Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 64
Sessenta pt. 2


Notas iniciais do capítulo

o ultimo de hoje!!!



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"I start to say,

'I think I love you', but I make no sound."

(Stole My Heart)

 

OLIVIA

A respiração de Sebastian sob meu rosto era calma e suave. Seu peito subia e descia no mesmo ritmo em que seus dedos deslizavam com a sutileza de uma pena pelas minhas costas.

— Será que tem algum jeito de ficarmos aqui para sempre? — ele perguntou, suspirando.

O entardecer tinha passado pela janela e dado lugar para a noite.

Conseguimos ouvir ao longe a comoção lá fora diminuir e eu sabia que em breve, querendo ou não, nós dois teríamos que sair do quarto.

— Acredito que temos duas opções. — Mexi a cabeça para olhá-lo. — Saímos do quarto de bom grado ou essa porta será derrubada em algumas horas como se fôssemos criminosos de guerra. Ah, e claro que depois de não conseguir se segurar e me atacar antes do casamento, você perderá o posto de genro favorito.

Sebastian fez uma cara de ultraje.

— Te atacar? Admita que você colocou aquela camisola com segundas intenções, Sartori.

Me apoiei em um cotovelo para encará-lo.

— Ha-ha, você é extremamente convencido, sabia?

Ferrante imitou minha pose e tocou a ponta do meu nariz.

— Eu simplesmente confio no meu taco, linda. Não é vergonha você dizer que estava pensando nesse meu corpinho com uma frequência preocupante. Eu entendo.

Empurrei seu ombro com força para que ele caísse com as costas na cama novamente, mas Sebastian segurou minha cintura e me puxou para cima de seu corpo.

Ficamos assim por algum tempo, só nos encarando, meu cabelo formando uma cortina em volta dos nossos rostos.

— Obrigada por hoje, Seb. — falei baixinho. — Foi incrível. De verdade.

Esperei a piadinha sobre ele ser incrível sempre sair da sua boca, mas Sebastian apenas me encarou daquele jeito como se pudesse ver até a minha alma.

— Você não precisa me agradecer, Lili.— Ele acariciou minha bochecha. — De todas as vezes que imaginei esse momento, nenhuma delas chegou perto disso. Acho que eu que deveria estar te agradecendo.

Aproximei meu rosto do dele, roçando nossos lábios:

— Para quem se gaba de ser um canalha, você é bem fofo.

— Você desperta o meu pior lado. Que homem quer ser fofo? Pelo amor de Deus. Mas é inevitável. — Ferrante me deu um selinho. — Acho que daqui a algum tempo me acostumarei a ser um canalha fofo. Vai ser o jeito.

Eu ri por um instante, mas então meu sorriso sumiu.

—Não queria que você soubesse dessa forma. Não por Max. Imagino os absurdos que ele deve ter dito.

Sebastian respirou fundo, sem tirar os olhos de mim.

— Ele foi nojento, Olivia. Podre. Fico com raiva só de lembrar que você passou anos com esse cara, envenenando sua cabeça. Sem te dar um minuto de paz. — Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Se eu o já odiava por estar com você, só por ser seu noivo e ser um ciumento do cacete, depois de hoje, eu o odeio por tudo o que ele é. Maximus é doente. Você precisa contar para sua família.

Aquilo me alarmou.

— O quê? Sem chancr! — exclamei, saindo de cima de Ferrante e caindo ao seu lado novamente. Só de pensar em encarar minha família e dizer que...Só de pensar que se eu não contasse tudo, Max daria um jeito de fazer isso, como fez com Sebastian. — Não, Seb, eu não...

As palavras ficaram entaladas na minha garganta. Ele se apoiou sobre um cotovelo e pairou sobre mim.

— Ei, ei... Está bem, está bem. Não estou aqui para te forçar a nada. Só acho que eles precisam saber quem Max e a família dele realmente são. Duvido que alguém nesta casa vai resolver ficar a favor de Max e contra você.

— Eu sei. É só que...— Escondi o rosto entre as mãos. — Não sei se consigo ainda.

Sebastian encostou os lábios suavemente no meu rosto.

— Tudo bem. Só saiba que se precisar, eu vou estar aqui para te dar suporte, ok? Você não precisa fazer tudo sozinha, Olivia. — Ele olhou no fundo dos meus olhos. — Estou falando sério.

Assenti com a cabeça.

— Isso não te incomoda? Se ficarmos juntos, eu provavelmente... nunca vou poder te dar um filho.

— Primeiro: se? Existe a possibilidade de não ficarmos juntos? — Ele tentou fazer cócegas em mim e eu arqueei uma sobrancelha, inabalável. Sebastian fez uma careta. — Aff, esqueci que você é um alien e não sente cócegas...honestamente isso é a coisa que mais me preocupa no nosso relacionamento.

Eu comecei a rir.

— Você é ridículo.

Ele continuou:

— Mas não, Sartori. Não me importo se você não puder engravidar. Não me importo se você olhar para mim e dizer que não quer ter filhos de jeito nenhum. A única coisa que me importo que esteja no meu futuro é você. Preciso que entenda isso.

Não consegui conter o sorriso que se formava em meu rosto.

— Falando desse jeito, você faz com que eu considere te convidar para um banho.

Sebastian me olhou, cheio de segundas intenções:

— Um banho junto com você? Hm, já fui nobre o suficiente e neguei esse convite antes. Não tenho forças para fazer isso novamente. — Ele se inclinou para beijar o meu pescoço. — Aliás, estou vendo que ser um canalha fofo tem suas vantagens.

 

SEBASTIAN

No fim não fizemos nada inapropriado no banho.

O que não quer dizer que não foi algo íntimo.

Observar Olivia sempre seria algo que eu me sentia mais do que satisfeito em fazer.

Catalogar cada detalhe dela poderia muito bem acabar se tornando meu hobby favorito.

Sua pele macia, cada pintinha espalhada por seu corpo, inclusive a que ficava bem acima do seu seio esquerdo — que estranhamente tinha me cativado. E por falar em seus seios, eu não superaria o fato de como eles eram bonitos, como tinham o formato perfeito para minhas mãos. Sua barriga desenhada naturalmente e as marcas quase imperceptíveis que tinham ali.

Antes que eu pudesse descer mais, Olivia pôs um dedo sob meu queixo para que eu a encarasse e me puxou pela mão para que eu entrasse no box com ela.

Olivia me colocou embaixo do chuveiro primeiro. Suas mãos passearam por meu corpo, a água quente relaxando meus músculos.

Ela me virou para encará-la e eu observei enquanto seus dedos exploravam meu peitoral, meus braços, minha barriga e... eu fechei os olhos por um instante.

No momento seguinte, senti o sabonete líquido ser espalhado pelo meu corpo com um cuidado surpreendente.

Tinha certeza que nunca tinha compartilhado um momento como aquele com ninguém.

Com nenhuma de minhas conquistas.

Nem mesmo com Eloise.

Embora Olivia fizesse tudo com calma, era como se eu a sentisse em toda parte.

— Abaixe a cabeça. — ela pediu baixinho e então se pôs a lavar meu cabelo, esfregando suavemente. Coloquei as mãos em sua cintura, me apoiando, pois era bem capaz de eu cair ajoelhado bem na sua frente.

Ela voltou a abrir o chuveiro, seu toque como um feitiço relaxante sobre minha pele.

Quando terminou, minha voz saiu rouca ao dizer:

— Minha vez.

Então, eu repeti todo o processo com ela, tentando pôr tanto carinho e cuidado quanto Olivia tinha feito comigo.

Acabamos com ela me abraçando por trás, cada centímetro do seu corpo colado com o meu, nossos corações e respirações sincronizados.

Ela distribuía beijos lentos por meu ombro e eu acariciava suas mãos sobre meu peito.

— Estava enganado. Eu poderia ficar aqui para sempre. — sussurrei.

— Eu também, Sebastian. Eu também.

Descemos as escadas, ouvindo a comoção na cozinha.

Segundo as mensagens trocadas entre Olivia e Patricia, a confraternização havia terminado há pelo menos uma hora e meia e todos estavam decidindo quem seria o primeiro a bater na porta do nosso quarto, para checar se estava tudo bem.

Como Olivia não havia comido nada e eu havia me alimentado apenas de algumas garfadas antes de me alimentar com o ódio por Max, resolvemos aparecer.

Assim que nossos pé tocaram o andar de baixo, foi possível ouvir alguns aplausos e Olivia ficou tensa, provavelmente achando que alguém tinha ouvido nossa...movimentação no quarto.

Contudo, como eram PJ e Otávio as principais pessoas que me aplaudiam, eu sabia que era mais por causa dos socos que eu tinha dado no ex dela do que por causa da minha apropriada estreia nos lençóis da caçula.

— Já falei que você é meu herói? — PJ comentou. — Você é meu herói.

Olivia franziu a testa para mim e eu apenas dei um sorriso amarelo.

— Você tinha que ter visto, Oli. Nem eu conseguiria dar socos tão...bonitos. — Lucas interviu, mostrando os punhos.

—Você não daria soco nenhum, para falar a verdade. — A namorada dele comentou e ele a cutucou.

— Soco? O que aconteceu? — Olivia questionou baixinho ainda tentando juntar as peças e eu me aproximei de Pedro que me observava de cima a baixo.

— Senhor Sartori, sinto muito...pelo que aconteceu. — Ele me olhava com uma expressão tão gelada quanto a da sua filha. — Não foi minha intenção atrapalhar sua reunião de forma alguma e...

Para minha surpresa, o pai de Olivia apenas estendeu o braço e me deu dois tapas amigáveis — mas fortes — em meu ombro.

— Tenho certeza que fez o que achou que deveria ser feito.

— Só para constar que não fui eu que o ensinei a bater daquele jeito. — Meu pai tentou limpar a própria barra, anunciando do seu lugar na mesa de jantar.

— Sua lealdade é impressionante, pai.

Olivia respirou fundo ao meu lado e sorriu forçadamente:

— Quem vai me fazer o favor de explicar o que vocês estão falando?

Otávio levantou a mão e já começou a falar:

— Seu noivo maravilhoso, depois que Max finalmente calou a boca com aquele discurso completamente deslocado, resolveu fazer o que alguns de nós, não citarei nomes, sonham em fazer há muito tempo: encher Maximus Fontana de porrada.

Olivia me olhou, chocada:

— Você o quê?!

— Quase desfigurou Max. — Otávio ofereceu, exagerando.

— Desceu o soco naquele desgraçado. — complementou PJ, com um sorriso um tanto sádico.

— Quebrou aquele nariz de otário dele. — contribuiu Lucas.

— Derramou sangue em nosso quintal. — disse Liz, solene.

Olivia encarou os irmãos, embasbacada.

Ela poderia não estar pronta para contar toda a verdade para a família dela. Poderia achar que todos veneravam Max e estavam alheios a tudo o que aconteceu entre eles, mas eu sabia que os Sartori queriam apenas fazer parte da vida dela de alguma forma.

E que, se chegasse a hora de ela se abrir com eles, cada um a acolheria de braços abertos.

— Você esqueceu de comentar esse detalhe quando subiu? — ela murmurou, apertando meu braço enquanto nos direcionávamos para a mesa.

Olhei para ela dos seus pés até a cabeça:

— Eu tinha coisas muito mais urgentes para tratar.

Antes que Olivia pudesse rebater, PJ disse em alto e bom tom.

— Nada a ver com o assunto, alguém já mencionou o quão finas são as paredes dessa casa?

Eu não ousei olhar na direção do meu querido sogro durante todo o jantar.

 

OLIVIA

— Essa é a melhor música deles. — Sebastian me disse enquanto trocava mais uma vez no fone.

— Acho que essa é trigésima canção que você diz isso, Sebastian. E pare de pulá-las toda hora, daqui a pouco não vou conseguir ter ouvido nem um álbum inteiro.

— O que posso fazer? Todas que o Jake Gosling produziu são impecáveis.

Suspirei.

— Por Deus, não tinha percebido que estava me relacionando com uma fangirl.

— Agora você sabe e...shhh...é a melhor parte da música.

Revirei os olhos, mas obedeci, observando Sebastian enquanto ele dublava silenciosamente o solo do Louis. Ou era do Liam? Zayn?

Que seja, uma hora eu guardaria na mente.

Tinha certeza que Sebastian se certificaria disso.

Estávamos sentados, encostados em uma árvore lá "nosso" canto, como ele havia rebatizado.

As luzinhas brilhavam na noite e estávamos fazendo quase um piquenique da madrugada.

Depois do jantar, todo mundo se juntou para jogar um jogo de tabuleiro que demorou horas e foi regado à gritarias e provocações.

Tudo para no fim, eu acabar ganhando como sempre.

Amadores.

Quando tudo acabou, nem eu, nem Sebastian estávamos muito dispostos a voltar para o quarto.

Eu ainda estava elétrica pela vitória e Sebastian bem...digamos que o quarto com as paredes finas, como o infeliz do meu irmão apontou, não era um lugar muito seguro para nós dois.

A música acabou e Ferrante se virou para mim, mexendo no celular impedindo que a próxima começasse.

— Está brava comigo porque eu bati no Max?

Arqueei as sobrancelhas.

— Eu? De jeito nenhum! Estou brava porque eu não estava lá para ver. Aliás, minutos antes de subir, estava fantasiando o quão atraente você ficaria dando um murro nele.

Sebastian me olhou surpreso, colocando na boca um pedaço de doce que tinha roubado da geladeira.

Eu mesma estava surpresa de me sentir confortável o suficiente para compartilhar aqueles pensamentos com Sebastian.

— Jura? Eu posso ir atrás dele e repetir a dose com você ao meu lado, que tal?

Eu gargalhei.

— Por mais tentadora que seja essa proposta, preciso de você fora da cadeia durante os próximos três dias. Afinal, vamos nos casar.

Ele suspirou, olhando para o céu.

— Dá para acreditar? Em aproximadamente 72 horas, eu serei um homem casado. Vou ter que criar um grupo com todos os meus contatinhos, avisando.

Me virei e dei um tapa em seu braço.

— Você é um cafajeste.

Sebastian ergueu o indicador.

— Sou, ou pelo menos era, a diversão das mulheres. Tenho certeza que elas ficarão desapontadas.

— Você pode ficar solteiro e continuar fazendo cada uma feliz. — rebati, dando um sorriso amarelo para ele e me preparei para levantar. Ele me segurou, no entanto, fazendo eu cair no seu colo.

— Infelizmente para elas, a única que eu me importo em não desapontar é você. Nenhuma se compara a você. — Ferrante beijou meu pescoço.

Virei minha cabeça para olhá-lo por cima do ombro.

— Isso é uma música da One Direction, não é?

Sebastian deu um sorriso para mim.

— YES! Meus ensinamentos estão fazendo efeito...

— Eu diria que é mais uma doutrinação... — Senti seus dentes em minha orelha. — Mas acho que eu mereço uma estrelinha dourada pelo acerto.

Sebastian me tirou do seu colo apenas para me posicionar deitada sobre a toalha quadriculada.

— Uma aluna tão aplicada como você merece muito mais do que uma estrelinha dourada. — Suas mãos pairaram sobre a minha cintura, segurando o elástico do meu shorts..

Arqueei uma sobrancelha em desafio:

— É mesmo?

Ele assentiu

— Para a sorte dela, eu tenho uma gratificação bem melhor do que qualquer estrelinha. — Senti a peça de roupa sendo puxada por minhas pernas junto com a minha calcinha.

A brisa da noite atingindo minha pele exposta fez todo o meu corpo se arrepiar, mas segundos depois a sensação morna da boca de Sebastian em mim fez algo ainda mais intenso se remexer no meu interior

Simples assim, eu acabei prometendo a mim mesma ser uma das maiores fãs de uma banda morta.

A vida era cheia de surpresas...e, ah...Sebastian também.

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores! UM CAPÍTULO FOFINHO E DE CALMARIA PRA VCS PQ ESTOU ME SENTINDO BONDOSA

eu amo a dinamica dos sartori iauahshasuhasuh e eu amo a dinâmica do meu casal, aff amo mto eles.

o que acharam do capítulo?

Não se esqueçam de comentar o que estão achando (pf sou escritora independente preciso receber validação a todo momento rs), deixar aquele fave básico e compartilhar a história com os amigos ♥

vocês já podem ouvir a playlist de todas as músicas dos capítulos tanto no Spotify (bit.ly/cdcspotify) quanto no Apple Music (bit.ly/cdcapplemusic)


A gnt se vê em breve!!!

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