Rise escrita por Dorinda


Capítulo 3
A new era


Notas iniciais do capítulo

Olá, nação fanfiqueira! Feliz 2022 para todos vocês, que seu ano seja repleto de alegrias e muitas fanfics. Particularmente, esse é o meu capítulo favorito porque diz muito sobre construir relações - algo que sou fascinada. Espero que gostem e boa leitura!



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Rose rolava de um lado para o outro na cama, o sono se foi há muito. Sua mente não parava de pensar no pequeno Jeremy Spore e sua adaptação na escola. Se a ideia de ir para Hogwarts já aterrorizava alunos vindos de famílias bruxas, para crianças nascidas-trouxas representava não somente mudança de hábitos, como também uma nova percepção de  mundo. Como ela reagiria se alguém lhe contasse abruptamente que existe todo um mundo funcionando além daquele que já conhece? No mínimo, ficaria com muito medo. A pior parte de todo este episódio com o pequeno Jeremy era constatar que poderiam existir mais alunos na mesma situação. Sem orientação, jogados em uma escola com pessoas estranhas e pais preocupados em casa. Sim, se os alunos não tinham muitas informações prévias, os pais também não, ou nenhuma. Rose fez uma nota mental e questionar sua mãe como era a abordagem com os alunos trouxas e seus parentes. Era absurdo! Sua mãe poderia ajudar e até se sensibilizar com a situação do garoto. Hermione Granger lutava ativamente no Ministério pelos direitos e avanços aos nascidos-trouxas. Escreveria para ela no dia seguinte. 

De repente, Rose sentiu que seu quarto estava muito quente, puxou seus cobertores para os pés e abriu as cortinas na tentativa de respirar ar mais fresco. Sua movimentação acordou a amiga Alice Longbottom e Rose praguejou baixinho.Alice nunca fechava suas cortinas, gostava da luz do ar para dormir. 

tudo bem aí, Rosie? — indagou uma Alice sonolenta. A garota se sentou e observou a ruiva. 

— Sim, a insônia novamente. — respondeu seguindo para as janelas. Gostaria de abri-las e permitir que o ar frio entrasse no dormitório e cessasse aquele ar quente, porém não seria possível. Havia mais duas colegas e a ruiva duvidava que concordassem com sua ideia. 

Alice se levantou e foi em direção ao seu malão, abriu e procurou algo em sua maleta. Rose se virou, sabia que era sua pequena coleção de poções para primeiros socorros. 

— Alice, você sabe como é a abordagem com os nascidos-trouxas?— Rose não se conteve e perguntou em tom baixo para não acordar as companheiras. A morena lançou um olhar confuso em sua direção e Rose logo tratou de explicar. — Como uma criança nascida em uma família trouxa descobre que é bruxa? 

— Você nunca perguntou a sua mãe? — Rose negou com a cabeça envergonhada. Alice voltou a mexer nos frascos, pegou um vidrinho roxo e posteriormente sentou na cama da Weasley, que a seguiu. — O aluno recebe uma carta de admissão como todos os demais e um professor ou funcionário do Ministério faz uma visita a casa da família esclarecendo sobre o mundo bruxo e Hogwarts. 

— Eles explicam tudinho? 

— Não sei, Rosie…— Alice respondeu com leve decepção na voz. — Por que este assunto? 

— Durante a ronda, Malfoy e eu topamos com um aluno nascido-trouxa — a ruiva olhou diretamente as feições da amiga.  — Ele não me pareceu ciente sobre o funcionamento do castelo. 

— Ah sim, logo ele irá se adaptar. Não se preocupe. — Alice se lembrou do frasco em sua mão e estendeu a ruiva. — Tome, é uma poção que irá auxiliar em seu sono. Fique tranquila, Madame Pomfrey que me deu. 

Rose apanhou a poção e olhou para Alice, seu olhar era grato. A morena levantou e se dirigiu para sua cama e voltou a dormir. Rose olhou para o frasco ponderando se beberia ou não. Estava sem sono e sabia que estaria irritada no dia seguinte se não dormisse bem e não perderia a partida de Quadribol por nada. 

 

Rose acordou com o barulho das colegas de dormitório. Agradeceu aos céus que Blake Thomas era barulhenta e a despertou de seu sono. A ruiva se sentia revigorada e com energia para desfrutar do dia que viria. Mal teve tempo de espreguiçar em sua cama, uma entusiasmada Alice Longbottom abrira suas cortinas. 

— Rose, levante! Vamos para o Salão Principal tomar café e depois para o campo de Quadribol! — disse Alice energicamente. Rose se ajeitou melhor na cama, de modo que pudesse olhar para a amiga. Alice estava pronta para assistir o jogo, trajava o suéter vermelho da Grifinória e tinha dois rabiscos de tinta nas bochechas, uma vermelha e outra dourada. A ruiva estranhou, a garota sempre trazia consigo uma referência a Sonserina quando os mesmos jogavam. 

— Não vai torcer pro Al hoje? 

— Hoje é um clássico, não posso torcer para o inimigo, mesmo o apanhador sendo meu namorado…— ponderou Alice — que perdeu a nossa tarefa de Herbologia. 

Rose riu, o primo e a melhor amiga formavam um casal adorável. Alice toda responsável e carinhosa, Albus atrapalhado e dedicado. 

— Rosie… — chamou Alice impaciente — Você não vem? 

— Podem ir na frente, preciso me arrumar e resolver uma questão antes.

Alice assentiu e levou as meninas para a saída do dormitório, que tinha clima festivo. Rose adorava Quadribol e nada melhor do que um clássico para começar o Campeonato, apesar de não possuir nenhum talento para o esporte.

Rose se levantou, trocou de roupas e ajeitou os cabelos. Não pintou o rosto igual Alice, mas se lembrou do chapéu com cabeça de leão em seu malão. Deveria servir! Pegou rapidamente o objeto e rumou para o Salão Comunal. Vários alunos estavam amontoados nos sofás e seu primo James Sirius falava com o time, palavras de coragem. Rose deu um pequeno aceno ao time e seguiu seu caminho. Consultou seu relógio de pulso e se apressou, precisava ser ágil para não perder o início do jogo. 

Desceu a Grande Escadaria de Hogwarts rapidamente. Agradeceu mentalmente por não terem se movimentado tanto.  Passou pelo corredor do Salão Principal, desceu as escadas do elfo doméstico e adentrou os corredores que davam acesso ao Salão Comunal da Lufa-Lufa. Havia grande movimentação dos alunos ali e aguardou próxima aos barris. O acesso para a casa de Helga deveria ser próxima. Rose olhava atentamente para os alunos que surgiam, buscava com o olhar um garotinho de cabelos loiros. 

Não demorou muito, Jeremy Spore surgiu nos corredores, usava suas roupas trouxas e o cachecol da Lufa-Lufa. Andava sozinho e possivelmente caminhava em direção ao Salão Principal para o café da manhã. Não o chamou, aguardou se aproximar conforme o fluxo. A ruiva soltou um suspiro assim que o menino passava por ela, despertando sua atenção. 

— Monitora Wasley! — exclamou o pequeno de aproximando. 

— Olá, Jeremy. Me chame de Rose, por favor. — Rose e Jeremy estavam de frente um para o outro. Rose pediu para que a seguisse e se sentaram no mesmo banco da noite anterior. —  Passou bem? 

— Sim. — disse Jeremy com um olhar confuso. — Aconteceu alguma coisa? Você e o monitor Scorpius decidiram me mandar para a detenção? 

Rose deu uma risadinha e negou com a cabeça. 

— Não. Estou aqui para fazer um convite — a ruiva notou a mudança de expressão do garoto de preocupação para entusiasmo, achou adorável e inocente  — Você gostaria de assistir ao Jogo de Quadribol comigo? 

— Claro, monitora Rose. Nunca assisti uma partida antes! 

A Weasley ficou agradecida e consultou seu relógio, disse para se apressarem, ainda tinham que tomar café. A dupla seguiu para o andar de cima e assim que alcançaram o Salão Principal, Jeremy perguntou: 

— É uma partida entre Sonserina e a Grifinória, não é? O seu namorado vai jogar? 

Rose confirmou com um aceno de cabeça e parou para pensar um segundo.

— Namorado?

— O monitor Scorpius, oras! — respondeu o garoto. A ruiva revirou os olhos diante da afirmação. Jeremy era uma graça e inconveniente.

— Ele não é meu namorado! — respondeu a ruiva. 

— Mas poderia ser. — para a surpresa de Rose e Jeremy, Hugo Weasley foi quem respondeu. O ruivo se aproximava da dupla, que estava próxima a mesa da Grifinória. 

— Sou Hugo Weasley, irmão da Rose. — Hugo lhe estendeu a mão cumprimentando. — E você? 

— Jeremy Spore. 

— Convidei Jeremy para assistir ao jogo comigo. — disse Rose se sentando. 

— Venha, Spore. Sente-se conosco!

O garoto se acomodou ao lado de Rose e Hugo. O mais novo e o Weasley iniciaram uma enérgica conversa. Hugo explicava a Jeremy sobre Quadribol e o pequeno contava sobre seus videogames trouxas, encantando o irmão de Rose. A garota sentiu-se agradecida pela presença de Hugo e sua interação com o pequeno Jeremy. 

— Sinto muito pela intromissão, garotos. Temos que ir para o Campo de Quadribol, se não perdermos a partida. — disse Rose cessando o falatório. Jeremy secou os lábios com o guardanapo e se levantou. Jeremy perguntou se Hugo se juntaria a eles e o ruivo negou, alegando que não gostava da algazarra dos clássicos entre as casas. Rose se despediu, com Jeremy ao seu encalço. 

O campo de Quadribol localiza-se próximo à Floresta Proibida, à frente do castelo. Rose aguardou o pequeno Jeremy alcançar a entrada do castelo e lhe mostrou o caminho que iriam seguir. Por sorte, já haviam vários alunos trilhando o caminho e chegando ao seu destino. Durante o percurso, Rose descobriu que Jeremy era de York, sua família trabalhava nas fábricas têxteis e tinha um irmão mais novo, James. O garoto também lhe fez perguntas, ela contou um pouco sobre seus pais, sua enorme família e que ela tinha contato com os trouxas, uma vez que seus avós maternos eram trouxas. Jeremy ficou feliz em não precisar explicar cada mínimo detalhe sobre sua vida a ela. 

A caminhada foi rápida, Rose e Jeremy se acomodaram nos assentos mais altos e Rose se lembrou do chapéu que guardava debaixo da blusa. Jeremy ficou encantado com a altitude e com as cores vivas das torcidas. 

— Jeremy, tenho algo para você — disse Rose tirando o chapéu de leão das vestes. —  Para torcer para a Grifinória! 

A ruiva estendeu o chapéu e olhou para ele: 

— Mas eu sou lufano! 

— Não tem problema algum torcer para outro time, quando o seu não está jogando. Se você não quiser usar eu entendo. 

— Eu quero torcer. Hugo disse que o time da Grifinória é imbatível! — exclamou o loiro aceitando o chapéu de leão de Rose, que o colocou em sua cabeça. Ficou grande em sua cabeça, mas não o iria atrapalhar acompanhar. Rose achou fofo o garoto com o seu chapéu. Gostaria de ter uma câmera para registrar o momento. Fez uma nota mental para pedir uma de presente de Natal. 

— O jogo já vai começar! — disse Spore. 

Rose seguiu seu olhar para o campo. Os times da Sonserina e Grifinória estavam a postos e aguardaram o apito da Madame Hooch. McMillan capitão da Sonserina e James Sirius fizeram o cumprimento com um aperto de mãos e em seguida os jogadores subiram em suas vassouras. Rose notou o olhar de Scorpius Malfoy sob si, ele olhava para ela e para Jeremy, com os olhos cerrados. A garota sorriu, sabia que o irritara. Scorpius virou o rosto e aguardou o apito de Hooch, que não tardou. 

Assim que o apito soou, os jogadores ergueram voo e as bolas foram soltas. James Sirius e Albus Severus voavam em direção ao Pomo de Ouro, que  voava aos arredores da Floresta Proibida. 

Fred Weasley II estava na posse da goles, driblando McMillan que tenta roubar a bola, sem sucesso. Jones está logo atrás para auxiliar Weasley, que é acertado por um balaço. Por sorte, Jones captura a goles e voa em direção às balizas. Malfoy está em posição e bloqueia o lance do time adversário. A bola volta ziguezagueando entre McMillan e Weasley, que recuperado do balaço, tenta um gol novamente. Desta vez, Malfoy não é tão ágil e a Grifinória abre o placar. As arquibancadas vão ao delírio, Rose e Jeremy estão em êxtase. 

McMillan fica irado, atravessa o campo com energia, rouba a goles de Jones e marca o primeiro ponto para a Sonserina. O jogo segue, sem sinal dos irmãos Potter. A Grifinória recupera a posse da goles, mas Jones é atingido por um balaço. Betchley, da Sonserina, rouba a bola e marca para a Sonserina. A torcida da Grifinória está apreensiva, pois o time adversário está na frente. 

— Você está vendo o Potter? — pergunta Jeremy vasculhando o campo com os olhos. 

— Qual deles? 

— O James Sirius — responde o garoto — Ele é tão bom quanto a mãe dele mesmo? 

— Dizem que sim, tia Gina é maravilhosa. — respondeu Rose atenta aos movimentos dos jogadores. Grifinória marcou mais duas vezes e Sonserina mais uma vez. 

Betchley rouba a bola de Jones, passa para McMillan que voa em direção aos aros da Grifinória. A Sonserina marca e o jogo está empatado. 

Mais adiante, vindo a Floresta Proibida um vulto vermelho voa em direção ao campo de Quadribol, um vulto verde o segue. À medida que os dois jogadores vão se aproximando, a apreensão aumenta. James Sirius está próximo e assim que sobrevoa o campo de Quadribol, mostra o Pomo de Ouro em suas mãos. O apito soa e a Grifinória venceu o jogo. A arquibancada vai ao delírio, assim como Jeremy e Rose. O garoto a abraça e agradece pela experiência. A ruiva fica emocionada e satisfeita. Alice se aproxima e abraça a amiga e Rose apresenta Jeremy à Alice, ela o abraça e os três estão em êxtase pela vitória. 

Logo que o campo começa a se esvaziar, os times se retiram. Rose e Jeremy seguem em direção a saída e Alice vai ao encontro de Albus. 

Jeremy repassa cada jogada para Rose, maravilhado com os passes, dribles e com a dinâmica do jogo. Rose ri de sua alegria e promete a Jeremy trazê-lo novamente. Neste momento, uma voz soou atrás deles: 

— O que você fez com o meu garoto, Weasley? 

Scorpius Malfoy caminhava solitário e se aproximou da dupla. Estava visivelmente triste pela derrota. 

— Seu garoto? Desde quando ele é seu garoto? — respondeu Rose estupefata. 

— Monitor Scorpius, você jogou muito bem! — exclamou o garoto. 

— Obrigado, Jeremy.—  disse o loiro ao menino. Scorpius se juntou aos dois em sua caminhada, para o desgosto de Rose. — Weasley, este leão não combina com o menino. Da próxima vez, você assistirá o jogo comigo. O verde lhe fará muito bem. 

— Eu vou adorar, monitor Scorpius! Contudo, da próxima vez você terá de usar o amarelo, já que é um jogo entre Corvinal e Lufa-Lufa. 

Os três deram risadas e Scorpius concordou em usar o amarelo. O caminho seguiu até o castelo, com Jeremy tirando várias risadas de Rose e Scorpius. Definitivamente, novos caminhos surgiam. 


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Notas finais do capítulo

O Jeremy é um fofo e já quero protegê-lo de tudo que é ruim, ai ai o filhinho Scorose! Me contem o que acharam nos comntários beijos e até mais!



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