A Jornada da Fênix: O Ressurgir das Cinzas escrita por FoxFlameWarrior


Capítulo 16
Fire


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Voltei mais cedo essa semana porque amanhã começam minhas aulas e não sei quando vou ficar disponível pra postar de novo.
Sobre esse capítulo, está bem triste na minha opinião. É a partir dele que as mortes vão começar a aumentar e Pelagem de Carvão sofrerá mais.
Peguem seus lenços. E boa leitura.



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Uma lua depois.

        O sol já não estava mais no céu, todos já estavam nas tocas dormindo, Pelagem de Carvão e Céu da Noite estavam sentadas no centro do acampamento, estavam fazendo esses encontros noturnos desde que se tornaram guerreiras, ambas vinham perdendo o sono facilmente, então permaneciam em silencio no gramado do acampamento, observando as estrelas. Nada de interessante acontecia nesses momentos, e achavam que seria assim de novo, até que sentiram um cheiro estranho no vento.

—Pelagem de Carvão: É fumaça! (Falou levantando da grama num pulo e erguendo seu nariz para tentar ver de onde vinha o cheiro).

—Céu da Noite: Deve estar pegando fogo no nosso território. (Falou se levantando também).

—Pelagem de Carvão: Não pode ser, o cheiro está distante demais pra ser do nosso lado da fronteira, deve ser no território do Clã do Trovão. (Falou trotando para a saída do acampamento). Avise Estrela de Leopardo, o fogo pode se alastrar e nós atingir.

—Céu da Noite: Mas e o rio? Ele vai impedir, não vai? (Falou preocupada).

—Pelagem de Carvão: Ele pode impedir o fogo de vir por terra, mas o vento pode trazer fagulhas das chamas para as árvores do nosso lado do rio. (Falou se voltando para a saída e estando a ponto de partir para a floresta).

—Céu da Noite: Tá bom, mas o que você vai fazer?

—Pelagem de Carvão: Vou ver até onde as chamas já foram. (Falou antes de sair correndo sem esperar um próximo comentário).

       A guerreira negra batia suas patas no chão com força, com as garras pra fora pra ganhar mais impulso, o cheiro de fumaça penetrava cada vez mais em suas narinas, causando-lhe um pouco de enjoo e falta de ar. Voltou a cabeça pra cima e já pode ver a cortina cinza escuro que fora formada no céu. Logo avistou o rio, mas não parou de correr, usou o impulso da corrida para saltar e alcançar o mais longe da margem que conseguisse, atingiu a água e seu corpo afundou sob a correnteza, mas emergiu rapidamente após a jovem bater as pernas para baixo, conseguindo manter a cabeça pra fora d’água e colocar suas habilidades de natação em prática.

       Alcançou o outro lado, sentia suas pernas tremerem de cansaço e suas patas doerem de tanta força que colocara sobre elas enquanto corria, mas não havia tempo para descansar, se pôs de pé novamente e retomou a corrida. Seu focinho se contorcia pelo mau cheiro da fumaça, quase não conseguia respirar. Alcançou o acampamento Clã do Trovão rapidamente.

       A jovem ouviu vozes familiares, logo reconheceu que eram Voo de Esquilo, Pelo Gris e outros três gatos. Os cinco pareciam em pânico, gritando, mas suas palavras se direcionavam uns aos outros, como numa discussão. Então avistou os três filhos de Poça de Folhas encurralados em um círculo de fogo, Pelo Gris em cima de um galho que, aparentemente, era uma forma de eles saírem dali, e Voo de Esquilo do outro lado gritando com o guerreiro azul cinzento.

—Voo de Esquilo: Pelo Gris, por favor, faça o que quiser comigo, mas deixe eles irem. (Gritou).

—Pelo Gris: Você não entende, não é? Eu quero te fazer sentir o mesmo que eu senti quando você me abandonou! E farei isso matando seus filhos! (Afirmou frio).

—Pelagem de Carvão: Pelo Gris, deixe eles irem! (Falou saltando para o lado da gata cor de fogo).

—Pelo Gris: Você! (Falou surpreso). Ainda chegará a sua vez! Você também não fez nada além de me fazer sofrer! Eu te disse que te amava, mas você escolheu ficar com o Clã do Rio!

—Voo de Esquilo: Deixe-a fora disso! Ela não tem culpa!

—Pelo Gris: Vocês duas logo sentirão como é perder alguém que amam! Farei vocês sofrerem enquanto assistem esses três queimarem vivos!

—Voo de Esquilo: Mate-os então! (Gritou). Eu não ligo, você não vai me ferir assim, eles não são meus filhos!

       Pelagem de Carvão ficou em choque quando a gata alaranjada disse isso, não esperava que aquilo fosse revelado assim, mas sabia que a única coisa que ela podia fazer para proteger seus filhos adotivos era contar sobre a verdade, mesmo que houvessem consequências ruins depois.

—Pelo Gris: Não! Está mentindo! (Gritou).

—Voo de Esquilo: Você me viu dar à luz? Não! Ninguém viu, isso porque eu não sou a mãe deles! E Pelagem de Carvão é testemunha disso!

—Pelo Gris: Você sabia? (Falou se para a gata negra).

—Pelagem de Carvão: Sim! (Falou relutante).

—Pelo Gris: Então, veremos o que os outros vão achar quando eu anunciar isso na próxima assembleia! (Falou saltando do galho e correndo para a floresta).

        Os cinco saíram do círculo de fogo, Pelagem de Carvão deveria voltar ao Clã do Rio antes que eles viessem atrás dela, mas não queria deixar Voo de Esquilo lidar com os trigêmeos sozinha depois de ter revelado a verdade daquele jeito.

—Voo de Esquilo: Pelagem de Carvão, já pode voltar pro Clã do Rio agora. (Falou com a voz calma, mas sem virar a cabeça ou o olhar para ela).

—Pelagem de Carvão: Você tem certeza, Voo de Esquilo?

—Voo de Esquilo: Sim, vá! (Falou firmemente, como se não visse a hora da ex-colega de clã se retirar).

        A guerreira negra nem se despediu, já soube, pelo tom de voz da gata, que deveria voltar o mais rápido possível. Sentiu uma ponta de tristeza por ser expulsa dessa forma, por mais que não soasse como uma ordem de expulsão, ela já sabia que Voo de Esquilo não a queria perto para ver a reação dos seus filhos adotivos.

        Ela se afastou, mas ainda pôde ouvir Folha de Azevinho gritando e a mandando ficar longe deles. Sentiu seu coração apertando seu peito, segurou algumas lágrimas de dor que sentia pela ex-colega de clã.

       Logo chegou ao rio, e já estava pronta para saltar na água e nadar de volta ao seu lado da fronteira, no entanto, a cada passo que dava pra dentro do rio mais sentia que era errado deixar Voo de Esquilo lidando com isso sozinha. Já pensava em voltar e tentar explicar aos trigêmeos o porquê de terem guardado segredo sobre seus verdadeiros pais, mas sentiu cheiro de sangue fresco, então viu algo vermelho ser trazido pela correnteza rio.

        Saltou pra fora d'água rapidamente, e começou a seguir a trilha de sangue por terra, pois assim iria mais rápido. O cheiro estava cada vez mais perto, Pelagem de Carvão trotava pela margem cuidando para não ser vista por outros gatos do Clã do Trovão, por mais que se conhecessem e fossem amigos, ela não deixava de ser uma invasora.

        Em um tique taque de coração, a gata negra ouviu passos pesados logo a frente, ergueu as orelhas e manteve o nariz pra cima, atenta a qualquer coisa que se aproximasse e pudesse ser uma ameaça.

        Avistou a frente dois gatos lutando, um deles parecia ser Pelo Gris e o outro tinha o pelo negro como o seu, de início não reconheceu, mas quando o guerreiro cinzento o jogou no chão, Pelagem de Carvão percebeu que era Céu da Noite, a qual estava ferida e, aparentemente, cansada. A guerreira de olhos roxos saltou na frente dela antes que Pelo Gris pudesse fazer mais alguma coisa.

—Pelagem de Carvão: Deixe-a em paz, Pelo Gris!

—Pelo Gris: Vocês duas devem sair agora! Estão invadindo!

—Pelagem de Carvão: Então deixe-nos passar e poderemos voltar pra casa.

—Pelo Gris: Essa parte do rio faz fronteira com o Clã do Vento e não com o Clã do Rio. Não vou deixar que fiquem passeando pelo meu território assim. (Falou saltando sobre a ex-colega).

—Pelagem de Carvão: Pelo Gris, não faça isso! Nós já lutamos antes e você lembra como eu te deixei, não lembra? (Falou ao cair no chão).

—Pelo Gris: Isso foi há muito tempo. Você não é mais tão jovem. (Falou arranhando-a no rosto).

       Pelagem de Carvão o empurrou com as patas traseiras, o prendeu no chão e mordeu seu pescoço, o guerreiro a acertou com uma patada e lhe causou um ferimento sobre o olho esquerdo, a jovem revidou metendo suas garras na barriga dele, causando uma ferida grande e funda.

       Céu da Noite se levantou com dificuldade por causa de uma ferida em sua perna, mas avançou para se juntar a parceira, ambas fugiram pelo mesmo caminho que Pelagem de Carvão fez para chegar até ali. A guerreira olhou para trás para ver se Pelo Gris já tinha se recuperado, mas se depara com a cena de Folha de Azevinho de pé sobre o guerreiro azul cinzento, não sabia se este tinha vida ou não, ou mesmo se ela o tinha matado ou se Folha de Azevinho o havia feito.

—Folha de Azevinho: Saia enquanto pode, Pelagem de Carvão, mas não pense que eu esqueci sobre a sua participação nas mentiras que me contaram a minha vida toda. (Falou sem se virar para ela).

—Pelagem de Carvão: Você o matou? (Falou assustada).

—Folha de Azevinho: Você vai me dedurar? (Falou se levantando, mas ainda sem olhá-la).

—Pelagem de Carvão: Só se você contar a alguém que Voo de Esquilo e Garra de Amora Doce não são seus pais.

—Folha de Azevinho: Saia daqui agora! Eu posso fazer você se juntar a ele se quiser, eu faria com muito gosto. (Falou virando seu rosto para ela, com o focinho e o peito cobertos de sangue).

         A gata de olhos roxos deu alguns passos para trás antes de virar seu corpo para a direção que seguiria, correu pela floresta seguindo a trilha de sangue que sua parceira deixara, logo chegou ao ponto onde ela havia pulado no rio para atravessar.

         Pelagem de Carvão começou a nadar, suas patas manchadas de sangue a impulsionavam para frente, estava exausta depois da corrida e da briga que teve com Pelo Gris. Logo chegou do outro lado, suas pernas não aguentavam dar mais nem um passo, seu coração palpitava rápido e sua cabeça mal conseguia processar tudo que acabara de acontecer.

         Ergueu a cabeça para ver se Céu da Noite já estava segura, virava os olhos para todos os lado, e um desespero a tomou quando a avistou caída a margem do rio. Correu, ou melhor, rastejou depressa até ela para ver se ainda respirava, seu corpo estava estático, metade das suas pernas ainda estavam pra dentro d’água.

       A cutucou na esperança de que ela acordasse, mas Céu da Noite nem reagia, não estava respirando, suas feridas eram profundas e pareciam ter sangrado o tempo todo desde que começaram a fuga, e as pupilas de seus olhos estavam completamente dilatadas.

       Os olhos de Pelagem de Carvão se inundaram de lágrimas, não teria forças para carregar Céu da Noite até o acampamento ou para ir pedir ajuda, então apenas deitou-se ao lado do corpo com a cauda enrolada nele, apoiou sua cabeça sob as costas do corpo da amiga e fechou os olhos.


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Notas finais do capítulo

Escrever a morte de Céu da Noite foi a coisa mais difícil que já fiz em toda essa fic. Eu amava demais ela. ;( No próximo cap. teremos uma revelação chocante. Mas como estará meio implícito, vou explicar o que é nas notas finais.
Obrigada por terem lido. Bjs.



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