Blindwood escrita por Taigo Leão


Capítulo 27
O fim...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805763/chapter/27

Elaine estava atordoada.
Sua cabeça doía.
Seu corpo estava pesado e coberto.
Se mover era algo complicado.
Até mesmo abrir os seus olhos era uma tarefa muito árdua, dado em conta a luz branca que dava a impressão de que a cegaria.
Quando conseguiu abrir os olhos, bem lentamente, Elaine conseguiu ver onde estava.
Ela estava deitada em uma cama de ferro, com um cobertor, e escutava o som de algumas máquinas.
Elaine viu uma decoração sem graça. Algumas plantas e uma poltrona, além de muitas máquinas de onde saiam cabos que se ligavam a ela. Tudo isso acompanhado de um bipe.
Ela estava em um quarto de hospital.
Haviam fios grudados em seu braço esquerdo, e também uma máscara respiratória em sua boca.
Elaine olhou em volta e não havia mais ninguém ali. Ela estava sozinha.
Elaine tentou se levantar, mas seu corpo ainda estava pesado. Até mesmo a simples ação de retirar a máscara foi difícil e pareceu uma tarefa árdua para ela neste momento. Seu corpo inteiro doía, sua cabeça também. Tudo estava doendo, inclusive internamente. Seu coração estava apertado. Elaine chorava.
Quando retirou a máscara, alguém abriu a porta. Era uma mulher vestida de branco, com algo nas mãos.
— Ei... Você acordou!
Era uma médica.
A mulher saiu dali apressadamente e logo retornou com mais dois enfermeiros.
Após examinar os sinais das máquinas e conversarem entre si, eles fizeram algumas perguntas para Elaine sobre quem ela era e o que havia acontecido, de forma que Elaine não sabia responder sem mencionar Blindwood.
Ela era uma jornalista que foi até lá investigar um caso antigo, mas não se lembrava do que havia acontecido depois disso. Apenas do clarão.
Até mesmo falar era difícil para Elaine. Seu maxilar também doía e sua voz soava estranha. Tudo era estranho.
Eles então saíram e deixaram Elaine ali sem dizer mais nada. Ela apenas conseguia olhar pela janela. Estava nevando forte. Ela não conseguia ver o céu.
Elaine não conseguia se levantar, então não teve escolha além de permanecer ali, esperando pela volta de alguém.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, um homem então entrou na sala. Este puxou uma cadeira e se sentou ao lado da cama de Elaine.
— Elaine. Meu nome é Ray. Acabei de ver os seus relatórios. Bom... Você estava em um coma que durou duas semanas. Na verdade, hoje fazem quinze dias. Você disse sobre Blindwood? Então você estava a caminho daquele lugar? Elaine... Sinto lhe dizer que você nem ao menos chegou naquele vale... A verdade é que você sofreu um acidente. Acreditamos que perdeu o controle de seu carro e saiu da estrada, batendo com força em uma árvore. Sendo sincero, é um milagre estar viva! Mas assim como você, não perdemos a esperança, e particularmente me sinto muito feliz de vê-la aqui, consciente.
— Doutor... Eu não entendo...  Eu estava em Blindwood. Fui até lá atrás de um artigo. Sabe? Eu sou jornalista. Eu estava terminando o meu trabalho lá quando acordei aqui.
O homem arrumou os seus óculos.
— Elaine. Sinto informar que tudo isso foi fruto de seu coma. Você estava sonhando. Você não chegou nem perto de Blindwood, essa é a verdade.
Elaine abaixou o olhar, atônita. Ela não compreendia como isso estava acontecendo. Ela tinha a certeza de que vivenciou tudo aquilo. Tudo foi real. Ela tinha a certeza disso.
O rádio do doutor tocou, e ele saiu apressado, dizendo que logo voltaria para vê-la novamente, mas por ora, ela precisava descansar.
Elaine tentou fazer movimentos simples como abrir e fechar as mãos, e já estava se acostumando com isso. Ela não sentia mais tanta dor quanto a pouco, mas ainda se sentia incomodada.
Elaine tentou mover seu pescoço para um lado e para o outro, e em um desses movimentos acabou vendo algo em cima de uma pequena mesa de cabeceira que havia ao lado da cama.
Havia um colar dourado ali.
Elaine o reconheceu. Era o colar que Marco havia lhe mostrado!
Elaine o pegou e começou a ver a pirâmide dentro da jóia vermelha do colar, levantando a mesma na frente de seu rosto.
Apenas isso já mostraria para Elaine que os médicos estavam enganados. Ela realmente esteve em Blindwood. Mas como foi parar ali? O que havia acontecido?
Perdida em seus pensamentos, outra coisa chamou a atenção de Elaine.
Na janela, além da neve que caía, ela conseguiu ver algo. Era um reflexo. Mas era estranho. Não era o reflexo do quarto do hospital. Era de um outro lugar.
A silhueta que se revelava na janela era de uma criança magra e pálida, com um vestido azul e sujo. A garota da silhueta esticava a palma de sua mão estendida e a juntava ao vidro da janela.
No mesmo instante, Elaine reconheceu aquela criança.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que me apoiaram com as visualizações durante o tempo em que escrevi essa história. Foi incrível! Eu definitivamente tenho muito mais a contar sobre Blindwood, mas essa história de Elaine se encerra por aqui.
Obrigado pelo apoio!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Blindwood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.