Contrato de Casamento escrita por Emmy Alden


Capítulo 34
Trinta e Quatro


Notas iniciais do capítulo

helloooo, olha eu de novo por aqui!!



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“And you can tell me that you're sorry 

but I don't believe you, baby, 

like I did before.”

(You’re Not Sorry)

OLIVIA



— Você está fora de si! — Max gritou enquanto eu jogava suas coisas para fora do meu apartamento.

Pela segunda vez.

Ele ainda estava de cueca, mas eu não me importava

Horas antes Rebecca estava sentada na minha frente. 

Ela não me olhava nos olhos, mas eu conseguia ver que os seus estavam vermelhos.

— Não espero que acredite em mim. — ela disse com a voz embargada. — Mas eu sinto tanto, Oli. Eu nunca quis magoar você.

Uma risada sarcástica saiu de minha boca.

— Para quem não queria me magoar, você bem que encontrou o melhor jeito.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

— Lembra aquele dia dos namorados quando Max te chamou para sair pela primeira vez? Lembra que mais cedo eu disse que queria te contar algo? — Rebecca respirou fundo, trêmula. — Eu iria te contar que pretendia mandar um bilhete para ele. Eu…gostava de Max. Desde sempre. Todo mundo sabia que muito provavelmente vocês acabariam juntos, porém eu nunca tinha te visto falar dele. Ou demonstrar interesse.

Tentei interrompê-la: 

— Onde você quer chegar com isso, Rebecca?

— Eu fiquei me sentindo idiota se te contasse que gostava dele logo depois de Max te chamar para sair. Pensei em contar depois do encontro, mas você voltou tão feliz que eu decidi que não importava. Ele era só um cara, você era minha melhor amiga.

— Não que isso tivesse importado no final.

Rebecca fechou os olhos apertado, como se sentisse dor:

— Tentei, por todos esses anos, eu tentei destruir esse sentimento. Tentei aplacar o que sentia por ele. Deus sabe o quanto. Cada vez que eu estava perto de vocês, perto de Max, eu me odiava. Ele era sempre gentil e cordial comigo. Mesmo quando eu tentava me afastar, ele aparecia. Max sempre dava um jeito de vir até mim perguntar se tinha feito algo de errado, arrancar um sorriso do meu rosto.

Eu preferia morrer a estar tendo aquela conversa, mas não conseguia me forçar a levantar.

Rebecca continuou:

— Não estou dizendo que Max me forçou a nada ou que ele é o único culpado. Eu estava lá também. Preciso que entenda que isso não acontecia desde sempre. Foi… foi no último ano. Quando as coisas ficaram em crise de verdade entre vocês.

— Você está tentando melhorar as coisas, Rebecca? Porque honestamente não está funcionando. Dizer que você se aproveitou de um momento que eu, que te considerava uma irmã, e o meu relacionamento estávamos frágeis para me trair pelas minhas costas, não está te fazendo nenhum favor.

Rebecca me olhou pela primeira vez, as duas mãos apertando as têmporas:

— Eu sei! Eu sei disso. Não pense que não tem um dia que eu não acorde me sentindo um lixo.

— Somos duas… 

— Você tinha ido trabalhar, Max estava furioso que o serviço que tinha arranjado para aquele dia havia sido cancelado, furioso sobre a relação de vocês. Ele me disse que se sentia impotente. Que via que vocês dois estavam indo em um espiral de caos. Ele temia por sua saúde, por seu estado mental. Temia que você o deixasse.

— Que pena que o medo virou realidade por culpa dele mesmo. — murmurei.

— Naquela época, você havia começado a se fechar em um casulo só seu. Até para mim. Ele me contou que vocês quase não dormiam juntos. E quando acontecia você parecia que nem estava ali. Ou então, quando terminava, você se virava e ele ouvia você chorando. Ele estava se sentindo um monstro.

— E ele foi mesmo. Em todas essas vezes e até hoje é.

Porém as palavras começaram a sair da boca de Rebecca como uma represa que foi aberta e cada uma delas me afogava um pouco mais.

— Ele começou a chorar, Olivia, eu não sabia o que fazer. Tentei acalmá-lo, dizer a ele que era só uma fase, que tudo iria melhorar, mas ele não queria ouvir. Ele se levantou e saiu. — Ela fez uma pausa. — Quando voltou estava mais recomposto, me pediu desculpas pelo "surto", falou que as coisas estavam difíceis, mas que não queria me envolver naquilo. Eu disse que não tinha problema, ele disse que, para se desculpar, pagaria uma bebida para mim. Eu estava sem graça com toda a situação, mas não recusei. No bar conversamos mais sobre mim e minha vida. Max ouvia atentamente. Você sabe que meu histórico com homens é um desastre, ter alguém me ouvindo, de verdade…

Ela respirou fundo, tentando evitar que as lágrimas caíssem.

Era revoltante e doloroso.

Meu coração se revoltava e se quebrava.

Eu queria quebrar tudo que visse na minha frente.

Eu queria chorar até que toda a água do meu corpo secasse.

Deveria levantar e ir embora. Porém, meu corpo estava paralisado me obrigando a ouvir tudo.

— Eu não lembro muito bem daquela primeira noite, lembro de ter acordado em um motel. Com Max dormindo ao meu lado. Estava quase anoitecendo, você chegaria em casa em breve. — Ela apertou uma mão na outra, sua postura desolada. — Eu… eu comecei a chorar ao perceber a gravidade do que tinha acontecido. Do que eu tinha feito. Comecei a chorar ao imaginar como conseguiria olhar na sua cara.

“Coloquei minhas roupas, Max ainda dormia, e fui embora. As cenas gradativamente voltando para minha memória. Você ainda não tinha chegado quando entrei no apartamento, fiquei aliviada, escrevi um bilhete dizendo que tinha ido dormir e foi o que fiz. Tranquei a porta do meu quarto para Max não me procurar e nem você me encontrar naquele estado. Na manhã seguinte acordei bem antes de todos, escrevi outro bilhete falando de uma emergência inventada e peguei o ônibus de volta para casa."

Seus ombros começaram a chacoalhar e ela escondeu o rosto entre as mãos.

Limpei a lágrima que ousou cair do meu olho.

Não por ela. 

Nunca por ela.

Pelo que eles haviam feito comigo.

Rebecca continuou, sua voz quase se recusava a sair:

— Eu estava decidida a me afastar. Não aguentava a culpa. Não queria ver Max na minha frente, não aguentaria. Romperia minha amizade com você se fosse necessário. —Ela tentou alcançar minha mão do outro lado da mesa, mas eu me encolhi. —Mas então, eu estava um dia na casa da minha mãe e ele apareceu. Pedindo para conversar. Dizendo que tinha ficado preocupado por eu não atender nenhuma das suas milhares ligações, que ele não planejou que nada daquilo acontecesse. No entanto, Max disse que as coisas entre vocês estavam difíceis, que vocês estavam a um passo de se separar. Que, se tirasse toda a culpa que ele estava sentindo, ele não podia negar que o tempo que passou comigo foi especial.

Era como se a ponta de uma faca estivesse sendo enfiada no meu peito.

— Falei que ele só poderia estar de brincadeira. Nós tínhamos feito algo muito absurdo. Meu erro foi olhar em seus olhos e dizer que não sentia nada por ele. Max sabia que era mentira, provavelmente soube durante todo esse tempo. Então, ele pressionou…

— E vocês dormiram juntos novamente. — Minha voz saiu fria como aço. Rebecca assentiu. — Quando foi isso?

Como se fosse possível ela abaixou ainda mais a cabeça.

Esperei.

Rebecca continuou calada.

— Você disse que estava aqui para esclarecer as coisas. Então…esclareça.

— No meio do ano passado. 

Balancei a cabeça de maneira afirmativa, embora minha mente se recusasse a assimilar.

— Isso acontece há mais de um ano. — disse mais para mim mesma do que para Rebecca.

— Me perdoe, Olivia. — Ela começou a chorar de soluçar. — Nós não ficávamos juntos regularmente, eu fazia o máximo para evitá-lo quando vinha te visitar, mas ele sempre achava um momento. E eu sempre caía.

Só fui perceber que minha mão estava fechada em um punho tão apertado quando a dor da pele sendo partida começou a ser evidente. Minha unha me cortou.

—Nas últimas vezes que nos vimos, eu estava disposta a terminar tudo. Max não me dava ouvidos, eu dizia que não queria. Estava percebendo que a história que ele contava que vocês estavam quase de acordo para se separar era mentira. Que você estava sofrendo tanto quanto ele alegava estar. Então Max começou a dizer que contaria tudo a você…do jeito dele. Contaria tudo para a minha família. Tudo para todo mundo.

O que ela esperava que eu dissesse?

Parabéns pelo fraco esforço de ser uma pessoa decente?

Esforço esse que, no final, não servia de nada.

— Não sou inocente, Olivia. Não estou aqui para querer tornar Max o vilão e…

— É interessante. — cortei-a. — Porque foi exatamente o que ele fez com você. Te tornou a vilã. Espero que você esteja feliz pelo tipo de homem que você trocou uma amizade verdadeira. Espero que as transas proibidas e empolgantes tenham valido a pena.

— Não valeram.

Dei de ombros.

— Sinto muito, querida. — Nós duas sabíamos que isso era mentira. — Você teve um ano desperdiçado com um cafajeste. Eu tive quase uma década.

— Eu só precisava que você me ouvisse pela última vez. Soubesse como a história aconteceu. Pela minha boca.

— Obrigada pelo seu serviço. — rebati, ácida. — Espero que sua consciência tenha ficado mais tranquila depois disso. Tenho que voltar para o trabalho já que, ao contrário de você, minha vida, felizmente, não girava ao redor de Max.

Me levantei e estava prestes a ir embora quando Rebecca segurou o meu braço.

— O quê? Quer me contar detalhes do que fizeram no quarto, no meu quarto, também? Não precisa, eu posso ter uma vaga ideia e…

— Vim aqui porque eu estou grávida, Olivia.



— Você está fora de si! — Max berrou, sua voz ecoando tanto quanto o meu tapa.

Minha mão ardia, mas era um ardor bem-vindo.

Minha respiração estava irregular e eu estava pronta para dar outro naquele rosto patético quando um choro de bebê cortou o ambiente.

Aos poucos minha mente voltava para onde estávamos.

Ouvi portas de carro sendo fechadas.

Senti o braço de Sebastian passar pela minha barriga e minha cintura, me segurando contra o seu peito.

— É isso que ele quer. — Sebastian sussurrou contra minha orelha, mas tudo o que eu via era vermelho.

Era ridículo.

Max na minha frente meio curvado, com a mão segurando o lado do rosto que eu tinha dado um tapa, como se tivesse levado um soco.

Tentei sair do abraço de Sebastian, mas ele me mostrou que estava usando até agora apenas uma parte mínima da sua força e me apertou mais contra o seu peito.

— Lili, vamos entrar. Hm? Ele quer um show, não dê isso a ele. — Os lábios de Sebastian tocavam minha orelha e eu sentia meu fôlego voltando.

Ferrante tinha razão.

Minha família toda estava nos observando.

E a de Sebastian.

E a de Max.

Familiares e agregados.

Judith continuava chorando e eu conseguia ouvir Rebecca tentando acalmá-la.

— Você é repugnante. — rosnei para que apenas Max ouvisse. — Eu me arrependo do fundo do meu coração do dia em que te conheci.

Sebastian deve ter percebido que eu não tentaria mais nada contra Maximus pois afrouxou os braços ao meu redor, porém, não me soltou.

Eu comecei a sentir meus olhos arderem enquanto Sebastian me guiava para dentro de casa.

Só conseguia ver sombras e borrões — as lágrimas lutando contra minha força de vontade para não deixá-las caírem — que eram as pessoas no meio do caminho.

Ninguém disse uma palavra.

Eu acho.

Não teria ouvido provavelmente se tivessem dito.

Ferrante me guiou — agora me abraçando de lado para me dar apoio— pela porta e pela cozinha.

Pela sala e subindo a escada.

Até chegarmos no quarto.

Ele me colocou sentada na cama e se ajoelhou na minha frente.

Sebastian e eu nos encaramos por alguns minutos.

Pisquei rápido para espantar as lágrimas, e Sebastian capturou uma que teimou em rolar por minha bochecha.

— Desculpa.

Ele inclinou a cabeça como se eu tivesse falado em outra língua:

— Pelo quê?

Soltei o ar pelo nariz:

— Por ter te envergonhado na frente da sua família. Eu esperava que Max teria o mínimo de…

— Você está se desculpando…por ter dado um tapa no cara que acabou de insinuar que nós estávamos tendo um caso pelas costas dele. Que estava se referindo a você como se fosse uma vagabunda, é isso?

A voz de Sebastian se elevou e eu encarei minhas mãos.

— Você não assinou para se meter em nada disso.

— Eu não…eu…— Sebastian se levantou num ímpeto e esfregou as mãos no rosto, ficando de costas para mim. Depois de alguns segundos, ele me olhou por cima do ombro. — O que você acha que é um relacionamento, Olivia? Honestamente. Está bem, isso aqui é um relacionamento de mentira, mas para todo o resto do mundo é verdade. E eles vão agir de acordo. Não sou nenhum garoto inocente que não sabia das possíveis situações que sairiam disso. Pare de agir como se você tivesse me atraído para uma armadilha com esse contrato quando nós dois sabemos que eu entrei nessa de bom grado. 

 

SEBASTIAN

 

Olivia levantou o olhar e apenas me encarou.

Sua expressão não revelava nada e soube que ela não estava levando em consideração nada do que eu estava falando.

Que na sua mente, a culpa era dela e não daquele inescrupuloso no jardim.

Uma raiva dominou o meu peito e antes que Olivia pudesse dizer alguma coisa, eu abri a porta do quarto, saindo e batendo-a com força.

Desci as escadas quase sem perceber, mas quando cheguei onde tudo havia acontecido, Max e Rebecca já tinham ido embora.

Pedro Sartori conversava com Raul Fontana.

— Não vamos deixar essa pequena discussão estragar nossa semana, certo?

— Não foi uma pequena discussão, Raul. Seu filho acusou minha filha de traí-lo.

Raul fez um gesto displicente com a mão.

— São crianças. Muito emotivas, dramáticas. E todos nós sabemos que Max ainda não superou Olivia.

A senhora Sartori se envolveu na conversa:

— Pois ele trate de superar. Olivia vai se casar daqui a alguns dias e seu filho está muito bem casado há mais de um ano. Acho que já é hora de aprender a ter bons modos.

Elaine deu uma risada de escárnio:

— Bons modos? Olivia deu um tapa na cara de Max na frente de todos, isso é bons modos para uma mulher?

— Seu enteado faz acusações infundadas da minha filha e você espera que ela faça o quê? Sorria e lhe ofereça um chá? Ou se ajoelhe na frente dele e diga que ela está errada? — A essa altura todos estavam se juntando em volta dos dois casais que começavam a discutir fervorosamente. Lucinda continuou: — Olivia ainda foi moderada e respeitosa, eu teria no mínimo deixado-o com um olho roxo.

— Dá para ver de onde a menina herdou tanta selvageria… — Raul murmurou, mas, para a infelicidade dele, Pedro ouviu e se pôs na frente da mulher de maneira defensiva.

Eu só não sabia se era um gesto de proteção ou de contenção da sua esposa.

— Sempre fomos amigos, Raul, mas se você se referir a minha mulher ou qualquer um de meus filhos de qualquer maneira ofensiva novamente, ou ao menos pensar em fazer isso, eu realmente vou fazer você descobrir qual o verdadeiro significado de selvagem.

Aquilo estava um caos.

Um completo caos.

Saí de onde estava, me tornando visível para todos.

— Eu vou falar de uma maneira bem clara e objetiva aqui, está bem? — De alguma forma consegui fazer minha voz ser ouvida por cima de todas as outras. — Olivia e eu nos conhecemos há cinco anos e em nenhum deles em que ela estava comprometida com Max houve alguma interação além de profissional entre nós. Primeiro porque eu nunca daria um passo tão desrespeitoso em relação a ela, segundo porque, se tem algo que ninguém deveria sonhar em questionar é a integridade de Olivia. — Apontei para Raul e Elaine. — No fundo, tanto vocês quanto seu filho sabem disso, mas, se precisavam que eu dissesse com todas as letras, está aí. Essa é minha palavra final sobre esse assunto. E eu juro por Deus, que se eu ouvir outra insinuação dessas, vai ter consequências. Sejam elas físicas ou judiciais. — Raul abriu a boca para dizer alguma coisa, mas eu o cortei. — Estamos de acordo?

Ninguém respondeu verbalmente, mas Elaine abaixou a cabeça.

Era o suficiente.

— Se estão tão preocupados com integridade e respeito, deveriam analisar melhor o filho de vocês antes de querer apontar outra pessoa. Espero que agora que estragaram nossa noite, a de vocês possa ser agradável.

 

— Cara, o que houve? — Hunter perguntou quando passei por ele, Julie e meus pais. Minha mãe me interceptou segurando a lateral do meu rosto, como se quisesse ver se havia acontecido algo comigo além daquele circo verbal.

— Depois eu explico. — eu disse quase sem abrir a boca, minha mandíbula estava tensa de raiva.

— Cadê Olivia?

— No quarto.

— Imagino que o jantar tenha sido um desastre. — minha mãe falou, deixando as mãos caírem nos meus ombros.

— Algo bem próximo disso. 

Julie me encarava com preocupação claramente querendo chegar mais perto, mas com tantas pessoas em volta, o gesto seria no mínimo estranho.

Não olhei para ela quando disse:

— Eu… eu vou ver como Olivia está, depois a gente conversa, tá bem?

Minha mãe assentiu com a cabeça e me deu um beijo na bochecha antes de me soltar.

Meu pai, Hunter e Julie me observaram voltar para dentro de casa.

 

OLIVIA

 

Vi  Sebastian entrar em casa e me apressei em sair de perto da janela.

Ele me disse para eu não me sentir culpada por tudo aquilo, mas era difícil fazer isso quando seus pais, Julie e seu melhor amigo o analisavam com um misto de preocupação e curiosidade para entender o que estava acontecendo.

Uma vozinha insistia em repetir na minha cabeça:

É culpa sua. É culpa sua. Ele poderia ter achado qualquer outra pessoa para fazer esse mesmo acordo com ele, alguém menos ferrado do que você. Porém, você o colocou nessa situação.

É tudo culpa sua.

Poucos segundos depois de Ferrante sumir pela porta dos fundos, ouvi batidinhas antes de ele colocar a cabeça para dentro do quarto.

Eu estava procurando uma muda de roupa quando Sebastian disse:

— Tá tudo bem?

— Ahã. Você não precisa ficar aqui, precisa explicar para seus pais a cena que aconteceu lá fora.

Ouvi Sebastian entrar totalmente no quarto e fechar a porta.

— Eles podem esperar. Não são curiosos.

— Mas estão preocupados. Sua mãe… — Me cortei, percebendo que toda a minha ideia de não revelar que eu tinha ouvido tudo o que havia acontecido minutos atrás — que eu tinha ouvido Sebastian me defender — tinha ido por água abaixo.

Diferente do que eu esperava, Ferrante não fez nenhuma piadinha a respeito, e quando eu olhei por cima do ombro, apenas uma expressão tempestuosa cobria seu rosto.

Larguei as roupas em cima da cama e me aproximei dele com cautela.

Sebastian encarava um ponto na parede atrás de mim, tenso como uma corda de um violão no limite. Prestes a partir.

Resisti ao impulso de tocá-lo abraçando minha própria cintura.

— Você não precisav… — Me calei no momento em que ele trocou o foco do ponto na parede para o meu rosto. 

Seus olhos estavam do tom mais escuro que eu já havia visto.

— Como você aguenta toda essa merda? — Pela tensão no ambiente, esperava que ele gritasse, mas a voz de Sebastian saiu no tom normal, até um pouco baixo.

Seus olhos pareciam esquadrinhar cada parte do meu rosto até que não houvesse mais nada da superfície para registrar. Até que ele fosse mais fundo.

Desviei o olhar e dei uma risada tentando aliviar o clima.

— Há uma razão para eu programar minhas vindas nos feriados com muito cuidado.

— Exceto dessa vez…

Exceto dessa vez, minha mente repetiu. Dessa vez eu não planejei nada. Não planejei aquele acordo, ou aquela visita, ou aquela confusão na minha mente.

Descruzei os braços e dei um passo para trás, mas Sebastian segurou o meu pulso — sem nunca tirar os olhos do meu rosto.

— Você está bem?

— Essa é uma pergunta complexa. — Dei um risinho nervoso. — Se estou bem “bem”? Acho que não. Se estou melhor do que já estive? Acho que sim.

— O tapa deve ter ajudado um pouco. — Sebastian disse sério, mas então não conseguiu conter o riso. E me contagiou.

— Tenho a leve impressão que você nunca vai me deixar esquecer disso.

Seus dedos desceram pelo meu pulso quase se entrelaçando nos meus, mas puxei minha mão de volta.

Ferrante não se mostrou abalado e respondeu:

— Não mesmo. Foi um tapa memorável.

Arrisquei olhar em seus olhos de novo.

Em vez do tom profundo de instantes atrás, agora eles brilhavam.

Respirei fundo e dei um passo em sua direção. E depois mais outro. Percebi a postura de Sebastian mudar, mas eu apenas me inclinei e beijei sua bochecha.

— Obrigada por hoje. Por tudo. De verdade.

SEBASTIAN

E então ela me abraçou.

 

✥✥✥


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Notas finais do capítulo

Heeyyy, meus amores! CHEGUEEEEEI

parte 3 do jantar concluida (acho q só tem mais um cap cobrindo essa noite fatídica e cheia de eventos e ACHO Q VCS VÃO GOSTAR MTO.

Esse flashback acabou comigo, juro! Fiquei com tanta raiva e angústia escrevendo q vcs não têm noção

E AÍ O QUE ACHARAM DO CAP? (perdoem qualquer errinho, se quiser pode me avisar se ver)

Obrigada pela paciência comigo, meus amores! Cada uma de vcs é mto importante para mim, obg pelo carinho e compreensão ♥

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ATÉ BREVE!!

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