Groupie Love escrita por Suh Brandon


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira história realmente concluída, então espero que você goste de verdade. Demorou, eu tinha um plot inicial deles na faculdade etc, mas não rolou. Até que do nada esse Edward meio bad-boy-fake-cadelinho surgiu e a Bella também super apaixonada e então rolou.
Eu assim como a Bella dessa fic me tornei uma stalker sua no twitter, mas tentei disfarçar ao máximo! Ps: E desculpa se em algum momento te deixei preocupada por não mandar mensagem no curiouscat, mas eu simplesmente não encontrei o seu link kkkkkk.



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Pov Edward

Me considerava um cara simples, a minha única grande ambição na vida sempre foi conseguir viver da arte, mais especificamente da música. Não que meus pais tenham sido a favor dessa escolha no começo da minha carreira, já que venho de uma família com gerações de grandes médicos e figurões da alta sociedade. Ser músico para eles era o equivalente à escória da sociedade. O importante ali era o status, sempre perfeitos e sem escândalos, o que na cabeça deles é totalmente o oposto da vida de uma celebridade.

Confesso que posso ter contribuído para essa percepção, já que no começo da minha carreira fiquei conhecido como um bad boy encrenqueiro e que pegava tudo que se movesse. Mas isso fica velho muito rápido e acaba ficando chato e repetitivo, por isso, depois de algum tempo, resolvi botar a vida nos eixos e levar a música a sério.

Eu queria que todos passassem a me enxergar como um artista, não uma celebridade. Então, fiz as pazes com a minha família e resolvi mudar de gravadora para um novo recomeço, para isso fui atrás do melhor dos melhores produtores musicais de Los Angeles, Charlie Swan, dono da maior e mais prestigiada gravadora do país a Swan Produções. O cara era uma fera e só tinha na sua lista de clientes os melhores da indústria.

Mas é como dizem, karma é uma vadia! Os meus anos como o maior galinha da indústria e cantor de hits genéricos fez uma fama nada boa com figurões como Charlie Swan e meu nome estava na lista a se evitar.

No começo ele nem quis me atender, o meu histórico não era dos melhores, o cara passava longe de polêmicas, todos que trabalhavam com ele levavam a música muito a sério. Mas até que por obra do destino minha mãe, Esme Cullen, conheceu a esposa do Swan, Renée, em uma exposição de flores. Isso mesmo, minha oportunidade de mudar de vida surgiu porque minha mãe sempre gentil havia ajudado a esposa de Charlie Swan a escolher o melhor adubo para flores silvestres. 

Então em um dia eu estava sem perspectiva de mudança e no outro, depois de uma ligação de 2 minutos com a minha abençoada mãe, tive uma reunião marcada com o maior produtor musical do país.

Eu sabia que aquele dia era um dos mais importantes da minha carreira, mas nunca poderia imaginar que seria o mais importante também da minha vida. Esse foi o dia em que assinei meu maior contrato e também conheci o amor da minha vida. O único problema é que ela era nada mais nada menos que Isabella Swan, Bella para os íntimos, filha do Chefe Swan e portanto a garota fora dos limites, completamente.

 

Anos antes, dia da reunião

Já tinha perdido as contas de quantas vezes havia olhado no relógio esperando que o horário da reunião chegasse logo, meu cabelo já estava todo bagunçado de tanto passar os meus dedos por ele nervosamente. Esse cara não chegava nunca.

— Se acalme querido, vai ficar tudo bem. — Sim, levei minha mãe na reunião já que ela quem havia conseguido que tudo isso fosse possível. Meu pai até queria vir também, mas aí já seria demais, né?

— Estou nervoso, ele é o melhor dos melhores, mãe. Preciso que dê certo. — falei olhando novamente no relógio. Ela abriu a boca para me acalmar outra vez, mas a porta foi aberta e então Charlie Swan entrou acompanhado de uma bela mulher de cabelos castanhos e curtos ao seu lado, Renée Swan.

Minha mãe logo se levantou e foi cumprimentar a nova melhor amiga, fiquei atrás nervoso encarando o homem de bigode mais famoso da indústria e que tinha meu futuro nas mãos.

— Esme querida, como vai? — Renée perguntou abraçando minha mãe.

— Muito bem, Renée. Este é o meu filho Edward de quem falo — Esme me apresentou para a mulher.

— Claro! Prazer, Edward. Ele é realmente, muito bonito Esme — Renée comentou já me abraçando, o que eu não esperava — Deveria conhecer minha filha, ela mora em Londres atualmente, mas sei que seriam bons amigos — continuou falando.

Charlie se fez presente com um pigarro, o que logo me fez soltar a mulher do homem. Renée revirou os olhos com os modos do marido. 

— E esse é Charlie —  Ele primeiro cumprimentou minha mãe e depois a mim.

— Prazer em conhecê-lo, Senhor — falei com um aperto de mão forte, pra mostrar segurança e que não era só um filhinho da mamãe como ele poderia estar imaginando.

— Claro. Então você tem algo pronto para me mostrar — falou sendo direto.

— Com certeza. Preparei uma das minhas músicas autorais.

— Bom, vamos ao trabalho então — apontou para o estúdio de voz — Entre ali e mostre o que você tem — continuou — Senhoras, podem sentar enquanto nos ajeitamos aqui — apontou para as duas se afastarem da mesa e se sentarem.

Segui para o estúdio levando meu violão preferido e logo me ajeitava com o fone e microfone de lá, Charlie chamou um técnico de som e sentou em uma das cadeiras ali próximas, me encarando diretamente pelo vidro que nos separava.

Foda-se, pensei. Vai dar certo! Quando o técnico me deu um sinal de OK com as mãos e o alerta de “Gravando” surgiu no estúdio respirei fundo, fechei os olhos e deixei tudo fluir.

 

Você vai aprender a me odiar

Mas ainda me chamar de baby

Oh amor

Apenas me chame pelo meu nome

 

E salve sua alma

Salve sua alma

Antes que você tenha ido longe demais

Antes que nada possa ser feito

 

Essa era uma das minhas primeiras músicas autorais que havia escrito ainda na adolescência. Nunca a tinha apresentado para ninguém, mas senti que tinha que mostrar um estilo musical próprio, bem diferente dos singles comerciais com que vinha trabalhando nos últimos anos. Se eu quisesse ser reconhecido pelo Chefe Swan, tinha que mostrar personalidade e sem modéstia eu era foda demais nisso.

Quando terminei de tocar e cantar, houve um silêncio no outro lado da sala. Merda. Olhei para as duas mulheres na sala e ambas estavam em lágrimas. O técnico de som com os cabelos longos e cor de areia me olhava de forma estranha e por fim, Charlie me encarava de forma dura com aqueles olhos castanhos do caralho dele.

Continuei o encarando, já não tão confiante do que quando estava cantando. Com um movimento de cabeça, Charlie me chamou de volta para a sala onde todos estavam e enquanto voltava com meu violão nas mãos só podia pensar na decepção que fui para os meus pais, Carlisle e Esme. O que eu faria agora? Teria que viver tocando de bar em bar de Los Angeles e vivendo na casa deles eternamente. Porque eu não fui para a faculdade de Medicina? Eu sou uma fudida ex-celebridade decadente.

Chegando na sala, todos haviam se retirado e lá só estava o Swan e o seu bigode. Engolindo em seco já me preparei para a dispensa e a última pá de terra na minha carreira na música. 

— Vamos nos sentar, Cullen — Charlie indicou o sofá que antes minha mãe e Renée estavam em prantos. Concordei e ambos nos sentamos.

— O que você mostrou lá dentro garoto, é isso mesmo que você quer seguir? — perguntou.

Merda, ele odiou. O que posso dizer!? O encarei e resolvi ser sincero, era para isso que vim afinal de contas, pela mudança de cenário.

— Senhor Swan, eu preciso ser muito honesto aqui. Sei que você não queria nem mesmo marcar essa reunião — ele concordou com a cabeça. Muito fodido, pensei.

— Mas eu estou completamente empenhado nessa mudança, sei que meus últimos trabalhos foram totalmente comerciais e genéricos, também sei que deixei a fama e vida de celebridade subir a cabeça por um tempo. Mas não é isso que eu quero pra minha vida. A música é o que me move. Escrever, produzir e por fim cantar algo que realmente eu goste e me conecte é o que quero fazer de agora em diante. E é isso que você faz aqui. Você é o melhor em tirar o melhor dos artistas. — terminei dizendo.

— Você tem razão. Eu sou  muito bom no que faço — ele começou  — E por isso que o que eu vi ali agora a pouco me chocou. 

Baixei a cabeça em desânimo, mas então ele continuou.

— Me chocou, porque faz anos que não vejo uma apresentação tão sincera e crua como a sua. O que você mostrou ali garoto, foi a sua alma. O que é um bom começo — terminou com tapinhas nos meus ombros.

Levantei a cabeça rapidamente em surpresa. — O que?  — falei incrédulo.

— Eu gostei do que vi. Confesso que tem muito a melhorar, mas eu vejo o seu potencial. E se você estiver completamente comprometido nessa mudança de cenário, a Swan Produções está de portas abertas — terminou se levantando e estendendo a mão para o típico aperto de mãos para selar um acordo.

— Tenho sim, Chefe. Toda a certeza! — Levantei rápido já devolvendo o aperto de mãos com entusiasmo.

— Perfeito, então vamos logo oficializar isso. Mas, espero que saiba que o comprometimento aqui é real e tem coisas que você terá que abrir mão para seguir com isso.

— Eu faço qualquer coisa pela minha carreira, Chefe — respondi firme.

— Ótimo, vamos assinar logo esse contrato então — Charlie me guiou para outra sala com as mãos em meus ombros e não consegui pensar em mais nada depois daquele momento. 

Até então, aquele tinha sido o melhor momento da minha vida, a minha carreira vinha em primeiro lugar, sempre. Por isso, os detalhes do contrato não me incomodaram quando o assinei, como:

 

1. Não se envolver em polêmicas na mídia;

2. Nada de fotos comprometedoras nas redes;

3. Tratar sempre bem os fãs;

4. Cumprir todos os compromissos;

 

E o último, mas não menos importante:

 

5. Não relacionamento.

 

Mas naquele mesmo dia eu me arrependi amargamente por essa fodida última cláusula. A vida tem dessas e depois de assinar, protocolar e selar o acordo da minha vida, na primeira oportunidade do meu novo recomeço, eu me deparei com a mulher mais linda, gostosa e com certeza o AMOR da minha vida no estacionamento da gravadora. E ela era nada mais nada menos que a porra da filha do Chefe Swan, Isabella. Sou ou não um sortudo fudido.

Fim do flash back

 

Bom, esse foi um começo complicado e nada esperado. Nunca imaginei que encontraria uma mulher tão perfeita em toda minha vida e olha que a minha lista de exs era grande. Mas Bella era diferente, era a minha garota perfeita. Estamos juntos a mais de 2 anos e o meu sentimento por ela só aumenta e por isso, me ressinto ainda mais daquela maldita cláusula do contrato. Não poder compartilhar com ninguém a melhor parte da minha vida é frustrante e não sei se quero seguir assim, nosso relacionamento é importante e quero dar um passo adiante. Mas a mulher é teimosa, igualzinha ao pai. E teima que temos que seguir assim, até que o Chefe confie em mim e não desconte sua raiva no meu trabalho.

Lógico que no inicio concordei com isso, até porque eu precisava que o Charlie confiasse que eu havia mudado e estava comprometido com a minha carreira, mas porra, já se passaram 2 anos e eu não tinha sido mais do que exemplar em tudo.

Claro que no começo a mídia não foi fácil ou legal comigo, sempre criando histórias polêmicas envolvendo o meu nome, mas eu estava focado em ser um artista e um homem melhor. Os críticos também não ficaram tão felizes com a minha mudança de estilo musical, até mesmo alguns fãs se voltaram contra, chamando minha música de “besteira conceitual”. Confesso que aquilo machucou um pouco meu ego, mas toda minha família, amigos, gravadora me apoiaram e o mais importante, Bella me apoiou. Agora estava sendo levado a sério e tinha sido até mesmo indicado ao Grammy por “Melhor Álbum”.  Mas tudo isso só valeria a pena se eu pudesse compartilhar com aqueles que amo e me apoiam.

Por isso, estar agora com ela aqui em meus abraços depois de um show lotado em que ela não pôde estar lá na plateia curtindo me frustra pra caralho.

Desistindo de tentar dormir, dou um beijo em seus cabelos e saio da cama, deixando a minha garota descansar. Uma vez que ela pegou um vôo de mais de 11h para estar comigo pelos próximos dias, trancados a maior parte do tempo na minha casa. 

Tentando afastar esses pensamentos, vou até a varanda e acendo um cigarro, o qual não fumo a muito tempo. Olhando a vista da cidade só me faz lembrar a primeira vez em que nos conhecemos.

 

Flash back - Encontro no estacionamento

 

O dia em que nos conhecemos no estacionamento, vai estar sempre marcado na minha mente. Isso porque eu havia acabado de assinar o meu maior contrato e estava feliz pra caralho, mas também porque na primeira oportunidade possível a vida já estava me testando. 

Depois da conversa com Charlie, saímos da sala e fomos contar para as mulheres ansiosas lá fora a boa notícia. Assim que chegamos lá, a conversa de todos a volta, incluindo alguns funcionários cessaram, todos estavam com expectativas, já que eu não era o cliente padrão da gravadora. Então, Charlie logo soltou a bomba e exigiu que o contrato fosse redigido e impresso para ser assinado.

— Venho apresentar para vocês o novo contratado da Swan Produções. Seja bem-vindo, Edward Cullen. Que o  trabalho árduo nos próximos anos nos tragam boas recompensas no futuro, garoto — disse alto para todos, o que gerou uma salva de palmas e minha mãe chorando e me apertando em um novo abraço.

— Eu sabia que você conseguiria, querido! O que você fez lá dentro foi lindo e me deixou orgulhosa — ela disse ainda chorosa.

— Obrigado mãe, por tudo. — foi o que consegui responder naquele momento.

— Bom, agora vamos assinar logo isso — Charlie falou batendo no meu ombro.

Então nos dirigimos para uma nova sala onde já se encontrava um homem engravatado à nossa espera com alguns papéis nas mãos. 

— Boa tarde, Ben. Esse aqui é Edward, o novo artista da casa. Gostaria que explicasse para ele os termos do contrato, tudo bem? — Charlie nos apresentou enquanto eu puxava uma cadeira para minha mãe e depois logo me sentava na grande mesa de reunião. 

— É um prazer Edward, caso tenha alguma dúvida é só perguntar, ok? — Falou enquanto estendia uma cópia dos documentos à minha frente.

As cláusulas eram simples e concordei com todas as exigências contratuais, porque era aquilo que precisava para me manter na linha e conseguir alcançar meus objetivos na carreira. Depois de assinar e por fim tudo acordado, conversamos um pouco mais sobre a nova equipe de trabalho que eu teria e como seguiríamos dali para frente.

No fim da reunião, o Chefe se desculpou e se despediu logo voltando para o trabalho, enquanto eu fiquei de ir ao estacionamento e encontrar com a minha mãe na entrada lateral para que ela fofocasse um pouco mais com Renée. 

Ainda com os pensamentos a mil durante o pequeno trajeto onde havia estacionado meu Audi, demorei para perceber um barulho estranho seguido de xingamentos suaves em algum lugar no estacionamento, mas logo a frente encontrei a fonte dos sons. Uma mulher pequena, vestindo jeans e uma camisa branca simples, estava curvada tentando ver dentro de um Volvo preto estacionado. 

Gostosa. Foi a primeira coisa que constatei, mas logo me repreendi. Foco, Cullen! Novo homem, lembra? Pensei comigo mesmo. Então sacudindo para longe meus pensamentos sujos, resolvi conferir o que estava acontecendo e quem sabe oferecer uma ajuda de forma amigável. Quando me aproximei a mulher pareceu se assustar com o barulho dos meus passos e virou rapidamente, fazendo com que o cabelo que estava preso em um coque se soltasse e puta merda! Ela era linda, tinha um cabelo castanho longo e o rosto mais lindo em formato de coração que eu já tinha visto, além de olhos castanhos como chocolates que completavam o pacote de perfeição que ela era por inteiro. Caralho ela seria uma musa inspiradora perfeita para várias canções.

— Puta que pariu! Você me assustou como o inferno! — falou colocando a mão em cima do coração e logo ficando com o rosto em um belo tom de vermelho.

— Me desculpe — falei erguendo as mãos em um gesto de rendição, mas logo lançando um sorriso que eu imaginava ser sedutor para a garota. Olhando mais de perto ela até me parecia familiar…

— Você precisa de alguma ajuda? — perguntei.

— Claro! — respondeu aliviada — Na pressa de sair do carro eu esqueci a chave na ignição e não alcanço por esta fresta da janela. Meus braços não são longos o bastante — falou indicando o problema.

— Eu posso tentar? — falei já me aproximando e tirando a jaqueta para ter mais movimento no braço.

— Por favor — ela concordou e esticou as mãos para que eu entregasse a jaqueta para que ela segurasse.

Concordei e dei uma olhada para pensar na melhor estratégia, mas era algo simples, a janela tinha um pequeno vão aberto e enfiando o meu braço e esticando o máximo possível, consegui chegar até o grande chaveiro e puxá-lo da ignição.

Me ajeitando, logo mostrei para ela que havia conseguido. Sem esperar ela deu um grande pulo e me abraçou forte agradecendo. 

— Obrigadaa! — disse me apertando o qual tive que retribuir, claro.

— Sempre que precisar! — respondi com uma piscada o que a fez corar novamente e ri.

— Sério, tem algo que eu possa fazer para compensar essa ajuda? — Falou olhando no fundo dos meus olhos e cara, ela era hipnotizante.

— Bom nome e telefone no momento são suficientes — respondi sem pensar.

Ela deu uma risadinha fofa e concordou, então logo saquei o celular enquanto ela recitava o  seu número de telefone. 

— Pode me chamar de Bella — falou.

Concordei, salvando o seu número e já pensando nas possibilidades de me encontrar com aquela musa no futuro. 

— Lindo apelido, vem de que? — perguntei curioso, Isabella, Isabelle, Isadora, queria saber tudo sobre aquela mulher.

— Vem de Isabella, meus pais amam a Itália e por lá é bem comum — respondeu enquanto ajeitava a bolsa que havia resgatado no carro agora que pôde abri-lo novamente.

— Legal e o que veio fazer aqui, Bella?  — perguntei quando começamos a andar.

— Vim fazer uma surpresa para eles, soube que os dois estão por aqui hoje.

— Então eles trabalham aqui? — perguntei curioso e feliz que pudéssemos nos ver mais vezes.

— Na verdade, meu pai é o dono, Charlie Swan e minha mãe é Renée Swan, conhece? — perguntou tranquilamente.

Então parei em choque e assim que ela percebeu que não havia respondido me olhou profundamente com aqueles olhos castanhos familiares do Chefe Fodido Swan.

Merda! Eu tô muito ferrado.

 

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Depois do choque inicial não consegui prosseguir com uma conversa decente com ela, mas antes que pudesse me embaraçar de alguma forma, chegamos onde nossas mães estavam. Fiquei grato por não ter a necessidade de pensar ou precisar falar de forma muito coerente. Não que eu tivesse tido alguma oportunidade, já que quando Renée viu que Bella estava por ali a comoção foi total, parecia que ela não visitava a muito tempo.

Essa foi a deixa perfeita para que eu convencesse minha mãe a partirmos e deixássemos mãe e filha matarem a saudade. Com uma despedida rápida, Bella me devolveu a jaqueta que ainda segurava e nossas mãos se tocaram brevemente, então trocamos olhares mais longos que o apropriado, mas finalmente consegui forçar o meu corpo e mente a se afastar. Foco, Cullen!

Os dias que se seguiram foram muito intensos, Charlie realmente não brincava em serviço e em tempo recorde eu já tinha uma nova equipe inteira a disposição. Emmett McCarty, um cara enorme foi contratado como meu preparador físico e segurança, Rosalie Hale uma loira escultural e com um olhar intimidante, era minha nova assessora de imprensa, Jasper Whitlock um homem loiro, alto e magro era meu produtor musical e professor vocal e Alice Brandon baixinha, cabelos curtos e ligada nos 220 volts completava o meu time pessoal como uma personal stylist.

Todos eram muito bons naquilo que faziam e estavam se sentindo desafiados por trabalharem com alguém com o meu passado artístico sinistro. Minha equipe era a melhor e fiquei grato que todos estavam mais do que empenhados em fazer com que minha carreira desse certo.

 — Essa é a nossa oportunidade de vida, Cullen — Disse Rosalie, em nosso primeiro encontro de equipe — Se conseguirmos fazer de você uma estrela da música respeitável, seremos considerados deuses da indústria. 

Não fiquei chateado com a sua sinceridade, ela estava certa afinal. Eu mesmo não queria estar em sua pele já que seria ela quem lidaria diretamente com a imprensa a meu favor e tentaria mudar a minha imagem. Todos ali a princípio também estavam com o pé atrás de como seria trabalhar com alguém como eu, mas com o tempo e muito esforço da minha parte, perceberam que eu estava empenhado na mudança verdadeiramente. 

 — Esse é o emprego mais fácil da minha vida, meus únicos objetivos são manter as fãs de 12 anos do Cullen longe e de quebra deixar ele fortão igual aquele novo ator do Batman, até que vocês são parecidos  — falou Emmett me dando tapas nos ombros.

 — Eu sou muito mais gato  — respondi ofendido.

 — Fala sério, você é mais gato que o Rob? Você já viu as costas daquele homem? Meu sonho era ser personal stylist daquele Deus e poder tocar naquele corpinho enquanto tirava suas medidas  — disse Alice se abanando, só revirei os olhos.

 — E você, Jasper, também queria trabalhar com esse Rob ai?  — perguntei bravo.

Ele até mesmo tirou um momento para pensar antes de responder  —  Ele também canta sabia?  —  respondeu simplesmente, fazendo com que todos ali rissem da minha cara.

Zoação a parte, passei a considerar todos ali amigos e até mesmo família, o que é algo muito difícil nesse meio, onde há muita falsidade. Ter uma equipe como essa é algo raro e me sinto sortudo. Mesmo sendo o candelabro da equipe, isso mesmo. A equipe era tão perfeita que foram formando casais, fazendo assim com que o único fodido solteiro fosse eu.

Mas, mesmo com todas as mudanças de rotina, todo fim de noite quando meu cérebro não estava pensando em música pensava nela. Era algo involuntário e uma tortura sem tamanho. Eu estava lutando contra algo que nunca havia sentido, essa obsessão em Bella era algo assustador. Ao fechar os olhos eu ouvia a sua voz melodiosa, em um momento qualquer do dia sentia seu perfume delicioso e ao dormir e acordar era o rosto dela quem eu via, ela até me inspirou para novas músicas. Eu parecia um maníaco fodido. Mas estava disposto a não ir atrás dela, mesmo que por vezes eu tivesse quase cedido à tentação de mandar uma mensagem e implorar por um encontro. Porque eu pedi o telefone para ela, afinal?

Mas como sempre, o universo olha para minha cara e ri. O dia em que fiquei até mais tarde no estúdio com Jasper passando alguns acordes da primeira música da nova fase Cullen, o encontro que eu tanto temia aconteceu. A minha tentação em forma de gente de 1,65 de altura, longos cabelos castanhos e fodidamente perfeita estava encostada no meu carro e com um olhar desafiador no rosto. 

 

Fim do flash back

 

Pov Bella

Acordei e logo percebi que estava sozinha na cama, o que era algo incomum já que eu era sempre a primeira a levantar enquanto Edward tinha um sono extremamente pesado. Bom, era de se imaginar, já que a vida de um músico é corrida e tem uns horários bem malucos, considerando o que todos pensam como um padrão. Mas, meu corpo sentia tanta falta de dormir colado com o dele no dia a dia, então a falta do seu calor junto a mim me despertou.

Levantei, vesti a camiseta dele que havíamos descartado no chão na primeira oportunidade em que estávamos sozinhos em casa e saí a procura do meu homem sexy. Logo o encontrei na varanda com seus cabelos desordenados daquela maneira selvagem que somente nele ficava bem, sem camisa, somente com um calça de pijama de cós baixa, a imagem da perfeição. Sim, eu amava cada pedacinho daquele homem, desde seu cabelo bagunçado, passando por suas costas pecaminosas cheia de pintinhas sexys, mãos e pernas longas, olhos azuis quase verdes e um sorriso sedutor que deixava minhas pernas bambas.

E por amá-lo tanto sei bem o que o tem deixado agitado ao ponto de não aproveitar o máximo de sono depois de uma noite de show e uma foda incrível de reencontro, além do fato de estar fumando nesse momento, algo que ele vem tentando parar já a algum tempo. Meu homem sexy, já está se preocupando com a minha partida, com o fato de termos de nos separar novamente, além de não podermos nos mostrar como casal para o mundo e principalmente nossas famílias e amigos.

O pior de tudo é que ele acha que não sofro com essa situação tanto quanto ele. Mas a realidade é totalmente o contrário, toda vez que nos despedimos meu coração fica em Los Angeles, isso porque Edward é quem o tem. Estar em Londres por meses, longe do seu toque e da sua simples presença é devastador, mas tenho que ser forte por nós dois. Ele precisava se reerguer e meu pai, assim como a Swan Produções, era a melhor alternativa. Eu não era egoísta de aceitar que o amor da minha vida desistisse de uma parte vital dele como a música por mim. Por isso, eu tenho um plano que já vinha sendo posto em prática nos últimos meses junto com a minha grande amiga e agora agente, Tânia. 

O primeiro passo sempre foi concluir a faculdade de artes, o qual foi o motivo da minha mudança para Londres. Eu precisava fazer as coisas por mim mesma, longe da influência  que o sobrenome Swan pudesse carregar, não que em outro país meu pai e até mesmo minha não fossem conhecidos, minha mãe Renée era uma escritora infantil famosa e meu pai o chefão da indústria musical, afinal. 

Mas eu queria ser livre e poder viver um pouco dessa experiência, o que foi algo incrível. Eu vivia e respirava arte, pintar sempre foi algo natural para mim e viver disso, expondo minhas obras era o meu grande sonho. Até que conheci o amor da minha vida no estacionamento da produtora e a partir dali tudo que eu mais queria era terminar meus estudos e voltar correndo para Los Angeles. Eu nunca pensei em desistir dos meus sonhos, por isso, fazer com que ele desistisse dos dele era algo impensável para mim.

Mas claro que eu não contava com o maldito contrato de não relacionamento do qual Edward havia assinado, para ser sincera eu não o reconheci logo de cara, o seu estilo musical naquele momento não era o meu preferido. 

Porém, mesmo depois de um encontro aleatório em um estacionamento eu precisava conhecê-lo. Confesso que fiquei muito puta quando depois de 5 dias ele não havia me mandado nenhuma mensagem. Então sondei minha mãe e qualquer um da produtora até encontrar o dia perfeito de ter uma conversinha a sós novamente com o Cullen e nada melhor do que um lugar mal iluminado como um estacionamento, certo?

 

Flash back - Segundo encontro no estacionamento

 

Eu poderia ser considerada uma stalker, mas não poderia deixar essa oportunidade passar. Depois de dias procurando uma brecha para pegar esse homem sozinho e longe do meu pai, enfim o momento havia surgido. Fiquei por dias pensando em um motivo para que ele não tivesse me mandado uma mensagem sequer, claro que ser o novo agenciado da produtora não era algo com que eu estava contando quando nos encontramos no estacionamento, além de descobrir que ele era um cantor famoso de passado duvidoso, o que me fez tentar segurar a minha obsessão por algum tempo. 

Mas ouvir meu pai falando com a minha mãe sobre o “Garoto Culllen” e o quanto ele estava se esforçando nos últimos dias e tinha muito talento, se tornou um tipo maluco de tortura. Eu sabia que estava doida, quem em sã consciência ficaria obcecada por um cara que conversou por uns 5 minutos e que era considerado um galinha? Bom, aparentemente eu era essa garota e estava obcecada por um cara com um sorriso matador, olhos lindos, gostoso e com uma voz perfeita. Sim, eu já era totalmente Team Edward!

Por isso, não refleti muito no que estava fazendo quando o esperei encostada no seu Audi no estacionamento tarde da noite. Eu queria pegá-lo de surpresa, assim ele não poderia inventar uma história para a sua falta de comunicação ou me daria logo um fora, mas longe de todos, o que nos causaria menos constrangimento. Ouvi passos e ele se despedindo de alguém, logo me preparei colocando minha cara de vadia para jogo e cruzando os braços embaixo do peito para valorizar.

Deu para perceber o choque na sua expressão assim que ele me notou encostada no seu carro — Boa noite, Edward! — falei e o vi engolindo em seco. Bingo! Esse homem também me quer, pensei.

— Boa noite, Bella! Você precisa de ajuda? Algum novo problema com o seu carro? — respondeu tentando quebrar o gelo.

— Não, eu nem mesmo vim com ele essa noite — respondi — Vim aqui para te ajudar, acho que você é quem está com um problema…

— Eu? — perguntou com um olhar confuso. Gostoso, pensei. Mas logo me repreendi. Foco, Swan! 

— Sim, acho que você teve algum problema com o seu celular do tipo que não envia mensagens, sabe? — falei já me desencostando do seu carro e me aproximando dele, agora estávamos quase colados, mas ele era alto então tive que erguer a cabeça para olhar nos seus olhos, era agora ou nunca. Ou nos agarramos ou ele me dava um fora épico.

Não sei quanto tempo se passou, mas em um segundo eu pensei que era dona da situação e no outro estava prensada novamente contra o Audi de Edward, mas agora com o seu corpo colado totalmente ao meu, enquanto seus braços estavam lado a lado da minha cabeça apoiados no teto do carro. Puta merda, nessa posição eu sentia o seu corpo por inteiro e sua respiração no meu cabelo me dava os melhores arrepios.

— Maldito perfume — ele sussurrou no meu cabelo.

— O que? — respondi meio sem fôlego.

— Você não sabe o quanto esse seu perfume me enlouqueceu todos esses dias — respondeu colocando uma das mãos embaixo do meu queixo para que nos olhássemos nos olhos outra vez — Eu pensei em você em cada fodido segundo depois que nos vimos aquele dia.

O encarei, duvidando.

— Então porque não mandou nenhuma mensagem?

— Eu não podia, não posso, eu… — ele falou fechando os olhos e respirando profundamente.

— Edward, por favor — falei tocando em seu rosto, fazendo com que ele me encarasse novamente.

— Bella… — ele começou a dizer, mas um barulho alto nos assustou, já até tinha me esquecido completamente onde estava — Podemos conversar em outro lugar? — perguntou enquanto procurava a origem do som parecendo agitado.

— Claro, preciso mesmo de uma carona — respondi rindo mas nervosa.

— Certo — respondeu se afastando para abrir a porta para mim e logo correu para o seu lado, ele parecia ansioso enquanto se preparava para dirigir, até travou a porta do carro e se virou para o banco de trás pegando um moletom que ali estava.

— Você pode vesti-lo com o capuz, antes de irmos? — perguntou.

— O que? — perguntei desconfiada.

— É só para o caso de ter um paparazzi lá fora.

— Você não quer ser visto comigo?

— Não é o que você pensa, é complicado…Mas prometo te dizer assim que sairmos daqui — falou pegando minha mão e levando aos lábios para um beijo. 

Esse gesto carinhoso junto com o seu olhar me convenceram, então coloquei seu moletom junto com o capuz e logo que saímos do estacionamento privado da Swan Produções, uma enxurrada de flashes rodearam o carro, deixando Edward muito tenso.

Mas, assim que nos livramos totalmente dos paparazzis, depois de um momento com um silêncio tenso, ele suspirou fundo e me contou tudo enquanto dirigia. Sobre a sua vida de celebridade, como não estava mais satisfeito com ela, seu amor pela música e família, como queria mudar o rumo da sua carreira e a produtora do meu pai era importante para isso e por fim, sobre o contrato que assinou  no mesmo dia em que nos conhecemos. 

Então tudo fez sentido, Edward era um bom homem e queria mudar de vida, sua única chance para que isso acontecesse e ele pudesse viver o seu sonho era seguindo o contrato que assinou com o meu pai. Isso era uma merda total, já que eu sentia que gostava dele um pouco mais depois dessa conversa, mas nada poderia acontecer entre nós. Eu mais do que ninguém sabia disso e o quanto meu pai levava o trabalho e o comprometimento dos seus artistas a sério.

Mas bastou que ele estacionasse na garagem da sua nova cobertura, então nos encaramos por um momento antes de nosso primeiro beijo para que a decisão fosse tomada. E no fim daquela noite, depois de um jantar improvisado regado a cervejas, uma boa conversa e nossa primeira noite de amor juntos, tudo se completou da melhor maneira. Nós faríamos dar certo, não importava o quão difícil isso pudesse ser, o sentimento ali era real e valia a pena o risco.

Fim do flash back

 

Me aproximando, envolvi minhas mãos ao redor da sua cintura e dei um beijo em suas costas o sentindo um pouco tenso, mas logo Edward exalou profundamente, jogou o cigarro no chão o apagando com um dos pés e se virou para estarmos frente a frente em um abraço apertado. Amava essa proximidade, sentir seu coração era uma das minhas coisas favoritas no mundo, assim como ouvir sua voz cantando para mim como ele estava fazendo naquele momento. 

 

Garota da cidade, mas ela cresceu na metrópole

Ela não tem tempo para amor fanático

Nós não damos atenção ao bandido

Garota, somos você e eu, então, em quem confiamos?

Você e eu até o dia em que morrermos

Amor fanático

 

Dei um beijo em seu peito, logo acima do seu coração, então me afastei para encará-lo, subi uma mão e enrosquei em seus cabelos os massageando. Meu pobre homem estava sofrendo e naquele momento, olhando no fundo dos seus olhos quase contei sobre o meu plano de mudança, mas ainda faltavam algumas coisas importantes a serem resolvidas e não queria deixá-lo ansioso, ele já tinha muita coisa com que se preocupar. Só um pouco mais, baby! pensei.

— Essa é a minha favorita —  falei ainda o massageando. Ele fechou os olhos e encostou sua testa com a minha.

— Eu sei… —  respondeu simplesmente.

— Você quer conversar? — falei por fim.

Balançando a cabeça negativamente me abraçou mais forte, suspirando resolvi não forçá-lo naquele momento. Depois de mais algum tempo só nos abraçando, o puxei para dentro, tropeçando em algumas de nossas roupas descartadas pela sala um pouco mais cedo enquanto seguíamos de volta para o quarto. Chegando lá o empurrei para que pudesse sentar na beira da grande cama, parei entre suas pernas e o puxei para um beijo que logo foi retribuído. 

Edward me puxou para ainda mais perto, suas grandes mãos me acariciando e despertando da melhor maneira uma que somente ele sabia. Logo tirei a camisa que estava vestindo, desesperada para senti-lo o mais próximo possível de mim, então em um movimento rápido ele nos girou me prendendo abaixo do seu corpo, peito a peito. — Eu te amo, Edward! Pra sempre —  falei o encarando ofegante. 

Você é a única coisa que me magoaria perder, Bella! Eu te amo pra caralho — respondeu sussurrando de maneira sofrida. Edward não me deu tempo para respondê-lo, logo me beijando profundamente e me deixando sem fôlego. Nossos movimentos passaram a ser desesperados, precisávamos mais do que nunca daquela conexão.

Então sem perder tempo, ele abaixou sua calça e no segundo seguinte estava dentro de mim, me preenchendo e completando perfeitamente. — Abra seus olhos, amor! —  ele rosnou enquanto mordia um dos meus lábios — Me deixe ver você por inteiro — falou. O encarei e o que vi naquele momento foi tão arrebatador que logo me desfiz.

— Edwaard… — gemi seu nome quando cheguei ao meu ápice, enroscando o máximo possível o seu corpo no meu, o senti acelerar suas estocadas, ficando tenso e logo em seguida eu o senti se desfazer em meu interior.

Depois de algum tempo tentando recuperar o fôlego de um dos orgamos mais intensos da minha vida, Edward me deu um beijo na testa e rolou para se deitar ao meu lado na cama me puxando para nos aconchegarmos. Eu estava exausta emocionalmente e fisicamente naquele momento, então o seu carinho no meu cabelo e o cantarolar baixo da sua voz foi o sonífero perfeito e logo adormeci tranquilamente em seus braços.

 

~~~~~~~~~~~~

 

Acordei com um cheiro delicioso me atordoando, café e bacon! Minha barriga logo roncou e fui forçada a abrir os olhos e constatei que Edward não estava mais na cama, outra vez. Por uma fresta na janela pude notar que o sol já estava alto, então confirmei que se passavam das 10h30 da manhã olhando no relógio ao lado da cama. Hora de levantar! 

Depois de ir ao banheiro e fazer minha higiene matinal, coloquei um shorts jeans, outra camisa de Edward e parti para encontrar a fonte desse cheiro delicioso e de quebra meu homem sexy. Assim que entrei na cozinha fui presenteada com a visão de uma bela mesa de café da manhã já pronta e um Edward vestindo calças de moletom e camisa preta, perfeito.

— Bom diaa! — Cantarolei feliz.

— Bom dia, princesa — Edward respondeu se aproximando para uma abraço e beijo na testa — Dormiu, bem? — perguntou.

— Mais do que bem e você? — perguntei com uma piscadela.

— Perfeitamente — falou rindo e me presenteando com um dos seus sorrisos genuínos que tanto senti falta. Mas logo fomos interrompidos com uma batida na porta, o que era algo incomum já que Edward não marcava visitas com ninguém quando eu estava por aqui, ainda mais uma que não havia sido anunciada pela portaria.

Indo verificar quem poderia ser pelo olho mágico na porta, Edward ficou tenso enquanto sussurrou o nome da visita inesperada — É o Charlie… — falou passando os dedos pelo cabelo nervosamente.

— Ai meu deus — meio que sussurrei gritando.

— SHHHHH — ele falou vindo até mim tentando me calar — Para o quarto —  falou baixo e apontando a direção.

Concordei freneticamente e corri como uma louca. Chegando lá, tentei controlar minha respiração e fiquei o mais quieta possível para ouvir a conversa na sala. 

— Bom dia, Charlie, que surpresa! — falou Edward.

— Estava dormindo, garoto? — perguntou meu pai já dentro do apartamento.

— Não, só preparando o café, está servido.

— Um gole sempre é bem-vindo, obrigado — respondeu. Argh, porque você está aqui homem! pensei agitada.

— Claro! — meu namorado respondeu rápido, então os ouvi se afastando, provavelmente em direção a cozinha. Para continuar ouvindo a conversa tive que ir para o corredor silenciosamente. Depois de uma troca de palavras um pouco abafada, as próximas palavras de meu pai me arrepiaram.

— Tem alguém por aqui, Edward? — perguntou firme.

— O q que? — ele gaguejou.

— A mesa está arrumada para duas pessoas — continuou Charlie — E isto aqui é um sutiã? — falou agora com a voz tensa.

PUTA QUE PARIU! gritei mentalmente e já entrando em pânico.

— Charlie com todo o respeito, não acho que isso seja dá sua conta — respondeu Edward com a voz grave. Ai meu deus! Não faça isso Edward! Comecei a pensar silenciosamente.

— Ai é que você se engana, garoto. Nós temos um contrato, se lembra? — Charlie respondeu naquela voz fria como gelo que eu conhecia bem e ele só a usava quando estava muito puto.

— Como poderia esquecer, se a cada respiração alguém me lembra desse maldito contrato! — Edward falou frustrado.

— Bom acho que mesmo assim você não entendeu, quem sabe eu deixo mais claro na segunda pela manhã — meu pai falou firme.

— Estarei lá — Edward respondeu sem exitar. Ai meu deus! Eu estava histérica agora. Não, não! Após um momento de silêncio, notei a porta se fechando e logo corri para encontrar um Edward muito puto ainda encarando a porta de punhos cerrados.

— Edward — sussurrei nervosa. Então ele se virou e o que vi em seus olhos me fez estremecer.

 

Pov Edward

Raiva! Era tudo  o que eu sentia nesse momento. Dois fodidos anos haviam se passado desde a assinatura daquele maldito contrato, eu não havia sido mais do que exemplar em tudo, sem polêmicas e trapalhando como um louco, mas todos sempre que podiam me lembravam desse maldito contrato. O que mais eu poderia fazer para que me levassem a sério? Será que nunca esqueceriam o meu passado? Eu estava condenado a viver sendo taxado por erros antigos? Minha vida era um beco sem saída.

 

— Edward, não fica assim! Nós vamos encontrar um jeito, tudo bem? — Bella não parava de falar enquanto andava de um lado para o outro nervosa.

— Não importa — falei por fim.

— O que? — ela virou me olhando em choque — O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que não importa! — gritei de volta — Não importa quantas fodidas vezes venho me matando em shows, não importa as fodidas vezes aguentei entrevistas extremamente tendenciosas e fui educado em todas e outras fodidas vezes em que tive que sorrir quando insinuavam sobre a minha vida pessoal ou sobre o meu trabalho atual. Não importa o quão exemplar eu venho sendo nos últimos dois fodidos anos. Ninguém me leva a sério, seu pai, a mídia e você não se importam — terminei exausto.

— Edward…É claro que importa. Eu sei o quanto vem sendo difícil, sei o quanto você se esforçou. Você está concorrendo ao Grammy, todos estão tão orgulhosos… — Bella falou chorosa.

— Não importa Bella. Isso tudo não importa se em todo momento tem alguém me restringindo. Eu não sou verdadeiramente livre, não totalmente. Não posso nem fodidamente ter um encontro ou um maldito café da manhã com você sem alguém se intrometer e questionar. Estou exausto, não consigo mais continuar assim — falei por fim.

O silêncio incômodo se estendeu e só foi quebrado pelo som do meu celular tocando. Ainda frustrado o alcancei e verifiquei que era Rosalie. Ótimo! Pensei sarcasticamente.

— Alô — atendi.

— Hey, Edward. Vou precisar que venha mais cedo para a passagem de som hoje, tudo bem? Tivemos que fazer algumas mudanças de última hora e preciso que esteja aqui — falou.

— Claro, estou a caminho — respondi.

— Sem reclamações hoje? Adorei, te espero então — falou terminando a ligação.

Me virei para Bella e sua expressão era de cortar o coração, ela chorava silenciosamente enquanto abraçava a si mesma. Me aproximei e a puxei para mais perto, colando nossas testas juntas, mas não consegui dizer nada para confortá-la naquele momento. Então respirei fundo e dei um beijo em sua testa, mas assim que tentei me afastar ela segurou nossas mãos juntas o máximo possível como se aquele esforço fosse o que faltava para que os nossos problemas sumissem. 

 — Bella, eu tenho coisas a fazer, bom como todos sabem, tenho um contrato a cumprir, não é mesmo?  — falei amargo. Então me afastei outra vez da mulher que amo.

 

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Um tempo depois, já no caminho para o local do show recebi uma ligação — Oi mãe, tudo bem com você e o pai? — perguntei simplesmente.

— Olá querido, estamos ótimos. E você? — perguntou carinhosamente.

— Bem também, agora estou indo fazer a passagem de som para o show de hoje a noite.

— Ah que pena, estava ligando justamente para te convidar para um almoço aqui em casa comigo e seu pai — falou.

— Desculpe mãe, quem sabe uma próxima? — falei.

— Sem problemas, querido, vou ver se convido a Renée e o Charlie para nos fazerem companhia — continuou — Parece que a Bella só chega amanhã para a festa, sabe? Ela teve algum problema no vôo…você vai direto para lá ou passará aqui para o café da manhã? 

Merda! Tinha esquecido totalmente da festa de aniversário da Renée no dia seguinte, estava sem saco nenhum para encontrar Charlie por lá e ainda ter que me manter longe de Bella. — Olha mãe, ainda não sei se vou… — comecei a dar uma desculpa, mas logo fui interrompido.

— Nem se atreva Edward Cullen, você irá amanhã nem que eu tenha que te buscar em sua fortaleza que você chama de casa, entendeu? — Esme falou firme e com  esse ultimato só tive que concordar. Era só mais uma parte do fingimento total que era minha vida.

 

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Já no estacionamento da casa de shows, fui surpreendido com Emmett à minha espera. — E ai, cara! — falei ao sair do carro.

— Fala, grande estrela! — ele respondeu me cumprimentando com tapinhas nas costas — Me conta como foi o pós show ontem, hein? Nunca vi você sair tão rápido de uma coletiva — falou mexendo as sobrancelhas maliciosamente.

Revirei os olhos, é claro que ele e provavelmente todos haviam notado a minha pressa para ir embora. Bella havia me mandado uma mensagem pervertida dizendo que já estava em casa depois de 2 meses longe, então fiz o que tinha que fazer na velocidade da luz.

— Estava cansado Emmett, queria chegar em casa e dormir logo — falei sem me esforçar para inventar algo melhor, hoje realmente não estava no clima.

— Fala sério, essa foi a pior desculpa que você já inventou cara — respondeu, mas dei de ombros. Chegando no camarim Alice já me esperava com os figurinos da noite e Rosalie com seu tablet também já em mãos.

— Aí está você, Cullen! 

— Cheguei, Rose e Allie. E como estamos hoje? — perguntei já me acomodando na cadeira de maquiagem.

— Corridos como sempre, Alice vai te mostrar os figurinos e fazer os ajustes necessários e logo depois você faz a passagem de som com o Jasper, tudo bem? — falou rapidamente.

— Claro — respondi simplesmente. 

— Emmett vou precisar que ajude na mudança das caixas, aqueles incompetentes da Volturi trouxeram caixas a menos e o som está tendo que ser redistribuído — ela continuou.

— Claro, Ursinha. Vamos lá! — ele respondeu piscando para a esposa enquanto a segurava pela cintura e saiam para resolver os problemas das caixas de som.

— Agora que a general se foi, vamos fazer algo divertido! — disse Alice batendo palminhas felizes.

— E com algo divertido você quer dizer roupas? — perguntei para provocá-la.

— Claro! O que mais seria, Edward? — respondeu cerrando os olhos para mim tentando parecer intimidadora com seu 1, 60 de altura, então tive que rir.

— Venha já aqui, Cullen! Venha apreciar a obra de arte que é o seu guarda-roupa graças a mim! O prêmio de homem mais bem vestido já está no papo esse ano — Alice falou com convicção e eu acreditei totalmente. E nas próximas horas eu vi mais roupas e sapatos do que já vi em toda minha vida.

 

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Com a prova de figurino da noite riscado da lista, Rosalie voltou para avisar que era hora da passagem de som, então todos fomos para área do show, onde Emmett continuava a esticar fios e o Jasper mexia na mesa de som tentando sincronizar tudo.

— Como vai cara? —  o cumprimentei com um meio abraço.

—  Quase tudo pronto, conseguimos redistribuir tudo e a acústica está perfeita —  falou me tranquilizando.

— Ótimo —  respondi feliz, minha equipe além de excelentes amigos eram profissionais incríveis.

— Vamos começar, passando o som dos instrumentos e por último a gente faz a voz, beleza? —  Jasper me perguntou.

—  Como preferir —  respondi  já indo até o meu violão.

Tudo parecia estar indo bem, até que notei que todos passaram a agir de maneira estranha, mais do que o normal desse grupo já estranho. Tudo começou quando Rosalie recebeu um telefonema, ela atendeu e depois de algum tempo, chamou Alice e falou algo em seu ouvido o que logo a fez começar a quicar em seus pés. Depois as duas se juntaram e tiveram uma rápida conversa com Emmett, ele então me lançou um sorriso enorme e assustador e logo saiu.

Mas depois de algum tempo em que pensei que tudo havia voltado ao normal, Alice foi até Jasper e cochichou em seu ouvido, ele pareceu surpreso com o que ouviu mas foi mais discreto que os demais com a notícia. Eu já estava curioso com tudo aquilo, mas resolvi esperar até o fim da passagem para confrontá-los, eu sou um profissional, afinal.

Quando chegamos ao fim do ensaio, Jasper se aproximou — Edward, você pode passar novamente Groupie Love, quero só confirmar se o tom e a luz do momento estão realmente, ok… — pediu.

— Claro —  respondi, então voltei a me posicionar no meio do palco e fechei os olhos para me concentrar, essa era a música mais intensa no repertório e eu passaria a tocá-la de maneira efetiva nos próximos shows, além de ser uma das muitas músicas do álbum que eu havia escrito para Bella. Com a luz baixa e os primeiros acordes já tocando comecei a cantar.

 

De vez em quando, enquanto componho

Com meu amor lá, ao meu lado

É tão gostoso, servir uma bebida para você

E fingir que nada significa alguma coisa

Esta é a minha vida, você ao meu lado

 

Então eu a senti, o seu perfume como sempre inesquecível. Abri os olhos e minha Bella estava lá, em frente ao palco me assistindo cantar, me perdi no seu olhar como sempre fazia então continuei cantando para ela a sua música.

 

Limão e perfume e festivais

Levando nossos sonhos, fazendo-os realidade

É como magia, querido, a vida não é maravilhosa?

E toda vez que ficamos

Eu sei o que você está pensando

Eu sei o que você está pensando

De vez em quando, enquanto componho

Com meu amor lá, ao meu lado

É tão gostoso, servir uma bebida para você

E fingir que nada significa alguma coisa

Esta é a minha vida, você ao meu lado

Limão e perfume e festivais

Levando nossos sonhos, fazendo-os realidade

É como magia, querido, a vida não é maravilhosa?

E toda vez que ficamos

Eu sei o que você está pensando

Eu sei o que você está pensando

Você quer meu

Amor fanático

Primeira fila, cada show como um cara famoso

Cantando cada palavra enquanto ela é meu amor (sim)

Ao lado do palco, os gritos dos fãs causando enxaquecas

Chapado de Yamborghini, mas ela não está no meu nível

Caramba, deixou o cara agindo como louco

Meu bem, meu bem, fique no meu cérebro (sim)

Meu amor me faz cantar até nas saídas de emergência

Garota da cidade, mas ela cresceu na metrópole

Ela não tem tempo para amor fanático

Nós não damos atenção ao bandido

Garota, somos você e eu, então, em quem confiamos?

Você e eu até o dia em que 

morrermos

Amor fanático

 

Me aproximei da beira do palco e terminei a canção olhando em seus olhos castanhos agora marejados. Então me abaixei e a puxei para cima junto a mim e a beijei sem me importar com quem pudesse estar vendo, eu não fingiria mais. Bella era a minha garota e eu não me importava mais com o que fosse acontecer, enfrentaremos tudo juntos.

— Eu te amo! — disse assim que nossos lábios se separam por um momento.

— Eu te amo, Edward! — ela respondeu se agarrando ainda mais a mim.

Então uma salva de palmas junto a assobios se irromperam pelo ambiente, nos fazendo sair da nossa bolha de amor. Quando ergui meus olhos percebi todos que estavam ali, Emmett, Rosalie, Jasper e Alice. Pulei do palco e ajudei Bella a descer também, então nos aproximamos do nosso pequeno público. 

— Eu não sei o que aconteceu, mas quero que saibam que Bella e eu estamos juntos, não importa o que — falei firme enquanto a abraçava e a trazia para mais perto.

— Deu para perceber enquanto você sugava o rosto da garota lá em cima, Ed! — Emmett falou rindo fazendo com que todos rissem juntos, inclusive Bella.

—  Na verdade, Edward, eles me ajudaram a entrar. E parece que nosso namoro já não era tão secreto assim não é? — Bella falou ao meu lado.

— Como assim não era secreto? — perguntei confuso.

— Fala sério, Edward. Só não vê quem não quer — Jasper falou me deixando chocado.

— Parece que não sabemos disfarçar tão bem assim — Bella falou rindo.

— O Edward é o pior, toda vez que sabíamos que Bella estava para vir a Los Angeles ele tinha um surto de alegria e vontade de terminar tudo rapidamente e de forma repentina - começou Rosalie.

— E bastava a Bella ir embora para um Edward rabugento e workaholic voltar — continuou Alice.

— Mas só confirmamos tudo no seu aniversário do ano passado, Edward — Emmett falou — Charlie teria um surto se descobrisse o que vocês fizeram na mesa dele — Alice completou.

— AI MEU DEUS! — Bella gritou ao meu lado — Vocês viram? Nós… — começou a gaguejar e ficar vermelha, o que me fez rir — Edward, fala sério, isso é vergonhoso! — terminou escondendo o rosto no meu peito envergonhada.

— Não fica assim não, amor — falei — Já peguei os 4 aqui em situações semelhantes então não tem que o se preocupar.

Todos deram de ombros, aqueles pervertidos.

— Bom, o que importa é que o Edward vem sendo um ótimo profissional e não tem motivo para Charlie rescindir o contrato — Rosalie trouxe à tona o problema real ali.

— Nós vamos apoiá-los nessa reunião de segunda não se preocupem — disse Jasper, Bella deve ter adiantado toda a situação.

— Somos uma equipe até o fim! — disse Alice esticando a mão para unirmos como sempre fazemos antes do show. Todos esticaram em apoio.

— Team Edward, sempre! — Emmett gritou selando a união e fazendo com que todos rissem.

— Obrigado pessoal. Esse apoio é muito importante, não digo só agora. Falo de tudo que vivemos nos últimos anos. Eu não estaria onde estou agora sem cada um de vocês. Aqui é uma família e sem vocês nada disso teria dado certo — terminei emocionado.

— Obrigada por nos apoiarem e sempre estarem ao lado do meu homem sexy por todo esse tempo — Bella agradeceu.

— Bem, bem é isso, somos incríveis — Rosalie falou — Mas temos que voltar ao trabalho, hoje ainda temos um show para fazer e eu quero a perfeição, Edward! — terminou batendo palmas em seu modo general, fazendo com que todos voltassem ao trabalho naquele mesmo instante. 

De mãos dadas levei Bella ao meu camarim, precisava entender o que havia acontecido, afinal. Chegando lá tranquei a porta, sentei e a puxei para o meu colo, precisava do seu calor após esse turbilhão de emoções do dia.

— Me conta o que foi tudo isso — pedi.

Respirando fundo e olhando nos meus olhos ela contou tudo. Sobre como terminou a faculdade e estava se organizando para voltar para Los Angeles, como sua amiga Tânia havia se tornado sua agente e já havia fechado um contrato para a sua primeira grande exposição de pintura por aqui. Que queria fazer uma surpresa e estava preparando uma grande reunião em família para contarmos as novidades.

— Eu sei que deveria ter contado antes, amor. Mas você já tem tanta coisa para se preocupar e como ainda não tinha nada organizado queria te poupar. Mas hoje, depois de tudo que disse lá em casa, em como se sentia, eu fiquei arrasada — sua voz ficou embargada.

— Tudo bem, amor… — comecei a confortá-la, mas ela me interrompeu.

— SHHHHH. Me deixe terminar. Saber que você sentiu que tudo que fazia por nós não  importava doeu muito, não quero jamais que se sinta assim novamente, Edward. Eu te amo muito. E assim como disse ontem, você é a única coisa que me magoaria perder — falou por fim.

Então era isso. O meu passo seguinte foi acomodá-la na cadeira, me ajoelhar à sua frente e tirar a caixa de joias que venho trazendo a todo momento comigo, esperando a oportunidade perfeita surgir e ela finalmente chegou. Peguei em sua mão, olhei em seus olhos fodidamente perfeitos e finalmente perguntei: — Isabella Marie Swan, você quer se casar comigo? — E como a minha garota é perfeita, respondeu do melhor jeito, um todo nosso. 

— Fodidamente, SIM! — gritou e se jogou em meus braços. 

 

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A noite anterior havia sido perfeita! Por isso, a perspectiva de enfrentar Charlie Swan e seu bigode, já nos próximos minutos, não era tão agradável assim. Ainda mais depois da noite e manhã incríveis que tive com a minha garota em nossa cama. Mas era um mal necessário, somente assim poderíamos realmente focar em nosso futuro juntos não importa o rumo que as coisas seguissem hoje.

Estar livre para seguir em frente e fazer minhas próprias escolhas era importante, e se Charlie não pudesse entender isso, paciência. Agora, eu tinha que ser forte, pois Bella seguia surtando ao meu lado.

— Amor, vai ficar tudo bem — disse outra vez apertando levemente seus joelhos nervosos ao meu lado.

Iríamos chegar juntos à festa, não tinha porque prolongar isso. Estacionando em uma das vagas livres próximas a entrada da casa dos Swan, sai e abri a porta do passageiro do meu carro, ajudando Bella a sair. Ela estava linda com seu macacão azul marcando todos os lugares certos, minha garota sabia como se vestir de forma simples mas que me deixava louco.

— Você está linda — falei outra vez fazendo com que ela corasse, mas sorrisse.

— E você está um gostoso — ri com o seu elogio, estava simples mas um pouco mais arrumado do que o normal com uma calça social preta, sapatos pretos e uma camisa branca, queria impressionar um pouco já que falaríamos sobre o nosso noivado também.

Abri o porta-malas e retirei o nosso presente para Reneé, Bella quem havia escolhido claro, já que eu era péssimo para isso, ela daria a mãe uma tela com um dos seus desenhos que estaria exposto na sua grande estréia, então resolvi comprar um buquê de flores silvestres que Reneé tanto amava. Seguimos juntos até a porta, pude ver que meus pais já haviam chegado pelo carro estacionado logo a frente. Hora do show! pensei um pouco antes da porta ser aberta por uma Reneé saltitante.

— Eles chegaraaaam! — ela gritou para ninguém especificamente.

— Feliz aniversário, Mãe! — Bella falou a abraçando.

— Obrigada, querida! Estava preocupada que não chegasse a tempo, sabe, esse atraso no voo foi realmente… inoportuno — falou olhando diretamente para mim. Será que ela sabe? pensei.

— Feliz aniversário, Renée — falei já entregando as flores.

— Obrigada, querido! Elas são lindas — me agradeceu com um abraço e outro olhar prolongado. Logo atrás dela já estavam Charlie e seu bigode mal-humorado me fuzilando com o olhar, mas não cedi dessa vez.

— Olá, filha — cumprimentou Bella com um abraço e beijo.

— Oi, pai. Como está? — Bella perguntou nervosa com o clima já estranho no ambiente.

— Bem… vocês vieram juntos? — perguntou direto.

— Sim — respondi simplesmente.

Charlie parecia que iria explodir, mas logo fomos interrompidos pela chegada dos meus pais.

— Aí está você — minha mãe se aproximou me abraçando.

— Como vai filho, acabei de ler na internet que o show de ontem foi incrível! Estou orgulhoso — meu pai falou se aproximando e dando tapas de felicitações nas minhas costas.

— Obrigado pai, o show de ontem foi o melhor — respondi com uma piscada para Bella.

O que fez com que um silêncio mortal se instalasse novamente. Irritado com toda a situação, resolvi acabar logo com aquilo.

— Será que podemos todos conversarmos em um lugar mais reservado? — perguntei diretamente ao Charlie que somente acenou com a cabeça, então todos os seguiram, alcancei Bella e peguei sua mão o qual ela apertou com força.

Até que tudo aconteceu muito rápido, assim que entrei no escritório Charlie avançou e me agarrou pelo colarinho da camisa.

— VOCÊ ESTÁ TRAINDO A MINHA FILHA? — ele gritou para mim.

— Paaai! — Bella gritou horrorizada.

— Charliee! — Renée entoou.

— Carlisle! — ouvi minha mãe ao fundo.

— Charlie solte agora o meu filho! — meu pai falou próximo.

— Não, até ele responder, Carlisle! VOCÊ TRAIU A MINHA MENINA? — Charlie voltou a apertar mais forte o meu pescoço.

— Sim, não o que…? — ele estava perguntando sobre traição e não sobre nosso namoro?

— Como assim trair pai, você já sabe sobre o nosso noivado? — Bella enfim perguntou.

— NOIVOS?? — nossas mães gritaram juntas.

Meu pai se aproximou e fez com que Charlie soltasse o seu aperto, o que fiquei imensamente grato.

— Você está bem, respire, Edward! — ele comandou — Sente algum incômodo na garganta, consegue respirar bem? — perguntou no modo médico.

— Estou bem — falei pigarreando.

— Amor, você está bem? — Bella se aproximou tocando em meu rosto para que nos olhássemos.

— Estou bem, princesa — falei me endireitando.

Ela virou furiosa para seu pai — O que fodidamente você pensa que está fazendo, poderia ter o machucado! Ele é a porra de um cantor na sua gravadora! Poderia ter prejudicado a sua voz ou até matá-lo! — gritou.

— Calma, Bella — falei a segurando pela cintura.

Charlie estava vermelho como um pimentão — Eu estava te protegendo. Esse canalha está te traindo! — gritou de volta.

— Está doido homem — gritei de volta perplexo — Eu nunca trairia Bella! Eu a amo e somos noivos! 

— Ai meu deus, noivos! — minha mãe falou novamente.

— Me mostra o anel! — Reneé falou do nada. 

— Charlie, homem de onde você tirou que o meu filho traiu a sua filha? Você sabe que ele nunca faria isso, já conversamos sobre o quanto ele mudou nos últimos anos pela carreira e pela Bella — meu pai falou.

O que? Esses fodidos fofoqueiros ficam falando de mim pelas costas?

— Peraí, desde quando vocês sabem sobre nós? — Bella perguntou.

— Querida, vocês não são os melhores em guardar segredo — minha mãe respondeu.

— Eu sei desde o estacionamento — Reneé falou alto e minha mãe concordou.

— Eu desde o seu aniversário, Edward — meu pai me olhou especulativamente. 

— Ai meu deusss! — Bella engasgou com a notícia.

— Tudo bem, mas esse não é o ponto agora! — falei tentando organizar aquele caos e mudar de assunto rapidamente — Charlie, eu nunca trai Bella, juro. Eu a amo de verdade e quero que ela seja minha esposa.

— Então de quem era aquela roupa largada no seu apartamento ontem, por deus a mesa estava posta para dois e tinha até um sutiã perdido em sua sala! — falou bravo.

Um silêncio constrangedor surgiu. Porra! Como vou dizer que as roupas eram da sua filha da nossa noite anterior? Era melhor ele pensar que a estava traindo mesmo, não?

Então Bella começou a rir, histericamente. Com isso, acho que todos na sala entenderam do que se tratava e começaram a rir também, menos Charlie. O pobre homem estava tão cego tentando proteger a filha que ainda não havia entendido o óbvio.

— Pai… — Bella começou falar, tentando parar de rir — Aquela roupa era minha, eu quem estava com o Edward na sua casa ontem — terminou tentando ficar séria.

Charlie de vermelho ficou branco em menos de 2 segundos, o bigode do homem até murchou em vergonha.

— Você, você…Ai meu deus do céu, Bella! — ele finalmente conseguiu falar.

— Tudo bem, todos vamos nos acalmar — meu pai tentou trazer um pouco de sanidade à conversa, como sempre um homem sensato.

Respirei fundo e enfrentei Charlie. Queria deixar tudo o mais claro possível — Charlie, eu o respeito muito e sou eternamente grato pela oportunidade que me deu de recomeçar minha carreira. Mas eu não posso mais seguir aquele contrato. Bella é muito importante para mim e não poder estar com ela de todas as formas possíveis nos magoa. Ela merece o mundo e não viver nas sombras. Nós nos amamos e queremos nos casar, nesse momento, ela é mais importante do que minha carreira — eu disse.

Charlie me encarou enquanto se aproximava e colocava as mãos nos meus ombros, como na primeira vez em que nos conhecemos — Fico feliz que enfim vocês tenham tido a coragem de nos contar. Como falamos, já sabemos a algum tempo, mas combinamos de dar tempo ao tempo e que vocês tivessem a liberdade para nos dizer. Estou orgulhoso de vocês e de saber que respeita a minha filha como o bom homem que sei que você é — falou — Vocês criaram um filho incrível, Carlisle e Esme. Fico honrado de poder tê-lo em minha família — terminou me puxando para um abraço.

— Obrigado, Charlie e desculpe por não ter contado antes — falei e ele somente concordou acenando.

Logo voltamos para a sala onde os demais convidados estavam, aparentemente ninguém notou a nossa ausência. Renée não perdeu a chance de divulgar o nosso casamento para todos os presentes. Graças a deus, todos ali eram conhecidos e com certeza não vazariam a notícia para a imprensa. Bella e eu ainda não havíamos conversado sobre nada. 

Então o que se seguiu foi uma enxurrada de felicitações e minha noiva cercada por mulheres perguntando sobre detalhes do casamento. Carlisle, Charlie e eu sorrateiramente nos mantivemos longe o máximo possível da loucura, mas Bella como sempre conseguiu me achar com o olhar e com certeza eu estaria fodido mais tarde, mas naquele momento eu estava tão feliz que tudo havia se resolvido e terminado bem que realmente não me importei com a minha morte iminente. A vida era boa, afinal.

 

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Epílogo - Meses depois

Hoje era um grande dia, esse seria o meu primeiro tapete vermelho acompanhado. Enfim, poderia desfilar com a minha garota e agora esposa, por um tapete vermelho e sendo ele do Grammy em que eu concorria no prêmio principal só melhorava tudo. Não que a imprensa já não soubesse da nossa relação, não estávamos mais nos escondendo, mas também não nos preocupamos em confirmar nada de forma oficial e muito menos divulgar nosso casamento que havia ocorrido a poucos dias em uma propriedade privada dos Cullens na Costa Rica do jeito que a Bella sempre quis, simples, íntimo mas nem por isso menos perfeito. Ela vestida de noiva, foi uma visão e tanto.

Mas, sei que depois de hoje as nossas próximas semanas podem ser um pouco desgastantes. Bella sempre foi avessa à exposição, isso mesmo sendo filha de pessoas famosas e agora também sendo conhecida em sua profissão como pintora, mas a loucura da vida de um cantor às vezes era demais até mesmo para mim. 

— Você está realmente bem? —  perguntei outra vez colocando a mão em sua barriga que agora abrigava também o nosso primeiro bebê. Sim! Eu também seria um fodido pai em breve! 

—  Edward, eu estou bem! Não adianta, eu nunca perderia você recebendo um Grammy! —  respondeu calmamente enquanto massageava minha nuca.

—  Essa sua confiança me assusta —  falei. Claro que eu estava confiante em ganhar o prêmio de melhor álbum, mas nunca dá para ter 100% de certeza, a indústria nem sempre era justa.

—  Você pode acreditar, esse prêmio é seu! E espero ser citada no discurso ouviu, Cullen! — falou me lançando uma piscadela sexy. Essa mulher segue perfeita.

Logo chegamos ao local que seria a premiação, já era possível ver os flashes das câmeras, Bella ajeitou o vestido vermelho, verificou o seu decote profundo que a deixou ainda mais perfeita e retocou pela última vez o batom, além de arrumar minha gravata.

—  Perfeito! Vamos lá meu homem sexy —  falou me dando um selinho provocativo.

—  Vamos lá, mamãe sexy! —  respondi, então recebi um beliscão no braço — Ai, mulher! — falei entredentes já que a porta já estava aberta.

—  Sorria, amor! —  ela respondeu feliz.

E como eu previa, nossa aparição juntos foi um estouro. Todos gritavam por nós e queriam a melhor foto, tive que me segurar para não colocar a mão na barriga de Bella, esse era meu novo vício. Mas, ainda não havíamos contado a ninguém sobre o bebê, então teria que me policiar.

Passamos rapidamente pelo tapete vermelho, com Alice e Rosalie nos guiando, então logo estávamos acomodados nos melhores lugares, já que eu era um dos principais concorrentes. A câmera estava sempre focando em nós, mas Bella seguia feliz o que me acalmou um pouco, então logo tive que me afastar para a minha performance.

A beijei e corri junto a Rosalie para o backstage. Escolhi tocar Groupie Love, porque era a preferida de Bella do álbum. E lá em cima, o mesmo sentimento daquele dia em que cantei para ela no ensaio retornou e se duvidar até mais forte, pude ver minha garota chorando emocionada enquanto olhava para ela cantando e tocando. No fim da apresentação, corri de volta para o meu lugar e a encontrei ainda chorosa.

—  Você foi perfeito, Edward! Eu te amo tanto! —  ela disse me abraçando.

—  Foi para você, sempre é para você! — falei enquanto a beijava ternamente, seguimos de mãos dadas até o momento da minha categoria. Bella se ajeitou na cadeira e apertou firmemente minha mão.

Os convidados no palco seguiam o protocolo, apresentando todos os indicados, enquanto a câmera focava em cada um na plateia. Dei uma piscada e lancei meu sorriso sedutor quando foi minha vez, Bella sempre se derretia com ele.

—  Exibido —  ela murmurou suspirando, o que me fez rir. Então no momento seguinte ela estava gritando de alegria. Sim, meu álbum havia sido anunciado como vencedor da categoria de “Melhor álbum”!

— Parabéns, amor! —  falou me abraçando forte.

—  Porra! —  falei sem acreditar, recebendo várias felicitações enquanto ainda estava abraçado a minha garota — Vai lá! —  ela me soltou.

Segui até o palco em meio a abraços e felicitações de vários artistas. Então cumprimentei os apresentadores e enfim recebi o grande prêmio. Todos se acalmaram para ouvirem meu discurso, procurei pelos olhos castanhos chocolate que tanto amo e então falei.

— Uau! Quero agradecer a muitas pessoas por esse prêmio e é uma lista enorme. Alguns anos atrás não imaginaria estar aqui, em cima desse palco sendo reconhecido pelo meu trabalho, então peço só um pouco de paciência, mas vou tentar ser breve. O meu primeiro agradecimento de muitos vai para os meus pais, se não fosse pelo perdão deles e uma ligação da minha mãe eu não estaria aqui hoje. Quero agradecer a Renée, minha sogra por gostar de flores e convencer o seu marido a me dar uma chance — todos riram com isso, mas segui.

— Não posso deixar de agradecer a Charlie Swan por dar uma oportunidade para um cantor fodido como eu, mas que queria mudar. Quero agradecer muito a minha equipe maravilhosa que vem me aturando a anos, Rosalie, Emmett, Jasper e Alice, vocês são incríveis — falei.

— VOCÊ É O MELHOR, ED! — ouvi o grito de Emmett vindo de algum lugar, seguido de mais risos.

— Quero agradecer também aos meus fãs fiéis por me darem essa chance de um novo recomeço. Obrigado também a todos os membros que ouviram e votaram em meu álbum. E por fim, quero agradecer a minha linda e agora também esposa Isabella Cullen, que me ameaçou para citá-la em meu discurso —  falei fazendo com que todos ali rissem outra vez.

— É verdade, mas eu a citaria do mesmo jeito, amor. Quero agradecê-la por sempre me apoiar e ter colocado a minha carreira em primeiro lugar, pois sabia o quanto ela era importante, mas sabe, nada disso valeria a pena se não tivesse você ao meu lado. Você é o meu amor fanático, te amo! Obrigado a todos! —  terminei o meu discurso e logo pulei do palco quebrando o protocolo para abraçá-la, Bella chorava muito. 

— Edward seu bobo, eu te amo! —  ela respondeu emocionada.

— Eu amo você, princesa e me desculpe por isso —  falei antes de abaixar e beijar sua barriga, fazendo com que todos ali vibrassem com o gesto e com isso o anúncio de nosso bebê. Eu estava feliz demais e o meu bebê com a mulher que eu amo também merecia ser celebrado.

— Você tem sorte que eu te amo, Cullen! —  ela falou enquanto me puxava para um novo beijo.

— Eu sei! Eu sou fodidamente sortudo! —  respondi enquanto a beijava e a girava ao som de vários aplausos.

 

Fim

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero de verdade que goste dessa história meio drama/comédia/romance assim como eu amei escrever.

Ps: Não deixem de comentar!



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