A fada que o escreva escrita por Creeper


Capítulo 25
Extra I: O pedido de Suichiro


Notas iniciais do capítulo

Olá! E começamos com os extras, espero que gostem ♥



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3 semanas depois do ocorrido na ilha de Hasi, Saintenia

Risadas altas, tilintares de talheres, brindes tão fortes que derramavam vinho por toda parte e batidas na mesa por causa da indignação em alguma partida de cartas. Aquele era o cenário que eu mais vinha vivendo desde que voltamos da ilha de Hasi, já que a garçonete Gina tirou suas tão esperadas férias e eu precisava de dinheiro.

Não me importava mais com o suor que fazia meu cabelo grudar na testa ou o ar abafado do bar. E já sabia reconhecer os atrevidos que tentariam me agarrar e os engraçadinhos que fariam bagunça demais ou sairiam sem pagar, então me atentava a cada passo.

Muitos bêbados me aplaudiam quando eu fazia a menor das manobras com a bandeja, o que me fazia soltar uma risada abafada e revirar os olhos, era fácil impressioná-los quando não estavam enxergando direito.

A noite terminava com um saquinho de moedas bem-merecido e acenos extremamente exagerados, por mais que fôssemos nos reencontrar no dia seguinte. Abraçado pelo vento fora do estabelecimento, pude enfim respirar livremente e caminhar até a pousada. Percebi que era tarde, pois as janelas das casas começavam a ser fechadas e poucas pessoas circulavam pelas ruas.

Retirei as botas na recepção vazia e subi as escadas no maior silêncio possível, a fim de não acordar os outros hóspedes. Assim que cheguei em frente à porta do meu quarto e fiz menção de tocar a maçaneta, ela abriu-se sozinha, revelando o rapaz alto com uma feição tão surpresa quanto a minha.

Levantei as sobrancelhas, pisquei os olhos lentamente e dei-lhe espaço para passar.  

— Aonde vai? – perguntei ao notar que ele estava de sobretudo.

Dante desviou o olhar, expirou e afastou-se da porta, gesticulando para que eu entrasse.

— Estava indo te procurar. – revelou a contragosto.

Não consegui evitar meu riso e o provoquei ao fechar a porta atrás de mim:

— Preocupado comigo?

— Você é um imã de confusões. – ele emitiu um muxoxo.

— Ah, que fof… – cruzei os braços.

Antes que eu terminasse minha frase, Dante colocou a mão acima de minha cabeça e abaixou-se até ficar na altura de meu rosto, fazendo-me arregalar os olhos e bater as costas na porta. Engoli em seco quando nossos olhares se encontraram e meu coração acelerou-se.

— Você vai me beijar agora, não é? – questionei pausadamente.

O exorcista não se deu o trabalho de responder, apenas colou os seus lábios aos meus e me instigou a pousar as mãos em seu pescoço, puxando-o ainda mais para perto. O peso de Dante caiu sobre mim e sua outra mão foi parar em minha cintura enquanto o antebraço apoiava-se na porta.

— Esquece. – ele murmurou ao afastar-se.

— Por quê?

— Porque está tarde e eu preciso dormir. – Dante retirou seu sobretudo.

— Então foi um beijo de boa noite? – dei a volta para chegar em meu colchão.

Ele lançou-me um olhar de quem claramente queria me matar. Pigarrei envergonhado e resolvi ficar quieto.

Cada um deitou-se na sua cama e mesmo no escuro, sabíamos que estávamos bem acordados e com a cabeça cheia de coisas que não tínhamos coragem para dizer. Remexi-me entre os lençóis, agitado demais para dormir e abracei meu travesseiro.

— Suichiro? 

Dei um pequeno sobressalto.

— Sim?

— Vai trabalhar amanhã? 

— Ah, não, é minha folga. – arrumei-me debaixo do cobertor. – Acho que vou dar uma volta pela cidade durante o dia e descansar a noite.

Silêncio. Apenas os grilos cricrilando do lado de fora e uma voz abafada ou outra vinda da rua.

— Eu vou com você. – falou acanhado. – Um pouco, até a hora do meu trabalho.

Queria dizer que consegui dormir depois disso, porém, meu estômago enrolou-se de ansiedade e meu coração lembrou-me de que eu estava perdidamente apaixonado por aquele exorcista.

 

***

 

O sol brilhava forte e a brisa fresca balançava nossos cabelos enquanto passeávamos pelo centro da cidade onde se erguiam canteiros de flores coloridas e barraquinhas de frutas e pães.

— Pensei que só tivesse flores brancas na cidade. – reparei.

— Essas coloridas são plantadas pelos exorcistas que voltam de viagem. Eles trazem sementes consigo e as jogam na terra depois de um trabalho bem-sucedido. – Dante enfiou as mãos nos bolsos. 

Instantaneamente, abaixei-me em um canteiro para admirar as flores de cores e formatos deslumbrantes, uma mais bela e cheirosa do que a outra. O rapaz arqueou uma sobrancelha, agachou-se ao meu lado e encarou as flores sem entender.

Cerrei os punhos sobre os joelhos, respirei fundo e virei-me para ele com uma astúcia que nem sabia que tinha:

— Por que você não namora comigo?

Dante piscou os olhos devagar, analisou-me por um instante e disparou incrédulo:

— O quê?

Pressionei os lábios e soube que minhas bochechas ficaram salpicadas de vermelho.

— Não se faça de desentendido. Lá na mansão em Hasi, você disse que éramos mais que uma dupla.

— Uau, você realmente ouviu apenas o que queria ouvir. – ele assentiu reflexivo.

— N-Não é isso. – respondi constrangido. – E aconteceu aquilo ontem na pousada.

— Céus, você me deixa sem jeito. – Dante coçou sua nuca, levantou-se e foi até outro canteiro.

Suspirei pesadamente, fixei o olhar em meus pés e me senti tão decepcionado que não sabia nem explicar o porquê.

Fazia três semanas desde que voltamos de Hasi e nossa estadia em Saintenia ainda duraria mais dois meses, porque de certa forma também estávamos em estado de observação e ora ou outra éramos chamados para responder às perguntas dos superiores. Desde então, não havia acontecido nada entre mim e Dante.

Perdido em meus pensamentos, sequer percebi quando o exorcista voltou e abaixou-se ao meu lado novamente, dessa vez segurando alguns hibiscos brancos, os quais ele me estendeu.

— Tudo bem.

— Tudo bem o quê?  – arqueei uma sobrancelha.

— Aceito seu pedido, idiota. – ele franziu o cenho.

Roy tinha razão, Dante era mesmo um cavalo, mas peguei as flores com o peito quase explodindo de tanta felicidade e um sorriso maior que meu rosto.

— Por que hibiscos brancos? 

Literalmente, tinha flores de todas as cores possíveis ali.

— Não vai me fazer explicar. – Dante virou o rosto.

— Por favor. – fiz um biquinho.

Dante ergueu o queixo, fitou-me de soslaio e balbuciou:

— Outra hora, agora preciso ir escrever um relatório.

Levantei-me, cruzei os braços atrás das costas e concordei. Ficamos parados por alguns segundos, evitando contato visual direto e deixando escapar uma tosse ou um pigarro.

— Melhor você ir ou vai se atrasar. – comentei.

O que estávamos esperando? Um aperto de mão, um abraço, um beijo de despedida? Li muitos livros de romance, mas nenhum deles era um manual de primeiro namoro.

— Nos vemos mais tarde. – ele confirmou e recuou alguns passos, ainda que mantendo os olhos em mim de modo discreto.

Acenei timidamente, todavia, encolhi-me assustado ao vê-lo trombar em uma pessoa que passava atrás dele. Dante pediu desculpas em um murmúrio ao indivíduo que saiu reclamando com um semblante descontente.

Dante encarou-me mais uma vez, soltamos risadas sem graça e nos despedimos. Sequer esperei ele sumir de meu campo de visão e fui correndo ao primeiro lugar que veio a minha cabeça: o Recanto das Cartas e Corujas.

Cheguei com a respiração ofegante e me apoiei de maneira desajeitada na bancada do quiosque, chamando por Júpiter. 

— Por que toda essa pressa?

Movi a cabeça lentamente na direção da voz, encontrando uma mulher de cabelos rosas presos em um coque e olhos brancos. Foi impossível impedir meu grito:

— Aurora!

— Ai, meus ouvidos. – ela fez uma careta. – Você não mudou muito, Whitlock.

— Você também não. – sorri travesso e guardei os hibiscos no bolso da frente do colete.

Repentinamente, uma pequena figura correu ao nosso encontro e agarrou-se à perna de Aurora, abraçando-a e esfregando seu rosto na barra do vestido da mulher.

— Mamãe!

Meu queixo foi ao chão e eu quase perdi meu apoio na bancada. Aurora paralisou e adquiriu uma expressão de perplexidade.

— Para falar a verdade, acho que mudou muito. – exclamei abismado.

— Já disse para não me chamar de mamãe. – a exorcista resmungou envergonhada.

A criança afastou-se e exibiu seus curtos cabelos pretos e a heterocromia azul e castanha de seus olhos, entretanto, outra coisa me chamou a atenção.

— Onde Lissa está? Era para ela cuidar de você. – Aurora pressionou o canto dos olhos com o polegar e o indicador.

— Apostando queda de braço, mas ela disse para não contar para você. – a pequena balançou a cabeça.

A exorcista respirou fundo e colocou as mãos na cintura. Enquanto isso, a menina ocupou-se em pegar algumas penas do chão e analisá-las admirada.

— Então… – pigarreei e aproximei-me da mulher. – De onde sequestrou essa criança?

— Essa é a Nara, está sob minha supervisão até que algum orfanato possa acolhê-la. – Aurora contou. – Eu e Lissa a encontramos quando fui fazer um exorcismo em um bordel. O pai era um cliente desconhecido e a mãe abandonou o local.

Franzi o cenho e torci a boca ao pensar que aquele tipo de coisa horrível ainda acontecia.

— Infelizmente, os orfanatos andam lotados. Principalmente porque muitas crianças perderam os pais no surto de demônios. – Aurora encostou-se na bancada. – Também porque muitas são rejeitadas por nascerem de casais incompatíveis. 

Levantei o olhar e fitei Nara que rodopiava pelo pátio do quiosque. Sua aura era tão pura que ela nem devia saber que a falta de seu antebraço direito era fruto de uma incompatibilidade.

Discretamente, avaliei minha mão de aço escondida sob a luva, fechando e abrindo os dedos algumas vezes. Precisava ajustá-la com um pouco de óleo, as juntas começavam a ficar duras.

— Suichiro!

Em questão de um segundo, meu corpo foi envolvido por um abraço tão forte que eu senti meus pulmões falharem e tive a plena certeza de que perdi algumas costelas.

— É b-bom te ver também, Lissa. – ofeguei.

A gigante deu um sorriso travesso, largou-me e espreguiçou-se.

— Ah, fiquei sabendo que você e Dante descobriram a doida varrida que estava por trás do caso dos demônios. – ela arregalou os olhos. – Meus parabéns, uma maluca dessas não podia ficar solta!

Totalmente constrangido, afundei o rosto nas mãos e balancei a cabeça.

— É, ela meio que fazia parte da minha família. – murmurei.

— Nossa, uau, desculpa. – Lissa pigarreou. – Peguei a notícia pela metade.

Suspirei pesadamente e disse que estava tudo bem. Estava, não é? Nada do que ela falou era mentira.

— Então você quer falar sobre você e Dante em outro sentido? – a exploradora deu-me uma cotovelada que me tirou do lugar.

— E você quer falar da sua filha? – brinquei.

Lissa soltou uma gargalhada curta e grave, cruzou os braços e observou a garotinha que saltitava nos degraus do quiosque.

— Ela não é minha filha. – deu de ombros. – Ainda.

Concordei orgulhoso e esbocei um sorriso de canto, devolvendo-lhe a cotovelada.

— Lissa! – Aurora ficou incrédula.

— O quê? Não vamos adotá-la? – Lissa fez um biquinho. 

— Na minha lista de passos, as crianças vêm depois do casamento. – a exorcista gesticulou.

— Ótimo, casa comigo? – a gigante arqueou uma sobrancelha.

Não aguentei e deixei uma risada escapar quando vi o rosto de Aurora queimar em carmesim e seus dentes rangerem tanto que quase pude escutá-los rachando. A mulher cerrou os punhos, marchou até a garotinha e a segurou pela mão.

— A-Ainda está cedo para isso! – a voz de Aurora saiu fina. – Vem, Nara, vamos dar uma volta em um lugar afastado desses lunáticos. – virou o rosto.

— Tchau, moço! – Nara acenou enquanto caminhavam para longe. – Tchau, mamãe grande!

Lissa suspirou satisfeita, sorriu de maneira franca e assentiu lentamente.

— Você deixou a Aurora com vergonha. – agitei a cabeça.

— Ela fica fofa assim. – a exploradora riu. – E não é adorável ser chamada de mamãe grande?

— Não quando eu seria chamado de papai pequeno. – revirei os olhos.

— Falando nisso, agora é sua vez. – ela fez um sinal para que eu prosseguisse.

Baixei o olhar, tamborilei os dedos em meu braço e senti meu rosto ruborizar. 

— É por isso que eu vim até aqui, queria perguntar a Júpiter sobre o melhor lugar para um primeiro encontro. – sussurrei.

— Um explorador me perguntando sobre achar um lugar? – uma voz suave soou detrás da bancada.

Eu e Lissa nos viramos ao mesmo tempo e nos deparamos com a senhora de trança grisalha que acariciava uma coruja pousada em seu ombro.

— É que eu quero impressionar. – expliquei timidamente.

— Nesse caso, precisa me contar como é essa pessoa. – ela colocou a ave em um poleiro. 

Minha voz quis sumir e o suor brotou em minha testa, mas respirei fundo, me recompus e comecei:

— Digamos que é um tanto sério, luta incrivelmente bem, tem os olhos azuis mais bonitos que eu já vi na vida e sarcasmo poderia muito bem ser seu sobrenome…

— Se não fosse Vulpecula. – Júpiter concordou com a cabeça.

Fiquei boquiaberto e estático diante do semblante sábio e convencido que a senhora exibia. 

— Não acha estranho, acha? – perguntei receoso.

— Eu não acho o amor estranho. – ela abanou a mão. – Vulpecula é um bom rapaz e você também, farão bem um ao outro. 

Lissa tocou meu ombro em um gesto de apoio e lançou-me uma rápida piscadela. De certo modo, meu coração se aqueceu e eu me senti mais confiante.

— Se tratando desse exorcista, eu sugiro que vá até a antiga torre de vigia. – Júpiter começou a empilhar algumas cartas. – O pôr-do-sol é majestoso visto de lá. E é ideal para um casal recém-formado por ser um lugar mais discreto.

Confirmei pensativo e toquei a testa com o dedo indicador e o médio na tentativa de me lembrar se já havia visto a tal torre de vigia. A imagem piscou rapidamente em minha mente e eu soube exatamente como chegar até lá.

— Será que posso enviar uma carta? – debrucei-me sobre a bancada feito uma criança.

A senhora passou-me uma folha e uma caneta tinteiro e eu entreguei-lhe uma moeda. Tratei de me esforçar na caligrafia, devolvi-lhe tudo e a observei cochichar o destino para uma das corujas.

— Obrigado, Júpiter! – desci as escadas do quiosque junto de Lissa.

A dona acenou delicadamente e voltou ao seu trabalho de costume. Ainda era impossível acreditar que ela podia mesmo ser avó de Dereck Still. 

 

***

 

Eu e Lissa exploramos a cidade pelo resto da manhã, aproveitando para provar todos os tipos de pães, doces e frutas que vendiam nas barraquinhas e colocar a conversa em dia, como por exemplo, ela me contou que acompanhava Aurora em suas viagens para exorcismos e assim conseguia pesquisar sobre os fungos zumbis, ainda sem sucesso.

— Karmas de água são mais fortes no frio sim! – argumentei com a boca cheia de bolo de morango. – Eu só estou esperando Sued se juntar a Guilda de Hibisc para provar meu ponto. – balancei o garfo.

— E fungos zumbis existem. – ela lambuzou-se toda com seu sanduíche de mel. – Bem, assim que comprovarmos nossas pesquisas, poderemos enfim ser contratados para trabalhos oficiais da guilda. É difícil viver apenas com a venda dos objetos que achamos em explorações independentes. – suspirou pesadamente e apoiou o rosto na mão.

Ri sem jeito e cutuquei um dos morangos em meu prato, já que eu praticamente tinha uma vida em Enginóvia onde meu sustento dependia do resultado de minhas explorações somado ao senso materno de Gaspar de não nos deixar passar fome e uma vida em Hasi onde até os talheres eram feitos de ouro.

Passei o resto da tarde sozinho, pois Lissa precisou voltar para Aurora com a alegação de que cuidar de Nara era tarefa das duas, porém, com a promessa de que logo voltaríamos a nos ver. 

— E boa sorte no seu primeiro encontro! – desejou mais alto do que deveria, mas sei que foi de coração.

Próximo a hora do sol se pôr, corri até a antiga torre de vigia que ficava localizada em uma pequena colina. Era feita de uma madeira escura e avermelhada que rangeu e ameaçou se partir a cada degrau que eu subi, todavia, resolveu me dar uma trégua e permitir que eu chegasse ao posto.

Respirei fundo e pousei as mãos na cerca de proteção, vislumbrando o céu alaranjado e deixando que o vento batesse em meu rosto e levasse embora minha ansiedade.

— Me atrasei? 

Virei a cabeça por cima do ombro e avistei Dante carregando a carta que lhe enviei. Neguei brevemente e voltei a olhar para o horizonte.

— “Uma das sensações que quero ter é a de estar com você quando o sol desaparece e o mundo se torna roxo feito o seu karma. Me encontre na antiga torre de vigia. Assinado…”

Impedindo-o de terminar aquilo, fitei-o incrédulo e disparei:

— P-Por que está repetindo o meu bilhete?

— Não precisava assinar, eu saberia que era você. – ele sorriu de canto e colocou-se ao meu lado.

— Saberia? – enrolei uma mecha de cabelo.

— Só você escreveria algo tão brega. 

Levei um segundo para registrar sua frase e assim que o fiz, franzi as sobrancelhas e dei-lhe um soquinho no ombro mesmo sabendo que aquilo não lhe faria nem cócegas.

Dante gargalhou e eu apenas continuei a apreciar as nuvens lilases e os pontinhos brancos que surgiam na imensidão acima de nossas cabeças. Revirei os olhos e quando resolvi me voltar para o exorcista e lhe dizer para parar de rir de mim, fui totalmente surpreendido pela sua boca na minha.

Abracei-o e fechei os olhos suavemente, pouco me importando com o ar frio que a noite trazia consigo. Dante afastou-se devagar e admirou a paisagem com um semblante sereno e um sorriso que me fez derreter.

— Escolheu um ótimo lugar para ver o pôr-do-sol. – elogiou.

— Então agora eu mereço saber o motivo dos hibiscos brancos? – apoiei-me nele, extremamente satisfeito por enfim tê-lo como namorado.

— Não, porque sei que você consultou a Júpiter antes. – Dante balançou a carta.

— Você não deixa nada escapar, não é mesmo? – reclamei manhoso.

O exorcista respirou fundo e passou a mão por seus cabelos de maneira inquieta.

— O motivo é termos nos conhecido em Hibisc. Indo para as Terras Brancas. – ele abaixou o rosto para me fitar.

Soltei uma risada, entrelacei meus braços ao seu e encostei a cabeça em seu peito.

— Isso sim foi brega. – alfinetei.

— Então estamos empatados. – ele arqueou uma sobrancelha.

— É, estamos. – suspirei apaixonado.

Júpiter tinha razão, o pôr-do-sol era majestoso ali.


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Notas finais do capítulo

E assim nossos rapazes começaram a namorar. E será que nossas moças vão adotar Nara? Me contem o que acharam!

Até semana que vem.
Beijos.
—Creeper.



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