Homens de Negócio [sasunaru] escrita por MarianaReis626


Capítulo 8
Parte 8 | Sasuke Uchiha




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No fim do dia, Naruto me odiará. Não importa o quanto me considere, ou o quanto eu goste dele, eu vim até os Estados Unidos com um objetivo e vou cumpri-lo.

No começo, estava disposto a entrar na sua sala e aceitar a primeira proposta que apresentasse, afinal, derrubá-lo de seu pedestal sempre foi apenas uma desculpa. Mas quando o vi hoje cedo, naquele estado deplorável, como se a vida estivesse se esvaindo do seu corpo, e apenas uma fraca luz ainda brilhasse dentro dele, lutando para sobreviver, tive vontade de me matar.

Sabia que ele estava assim devido ao trabalho, não precisava que alguém me dissesse para perceber.

Por isso que agora estou tão obstinado em tirar-lhe essa empresa, compra-la e enfim dá-lo um tempo para descansar. Apesar de saber que ele nunca olhará isso como algo positivo.

Estou tomando tudo que é seu, mas é para o seu bem, entende? Ele com certeza voará uma cadeira na minha direção.

Após contar sua história trágica, Itachi se despede de mim e de Karin e fará o que quer que tenha que fazer nos Estados Unidos. Já a ruiva fica apenas 5 minutos a mais que meu irmão antes de pegar sua bolça e partir em direção a empresa de Naruto.

Ela tinha que falar com ele e queria fazer isso antes da nossa briga bilionária.

Ao contrário deles, fiquei sentado na minha cadeira, observando as canetas e pensando em como dizer a Naruto o que sinto por ele.

Hoje seria o pior momento possível, amanhã será pior ainda, não cabe uma declaração depois de tomar dele o trabalho de anos e, se ele perdoar Karin, o único dia que poderei encontrá-lo sem parecer estar forçando uma relação inexistente seria no casamento da sua prima.

Afinal, ambos somos convidados, é natural que nos encontremos em um salão com 100 pessoas.

Mas que momento seria o ideal para dizer as benditas 3 palavras?

Seria na festa? Na cerimônia seria um desrespeito, mas e então o que eu faria? Me aproximaria da mesa dos Uzumaki e me declararia para ele na frente de todo mundo? Não, definitivamente não.

— Ah! Isso é mais complicado do que imaginei.

Como Karin era um anjo — certamente caído —, eu não tinha nada marcado durante o resto do dia, nenhuma reunião no caso, ainda passaria boa parte do dia analisando relatórios e assinando toneladas de papéis. A cada carimbada, Naruto aparecia na minha mente, às vezes que brigávamos, que dormíamos juntos, que discutíamos e nós xingávamos, (sim, nós brigávamos muito, mas era um bom passatempo na época) por isso, por pensar apenas em um loiro irritante, eu não conseguia me concentrar em nada.

Então, para facilitar a situação, peguei minhas coisas e fui embora.

Diferente do Japão, nos Estados Unidos moro sozinho em um apartamento 10 vezes menor do que aquela casa exagerada e, meus pais não acreditariam, mas preferia o apartamento. Talvez fosse a única coisa que gostava verdadeiramente no país.

Era solitário, calmo e silencioso.

E tudo o que eu não precisava naquele momento era de solidão, calmaria e silêncio.

À noite, sonhei que Naruto me rejeitava.

No sonho, ele falava sobre os escândalos envolvendo meu nome sobre mim nas revistas, as fofocas e histórias mal contadas, e me mandava embora por não querer ficar com uma pessoa tão repulsiva. Tento desesperadamente explicar a verdade por trás de tudo que estão publicadas, mas ele me encara com pena, como se eu não conseguisse entende o óbvio e insistisse em ficar preso em desejos de infância.

— Tudo bem, e se for tudo mentira? Isso não anulará tudo o que já disseram, não fará sua reputação desaparecer, Sasuke, você ainda é o cara de traiu a noiva, que usou de truques sujos para subir até onde está, você ainda é o homem que manipulou, roubou, traiu e violou limites éticos e morais, não importa quantas vezes diga que não, não importa quantas vezes negue, esse é você, Uchiha, para mim e para o mundo.

E lá estava, o meu medo se personificando a minha frente.

Obviamente não consegui descansar nada. Quando acordei, minha cama estava encharcada de suor, minha respiração descoordenada e o coração batendo rápido e forte, feito um tambor, conseguia sentir suas batidas nas minhas orelhas.

Não acreditava em presságios e sinais do universo, mas dessa vez, sentia como se o sonho (pesadelo) fosse uma mensagem de algo maior, me avisando que essa reunião não vai acabar bem, que eu não posso ficar com os dois, que eu tenho que escolher entre um e outro.

Não sei escolher, na minha mente confusa, desistir da empresa é desistir de Naruto, porque estaria permitindo que ele se matasse, mas tomar a empresa me obrigará a abrir mão de Naruto.

E eu não quero acreditar nessa verdade, a mentira é mais reconfortante, imaginar que ele entenderá o que desejo para ele e viveremos felizes para sempre.

Eu sou um completo idiota, mas não é isso que o amor faz com você?

Limpo e cansado depois de uma péssima noite de sono, decidi afugentar as incertezas com café amargo. Para me dar coragem, afinal, não tenho mais como fugir, a reunião já está marcada, a proposta enviada, essas são as minhas últimas cartas do jogo, se eu desistir eu perco, se decidir apostar tudo, pode ser que no fim aconteça uma reviravolta.

Quando desci para pegar o conversível, sabia que não era uma boa ideia dirigir, cabeça e coração agitados não são uma boa combinação ao volante, mas acender um cigarro com o capô do carro abaixado afasta todos os meus demônios, não importa o quão poderosos eles são.

E é isso que eu faço, dirijo meu carro em alta velocidade pela estrada, como se fosse uma adolescente de 16 anos, não um adulto inconsequente de 30.

Ao chegar ao grande prédio dos Uchihas — o “dos” é uma mentira, o prédio me pertence — ainda faltava duas horas para o grande momento, não que isso evitasse ligações desagradáveis, afinal, eu sou um homem requisitado.

— Eu sei... senhor, tudo bem, mas ele não poderá te atender hoje. — Ela revira os olhos. — Entendo que é algo urgente, mesmo assim não posso te agendar para hoje, sinto muitíssimo.

Ela desliga agressivamente o telefone, fazendo cara de nojo.

— Quem era?

— Quem você acha? Tobirama Senju. — O pânico brilha no meu rosto, claro como o dia, como assim Tobirama Senju ligou e Karin o descartou como se fosse um cara qualquer? Ela não conhece o histórico?

— E você desligou na cara dele?! — Praticamente grito.

— Claro! Se eu não fizesse isso ele dava um jeito de me estrangular pelo telefone.

— Agora ele vai querer a minha cabeça! Até parece que não conhece o homem. — Karin bufa.

— Conheço, por isso que desliguei, ele não calaria a boca, e ele não terá sua cabeça, pelo menos não hoje, então se acalme.

— Hunf — Bufo, irritado. — Você diz isso porque seu sobrenome não é Uchiha.

— Ah, pelo amor Sasuke, dá para relaxar? Não é como se fosse a primeira que desligo na cara de um Senju.

Lamento baixinho pela minha vida enquanto Karin ri, sem nenhuma noção das coisas.

— Esqueça isso, você tem coisas mais importantes a se preocupar, como o belo fora que você levará do meu irmão.

— Vejo que se acertaram.

— Sim.

— E que está muito confiante acerca do meu futuro.

— Não sobre o seu futuro, mas sobre a noção de Naruto. — Cruzo os braços e me sento na beira da mesa dela, recebendo um olhar mortal.

— Sinceramente, espero que ele tenha mesmo essa noção. Se eu estivesse me cortejando, com certeza me rejeitaria, eu sou um péssimo partido.

Karin gargalha.

— Quer um café amargo?

— Já tomei, não ajudou.

— Então você realmente está sem salvação.

— Eu sei — digo, com um muxoxo antes de entrar na sala.

Às duas horas seguintes seguiram arrastadas enquanto eu revisava alguns papéis e enrolava naquela sala enorme enquanto esperava por Naruto, nesse meio tempo recebi uma ligação de Itachi, se certificando, a base de ameaças, de que eu não me acovardaria e fugisse antes de colocar tudo em cheque.

Eu disse que não vacilaria, mas Karin anunciou a chegada dele e eu quase fugi pela janela.

Uma coisa que raramente acontece entre nós dois é o Naruto aparecer no meu escritório. Todas às vezes, sem exceção, sou eu quem invade seu espaço, atrapalhando suas reuniões para transar no banheiro.

Mas hoje ele atravessou minha porta, pomposo e confiante, mas vestindo uma camisa de gola alta para — tenho certeza — esconder as marcas espalhadas pelo pescoço, escondia as mãos nos bolsos enquanto me encarava determinado.

Ele estava fantástico no papel de chefe.

— Ainda dá tempo de desistir. — Ele se aproxima da minha mesa, quase que desfilando na minha direção.

— Prometi que te destruiria. Não sou do tipo que volta atrás nas minhas promessas.

E foi ali, com poucas palavras, que tracei o meu miserável destino.


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