Depois da Guerra escrita por Nalamin


Capítulo 1
Capítulo 1




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Enfim, uma lufada de ar fresco. Um novo dia estava a começar e trazia consigo uma sensação de paz que já não se sentia há muito tempo. A guerra tinha finalmente acabado.

Hogwarts estava quase em ruínas, mas tal não impedia a presença dos vários bruxos que lutaram na batalha final. O Salão Principal tinha-se transformado numa enfermaria para acolher todos os feridos, que não eram poucos. Aqueles cujo estado foi considerado grave, já tinham sido encaminhados para o Hospital St. Mungus. A ala hospitalar ficou reservada para os que perderam a vida a lutar pelos seus ideais.

Um grupo de pessoas ajudava a Madame Pomfrey a tratar dos restantes feridos, uma delas era Hermione. O tempo que passou em fuga com Harry e Ronald, contribuiu para que aprofundasse os seus conhecimentos na arte curativa. Ela sentia que precisava de ocupar a mente e distrair-se dos últimos acontecimentos e não havia nada melhor do que ajudar os outros.

A família Weasley encontrava-se dividida. William e Charles estavam no Salão Principal à espera de tratamento. Os ferimentos que tinham pareciam superficiais, contudo Molly ordenou que os mesmos aguardassem por uma avaliação dos mesmos. Os restantes integrantes encontravam-se no St. Mungus à espera de novidades sobre o estado de saúde de Fred, um dos feridos graves. Durante a batalha, o gémeo ficou debaixo de escombros de uma parede, resultantes de uma derrocada provocada por um feitiço.

O único Weasley que estava ausente era Percy. O Weasley mais velho encontrava-se a duelar perto do irmão e apercebeu-se da derrocada iminente. Num ato de coragem, incapaz de ignorar os laços de família, como havia feito anteriormente, tentou salvar Fred, mas tal ato acabou por lhe tirar a vida.

Neville esperava no Salão Principal pela dispensa de Madame Pomfrey. Um braço fraturado foi o resultado dos vários duelos que travou. Já tinha recebido tratamento, mas não teve permissão de abandonar o Salão. Estava na companhia de Luna que apenas apresentava alguns arranhões. A loira era uma das pessoas que ajudava a curandeira da escola e terminava de colocar uma ligadura no membro fraturado do amigo.

Na ala hospitalar eram várias as famílias enlutadas. Não existe guerra sem morte, para ambos os lados. Eram vários os bruxos que não resistiram à guerra, infelizmente o número de estudantes falecidos não era baixo. Algumas famílias já tinham levado consigo os falecidos, entre eles estavam os irmãos Creevey, Lilá, Zacarias, Simas, Cho, Marieta, Goldstein, Mcmillan e Terencio Boot. A Armada Dumbledore ficou reduzida a pouco mais de metade dos seus integrantes.

Harry era um dos bruxos presentes na ala hospitalar. O bruxo encontrava-se no local mais afastado daquela sala, sentado em frente a duas camas, que se encontravam próximas como se ninguém quisesse separar o casal que ali jazia. De todas as mortes, nenhuma tinha impactado mais o jovem bruxo como aquele casal que parecia apenas adormecido. Os Marotos estavam finalmente reunidos, juntamente com as suas companheiras. Teddy tornou-se órfão, tal como ele.

Parecia que tinham passado dias ou semanas, mas na verdade, apenas algumas horas tinham passado, quando Harry sentiu um aperto no ombro.

— Nem a morte os separou. Espero que um dia tenha a sorte e a felicidade de viver um amor como o deles. Só lamento pelo pequeno Teddy.

— Qual é o ponto de situação? – Questionou Harry virando-se para a melhor amiga.

— Todos os feridos foram tratados e aqueles que estavam em estado mais grave, foram encaminhados para o St. Mungus. Os falecidos foram entregues às famílias. Os únicos em Hogwarts são os professores, os estudantes que perderam a família e os nascidos-trouxas, alguns funcionários do Ministério e nós.

— Andrómeda esteve aqui com o neto. Estava inconsolável. Comprometi-me a tratar de tudo o que for necessário para o funeral, mas sinceramente, não sei como o fazer. Não sei o que fazer daqui para a frente. Não sei como agir. Não sei como viver.

— Um dia de cada vez Harry. A guerra roubou-nos muitas coisas, a maioria delas nunca vamos conseguir recuperar, mas nada nos impede de fazer o que for necessário para seguir em frente. Até hoje sobrevivemos, agora chegou a hora de começarmos a viver.

— Como estão os Weasley?

— Molly e Arthur estavam inconsoláveis. Apesar de ter renegado a família, eles amavam incondicionalmente o filho. Não vai ser fácil para eles, superarem a morte do Percy. No final ele redimiu-se. Mas têm Fred para se preocuparem. Estava a pensar passar pelo St. Mungus para saber mais novidades. Que tal irmos juntos?

Depois de olhar uma última vez para o casal, os dois dirigiram-se para a saída onde encontraram a professora McGonagall, que logo começou a falar:

— Ainda bem que vos encontro. As cerimónias fúnebres estão a ser organizadas e irão ocorrer em três dias. Para além da vossa presença, gostaria de pedir ao Harry, que preparasse um discurso. Sei que não gosta de ser o centro das atenções, mas agradeceria que abrisse uma exceção como o Salvador do Mundo Bruxo. A maioria da população acreditou na sua vitória e inspirou-se em você, por essa razão julgo que algumas palavras suas seriam uma mais-valia para ajudar a seguir em frente.

— A professora tem razão, não gosto disso, mas farei o que pede.

— Queria também dizer que fizemos uma inspeção a todo o castelo. Apesar da destruição de algumas áreas, o castelo como um todo não foi tão afetado como estávamos à espera. Amanhã iremos começar a reconstrução dessas áreas. Iremos albergar os estudantes que perderam as suas famílias e as famílias que perderam as suas casas. Esperamos reabrir ainda no final deste ano para o ensino, depois da revisão do plano curricular. Espero a vossa presença para terminarem os estudos. Quero que saibam que Hogwarts terá sempre as portas abertas para vocês. Se quiserem ficar aqui até ao início do novo ano letivo, estão à vontade.

— Estou grata pelo convite Professora. Gostaria de ficar aqui e ajudar na reconstrução e posteriormente ingressar no novo ano. – Disse Hermione.

— Agradeço também o convite e irei aceitar, pelo menos a estadia. Antes de perseguir as Horcruxes saí de casa dos meus tios, seria bom ficar aqui por uns tempos e auxiliar na reconstrução, posteriormente pensarei no resto.

— Muito bem. Não os prendo mais aqui. Preciso de supervisionar a chegada daqueles que ainda precisam de refúgio. – Despediu-se a professora.

Posto isto, os dois adolescentes dirigiram-se para o limite do terreno para que pudessem aparatar no hospital bruxo.

— Antes de te procurar enviei um patrono ao Ronald a questionar o andar em que estavam. Com tantos feridos todos os andares têm todo o tipo de doentes. Fred está no rés-do-chão. – Informou a bruxa.

Ambos entraram no hospital e não foi preciso procurarem por muito tempo até encontrarem um conjunto de cabeças ruivas aglomeradas junto aos últimos quartos do corredor.

— Alguma novidade? – Questionou Harry quando encontrou o melhor amigo.

— Conseguiram estabilizá-lo, depois de vários feitiços para reverter as fraturas e poções para repor sangue, fortalecer e coisas que não me lembro. Já todos o vimos, estamos apenas à espera que os nossos pais terminem de falar com os curandeiros para irmos para casa. Ainda precisamos de tratar dos preparativos para o funeral do Percy. Se quiserem podem entrar para o ver, ele está acordado.

Harry e Hermione bateram à porta e entraram no quarto onde a matriarca e o patriarca da família se despediam do curandeiro que estava a tratar o filho.

— Harry! Hermione! Como estão? – Perguntou o acamado, que estava acompanhado do gémeo.

— Acho que nós é que deveríamos perguntar isso. – Respondeu Hermione. – Estamos melhor do que tu com certeza. – Brincou.

— Meus queridos, venham cá. Deixem-me ver como estão. – Chamou a senhora Weasley.

Os dois encaminharam-se para a mulher e envolveram-na num abraço.

— Sinto muito pela vossa perda, mas folgo em saber que o Fred está bem. – Disse Harry.

— Obrigado, meu garoto. – Agradeceu a ruiva. – Já falamos com o curandeiro e o Fred poderá voltar para casa dentro de dois dias. Por mais que queira ficar aqui, iremos agora para casa para reconstruir o que for preciso e depois voltarei para ficar com o Fred. Vocês são mais do que bem-vindos para ir e ficar connosco.

— Agradecemos o convite, mas a Professora McGonagall convidou-nos para ficar em Hogwarts. Para além disso, penso que este é o momento de ficarem em família para fazerem o luto de Percy. – Falou Hermione.

— Vocês também são da família. – Informou Artur.

— Nós sabemos e agradecemos senhor Weasley. – Respondeu o moreno – Talvez mais à frente aceitemos o convite, mas neste momento iríamos sentir-nos um pouco como estranhos visto que não convivemos muito com Percy. Para além disso queremos ajudar na reconstrução de Hogwarts. Espero que compreendam.

— Como quiserem. A nossa porta estará sempre aberta. Visitem-nos sempre que quiserem. – Avisou a matriarca.

— Se não se importarem, há outro lugar que preciso de ir. – Informou Harry. – As melhoras Fred.

— Preciso de me ausentar também. Até breve. – Despediu-se Hermione.

Os dois saíram do quarto e dirigiram-se até ao melhor amigo.

— Iremos ficar em Hogwarts. Se for preciso alguma coisa é só enviar um patrono ou uma coruja. – Disse Hermione. – Vamos ajudar na construção.

— Porque é que não ficam lá em casa? – Perguntou Ronald sem perceber.

— Esta é uma altura para ficarem em família e por mais que digam que somos família, não é a mesmo coisa e iriamos sentir-nos como dois intrusos. – Respondeu Hermione.

— Preciso de ir. – Informou Harry. – Tenho de passar em casa dos Tonks para conversar com a Andrómeda sobre a situação de Teddy.

— Também tenho de ir. Qualquer coisa já sabes Ron. – Despediu-se Hermione correndo atrás de Harry.

Quando os dois chegaram à área onde poderiam desaparecer Harry falou:

— Não irei demorar muito. Encontramo-nos em Hogwarts.

— Eu também vou. Quero ver o pequeno e falar com a senhora Tonks. Quero dar as minhas condolências e ajudar no que for necessário. Tonks era uma grande amiga, já para não falar que fui uma das madrinhas do casamento.

— Tudo bem. Vamos.


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