Homens de Negócio [sasunaru] escrita por MarianaReis626


Capítulo 3
Parte 3 | Naruto Uzumaki




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Eu dormi no escritório. E apesar de ter conseguido terminar tudo no prazo combinado e estar 70% preparado para a reunião de amanhã à tarde, sinto que estou prestes a morrer. Meus ombros pesam, meus olhos ardem e eu preciso urgentemente de um banho. A minha situação é deplorável.

Após comer comigo e falar muito sobre seu feliz noivado, Sakura se despediu e foi finalmente para seu quarto de hotel, sem tocar mais nenhuma vez no sobrenome Uchiha.

Ao contrário dela, não pude sair e descansar, me dei o luxo apenas de tirar cinco minutos para tomar um banho e me trocar, antes que a estrela do show aparecesse em minha porta. Em teoria, minha reunião com Sasuke Uchiha acontecerá apenas amanhã, na parte da tarde, segundo a minha secretária, mas conhecendo o homem, sei que não vai aguentar e virá até a minha empresa assim que colocar os dois pés nos Estados Unidos.

E não posso negar, uma parte de mim está ansiosa por isso.

A última vez que tive a visão de um Sasuke sem as infinitas camadas de narcisismo e arrogância, estávamos quase nos formando no fundamental, tínhamos cerca de 14 anos e sonhos grandiosos demais, pelo menos da minha parte. Nessa época não éramos exatamente próximos, mas havíamos conversado algumas vezes e feito um ou outro trabalho no mesmo grupo.

Pensei muito nesse período da minha vida essa semana, quando eu não precisava me preocupar com nenhuma dessas coisas, em virar noites pensando em estratégias empresariais, quando Sasuke Uchiha não me dava trabalho porque ele estava ocupado sendo quieto e recluso.

Realmente é uma época que nunca vai voltar.

Apesar de tudo eu também mostrarei hoje, que mesmo não tendo mudado tão radicalmente quanto ele, me adaptei a situação e fiquei mais forte, forte o bastante para confrontá-lo.

Essa é a visão que quero que ele veja, a mentira que estou tentando sustentar, porque eu não me adaptei a situação, não fiquei mais forte, e temo estar cansado demais para confrontá-lo.

Coloco a cabeça entre as mãos, tentando conter o desespero que parece pesar no meu peito. Estou nervoso mesmo que deteste admitir, atualmente ando negando todos os meus sentimentos e os enterrando o mais fundo possível pelo meu próprio bem.

Mas então minha secretária adentra o escritório a passos rápidos, agitada.

— Sr. Uzumaki, Sasuke Uchiha acabou de chegar. — O tempo de preparação acabou.

Não demorou nem um minuto para que ele atravessasse as portas do meu escritório como se estivesse em um filme. O homem esbanjava um tipo de aura vitoriosa, apesar de tudo o que dizem dele, da situação caótica que deixou para trás. Ele sorria como se o mundo pegasse fogo ao seu comando.

Isso me irrita.

— Está lamentável, Uzumaki. — Como se eu não soubesse, sussurrei para mim mesmo. Ainda assim, sorri para ele.

— Também é um prazer revê-lo, Uchiha. — Ele tira os óculos escuros e passa uma mão pelos cabelos negros, se exibindo feito um pavão ao tirar o sobretudo que usava. Suspeitosamente, minha secretária continuava em pé ali, parada como uma muda de planta, observando.

— Já pode ir, Anne. — O rosto delicado dela fica suavemente rosado, Sasuke gargalha alto.

— Como desejar, Sr. Uzumaki. — Ela curva a cabeça rapidamente antes de ir embora.

— Ciúmes não faz seu estilo, menino de ouro.

— Menino de ouro? — Sinto vontade de rir, mas Sasuke pareceu ficar mais rabugento que o normal.

— É assim que as milhares de revistas que você vem estampando te chamam, não?

— Desde quando você acompanha as revistas que eu estampo?

Ele fica sem graça, e não consigo evitar sorrir com isso. A visão de Sasuke sentado, resmungando sobre as matérias sobre mim, o escritório cheio de revistas com o meu rosto.

Quem diria não?

— Para de rir, Usuratonkachi. Sabe, não é todo mundo que atravessa meio mundo para ver um idiota.

— Deveria aplaudir sua burrice? — Eu falava de modo descontraído, mas não conseguia esconder o brilho nos olhos, uma parte teimosa minha estava feliz por saber que Sasuke estava indo atrás de informações sobre mim, que atravessou meio mundo para vir até mim. Mesmo que no fim tenha sido tudo para me destruir, tudo um blefe muito bem armado, ainda estou feliz, seria derrubado na lama com um maldito sorriso no rosto.

— Deveria estar ao menos apresentável. — Por um segundo, pensei ter percebido raiva em sua voz. Estaria ele preocupado comigo? Depois de todo esse tempo?

— Você parece mesmo genuinamente preocupado com meu estado, Sasuke.

— Como eu disse — Ele se aproxima presunçosamente, como um felino convencido, apoiando as mãos na mesa, deixando o rosto próximo ao meu. — Não são todos que atravessam meio mundo por um idiota.

— É tudo atuação, não?

— Algumas coisas são terrivelmente verdadeiras. — É nesses momentos, quando ele me olha como um predador implacável, que percebo que não tenho mais salvação, que Sasuke Uchiha me tem na palma da mão, como tem o resto do mundo.

Sua mão me segura pela nuca, erguendo meu rosto em sua direção, sem tirar os olhos negros dos meus, como se apreciasse o estranho contraste entre o negro e o dourado.

— Esperando um convite? — Ele ri. Sasuke é um cretino arrogante desde que criou asas, mas ainda tem o sorriso mais bonito que eu havia visto, talvez seja por raramente sorrir verdadeiramente, só sarcasticamente, que nesses poucos momentos que parece feliz, é como se um milhão de estrelas explodissem em luz no breu noturno.

Mas nunca admitirei isso para ele, nem sob tortura.

— Não exatamente — Eu sentia a sombra da sua boca na minha, mas ele não me beija, seus dedos desenham preguiçosamente o contorno do meu rosto, mas não o junta ao seu.

— O que exatamente está esperando, Sasuke? — Pensei que a frase sairia em tom de irritação, expondo como de fato estou. Odeio deseja-lo, odeio ainda mais quando me provoca, quando está na minha frente com todas as intenções expostas e não age. Mas minha voz saiu baixa, a frase vergonhosamente manhosa.

Sinto meu rosto esquentar.

— Isso basta por enquanto. — Depois de tanto enrolar, ele finalmente me beija e o mundo a minha volta parece apagar.

Nós nos conhecemos no fundamental, mas acabamos por perder o contato após terminar nono ano, aos 14 anos.

Acabamos nos reencontrando na época da faculdade, porque, quase por um acaso do destino, estávamos estagiando no mesmo lugar. Nessa época percebi que sentia algo a mais por Sasuke do que inimizade, nos discutíamos muito no trabalho, sem perder uma oportunidade de alfinetar o outro, apesar da troca de farpas, não parecia sermos inimigos.

Mas quando o estágio acabou e cada um seguiu seu caminho, pensei ter imaginado tudo, então guardei toda essa confusão de sentimentos o mais fundo que pude.

Mas a vida adulta chegou e decidi me mudar para os Estados Unidos, eu tinha muitas propostas boas no país, viaja frequentemente para lá, e deduzi ser uma boa aposta abrir a sede principal da minha empresa lá. Tudo já estava planejado e faltavam poucos dias para a mudança quando, como hoje, ele apareceu na minha porta.

Não sabia o que ele tinha na cabeça quando me beijou, arrancando do fundo do peito os sentimentos confusos que tinha por ele. Também não sei o que tinha na cabeça quando retribuí o beijo.

Perdi a virgindade naquela noite.

A memória permanece viva em minha mente, tão clara quanto o dia. Naquele momento, beijar Sasuke pareceu algum tipo de despedida.

Não nos encontramos mais até eu me mudar.

Quando eu já havia me adaptado ao lugar, a rotina pesada de comandar uma empresa em um país estrangeiro, ele me visitou. Invadindo meu trabalho tão pomposo quanto hoje, disse estar no país para resolver uns problemas e resolveu fazer uma visita.

Nós transamos em um dos banheiros do prédio durante esse visita, no intervalo que eu tinha entre as reuniões do dia.

Quando dei por mim, já estava envolvido até o pescoço nesse relacionamento confuso. Nós não somos namorados, muito menos ficantes ou amantes, talvez isso tudo fosse apenas uma transa casual e conveniente, Sasuke nunca deu a entender que era qualquer coisa a mais que isso, afinal, nunca tinha viajado meio mundo apenas para me ver, sempre aparecia porque já estava por perto, então aproveitava a viagem.

Mas pela primeira vez em três anos, ele pegou um avião e viajou meio mundo por mim, para me ver. Certamente não sabia como me sentir com isso, mas internamente gosto desse pensamento narcisista, de que Sasuke faria isso por mim e mais ninguém.

Porque é egoísta demais para isso.

Feliz demais para me conter, agarro o cabelo negro de Sasuke, o beijando de forma mais feroz, ansioso para senti-lo depois de tanto tempo. Quando levanto da cadeira, o rosto dele se contorce levemente em surpresa.

Meu sorriso aumenta. Afasto as poucas coisas que mantenho em cima da mesa, ignoro os papéis que caíram ao subir.

— Sabe, Sasuke — Agarro sua gravata, tão negra quanto seus olhos. — Eu senti sua falta.

Não precisei puxá-lo para que me beijasse novamente, deitando meu corpo na mesa de mogno e derrubando o restante das coisas no chão.

 


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