19/08/21, às 15h:33min...

Oahu Island,Vila Mahami, Havaí...

P.O.V Da Sam

Após 6 horas e 40 minutos de viagem, finalmente cheguei no paraíso de Ilhas Tropicais. Que lugar lindo. Deus seja louvado. Claro que para chegar na Ilha foram uns 10 minutinhos de barco. Assim que desci da embarcação e coloquei meus lindos pezinhos na areia branquinha debaixo do Sol ofuscante, as crianças nativas surgiram correndo para me ver de perto. Achei aquilo adorável.

Criaturinhas curiosas.

Viajei de Classe Econômica, tudo pago pelo meu primo.

— Aloha! Aloha! Aloha! — Acenei para elas.

Estudei o idioma deles, é claro...

Vim trazendo somente o básico, duas malas e uma bolsa com o necessário. Sou uma mulher prática.

Olhei ao meu redor, mar, areia, árvores e o céu imenso e azul com poucas nuvens.

— Sam? - Me virei depressa quando ouvi sua voz.

— Freddie! - Sorri alegre.

E lá estava ele, em pele e osso.

Bronzeado.

De camiseta, bermuda e chinelos... Com barba sexy. E gost... Quer dizer, bonitão?

Larguei as malas e corri indo ao seu encontro.

Me joguei em seus braços musculosos.

— Você está ótima... Fez uma boa viagem? - Me afastou como o Diabo recusando tocar na cruz.

Foi quando a vi... Ele estava acompanhado.

— Aloha! — Acenei para a sua noiva.

— Oi, Sam. Como vai? Que bom que veio. Prazer em conhecê-la! - Foi como um balde de água fria.

Além de bonita, era educada, simpática... Claro, falava inglês melhor que eu, se isto é possível...

— O prazer é todo meu. Fiquei feliz com o convite. - Até parece. - Quem mais já chegou? - Perguntei.

— Mamãe, tia Cassandra e a família. Tio Joe e a família. Mike, Peter, Jennifer e Caitlin. - Os últimos eram nossos primos.

— Que legal... - Convidou uma cambada.

Tia Cassandra tem 5 filhos e o tio Joe tem 4. Bando de crianças e adolescentes.

— Onde fica o hotel? Já reservou meu quarto? - Perguntei a ele.

— Não contou para ela, amor? - Kaylane indagou.

Amor... Ah, caretice.

— O hotel está lotado. Turistas, sabe? Você e o restante da família ficarão na Vila. A família da Kay já arrumou tudo para recebê-los. - Freddie explicou.

— Tudo bem. Ótimo! Tô tão cansada, só quero comer algo e dormir um pouco. - Falei.

— Que bom. A vovó Hani preparou lanche para todos. - Kaylane avisou.

[...]

A tal Vila Mahami era composta por casinhas rústicas e simples feitas de madeira, cipó e palha. Sua família era a mais antiga do povoado. O povo nativo se chamava Hinduru. Kaylane e a família carregavam Ohana como sobrenome.

Freddie a conheceu na faculdade.

Bióloga e ativista... Tinha que ser.

— Aqueles são os meus irmãos... Kai, Kaleu e Kiran! - Ela apontou para três rapazes.

Estavam sem camisa carregando madeira.

— Jesus me abana! - Exclamei.

Eram deuses havaianos?

Peles morenas. Cabelos até os ombros. Enormes e cheios de músculos.

— Sam, é melhor se comportar. - O estraga prazeres se pronunciou.

Foi quando avistei a nossa prima Jennifer.

— EI, VADIA! CHEGUEI! - Gritei feliz por vê-la.

— SAM, SUA CADELA! - Ela estava de biquíni e shortinho.

Nós duas corremos para os braços uma da outra.

Rodamos abraçadas dando pulinhos e gritos eufóricos.

Deixamos o Freddie morto de vergonha e a noiva dele chocada... Mas foda-se.

— E aí, já pegou algum? - Olhei para os irmãos da Kaylane.

Os rapazes pararam o que faziam e nos olhavam curiosos.

— Cheguei ontem, doida. Mas o Kaleu vai ser meu! - Nós duas rimos.

Jennifer era loira de olhos verdes, um pouco mais alta que eu e com o corpo esbelto. E nossa prima Caitlin apareceu usando chapéu de palha e vestido de crochê.

— Ei, vocês duas! Nada de nos fazer passar vexame. Nem sei porque o Freddie convidou vocês! - A morena era muito chata.

Jennifer revirou os olhos e eu ergui o dedo do meio.

— Você vai dormir comigo, prima. Vem logo se acomodar! - Me puxou animada.

Caitlin ficou para trás. Nunca nos demos bem com ela.

[...]

Eu estava louca para ficar sozinha com o Freddie. Queria muito conversar com ele, mas Kaylane não largava do pé dele, parecia um chiclete grudado no cabelo. A noiva do meu querido primo tinha uma família bem grande composta até por bisavós. O povo vivia por longos anos na Ilha Mahami.

Fui recebida por seus pais, Maluk e Halabi, eles foram gentis comigo e logo o lanche foi servido.

Meus tios e primos estavam reunidos no mesmo lugar.

— É um doce de banana. - Kaylane me entregou uma tigela feita de casca de coco.

— Mahalo. — Agradeci em sua língua.

Ela apenas sorriu meiga.

O doce de banana parecia mais um mingau bem adocicado. Ao menos era gostoso.

— Você não convidou minha mãe? - Perguntei para Freddie que sentou o mais distante de mim.

Era como se eu tivesse uma doença contagiosa.

— Mandei o convite, mas tia Pam está no Haiti com o novo namorado e ela disse que não poderia vir. - Minha mãe não perdia tempo mesmo.

Os havaianos eram receptivos e logo me senti em casa.

Seríamos todos uma família enorme mesmo, certo?

— O lanche estava uma delícia, dona Halabi. - Falei para a sogra dele.

Pedi licença e me retirei, ainda era cedo e eu queria curtir o paraíso dando um mergulho.

[...]

— O que diabos pensa que está fazendo? - Freddie me abordou.

— Indo dar um mergulho, me solta! - Olhei para sua mão em meu braço.

— Estamos em família, aqui não é Ibiza e temos crianças ao redor! - Olhou para o meu biquíni.

— O que está insinuando? - Me fiz de desentendida.

— Se pensa que vai andar por aí me provocando, está muito enganada! Se não tem nada mais decente que isso, a Caitlin pode te emprestar algo! - Como ele se atrevia?

Eu estava usando um biquíni vermelho. Era sexy e valorizava meu busto. E apostei no fio dental.

— Comprei o biquíni com o meu dinheiro. O corpo é meu e eu posso me expôr da maneira que eu quiser, o que é bonito é pra ser mostrado! Você pode mandar ou se incomodar com a sua noiva! Sou dona de mim mesma, adulta e vacinada! Se eu quiser nadar pelada, não é da sua conta! - Lhe dei as costas e saí rebolando.

Ouvi ele soltar um palavrão e sorri satisfeita.

Eu nadei, me aproximei dos primos e dos irmãos da Kaylane. Chamei Jennifer para se juntar à nós.

Nos divertimos muito com os rapazes.

— Kaylane não teve despedida de solteira. - Disse minha prima quando fomos tomar água de coco.

— Como não? Ela não quis ou o quê? Não me diga que o idiota do Freddie não deixou! - Falei exasperada.

— Não faz parte do costume daqui, eles são bem tradicionais. - Jennifer contou.

— Que crime! Não podemos deixar a pobrezinha casar sem ter uma despedida de solteira, isso não podemos permitir. - Afirmei convicta.

— Concordo com você. - Assentiu.

— Tenho um plano! - Sorri.

E foi então que sequestramos a noiva do Freddie.

[...]

— APROVEITE A SUA DESPEDIDA DE SOLTEIRA, GATA! - Tirei a venda da moça e coloquei um véu nela.

Ela continuou pasma, sentada na cadeira de vime.

Jenn e eu fizemos uma festinha para ela.

Convidamos as primas da Kaylane e suas amigas.

— Tome isso e relaxa, linda. - A louca da minha prima entregou um drink para a noiva do nosso primo.

Contratamos os rapazes mais gatos da Ilha para nos entreter.

Um deus havaiano cuspia fogo e dançava sensualmente. Tem coisa mais exótica?

Um deles apareceu de tanguinha feita com folhas de bananeira com uma cobra ao redor do pescoço.

Sim, tinha coisa mais exótica...

Kaylane ainda estava tímida.

A festa acontecia ao ar livre, com fogueira acesa e música típica da região.

[...]

— O que você fez? Por quê minha noiva apareceu bêbada e dançando que nem uma...

— Foi só uma despedidazinha de solteira, relaxa! Você não foi corno. - O cortei.

Freddie me olhou incrédulo.

— A Kaylane não bebe. Fica longe dela. Pelo amor de Deus, Sam, você...

— Engraçado que ela tomou todas, ela se divertiu bastante e dançou até arrebentar as rasteirinhas! - Joguei na  cara dele.

— Você é uma má influência, Sam. Não acabe com a reputação de uma boa moça! - Era só o que me faltava.

— Se ela é tão puritana assim por quê vai casar com ela? Oh, ela é uma santa mesmo? Agora vai me dizer que a sua noivinha não paga boquete e nem dá o rabo pra você? - O provoquei.

Vi ele ficar vermelho.

— Você tá bêbada e falando merdas, vá dormir! - Mandou.

— Querido, a minha noite ainda nem começou. Vai dormir você! Tô indo me encontrar com um gostoso que vai me pegar de jeito! Um de nós tem que saber aproveitar, não? - Passei por ele.

— Nem sei porque caralhos te convidei! - Estava irritado.

Parei de andar e virei para ele.

Estávamos na praia.

— No fundo você sabe... E quando essa fantasia toda acabar... Você vai se jogar aos meus pés, amor! - Talvez eu estivesse mesmo bêbada.

Lhe dei as costas novamente, tropecei em meus próprios pés e caí na areia.

O vento soprou forte bagunçando meu cabelo.

— Vem, eu te levo para o seu quarto. - Me pegou no colo. - Só espero que a Jennifer ainda esteja acordada... - Ouvi ele falar.

Me senti zonza e sonolenta. Fechei os olhos.

Se enchi a cara, a culpa toda foi dele.