Delicate escrita por Foster


Capítulo 1
You must like me for me


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Estamos aqui em mais uma edição do Fevereiro Drastoria, que eu particularmente amo demais! Adoro um angst com os dois e com Taylor Swift então fica melhor ainda!

Espero que gostem ♥

P.S: Essa fanfic está ligada à história Better Man, da Trice! Não há uma ordem específica para ler, mas indico lerem ambas: https://fanfiction.com.br/historia/805521/Better_man/capitulo/1/.



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Minha reputação nunca esteve pior.

Ao saberem do nosso fim, a reação de todos era a mesma. “Ela está melhor sozinha”, diziam, sempre em tom de conformidade, como se tivessem absorvido a informação, processado-a e seguido em frente. Como se estivéssemos falando sobre algo banal, como o tempo nublado e a possibilidade de chuva. Nessas ocasiões, eu sempre sentia o meu peito se afundar ainda mais, como se a dor que eu sentisse em meu coração fosse invisível e insignificante. 

Mas não era. Estava longe de ser. 

Eu percebi que, para eles, não era surpresa alguma o nosso fim, independentemente do quão miserável eu estivesse me sentindo. No fundo, ninguém havia apostado em nós dois. Afinal, quem acreditaria que eu, considerando o meu histórico, poderia amar alguém? 

Por isso, não recebi nenhum olhar ou palavra de consolo; ninguém pensava que, por dentro desta carcaça humana existia um coração, agora destroçado. No máximo, eu era digno de pena por ter perdido uma mulher que obviamente era boa demais para mim. 

Desde o início, quando pousei os meus olhos em você, naquele vestido azul que a deixava ainda mais estonteante e hipnotizante que o normal, eu soube que nada de bom poderia surgir. 

Você sempre teve o coração puro, enquanto eu já não poderia dizer o mesmo do meu. Fui inocente ao pensar que, me envolvendo com você, poderia, aos poucos, retomar algo de bom dentro de mim. O coração humano uma vez corrompido, não possuía conserto. Eu sempre acreditei nisso, você sempre rebateu. No fim, eu estava certo e, céus, nunca desejei tanto estar errado.   

Minha reputação nunca esteve pior, então você deve gostar de quem sou por debaixo da pele.

Você dizia que gostava de mim pelo o que eu era, mas eu sei o quanto era difícil para você lidar com os meus momentos sombrios, em que, por mais que eu estivesse completamente preenchido pelo seu amor, ainda não conseguia ver a luz no caminho. 

Sempre me senti condenado, mas amar você mudou tudo. De repente, eu desejava ser digno de amar e ser amado, independente de tudo o que havia feito. Contudo, a maldita voz na minha cabeça nunca permitia que eu me esquecesse do que eu de fato era: uma escória humana. 

De tantos arrependimentos que eu tenho, ter perdido você talvez seja o maior deles. Isso pode soar extremamente egoísta, considerando a magnitude do restante dos itens da minha lista, mas nunca fui um excelente praticamente do altruísmo, muito embora você tenha colocado essa fé de que, um dia, eu chegaria lá. 

E, talvez, eu tenha atingido esse patamar altruísta pela primeira vez na vida porque, paradoxalmente a tudo o que eu venho sentindo, eu sei que deixar você ir foi, na verdade, o maior ato não egoísta que eu já fiz. 

Não consigo parar de lembrar de nossos momentos mágicos juntos. Todos eles parecem gravados a ferro em minha retina, sendo repetidos infinitamente. Mas, embora a felicidade tenha existido, eu sei que a fiz sofrer. E não poderia continuar vivendo em paz sabendo que a mulher que eu amo estava sendo machucada repetidamente por mim. 

Eu gostaria de ter conseguido ser um homem melhor.

Eu gostaria de ser um homem melhor.

Ou ao menos tentar. De novo. 

Só os astros sabem o quanto eu tentaria, incansavelmente, até os meus últimos dias de vida.

Mas de que adiantaria? Mesmo trabalhando até cair duro para, um dia, ser merecedor de você, eu jamais seria capaz de chegar aos seus pés. 

Eu não mereço você. 

Nunca mereci. 

Todos sabiam disso. Eu sabia disso, apenas teimei em ignorar os sinais e abafar a voz da minha consciência. Irônico, não? Quando estava a maldita voz quando eu precisava? Talvez eu não tivesse tantos arrependimentos. Talvez eu fosse um homem melhor. Talvez, pudéssemos ficar juntos. 

Eu gostaria de ter coragem de tentar novamente, mas o meu fracasso já está previsto e eu nunca lidei muito bem com derrotas. E você não merece um derrotado. 

Se eu fosse um homem melhor - ou só um pouco mais decente do que sou agora -, eu poderia ir até você e lhe dizer tudo o que quero de verdade, sem esconder os meus sentimentos nas entrelinhas. Poderia elaborar minhas desculpas para não tê-la mais em meus braços todas as noites, mas ainda é muito cedo. As feridas estão expostas. Eu não poderia ir atrás de você apenas para tripudiar em cima do fato de que não podemos estar juntos. E também não poderia abrir margem para reatarmos. 

É delicado. 

Nas poucas vezes que a vi desde então, tento ler os seus olhos. Procuro em cada gesto um sinal, mas não encontro. Não faço ideia de como você reagiu a tudo isso. E se você estivesse cansada de mim e este tiver sido o estopim para me esquecer? Não consigo evitar pensar em você e no que você está sentindo. Espero que não esteja sofrendo, mas também não sou altruísta o suficiente para não me perguntar se você está sonhando comigo.

Egoisticamente encaro os seus olhos azuis, incapaz de quebrar o contato visual, pois nunca sei quando iremos nos ver novamente e simplesmente preciso mergulhar nas suas orbes azuis. Há algo agridoce nisso e quase masoquista, admito, porém não é nenhuma novidade. 

Gosto de pensar que, enquanto estamos nos encarando, nada mais no mundo existe. A noção de tempo e espaço é perdida: não há mais o passado para me assombrar ou o futuro para me sufocar. As pessoas não importam, absolutamente nada importa. Naqueles segundos de contato visual, somos só eu e você, e eu me permito fingir que você é minha por todo o maldito tempo.

Mas então você desvia os olhos e, inevitavelmente, sinto o meu peito afundar. Lá está a dor novamente e o pensamento tortuoso sobre o que poderia ter acontecido se eu tivesse tido a coragem de pegar a sua mão e simplesmente dizer: eu te amo.

Sem justificativas pela minha fuga, sem amargor, sem nada. Apenas a mais crua verdade, impossível de ser mascarada. Que eu a amo e sempre irei amar. 

E é justamente por amá-la, que preciso deixá-la ir. Então eu não a puxo pela mão e não digo nada. Apenas a observo se dirigir para conversar com outras pessoas e abraço a dor como se fosse uma velha amiga.  

E, assim, tento sobreviver.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Beijos ♥



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