In Your Body escrita por Julie Kress


Capítulo 18
Almas gêmeas - Destrocando...


Notas iniciais do capítulo

O título já diz tudo.

Sem enrolação, vamos ao que interessa.

Boa leitura!!!



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P.O.V Do Beck

Fomos escoltados para fora da van ainda vendados, sendo segurados pelos homens do Chefão, não sabíamos o nome do bigodudo que tomou posse do nosso gato, Jade estava magoada e triste demais, por dentro devia estar morrendo de raiva do chileno, o filhotinho era o preço alto que pagaríamos para destrocarmos de corpos, já que não tinha nenhum acordo justo a ser feito, por mais doloroso que fosse, fomos obrigados a entregar o Dolfinho para o bandidão.

Broncas e ordens em espanhol, o homem gritava com os comparsas.

Seguimos eles às cegas, sem saber se não era nenhuma emboscada fatal, poderíamos estar indo parar num abatedouro e se caíssêmos em mãos de traficantes de órgãos?

Poderíamos estar mesmo correndo perigo.

E por fim, chegamos ao nosso destino, ouvindo uma porta pesada bater atrás de nós e cadeiras sendo puxadas, nossas vendas foram retiradas e nos vimos cercados por vários artefatos estranhos, o ambiente era cabuloso, com crânios e velas acesas.

Parecia até mesmo um santuário indígena, incensos queimavam, cheirava à folhas secas e temperos indianos picantes, o cheiro forte fez minhas narinas pinicarem e arderem, vi cordões de alhos pendurados e uma senhora surgiu por detrás de uma cortina vermelha defumando o cômodo e a densa fumaça com forte odor de ervas nos envolveu.

Jade e eu começamos a tossir, agoniados.

Abanamos as mãos incomodados com o fumaceiro, ouvimos a canção na língua da senhorinha que circulava chocaolhando algo barulhento e soprava a fumaça de um cachimbo, era no idioma dela, a velha índia deu voltas e mais voltas, eu estava com medo e Jade permanecia parada ao meu lado.

A cantoria parou e toda a fumaça se dissipou, restando apenas o aroma forte no ambiente, ervas queimadas.

West e eu olhamos para os três homens ajoelhados, com as cabeças abaixadas.

A tal curandeira, avó do Chefão, foi até o neto e os seus comparsas, jogando um líquido em suas cabeças os benzendo e citando palavras que nunca ouvi na vida.

Língua antiga dos índios do Sul, só podia ser... Eram tantos idiomas mesmo entre eles.

— Almas gêmeas! - Apontou para nós.

Pulei de susto.

A senhorinha também falava inglês.

— Almas gêmeas? - Jade ao meu lado, riu com deboche.

Era mesmo uma índia, usando um vestido longo e típico, descalça, com os cabelos brancos compridos e trançados, toda enrugada e baixinha.

Devia ter uns 90 anos ou mais...

— Nasceram destinados um ao outro. Como Sol e a Lua. Você morreu por ela na outra vida! - Exclamou usando aquele tom de arrepiar.

Que papo maluco era aquele?

— Dá para pular esse papo bizarro e nos destrocar logo, vovó? - Jade cruzou os braços, impaciente.

— Vocês terão gêmeos. Dois meninos, batizem as crianças assim que elas completarem 1 ano. - Tá legal, aquilo estava me assustando e pra valer.

Eram grandes revelações.

— Chega de falar essas baboseiras e anda logo com o ritual ou sei lá o quê, eu já estou puta porque perdemos o nosso gato! - Minha namorada se estressou.

Ouvimos barulhos das armas sendo engatilhadas, estávamos sob a mira dos homens que trabalhavam para o Chefão.

Engoli em seco, ainda sem palavras.

— Olha como fala com a minha abuela, garota petulante! - O bigodudo avisou ameaçador.

— Peço desculpas, ela está muito abalada e não sabe o que diz... - Puxei minha garota para os meus braços. - Se acalme, por favor, somos jovens demais para morrer... - Cochichei.

— Crianças, vou fazê-las retornarem para seus corpos. - A vovozinha tentou nos tranquilizar.

Nos mandaram sentar e aguardar.

Quietos, vimos ela preparar um aguento ou seria uma poção?

Aquilo foi demorado.

Jade olhava para o Dolfinho no colo do coroa chileno, segurando a vontade de roubar o filhote e estrangular o homem, eu também sentia a mesma coisa.

— Está pronto! - A curandeira derramou o líquido espesso dividindo em dois copos feitos de barro vermelho.

E se aquilo matasse a gente?

Juro ter visto ela tirar veneno de uma serpente presa num aquário.

— Rápido, bebam! Bebam! - Nos apressou entregando os copos.

Sem ter outra escolha, Jade e eu tomamos aquela bebida estranha num gole só ao mesmo tempo.

Gosto horrível e amargo.

Senti meu corpo todo formigar e minha visão foi ficando turva.

[...]

P.O.V Da Jade

Acordei sentindo minha cabeça latejar e meu corpo inteiro protestar, me sentia toda mole e febril, pisquei atordoada... Após alguns minutos, despertei por completo e percebi que o Oliver estava dormindo com a cabeça no meu ombro.

Oliver.

Era o seu corpo. Beck era ele mesmo.

Havia funcionado.

Olhei para minhas mãos e fitei minhas unhas com o esmalte preto descascado.

Agarrei meus seios feliz da vida.

Fomos mesmo destrocados.

Estávamos sozinhos ali naquele cômodo bizarro.

— Beck! - Chamei o sacudindo.

Ele resmungou.

— ACORDA, OLIVER! - Gritei o estapeando.

Ele ergueu a cabeça e quase foi tombando com a cadeira, levantou sobressaltado.

— O quê? O que aconteceu? - Estava confuso.

— Funcionou! - Exclamei alegre e aliviada.

— Meu Deus! Você é você! - Ficou eufórico. - Ai, tudo dói. - Gemeu fazendo careta.

Nos abraçamos, ele estava febril também.

— Cadê todo mundo? - Olhamos ao nosso redor.

Foi então que vi o Dolfinho dormindo ali no cantinho, dentro de uma caixa de papelão.

As velas estavam todas apagadas e os incensos também.

Fomos abandonados ali, sabe Deus onde.

Chefão, vovó curandeira e os comparsas mal-encarados haviam desaparecido.

Nem rastros deles.

Corri para pegar o filhote, Beck abriu a porta e corremos fugindo com o nosso bebê de quatro patas.

Vimos que estávamos o tempo todo dentro de um galpão abandonado no meio do nada... Só havia terra batida e nenhuma alma viva por perto.

Andamos rápido porque o Sol estava se pondo, avistando uma estrada ao longe.

Ao menos saímos ilesos daquele ritual indígena.

— Tem uma marca de Sol no meu pulso direito. - Avisou encabulado.

Mostrando a parte interna, era mesmo verdade, como se fosse uma marca de nascença em formato de Sol.

Ele agarrou o meu pulso e virou, seus olhos arregalaram quando vimos a marca da Lua gravada na minha pele também, no mesmo local.

— Almas gêmeas. - Falamos juntos.

— A abuela não é uma charlatã. Você terá gêmeos comigo. Dois garotões bonitos como eu. - Sorriu todo convencido.

— Aquela velhinha é uma anciã biruta, ela pode ter inventado isso, eu não vou ter filhos. Não quero ser mãe! - Falei na defensiva.

— Aposto 100 pratas que tudo que ela falou é verdade. Agora faz sentido, por isso trocamos de corpos, porque somos almas gêmeas e isso já tinha sido predestinado, sou o seu Sol e você é minha Lua, se não tivéssemos trocado de corpos, não estaríamos juntos agora e ainda temos ele. - Mostrou o Dolfinho.

Orgulhosa, eu não ia concordar com ele.

— Tudo tinha que ser como aconteceu. E ainda nos serviu como uma lição. Nunca mais vou julgar você. - Estava conformado.

— Tá legal... - Bufei. - Foi mesmo uma grande lição. E não deixa de ser uma loucura mesmo que tudo isso tenha tido um propósito. - Admiti.

Chegamos na beira da estrada, já era de noite e estava ficando frio.

Ficamos ali pedindo carona até uma boa pessoa parar e nos levar de volta para L.A.

O dia tinha sido longo, louco e cansativo.

Ao menos voltamos para os nossos corpos.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim? Sim!

Mas calma, pessoal, que ainda teremos o epílogo.

O que acharam do capítulo???

Vovó do chefão resolveu o problema.

Os caras sumiram e ainda deixaram o Dolfinho para trás. Esperavam por isso?

Até o próximo que será o epílogo. Bjs



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