Tudo estava bem... escrita por Wizard Apprentice


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas aqui está! Espero que gostem.



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Harry precisava pensar em alguma forma de não demonstrar que sabia demais, e ainda assim se livrar do professor.

Se ele lançasse uma maldição da morte, aquele fragmento da alma de Voldemort, que sairia voando dali até encontrar outra coisa para parasitar, teria ótimos motivos para ficar muito desconfiado.

Fingiu conservar ainda algum resquício daquela infância tão distante e sussurrou alto o bastante para desviar a atenção de Quirrel.

"O espelho de Ojesed!"

Voldmort sussurrou algo inaudível em seguida, abafado pelo turbante.

"Potter! Venha cá!". Ordenou Quirrel.

O garoto se aproximou do espelho, fingindo interesse.

"O que você vê? Me vejo com a pedra, entregando-a a meu mestre". Continuou o professor.

Harry não queria encontrar a pedra e tampouco usá-la. Desta vez o objeto não estava em seu bolso.

"Me vejo em paz. Você virou cinzas após uma morte dolorosa e Voldemort está morto". Mentiu, e se afastou com rapidez. "Como preferir, professor. Podemos duelar com ou sem o turbante".

"Avadakedavra!"

"Expelliarmus!" 

Ah, como Harry adorava aquele feitiço.

O flash de luz verde se encontrou com a luz vermelha no meio do salão, refletindo por todos os espelhos.

"Que coisa mais feia, professor Quirrel. Usando uma maldição da morte contra uma criança. Sorte a minha que criei um clube de duelos clandestino esse ano".

Quirrel grunhiu. Mal conseguia segurar o feitiço, que se enfraquecia e retrocedia contra quem o lançara. 

Em um único movimento, Harry desviou ambos os feitiços para o espelho, que explodiu em milhares de pedacinhos, encerrando a pedra dentro dele para todo o sempre.

A varinha de Quirrel voou e aterrissou nas mãos do garoto, que a partiu no meio e jogou nas chamas que o próprio bruxo criara para impedí-lo de fugir.

Harry guardou a dele no bolso e se lançou contra o outro, cheio de ódio. Iria matá-lo com as próprias mãos, e assim ninguém desconfiaria de nada. 

No primeiro soco, o garoto percebeu algo. 

A proteção de sua mãe não existia mais, e seu mero toque não causava dor ou queimaduras em Quirrel. 

Como uma criança de 11 anos, seus socos também não faziam grande estrago.

"Merda". Pensou.

Saia sangue dos labios e nariz feridos do homem, mas aquilo não iria matá-lo. Harry pensava rápido, não podia mais duelar, mas ele não podia sair dessa, e simplesmente ir para Azkaban junto de tantos outros comensais.

Quirrell riu de forma maldosa. 

"Vai me matar, Potter? O que seus país pensariam de você? Seus amigos? Dumbledore?".

"Cale a boca!". Cuspiu um Harry nervoso. Por que a proteção de sua mãe não funcionara?

Com um movimento da varinha,  encantou os cacos de vidro para que voassem. Quirrell, ao se dar conta do que aconteceria, e com a visão já turva e ensanguentada, desatou a correr. Harry atirou o vidro em direção ao professor, que correu em direção às chamas, num ato de desespero.

Harry nunca soube se o que o matou foram os cacos ou o fogo, só que ele morreu, sumiu. 

Parado ali, sentiu-se fraco, sujo, tonto, mas esperou. Sem mostrar fraqueza, até Voldmort aparecer por entre as chamas e cinzas.

"Harry Potter. Matar um homem desarmado, com tanta frieza... No final das contas, parece que não somos tão diferentes, eu e você ".

A poeira atravessou o garoto, que caiu de joelhos, e desapareceu.

Matara um homem desarmado. O doce menino Harry não existia mais.

 

 

"Harry? Harry?".

O garoto abriu os olhos, cansado. 

"H...Hermione. Ron?".

Os amigos estavam ali e estavam bem. Dumbledore encarava o garoto com atenção.

"Me... Me desculpem, ele ia me matar. Da outra vez também, m- mas a proteção... Não tenho mais proteção... Ele sempre quis me matar... Eu não podia deixar ele ir..."

"Harry". Começou Hermione estranhamente reflexiva. "Não te culpamos de forma alguma pelo que aconteceu. Já sabemos da história, todos sabem. Ele e Voldemort. Descansa, come alguma coisa doce. Não deve ter sido fácil pra vc.

Ela soltou a mão do amigo e saiu da ala hospitalar com o restante.

"Professor... Eu não sou igual a ele!". 

"Se acalme, Harry. Antes de tudo, devo alertar que em breve a srta. Granger saberá seu segredo. Muito esperta ela. Agora, se você quer que seus amigos saibam ou não, é outra história". E continuou. "Harry, você não é um assassino. Eu sei disso. Mas também não é uma criança. É um auror com muitas cicatrizes. Não podemos te condenar por lutar contra um comensal, mas por que matá-lo?".

"Porque se eu não matasse, ele iria pra Azkaban junto com Voldmort. E então sabe-se lá o que poderia acontecer... Eu não podia deixar. Seria tudo muito pior..."

"Ou talvez teriamos Voldemort nas nossas mãos, Harry. Todos saberiam que ele ainda está entre nós". Dumbledore parecia mais pensativo do que nunca. "Bom, nunca saberemos".

"Se ele saisse do corpo de Quirrel, ele morreria de toda forma, não?"

"Também é verdade. O futuro e seus vários eus. Não saberemos". 

"Professor, posso me desculpar com o sr Nicolau Flameu?".

"Como? Por que precisaria? Foi um acidente, pelo q me pareceu".

"Mas eu tirei dele a chance de escolher o que fazer com a pedra".

"De fato. Ele gostará das desculpas, Harry, mas creio que ele já saiba que foi melhor assim. É como eu sempre digo, para uma mente bem estruturada..."

"A morte é apenas uma aventura seguinte".

Dumbledore sorriu.

"Professor... Da primeira vez, Quirrel não pode me tocar. O sacrifício da minha mãe impediu. Quando Voldemort voltou, no ritual que Pettigrew fez, meu sangue foi usado e então... Ele pode me tocar".

"Ritual..." Dumbledore parecia enojado. "Preciso pensar a respeito, Harry. Peço apenas que você mantenha em mente uma coisa: conforme o tempo passar, as memórias que você terá são apenas as da segunda vez. Muito cuidado, Harry, para que as suas experiências como um jovem sejam, de fato, as que um dia você se orgulhe de ter tido".

 

O banquete de final de ano foi incrível. Aliás, como sempre.

O lugar de Quirrel estava vazio, e os alunos que passavam por Harry e os sentados nas mesas cochichavam sobre ele. Como sempre.

Hermione olhava para o amigo muito atenta, e parecia que tinha conversado com Ron, que tinha dado uma ou outra analisada profunda no amigo.

Como se avaliassem se era ou não uma boa companhia.

Dumbledore anunciou a casa vencedora, a Grifinoria, mas não por causa de Harry, e sim por causa de Ron e Hermione. Harry deliberadamente levara os amigos para todas aquelas situações perigosas, sem que eles soubessem. Não merecia ponto algum pela imprudência. 

No dia seguinte, no último café da manhã antes de embarcar no Expresso de Hogwarts de volta para casa, e para os Dursleys, Harry recebeu uma carta.

Os amigos olharam curiosos, e Harry viu uma otima oportunidade de fazerem as pazes.

"Ron!". Exclamou Harry, para depois sussurrar. "É do Sirius".

"Quem?". Perguntou Hermione.

"No trem eu explico!".

A carta dizia:

"Olá, Harry. Será um prazer conhecê-lo. Onde nos encontramos e quando?".

Harry rabiscou um endereço, agradeceu a coruja e a viu se afastar, levando a mensagem consigo.


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Notas finais do capítulo

Demorei mas postei, rs.



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