Dois lados de um perfeito casal escrita por Lux Noctis


Capítulo 1
Do caos ao amor


Notas iniciais do capítulo

REPI BÃRFIDEI TCHU IU!
Brinks, mas espero que goste, é curtinha e singela, mas é com carinho.



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Um bom vinho —  certamente escolhido na adega que Shino mantinha com zelo e orgulho, no que dependesse de Kiba o vinho seria o que tivesse na hora de fazer as compras, Shino quem se empenhava e sabia distinguir —, boa música e um jantar especial. Era a forma de comemorar devidamente, ainda mais, tantos anos de união. União que havia começado às avessas? Sim. De modo truncado, desajeitado e com Kiba despejando em seu futuro parceiro uma panelada cheia de água e fusões de chá? Sim.



Em retrospecto, talvez, devêssemos contar que Shino e Kiba tiveram um casamento arranjado. E que, ao ver do jovem Kiba daquela época, ele não queria se casar com um velho senil. (Coisa que Shino chegou a ouvir enquanto apresentava-se honrosamente a líder do clã dos Inuzuka). 

Regado com seu gênio tinhoso, Kiba acatou a ordem de sua mãe em preparar um chá. Talvez ela devesse ter sido um pouco mais específica, pois Kiba fez um panelaço de chá. Infusões de ervas e muita água, esperou que aquecesse o bastante para que o aroma fosse sentido na sala enquanto sua mãe e seu futuro —  não se ele pudesse evitar —, marido discutiam os acertos finais daquela união que, segundo todos na vila, seria a união perfeita. Shino, herdeiro do clã Aburame, líder de seu povo e provedor de uma das maiores vilas ao sul, e Kiba, caçula da líder da vila do norte. Dois pólos, dois lados. Dois temperamentos distintos: Shino, a calmaria, Kiba a tempestade. 

“Sirva-nos”, sua mãe pediu com a gentileza que nunca usava, não com seus filhos, geniosa que era, mas ainda assim Kiba sabia que não queria partir, não para junto de um velho e longe de sua família a quem tanto amava. Em desculpa de Kiba, Tsume não fora específica, então, quando Kiba serviu chá a seu futuro noivo, serviu-o da cabeça aos pés, e de quebra o assento que fazia de sofá com almofadas macias e de estampa colorida.

Kiba sequer tivera a chance de dar de cara com o noivo, bem, não até o momento que Shino se pôs de pé, tão mais alto que Kiba que o assustou. Velhos não deveriam ser curvados e pequenos? Agarrou-se a panela como se fosse sua tábua de salvação. Viu sua mãe dividida entre a fúria e a força para não rir. Embora odiasse que qualquer ato de seus filhos estragassem a diplomacia que tentava, Tsume nunca negou que adorava ver um engomado passar por poucas e boas quando viajava para o norte, para suas terras de sol ardente. 

Dois metros? Mais? Kiba levantava o rosto milímetro a milímetro assustado com o tamanho daquele alpha que, muito em breve, não seria seu marido. Alto, branco como o beijo da lua numa noite de verão. Feição séria, cabelos escuros… nenhuma ruga, lábios finos e com uma língua que serpenteava um pouco para fora dos lábios, sorvendo o chá que escorria por seu rosto. Kiba queria negar, queria dizer que era o cheiro do chá, mas em nada tinha a ver com o aroma que sentia, com a certeza de que poderia reconhecê-lo como parceiro, e ele nem parecia ser velho, não mesmo! 

“Faltou infusionar mais tempo. Se quiser mesmo fazer parte do meu clã, ao menos um bom chá seria necessário fazer” 

Okay, talvez ele quase tenha jogado a panela, não fosse a mão de Shino fechando-se ao redor de seu punho. 

Começaram tão errado. Tortuosos, briguentos (isso por conta de Kiba, claro, que fazia questão de discordar de tudo, das tentativas de cortejo —  muito embora Shino soubesse pelo cheiro de Kiba que era apenas birra), um começo demorado mas… um começo. 

 

Terminando de arrumar a mesa Kiba sorriu, a mão pousou nas costas, alongando-se minimamente. 

—  Kiba?

A voz grave que preenchia, não só os ouvidos de Kiba, mas aquela casa que era grande demais para apenas dois. 

—  Feliz 2 anos! —  esticou os braços como se ofertasse um banquete a um deus. 

Seria três anos… se Kiba não tivesse atazanado tanto no cortejo para o noivado. 

—  Feliz dois anos. —  Shino aproximou-se, sabia reconhecer pequenas mudanças no comportamento do parceiro. —  Kiba…

—  Ano que vem vamos comemorar à três. —  voltou à postura de quem se alongava, dessa vez a mão chegando ao ventre, um sorriso nos lábios maior do que antes. 

Era uma boa forma de comemorar um novo ano de união, uma nova vida para abrilhantar ainda mais o casal destoante que fora do caos ao amor. 


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Notas finais do capítulo

Talvez eu tenha ideias de trazer o "meio" dessa história em short-fic. TALVEZ



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