Das coisas que eu queria esquecer escrita por Atlanta Claremont
Trinta de julho
Nunca gostei dos longos dias de verão, o ar quente e úmido fazendo com que a minha pele transpire em todo e qualquer simples movimento me deixava irritava. Até aquele dia, trinta de julho para ser mais específica. O dia em que você nasceu. Estava quente, úmido e eu suava feito uma porca, mas foi nesse dia que descobri um sentimento que jamais havia conhecido. Nunca imaginei que poderia amar alguém tão assustadoramente mais do que a mim mesma. Que poderia com um simples olhar sentir uma explosão, ascendente, dentro do corpo só com um pequeno toque. Um toque de cinco dedinhos de falanges minúsculas. O seu toque. As mãozinhas esticadas para o alto, os olhos grandes, tão castanhos como os meus, um sorriso banguela que lembrava seu pai, e as bochechas rosadas.
Frank pensa que eu o mimo demais
Mas ele não entende.
Ele é incapaz de compreender como aquele dia pode me transformar, seu nascimento liberou dentro de mim forças até então desconhecidas. Ver você todo lambuzado, sorridente e pedindo por colo, era a única imagem que poderia querer guardar dentro da memória.
Existe um laço maior há entre mãe e filho que jamais poderá ser quebrado. Trinta de julho foi o único daqueles longos e terríveis dias que não quis esquecer meu amado filho.
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Amiga linda, eu amei ter te tirado. Não sei se voce gosta de histórias tristes, não acho que combine com voce, mas ao mesmo tempo voce é fã do casal mais triste que existe então foi muito dificil pensar em algo feliz pra escrever sobre eles.