaixonada por mim. Só o Miraculous sabia quantos problemas eu já havia arrumado por causa de sentimentos falsos.

Glaciator era um bom exemplo deles. Lastimador também havia me dado uma baita dor de cabeça. E eu não queria nem pensar em Lobipai.

É, eu tinha que resolver isso.

Com isso na cabeça, eu arrumei um lugar para o meu troféu e me sentei na minha escrivaninha, a fim de remexer a lixeira do computador e resgatar as fotos de Ladybug que havia apagado.

Ignorei as provocações de Plagg, pois estava ansioso para que a noite caísse e eu pudesse ver My Lady.

Porém, infelizmente, eu não podia ficar o dia inteiro sonhando com ela, até porque eu tinha que ir a uma conferência com o meu pai.

 

 

 

Mari:

Cat Noir não apareceu para a luta, o que era estranho. Sem outra alternativa, tive que chamar os outros heróis.

Até hoje, eu nunca tinha percebido o quanto eu preciso do Cat Noir.

Ele é essencial em qualquer operação. Todos os meus planos mirabolantes envolvem ele de alguma forma. Mesmo que não use o Cataclismo, ele em si é indispensável.

Su-Han também percebeu isso, pois quando fui recolher o último Miraculous – o de Luka – ele fez aquele lance de rastrear o portador e me pôs na parede para que eu descobrisse quem era Cat Noir.

Estranhei o seu pedido, até porque se ele queria saber quem o Cat Noir era, ele só precisava usar o seu bastão para rastreá-lo. Mas, mesmo assim, segui as suas ordens, afinal, ele era Guardião há muito mais tempo que eu.

E além de tudo isso, ele ainda ameaçou retirar o Miraculous do gatinho e dar a um novo Cat Noir.

Um que ele escolheria.

O que não me agradou nem um pouco. Eu e Cat Noir temos uma sincronia incrível desde o primeiro instante em que lutamos juntos. De maneira alguma deixarei que o troquem por outro garoto qualquer.

Mas, eu sabia que o Mestre Su-Han era mais poderoso do que eu e Cat Noir junto, ele era o Mestre Celestial afinal. E não tínhamos chance contra ele.

E foi por mais este motivo que cedi a sua exigência.

Isto e mais o fato de que eu tinha que confessar a minha extrema curiosidade em descobrir quem era o garoto por trás daquela máscara de gato..

 

 Por isso, atendi na mesma hora quando Cat Noir me ligou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amê Souer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.