procurando por afeição em todos os lugares errados escrita por saturn


Capítulo 1
eu vejo meu reflexo em seus olhos (eu me vejo em você)


Notas iniciais do capítulo

Músicas sugeridas:
1. The Red Means I Love You - Madds Buckley
2. High School Sweathearts - Melanie Martinez
3. Refletions - The Neighboorhood
4. Affection - BETWEEN FRIENDS



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1.

Quando Oliver era mais novo, cheio de ingenuidade e prepotência, ele costumava ter essa coisa na qual ele precisava que todos acreditassem que ele era o melhor, o ‘príncipe de Starling’, o herdeiro, o garoto problema. E se eles não estivessem completamente mesmerizados e apaixonados e meio que intimidados por ele, então... então ele não se sentia bem consigo mesmo.

Não significa que ele era sem coração, ou muito cheio de arrogância e narcisismo que era incapaz de amar outros, é que desde cedo ele aprendeu que o único valor que tinha era aquele atribuído pela admiração, ainda que relutante, de segundos e terceiros. E Oliver não era naturalmente inteligente, não da maneira como a escola ou seus pais queriam, nem artístico ou atlético. O que restava era seu carisma e beleza, e isso se tornou sua principal fonte de auto-satisfação.

Enquanto criança, ele era cuidado por babás que raramente lembravam seu nome e por Raisa, que o ensinou a cozinhar e limpar manchas de sangue de suas roupas, habilidade necessária conforme ele continuava misteriosamente se machucando enquanto brincava pela mansão (era uma tentativa inútil de chamar atenção de seus pais, mas eficiente para que ele pudesse ficar sentado em seu canto e não precisar brincar com as outras crianças as quais não suportava durante o recreio).

A velha senhora russa costumava dizer que não era obrigação de ninguém limpar sua bagunça, e que Oliver deveria se responsabilizar por toda a sujeira que fizesse. Ela era rígida e amável das melhores maneiras, e a coisa mais próxima que ele já teve de uma avó em toda sua vida.

Ele cresceu e a necessidade de se manter afastado das outras pessoas se converteu em uma necessidade constante de aprovação. Thea nasceu, e as poucas migalhas de atenção que ele tinha de seus pais foram roubadas, mas ele não se importou porque ela era adorável e o amava mais do que qualquer outra pessoa já amou.

Era apenas uma questão de encontrar novas maneiras de ser notado.

No verão antes da faculdade, ele se envolveu em um escândalo com o herdeiro das Indústrias Wayne – Bruce era bonito, misterioso e charmoso de todas as melhores maneiras, e Oliver estava bêbado o suficiente para não se importar com as consequências – e de repente ele tinha toda a atenção que queria. Se era boa ou não, isso não importava.

Oliver foi notado, e era viciante.

Então ele conheceu Laurel, que era bonita e inteligente, mas faltava carisma. E ela o adorava, não pela imagem que ele projetava, não por Ollie Queen, o herdeiro da QC, mas sim por quem ele se permitia ser por trás dos panos – ela viu nele alguém amável, alguém admirável. Alguém que ele não conseguia ver.

Foi difícil escapar de antigos hábitos, mas ele conseguiu por sólidos cinco meses. Cinco meses sendo bonzinho, se esforçado e mantendo a reputação e o nariz limpos. Seus pais estavam orgulhosos e Laurel o amava, e ele se permitiu pensar que jamais se cansaria disso.

Por um tempo, isso foi o suficiente.

Até que deixou de ser.

Acontece que Oliver era como um buraco negro, ele consumia tudo ao seu redor, mas nunca estava satisfeito. O amor de Laurel logo se tornou insuficiente, e o que ele sentia por ela já não era mais capaz de suprimir seus egoísmos.

Oliver queria mais. Ele sempre queria mais. E se outros precisassem perder para que ele pudesse ganhar, que seja. Pisar em cabeças era especialidade de sua família, e ele não era exceção à regra.

No início, ele se deixou levar por outras mulheres, e ocasionalmente por outros homens, em busca de preencher o vazio do tempo que ele passava longe de Laurel. Eles foram para a faculdade e de repente ele não era mais o centro de seu universo – mas podia ser de outros.

Mas então Laurel o apresentou a sua família e, consequentemente, Sara Lance.

Ele gostava de Laurel porque ela era alguém fácil de amar, e ele gostava do que era fácil quase tanto quanto gostava do que era complicado. Mas Sara? Sara era complicada de todas as melhores maneiras e ele estava obcecado pela irmãzinha de sua namorada, que usava batom roxo e jaqueta de couro e sempre estava sangrando em algum lugar.

Ela era energia nervosa, caos e destruição. Hábitos insalubres, vergonha geracional, necessidade de atenção, inconsequência, êxtase e velocidade.

Era como olhar para um espelho.

 

2.

Sara conhecia monstros, e foi necessária apenas uma olhada em Oliver para saber que nos últimos cinco anos ele havia passado tempo demais no escuro – e que tinha trazido algo quando se arrastou de volta para a luz.

O garoto egoísta e carente por quem ela tolamente se apaixonou havia morrido em algum momento entre o naufrágio e seu misterioso retorno, ela começou a perceber isso quando ele apontou uma arma para a cabeça de Ivo e o matou para que ela não precisasse. Ou talvez quando, no cargueiro, ele estava coberto restos mortais de outros, mas a beijou fortemente como sempre, o sangue de ambos se misturando com o daqueles que caíram por suas mãos, e sorriu de maneira que o fazia parecer levemente maníaco. Ele era alguém diferente do que um dia já foi, um reflexo distorcido de seu antigo eu, e Sara entendia tudo de reflexos distorcidos e sócias, porque ela mesma era tudo isso e muito mais.

Não houve um dia na vida de Sara que ela não se sentiu como uma impostora.

Ela nunca foi a filha prodígio que seus pais esperavam, nunca foi brilhante, ou inocente, ou generosa, ou talentosa. Ela sempre foi uma decepção e isso sempre ficou bem claro, desde que era criança e foi lhe negado o direito de ganhar sobremesa extra a não ser que ela fosse um pouco mais como a irmã.

Laurel era tudo o que Sara jamais poderia ser.

Sua irmã era tão inteligente e socialmente desajeitada (de uma maneira fofa, e não esquisita) quanto sua mãe, e tão justa e moral quanto seu pai. Ela era perfeita sem se esforçar, cativante embora esquisita, cheia de vitalidade e luz enquanto Sara se sentia mais como um cadáver ambulante do que um ser humano propriamente dito na maioria dos dias. Ela não cabia no quadro perfeito da família policial, ela era a filha problema cujo pai tinha que usar todos os favores que lhe deviam para manter a ficha limpa.

Ela era do tipo que pulava aula de matemática para fumar maconha e chupar a filha do pastor atrás da capela da escola católica que lhe forçaram a frequentar. Ela roubava dízimo da igreja para comprar álcool, usava as pessoas para atingir seus próprios objetivos e dormiu com todos os namorados da irmã quando lhe proibiram de ter um próprio (Daniel Cont do ensino médio, Jonas Jordan que foi rei do baile de primavera, Carlos Duarte do acampamento de verão, Nikolas Hawke do clube de teatro).

Não que ela não amasse sua irmã ou seus pais, porque ela amava. Mas ela nunca era o suficiente para eles, ela sempre tinha que ser mais como Laurel e menos como Sara, e isso a tornava amarga.

A Lance mais nova não tinha amigos, porque era drama e esforço demais para sua vida fácil, mas ela tinha conhecidos e amantes aqui e ali. Ela tinha essas pessoas que paravam o que estavam fazendo para olhar ela passar, mesmo que fosse apenas porque sua saia era curta demais ou ela estivesse falando alto de mais. Nada disso importava, porque por poucos momentos, Sara Lance era relevante e – ela ao menos podia fingir que – amada.

Talvez no fundo ela só se sentisse incompreendida e deixada de lado no geral, a sombra de sua irmã mais velha, a segunda melhor. Talvez ela só quisesse se sentir querida por quem era, notada pelas poucas qualidades que tinha. Mas isso não era ofício seu, e ela se contentou com isso, aprendeu a conviver com isso.

Até Oliver Queen.

Porque Oliver Queen era como ela, e Sara Lance sabia bem disso. O menino-estrela tinha a mesma quantidade de egoísmo e escuridão dentro de si que ela, e isso foi o suficiente para atrair ambos um para a orbita do outro tão fortemente quanto eles atraiam problemas por onde passavam.

Oliver Queen nunca parecia capaz de manter seus olhos e suas mãos afastados dela (com o tempo, ele passou a ser incapaz de manter seu coração longe também).

E Sara nunca mais se cansou daquilo.

 

3.

Na ilha, Oliver se transmuta em alguém tão sombrio e indiferente que na maior parte do tempo ele tem dificuldade de ligar si mesmo com o conceito de ‘humano’.

Com o tempo, ele aprende a compactar e silenciar seu coração a ponto que nem parece que está lá, e o sangue que mancha suas mãos (Shado, Slade, Yao Fei, seu pai, Akio, Taiana, Ivo, tantos outros) passa a ser ignorável. Mas o dela – que é ichor, que é sagrado e que é profano, néctar e ácido sulfúrico – nunca o deixa. Ele nunca consegue se lavar da culpa de ser o responsável indireto por tirar sua vida, essa decisão era – e muito provavelmente seria mesmo – dela e apenas dela.

No primeiro ano, ele se força a não pensar nas pessoas de casa. Ele não se permite sentir falta ou tristeza, porque era inútil, e esmagava cada pensamento ou simples memória de alguém de sua antiga vida com progressiva facilidade, mas sempre foi difícil esquecer Sara. Ela se tornou sua âncora, seu último laço com Ollie Queen, e ele guardou tudo o que tinha de sua (passarinho, garota selvagem, obsessão) Sara perto demais do coração.

Ela se torna tudo aquilo que o liga a normalidade, e quando ele a perde pela segunda vez, a sanidade aos poucos começa a escapar por seus dedos. Antes, ela o mostra que seus egoísmos as vezes são desculpáveis se usados para causar algum tipo de bem, então ele finca uma flecha no olho de Slade, porque o australiano era responsável por ele perder seu passarinho mais uma vez e esse crime não poderia passar impune.

Ele é um monstro agora, mas mesmo monstros são dignos de amor – com o tempo, ela o mostra isso também.

(Quando cinco anos se passam e ela está – finalmente, finalmente – viva e bem em seus braços, ele esquece suas promessas e se permite voltar a ser monstruoso. É fácil voltar a velhos hábitos, sempre foi quando o assunto era Sara.

Ela tem um quê de mistério e excitação, um brilho em seus olhos escuros que Oliver reconhece no reflexo do espelho. Ela tem sorrisos afiados e predisposição à tragédia pessoal que ele também, uma tristeza silenciosa que agarra seus ombros estreitos e os cotovelos ossudos (demora mais para reconhecer a última, mas talvez apenas porque seu eu mais jovem se recusasse a reconhecer emoções que o ligassem a seus pais).

No passado, Laurel vai para a faculdade e Sara vai para sua cama de novo e de novo. O Gambito da Rainha afunda, e as crianças que eles costumavam ser também. Sara morre. Sara está viva. Ele perde Sara outra vez. Ela volta para ele.

(Ela está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, está viva, ela-)

No presente, ela tenta ir embora e ele ameaça cortar suas asas em uma tentativa desesperada de mantê-la perto de si. Ele tenta seguir em frente e ela planta uma bomba que quase mata Felicity e John.

A mensagem de ambos é bem clara.

É um ciclo infinito e ele nunca vai se cansar da dor e do êxtase que vem junto)

 

4.

Na Liga dos Assassinos, Sara aprende o que é importante e o que é descartável.

Com o tempo, ela já não pensa mais sobre seus pais, ou sua irmã, ou Oliver. É fácil esquecer tudo isso, é fácil se tornar Ta-er Al-sahfer, a assassina de Ra’s e amante de Nyssa. Ela aprende muitas coisas durante aqueles anos, ela se torna sagaz, mortal e equilibrada, ela se torna muito mais do que jamais pensou que poderia ser.

(implacável, amoral, cruel)

Ela aprende que tudo tem seu tempo, que o bem e o mal são relativos, que a justiça é falha e que certas pessoas não merecem viver. Cada vez mais se afastado da Sara que seus pais queriam que ela fosse, cada vez mais distante da sombra de Laurel.

Benevolência e compaixão são descartáveis. Equilíbrio é importante.

É fácil se agarrar ao equilíbrio e ao frio de Nanda Parbat, mas apenas até que sussurros sobre O Capuz cheguem a seus ouvidos, e então aquele fio invisível a está puxando de volta ao seu reflexo (ela volta para casa e ignora as partes de si que sussurram que na verdade ela esteve voltando para ele esse tempo todo).

Oliver é como ela – sempre foi – ele é um monstro, um carrasco, um sósia. Ele era um changeling das antigas crenças europeias, roubando a pele da criança egoísta e ingênua que todos amavam e deixando no lugar alguém irreconhecível.

Nyssa tenta a levar embora – a levar para longe dele, Sara raciocina –  e Ollie leva isso para o lado pessoal. Nyssa é rápida, mas não é mais rápida que a raiva dele, ou que uma bala.

Sara quer chorar sobre o corpo de sua amante quase morta (Nyssa sobrevive, o tiro nunca foi mortal, e volta para casa com o rabo entre as pernas e de mãos vazias) e beijar Oliver até que um deles morra de asfixia. Ele derrama sangue por ela, seus olhos arregalados e sua respiração ofegante, o fantasma de um sorriso sádico pairando por seus lábios e é lindo. A coisa mais bonita que alguém já fez por ela. Dentes brancos brilhantes e orbes azuis cheias de satisfação e êxtase e ódio e medo e paixão. Oliver é a coisa mais bonita do mundo inteiro quando há sangue escorrendo de seus lábios e manchando suas mãos.

Depois disso, ele tem a audácia de tentar fingir que nada aconteceu, que ela não está bem ali, e em resposta ela planta uma pequena bomba que tinha uma chance de 46,7% de matá-lo e manda Felicity para o hospital por um mês ao invés disso. É uma pena, porque ela sinceramente gosta da jovem hacker, mas isso ensina uma lição a ele e paga sua dívida de sangue.

(Eles alimentam a violência e a escuridão um do outro, em um ciclo vicioso e viciante no qual ele a torna mais sedenta e ela o torna mais cruel.

O momento exato que a afeição egoísta deles se torna amor doentio se perde na linha do tempo)

 

5.

Laurel tenta ficar entre eles, mas ela é terreno neutro para ambos, então ele batiza a água do encanamento de Quentin e o manda para a UTI com um brilhante laudo de envenenamento por chumbo. Sara sabota os freios de sua moto em retaliação, e eles transam na cama de hospital a qual ele foi condenado por um final de semana inteiro, abafando os gemidos porque é bem ao lado do quarto do Detetive Lance.

Sua antiga namorada e primeiro amor o encara com desconfiança. Ela está começando a desconfiar de todos os pequenos acidentes que acontecem ao redor de ambos, mas não pode provar nada.

Oliver sorri e se abstém de envenenar o encanamento dela também.

 

6.

Seu amado quase passa dos limites quando ameaça sua irmã, e ela aponta uma arma para entre seus olhos no meio de um jantar de campanha, escondidos às vistas de todos.

Ele apoia a testa no cano da arma e a encara com malícia. Ao invés de mata-lo, ela atira de raspão em sua perna horas depois e ele finge que era um assaltante. O sangue dele deixou uma mancha no chão e é hipnotizante.

Felicity não para de encará-lo enquanto ele se exercita, e Sara pega pesado demais no treino. Mais tarde, ele a deixa tão dolorida que ela tem dificuldades em se sentar corretamente por alguns dias, e há uma marca profunda de mordida em seu ombro que deixou gotas de seu sangue na boca dele.

Ele é lindo com o sangue dela nos lábios e ela nunca mais quer parar de beija-lo.

 

7.

Oliver se torna obcecado e possessivo.

Ele a quer só para si, e não tem medo de lidar com ameaças. As pessoas ao seu redor começam a notar que há algo de errado com o relacionamento deles; sussurros, caretas, tentativas de os manterem separados o máximo o possível. Ele ouve murmúrios de ‘ciúmes irracional’ e ‘abuso’ e ‘co-dependência emocional’ e pensa que todos eles deveriam cuidar da própria vida.

Ele a ama. Ela o ama. É francamente egoísta e claramente insalubre, mas é constante e inquebrável. É a única coisa que importa.

Sara se vai mais uma vez. Ela volta.

(ela sempre volta)

 

8.

Seu pai diz que Oliver não é saudável para ela, que ele é abusivo e perigoso conforme os hematomas em sua pele crescem e as pessoas ao seu redor começam a se machucar mais e mais. Moira deve fazer um discurso parecido, e ambos tem um infeliz acidente envolvendo um assaltante qualquer durante um evento da prefeitura.

Ela é pega por ele tentando adicionar beladona na bebida de Thea quando essa faz um comentário impertinente sobre Sara ser controladora e ciumenta e passa uma hora inteira de joelhos.

Ele tenta a asfixiar e ela o esfaqueia no joelho bom.

Eles saem para um retiro de uma semana na ilha infernal onde a paixão começou a se tornar obsessão e voltam sem nenhum arranhão. Ela pode ver o alívio e a decepção nos olhos de todos quando ambos se provam vivos. A essa altura, na cabeça de sua família e amigos é incrível que eles não tenham se matado.

(e ninguém pode provar nada)

 

9.

Há um hematoma no formato das mãos de Oliver no pescoço de Sara que combina com a nova cicatriz que ele ostenta na mandíbula.

Quentin o encara com ódio, Laurel e Thea com medo, sua mãe com nojo e John e Felicity foram embora meses atrás. Nenhum deles levanta um dedo para denunciar Oliver, ou Sara, porque isso significaria colocar o outro em tantos problemas quanto.

Helena Bertinelli morre em um misterioso acidente de moto e Sara o morde com tanta força que seus lábios não param de sangrar por dias.

Roy confessa ter uma pequena atração por Sara e tenta a beijar, e é encontrado dias depois em sua própria casa tendo cometido suicídio sem motivo aparente.

Samantha Clayton e seu filho são poupados, mas Moira sofre as consequências de suas mentiras.

Nyssa volta e dessa vez o tiro é fatal.

Oliver a ama, a ama tanto que na maior parte do tempo ela é tudo no que ele consegue pensar. Ela pertence a ele e apenas a ele, e se antes era sua âncora a sanidade, agora é a responsável por leva-lo cada vez mais em direção à loucura. Ela é perfeita e seu sangue é ichor na língua dele.

Ele nunca vai deixa-la ir embora.

Nunca.

 

10.

Começa com curiosidade, mas sempre acaba em sangue e morte, como todas as grandes histórias de amor.

Talvez se as coisas fossem ligeiramente diferentes, tudo teria acabado de maneira diferente também. Talvez nenhum dos dois teria sucumbido àquela névoa de luxúria, ciúmes, amor e violência que serviu apenas para machucar todos ao redor de ambos.

Sara não se importa. Nada disso importa. Porque Oliver é dela, e ela finalmente é o centro do universo de alguém.

Sara e Oliver tinham muito em comum.

(é estranho que ainda há quem se pergunte o porquê - por que ela entrou naquele navio, por que Sara não Laurel, por que eles voltaram a ficarem juntos tão rápido, por que eles se davam tão bem - sempre foi óbvio demais, da maneira como as respostas mais difíceis geralmente são)

Ela vai e ela volta (é sempre assim). Ele continua a puxando de volta para si.

E ela o ama, Deus, ela o ama tanto.

 

11.

(eu vejo meu reflexo em seus olhos

eu sei que você também me vê)


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Notas finais do capítulo

*eu sei que tecnicamente Oliver e Sara já se conheciam antes de ele começar a namorar com Laurel, mas pelo bem do enredo, finjamos que não.

Isso surgiu de um pequeno 'e se' e saiu assim. Não se baseiem no relacionamento de ambos para nada na vida de vocês pessoal, essa é a merda mais insalubre, abusiva e tóxica que eu já escrevi, talvez só não pareça tanto assim porque é do ponto de vista dos dois.

Talvez eu escreva uma paralela baseada na reação de outras pessoas ao declínio do relacionamento de ambos, acho que assim fica ainda mais claro o quanto que isso não é ideal, e também seria bem interessante entrar na mente de pessoas que estão vendo isso de um outro ponto de vista. Mas isso vai depender se eu receber algum tipo de reconhecimento nessa aqui, afinal faz tanto tempo desde que eu recebi uma mísera migalha de reconhecimento nos meus trabalhos. Eu estou sedenta, é sério, então se possível eu imploro que deixem um comentariozinho falando o que acharam por aqui.



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