Katherine estava com as forças quase esgotadas quando Klívia cedou.

Iriam viajar para Milão, uma comuna milenar e agradável da Itália. Katherine não planejou, apenas comprou as passagens e alugou uma estadia num hotel das redondezas, de veneta.

Klívia não aprovou a ideia a princípio, achando loucura essa decisão repentina, mas o que tinha a perder? Definitivamente precisava de férias! Trabalhar oito horas, frequentar faculdade à noite, economizar dinheiro para sua casa própria e ter que buscar Killian todos os anoiteceres no karatê, a pedido da mãe, não era moleza.

O avião subiu, assim como o frio na barriga. Escutou baixo Infinity de Jaymes Young nos fones de ouvido e observou as nuvens, aliviando a tensão.

O primeiro ponto turístico que visitaram foi a Galleria Vittorio Emanuele. Não se surpreendeu quando Kathy decidiu abandoná-la para paquerar um desconhecido elegante.

— Deveria imaginar... — murmurou enquanto escutava o guia turístico.

— Também está sozinha? — um homem de no máximo 23 anos perguntou, ao seu lado. Era moreno, seus olhos verdes eram intensos e chamativos.

— Pelas circunstâncias… Estou. — pôs as mãos no bolso, suspirou fundo, sentindo-se intimidada por sua beleza.

— Se importaria se te acompanhasse daqui pra frente?

— De jeito nenhum.

Não nutria o hábito de ser tão receptiva com desconhecidos, mas aquele tinha um quê de especial. Incapaz de explicar, apenas sentir.

Estavam adentrando um estabelecimento rústico, quando ele perguntou seu nome:

— Klívia. 

— Damian. — sorriu ladino. — Então, o que trouxe uma moça tão bela a Milão?

— O impulso da minha irmã. — riu. — E você?

Damian relatou que veio para espairecer, havia rompido com a ex-namorada recentemente e as cobranças vindas do pai, um empresário de uma multinacional, eram intensas.

Na despedida, percebeu seu peito chispear. Ouviu Kathy tagarelar, sem reclamar. Encontrava-se o cartão de Damian em seu bolso e um sorriso na face.