Blindwood escrita por Taigo Leão


Capítulo 9
Crime




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Eu tive um sonho em um lugar estranho.

Era como minha casa, mas tudo estava... Estranho. Minha visão estava embaçada, minha cabeça estava doendo. Era como se o quarto inteiro estivesse se movendo, mas eu estava parado. Minha cabeça doía muito.

Quando saí do quarto eu estava em outro lugar. Não era mais a minha casa. Era como se eu estivesse no espaço, mas era um azul cinzento, coberto por... Névoa. Neblina. Era como Blindwood, mas não havia casas, calçadas ou postes. Era apenas o vazio e a neblina até que eu o vi. Vi aquele homem, aquela silhueta. Não consegui ver o seu rosto mas reconheci sua marca registrada: o sobretudo bege. Ele estava parado com as mãos no bolso e quando notou que alguém havia chegado ali, começou a caminhar em frente, apressado.
Ele não olhava diretamente para mim, mas enquanto caminhava, olhava para trás e quando via que eu estava ali, acelerava o passo. Eu tentei pedir para ele esperar, mas nada saía de minha boca. Eu estava mudo, mas continuava a perseguí-lo. Não posso perdê-lo novamente.
Quando desisti dessa perseguição sem sentido, ele também parou. Enquanto diminuía meu passo, ele também diminuía o seu, até que os dois estavam parados naquele vazio, com dois metros nos separando, mas parecia ser bem mais.
Novamente ele ficou de lado, mas não olhava para mim; ele olhava para cima, estava com a cabeça levantada. Eu não conseguia ver seu rosto claramente.
Estiquei meu braço em sua direção temendo que se desse mais um passo, ele também daria e voltaríamos para este ciclo sem fim: Ele sempre irá fugir, não importa o que aconteça. Não posso chegar mais perto do que estou agora. É estranho, mas sinto paz nesta situação. Quero continuar aqui, assim, imóvel, tentando alcançá-lo mesmo sendo impossível. Estes dois metros, uma pequena distância, nos separam, mas quero continuar aqui. A distância não importa, apenas não quero acordar nunca mais.

Após a visita que fez à Elaine Campbell, Marco se dirigiu até o quarto de Agatha, mas ela não estava ali. Ele lamentou. O homem queria pedir perdão para sua amiga por não ter aparecido em sua apresentação. Ele sabia que ela não ligaria, afinal ele já conhecia todas as melodias, mas de toda forma ele se sentia mal por não ter prestigiado-a na última noite. Na realidade ele precisava voltar logo para sua casa; Marco ainda se sentia febril, mas como seu tio estava estranho, ele resolveu sair de casa.
Marco saiu do Chariotte e foi direto até o local onde Sarah Bove trabalhava; ele queria vê-la. Algo o atormentava neste momento.
Ele entrou no estabelecimento e se sentou próximo ao balcão, onde sempre costuma ficar. O lugar estava vazio; Com uma rápida olhada Marco conseguiu ver e saber quantas pessoas haviam ali, eram cinco. Ele era o sexto.
Ele se sentou e entrelaçou os dedos em cima do balcão, mantendo o olhar fixo neles, mas não olhava diretamente para eles. Na verdade ele apenas pousou o olhar naquele ponto enquanto sua mente estava focada em outra coisa. Em uma preocupação nova: Elaine Campbell.
Ele se lembrava claramente do olhar de Elaine e do interesse da mulher no terceiro andar. Justo naquele andar! Oh, Marco não acreditava em tal imprudencialidade; tal infelicidade! Como Elaine fora infeliz por duas vezes, talvez três! Ela foi infeliz por vir até Blindwood e agora por ter contato com aquele andar. Mas pior ainda: ela será infeliz se continuar mexendo nisso. Ela será muito infeliz, ele tinha certeza disso!
Marco tinha certeza de algo: existem coisas em Blindwood que ele, morador de vida inteira, não ousa mexer. Ele mesmo finge que certas coisas não existem; ele as ignora. Para Marco, a ignorância é uma benção. Ele ignora esse tipo de coisa que pode lhe chatear a cabeça; ele prefere ficar em paz. Como seu tio lhe disse, este lugar é um inferno e você queimará estando dentro ou fora. Marco preferia ficar de fora.
Sarah Bove veio na direção de Marco e ele se manteve pronto e disposto para lhe contar toda a situação, mas algo passou por sua mente: Ele precisava colocar essa preocupação na mente de Sarah Bove? Ele a conhecia bem e sabia que, neste momento, ela diria que está tudo bem e ficaria na dela, mas, assim que Marco saísse dali, se ele se escondesse em algum lugar e esperasse um pouco, conseguiria ver Sarah Bove abandonando seu trabalho para ir falar com Elaine Campbell no mesmo instante. Ele sabia que ela falaria tudo. Contaria toda a história, tudo que sabe e o que ouviu. Ela não se controlaria, ela seria atormentada por essa idéia e iria correndo até lá, onde contaria cada detalhe para Elaine e tiraria Elaine dali naquele instante. Ela alertaria e ficaria de segurança; ficaria de companhia. Ela não deixaria Elaine sozinha naquele lugar nunca mais. Ela também diria para Elaine esconder essa conversa e conhecimento de Marco, assim ele não saberia de nada! Ele sabia que se Sarah Bove não fizesse isso ela poderia ficar doente assim como ele está agora. Mas doente de preocupação. Ela sonharia e chamaria por Elaine enquanto dormia, e seu remédio seria unicamente dizer toda a verdade para a mulher que veio de fora. Essa é Sarah Bove. Ele a conhecia bem.
Marco então pensou duas vezes. Ele não diria nada.
— Marco! Está melhor? .– Era Sarah Bove que se aproximou.
— Estou sim. Meu tio disse que você foi me visitar ontem. Acredita que ele me disse isso? Veja, eu estou bem agora. Estou aqui. Passei a manhã com Ivan e trouxe o carro de Elaine Campbell. Ele está estacionado no beco aqui ao lado. Também passei em seu quarto para lhe dar a notícia, ela gostou da novidade e me disse que vocês estiveram ontem no Yoru, como foi?
— Marco, como fiquei preocupada com você! Oh, não conseguia me concentrar na apresentação, que foi deveras interessante! Eu escutei boa parte... Tinha um nome! Espere... Memória, não... Sentimento... Oh, já sei, é nostalgia! Nostalgia Mórbida!
— Nostalgia Fúnebre.
— Sim, isso mesmo. Nostalgia Fúnebre! Como pude me esquecer? De toda forma, não vi até o final. Eu fui até sua casa, sabe? Temi que seu tio tivesse feito algo com você. Não sei o quê, mas temi por isso. Só me senti realmente aliviada e em paz quando entrei em seu quarto e vi você ali, adormecido. Você estava ardendo em febre! Eu me sentei ao seu lado e fiquei ali alguns instantes lhe contando sobre a apresentação (e certamente lhe disse o nome certo!) e como passei o tempo todo pensando em ti, mas obviamente você não me escutava. Ao menos passei um tempo com você. Fico feliz que você está melhor!
— Sim, eu estou. – Marco coçou a lateral de seu rosto na altura da orelha e em seguida deu três batidas leves com a palma da mão no balcão. Ele ainda se sentia febril.– o que você pensa de Elaine Campbell?
— Elaine? Oh, Marco. Ela é adorável! Não sei muito sobre ela, você sabe, na realidade sei quase o mesmo que você. Mas não penso que ela esconde de nós, apenas não teve o tempo e nem a necessidade de nos contar ainda. Ela não esconde. Não conta porque não convém nestes momentos que estivemos juntas! Mas de qualquer forma eu gosto dela. Gosto de sua companhia. Ela me trás uma felicidade muito semelhante com a que sinto quando lhe vejo. São grandes proporções, você sabe... Apenas tenho medo e espero que ela fique em segurança aqui. Ela não pertence a esse lugar e qualquer um daqui consegue ver isso de longe.
— Talvez ela não queira realmente falar sobre si. Na realidade, não sabemos quem ela é de verdade, mas o quê isso importa? Ela não é o que conseguimos ver? Suas ações, suas falas, isso é o que ela é e isso é o que nos fez apreciar sua pessoa e querer sua amizade por perto. Neste momento me arrisco a dizer, na verdade digo isso com a maior certeza e naturalidade: veja, Elaine Campbell já é uma de nós. Eu sinto isso. Sinto ela próxima de mim, assim como você. Claro, não estão na mesma comparação, mas sinto que agora somos um grupo, você entende? Seguindo isso, estarei com ela e lhe protegerei se for necessário. Isso é estranho? Talvez eu esteja ficando louco...
Marco levou sua mão até o pescoço e notou que estava quente, mas não disse uma única palavra sobre.
— Marco! Você tem razão! Penso assim como ti, essa idéia também passou em minha cabeça. Vamos protegê-la. Ela é uma de nós. Assim como eu e você. Como você e eu! Ela é uma amiga. Uma grande, grande amiga. Somos um grupo! E não me faz mal algum se ela não me considerar sua amiga. Se sou apenas sua conhecida e sua "guia" neste vale desconhecido, isso não me faz mal algum e não me causa tristeza! Eu lhe entenderia se fosse o caso, sou uma completa desconhecida. Sim, é isso que sou. Mas para mim ela já é e continuará sendo uma grande, grande amiga.
Sarah Bove sorriu e se sentiu tão contente que abraçou Marco ali mesmo.
— Marco! Você está quente! Está com febre, não está?
— Eu estou bem, não se preocupe. Voltarei para casa agora, você tem trabalho para fazer. Até mais.
Marco se levantou e saiu. No fim ele omitiu não apenas sobre o terceiro andar, mas também sobre os sonhos e sobre o espírito daquele lugar que Elaine conheceu. Também omitiu sobre Maria. Ele se sentiu satisfeito, como se tivesse cumprido uma missão, mas ao mesmo tempo sabia que apenas afugentou por ora uma situação inevitável, pois em um breve futuro (sim, com certeza será breve), Sarah Bove descobrirá sobre tudo, se for importante como há de ser.
Sua intuição começou a zumbir. Ele sabia que Elaine não deixaria de ir até aquele andar como ele lhe recomendara. Na próxima vez que a visse ele diria a verdade, foi o que pensou.
Marco estava desconcertado e tremia. Decerto era pelo estado febril e o frio que fazia nesta tarde aqui, em Blindwood.
Ele caminhou de volta para sua casa lentamente, passo por passo. Ele se abraçava para tentar amenizar o frio que sentia naquele momento e estava tão febril que lhe custara colocar os pensamentos em ordem. Por alguns instantes ele caminhou focando apenas no som de seus passos enquanto olhava para suas botas. Ele também escutava a própria respiração, ofegante.
Ele disse para si mesmo que contaria tudo, tudo mesmo para Elaine. Ele lhe diria cada palavra, cada frase, cada segredo. Ele lhe diria tudo que sabe sobre o hotel e sobre Elisabeth Lee, já que Elaine observou por um bom tempo a estátua naquele dia. Ele sabia que havia chamado sua atenção. Ele lhe diria sobre os lados mais obscuros de Blindwood. Diria tudo que a jornalista quisesse saber apenas para matar sua curiosidade e porque ele tinha vontade. Ele tinha a vontade de falar, falar sobre isso. Sarah Bove não gostava de tocar no assunto e por esse motivo, ele não falava com ela sobre. Mas... O que ele poderia falar? Todos, qualquer um que more em Blindwood sabe das coisas que acontecem ali. Falar sobre não seria nenhuma novidade; seriam apenas duas ou mais pessoas falando situações que os ouvintes já conhecem, mas de um outro ponto de vista não tão importante assim, já que em suma, o conteúdo é o mesmo.
Ele lhe contaria tudo.
Por um momento, Marco sentiu que estava sendo seguido, mas olhar para trás não adiantaria nada já que a neblina estava forte. Ele pensou que diminuir seu passo seria suspeito então continuou caminhando da mesma forma que estava antes, sem diminuir e nem aumentar sua velocidade. Ele estava febril demais para correr nesse momento; havia o medo de um desmaio.
Toda a concentração de Marco estava centrada em caminhar passo a passo para chegar em casa em segurança. Lá ele poderia descansar e amanhã seria um novo dia. Ele precisava apenas disso. Do descanso.
Marco chegou até sua casa e pensou que estava imaginando coisas em razão da doença; ninguém o seguia.
Ele entrou na casa chamando pelo seu tio, mas não obteve uma resposta. Pela falta de luz na casa, imaginou que seu tio havia saído e ele estava sozinho.
Marco subiu as escadas no escuro e foi até o seu quarto, onde retirou o sobretudo. Ele foi até o banheiro e se olhou no espelho. Suas olheiras estavam à mostra. Ele parecia cansado. Marco não gostou da visão e logo saiu dali, descendo as escadas.
Ele foi até a cozinha atrás de algo para beber. Após encher um copo com água e beber um pouco, ele escutou um barulho de madeira rangendo na sala: havia alguém ali.
Quando Marco se aproximou da sala viu seu tio em pé ali no escuro, frente o sofá.
— Tio, o que faz aqui no escuro?
— Ele não está aqui.
Marco engoliu em seco. Ele já sabia o que estava acontecendo.
— Onde ele está? – seu tio perguntou.
— Tio, acalme-se.
— Onde está a droga do seu pai?
— Tio, acalme-se.
— Você! – seu tio chutou a mesa de centro.– Se você não tivesse nascido! Se isso não tivesse acontecido! Eles ainda estariam aqui! Seu maldito! Você sabe, sabe que é verdade! Seu pai nunca mais vai voltar, Ana também não. Você sabe disso! Seu maldito. Você acabou com o futuro de sua família, agora você terá o mesmo fim que eles! Ora, por quê? A culpa é sua, você sabe! Você merece ficar sozinho. Você merece, merece morrer!
Seu tio se jogou no sofá e levou as mãos até a cabeça, ele gemia de sofrimento.
Marco preferiu sair dali então voltou até a cozinha onde guardou o copo que estava em sua mão. Seu tio estava daquela forma de novo. Marco precisava deixá-lo sozinho. Era o melhor a se fazer.
Ele começou a subir as escadas, mas algo o pegou pela gola da camisa e o puxou, jogando-o no chão. Era o seu tio.
— Seu maldito! Agora você... Vai pagar!
O tio de Marco chutou-o forte por três vezes das quais suas tentativas de defesa foram em vão. Ele estava jogado no chão e não conseguia se levantar. Também não queria machucar o seu tio, então apenas tentava se defender.
Após o terceiro chute, Marco conseguiu se levantar rapidamente e tentou se aproximar de seu tio, pedindo novamente para o mesmo ter calma, mas nesse momento seu tio estava com uma faca grande em mãos.
— Tio, se acalme. – Marco esticava os braços e caminhava lentamente para trás, tentando se afastar do tio. Ele acabou chegando até o sofá e pego de surpresa, quase caiu no mesmo. Foi o momento que seu tio se aproximou, tentando cortá-lo. Havia fúria em seu olhar.
— Seu maldito! Você vai para o mesmo lugar que eles... Na verdade, você vai para um lugar pior! Você será mais um em Blindwood, você será...
Seu tio novamente tentou acertá-lo. Marco era um homem magro e seu tio era um homem gordo. Todo o seu corpo cercava Marco, que estava tremendo e não via uma forma de fugir dali. Ele não queria machucar o seu tio e estava muito nervoso. Suas tentativas de pensar em uma forma de fugir daquela situação não chegavam a formar uma idéia concreta do que fazer. Sua mente o abandonou; ele estava por conta própria.
Na terceira tentativa seu tio conseguiu acertá-lo de raspão, fazendo um corte em seu braço. Marco gemeu de dor.
Seu tio veio em uma quarta tentativa, urrando de raiva e dessa vez ele tentou um acerto certeiro; ele tiraria a vida de Marco. Ele se jogou para cima de Marco segurando aquela faca, mas sua forma de segurar era errada: ele estava segurando-a com a ponta apontada para Marco. Marco notou isso e tentou parar a mão de seu tio usando as suas, mas acabou se cortando, segurando na própria lâmina para tentar parar aquilo. Ele estava tremendo muito. Estava sangrando.
— Tio, pare tio! – ele implorou enquanto seu tio empurrava aquela faca contra ele.
Marco estava por um fio, ele morreria ali, naquele instante. Sua vida passou diante de seus olhos como um brilho; ele começou a se lembrar de coisas aleatórias que lhe aconteceu. Ele se lembrou do acidente, quando seus pais iriam fugir de Blindwood mas voltaram para buscá-lo, foi nessa triste volta que aquilo aconteceu e desde então, sua família é apenas seu tio. Marco pensou em Sarah Bove e posteriormente em Elaine. Sim, ele precisava viver, ele prometeu para Bove que protegeria Elaine. Marco estava furioso.
Ele colocou toda sua força em suas mãos e conseguiu afastar seu tio um pouco: a lâmina já havia cortado sua camisa e quase sua pele. Ele empurrou o braço armado de seu tio contra ele e acabou cortando o corpo de seu tio. Ele estava sangrando.
Marco estava furioso. Ele deu um grito de fervor e empurrou seu tio com força, usando seu próprio ombro como impulso contra o corpo de seu tio.
O tio bateu a cabeça na quina da mesa de centro antes de cair desacordado no chão. Sua cabeça sangrava.
Marco estava furioso, ele estava muito furioso. Ele não enxergava nada em sua frente agora; tudo era uma imensa branquidão. Ele apertou suas mãos com força e pediu para os céus para tudo isso acabar logo. Neste momento ele pedia... ele desejava que seu tio morresse! Ele não queria mais que seu tio vivesse neste mundo. Seu tio é atroz! É grosseiro, repugnante! É um homem vil, maléfico! É um traíra, um porco. Ele não merecia mais estar vivo!
Marco estava com toda a fúria do mundo enquanto fazia este desejo, mas logo se lembrou de que era sua família então interrompeu estes pensamentos, balançando sua cabeça para voltar para a realidade e isso funcionou; agora ele enxergava tudo novamente. Enquanto sua visão voltava, ele desejava que estivesse em sua cama e tudo aquilo não passasse de um pesadelo.
Marco olhou em volta e ele realmente estava na sala, mas estava ajoelhado. O silêncio reinava e em sua frente estava seu tio caído: sangue saía de sua cabeça e também de seu peito (havia um corte ali também, ele havia levado três facadas).
Em suas mãos, Marco apertava a faca que seu tio usou para tentar matá-lo. A faca estava suja de sangue. As mãos de Marco também estavam. Ele tremeu novamente.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo também será sobre a perspectiva de Marco e vou lançar ele até quarta-feira. Espero que gostem!



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