As Super Agentes e o Livro das Magias escrita por ZodiacAne


Capítulo 3
Capítulo 2 – Virando agentes


Notas iniciais do capítulo

Pleno domingo e eu aqui. =D



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Mais alguns anos se passaram, os anos 2000 e o novo milênio chegaram.

A Inteligência Brasileira procurou por anos a fio e finalmente montou uma lista de possíveis crianças que sejam “as escolhidas”, tudo isso usando a margem de erro de cada ano e cada ciclo dos signos. Mesmo que muitos agentes não acreditassem em astrologia, era a informação oferecida e que ajudava-os em suas buscas.

Descobriu-se tudo sobre a vida desses, agora, pré-adolescentes. Quem eram suas famílias, onde moravam, onde estudavam, o que gostavam de fazer. Tudo o que era necessário!

Com os potenciais já sendo vigiados, pelo menos a distância, era hora de colocar os agentes em campo, próximos aos locais de convivência do cotidiano. Especialmente nas escolas e nas vizinhanças.

O livro estava sob custódia da ex-agente brasileira: Julia (sobrenome). Ela quem encontrou o artefato em uma de suas missões na floresta amazônica quando ainda era uma jovem agente, nos anos 80. Estudou sobre arqueologia e antigos dialetos indígenas – especialmente o Tupi-Guarani - para entender do que se tratavam as coisas escritas naquele livro. Foi ela quem descobriu sobre a profecia das crianças descendentes. Ela não tinha compreendido ainda quais os outros requisitos para a criança ser considerada “escolhida”.

E nesse meio tempo também apareceram inteligências vilanescas, pensando em roubar este livro, justamente para ter acesso ao ritual que é capaz de conceder os poderes e que Julia guardava no lugar mais seguro de sua casa, o seu próprio museu de artefatos indígenas.

***

Era o final do ano de 2002, pouco depois do aniversário de Amélia, que foi em 30 de Novembro. A última das amigas a completar o 10º aniversário.

Nise, Cácá e Jô passaram por longos anos de treinamentos e avaliações mensais, sobre seu condicionamento físico e sobre suas aptidões. Cada uma delas tinha habilidades em áreas e nos últimos dois anos, além do treinamento normal e de sempre, também fizeram especializações. Amélia se interessou pela área da computação, então ela ficava algumas horas por semana praticando diante das telas de computador e ao som das teclas, desenvolvendo suas habilidades como hacker. Camila se interessou pela área das artes marciais, então praticou karatê, tawekondo, wing-chung, um pouco de tudo, desenvolvendo seus golpes físicos para serem os mais poderosos. Joana se interessou sobre a arte do disfarce e da infiltração, praticou técnicas de maquiagem, de vestuário e também se locomover sem fazer nenhum som, para que ela esteja escondida a plena vista.

Os outros agentes de seus grupos também descobriram suas aptidões enquanto cresciam. Alguns semelhantes com as três e outros diferentes. Então, além de avalições individuais, eles eram avaliados também dentro do seu grupo de aptidão e havia o ranking mensal de todos, tanto no geral quanto nas especialidades. Isso causava incentivo e também brigas entre eles.

E no final daquele ano iria acontecer a coisa mais importante de suas vidas até então. Com a proximidade de tudo relacionado a profecia, fosse vilão ou a idade dos escolhidos, agências de todo o Rio de Janeiro estavam buscando por novos agentes. E para escolhê-los, eles visitavam os centros de treinamento e aplicavam testes para filtrarem os melhores.

O boato da possível primeira visita se espalhou e os futuros agentes estavam treinando que nem loucos, pois queriam uma chance, afinal, era a única coisa para a qual foram criados e que sabiam fazer. O que aconteceria se eles não fossem escolhidos? Ninguém queria ficar para trás para descobrir.

Alguns dias depois, finalmente apareceu o primeiro assessor seguindo do diretor de uma agência. Eles observaram o ranking dos aprendizes e depois os observaram em seus treinamentos, tanto gerais quanto específicos. Eles já tinham em mente exatamente o que queriam e no final daquele dia saíram do Centro Dourados, trazendo consigo quatro agentes de especialidades diferentes.

E esse processo se repetiu e acabou se tornando mais uma rotina na vida dos jovens futuros agentes. Algumas vezes as agências privadas saiam com alguns agentes, outras vezes não. Mas, duas coisas eram certas: o grupo estava diminuindo e o tempo para eles serem escolhidos estava acabando.

Passou-se o natal e a ano novo daquele ano. Agora era 2003.

O grupo foi reduzido a apenas sete agentes. Eram as últimas chances, se não fosse agora, alguns acabariam retornando ao orfanato e viveriam o resto das infâncias e adolescências lá e depois seguiriam para uma vida adulta normal.

Amélia, Camila e Joana continuavam unidas apesar de tudo. Elas tiveram seus momentos de destaque, mas nenhum que as colocasse nas primeiras posições, nem quando tinham 20 agentes e nem agora com o contingente reduzido. Elas tinham a esperança de que seriam escolhidas juntas e poderiam trabalhar como agentes juntas.

***

Mais um dia começou e mais uma agência veio visitar a Dourados para avaliar os agentes em potencial. Rose sempre os recebia com cortesia e já estava à espera deles na recepção.

— Bom, sou Rose Dourados, dona e treinadora daqui.

— É um prazer! – disse a mulher, muito bem vestido – Eu sou Marlin e este é meu chefe Jerry. – aprontou para o homem engravata ao seu lado

— Sejam bem-vindos! – apertaram as mãos – Venham que vou lhes apresentar aos nossos estudantes.

Guiou-os pelas instalações apresentando tudo e falando sobre as crianças.

— Nossos alunos estão com os estudos em dia. Vão entrar no 6º ano neste ano letivo. Todos foram aprovados com excelência e estão com boas notas gerais em seu treinamento. Fazemos avaliações e os rankeamos semanalmente. Mas, muitas empresas vieram antes de vocês e levaram alguns dos nossos melhores. Mesmo assim sobraram excelentes em potencial. Aqui! – lhes entregou uma pasta, Jerry abriu – Este é nosso ranking atual!

— Eu gostaria de vê-los treinando se possível! – disse o homem

— Claro! Sigam-me!

Naquela hora acontecia o treino livre, onde podiam praticar o que quisessem e em grupo ou sozinhos. Através do vidro, que do lado dos jovens era um espelho, Marlin, Rose e Jerry observaram por um tempo.

Jerry percebeu que a maioria treinava sozinhos ou no máximo em dupla. Porém, um grupo lhe chamou atenção. Três meninas, uma de cabelos castanhos, outra loira e uma ruiva. Praticavam golpes e simulavam batalhas entre si, mas apesar da seriedade do momento, ele as viu rindo e se divertindo. Além disso, percebeu a sinergia e sintonia que havia entre elas.

— Aqueles três – apontou, chamando a atenção de Rose – quem são?

— Ah, são Amélia, Camila e Joana.

— Marlin, qual a posição delas no ranking?

— Estão em 5º, 6º e 7º lugares. Praticamente no final do ranking.

— Elas são assim desde sempre? – Jerry indagou

— Sim. Elas são amigas desde o orfanato. Joana é a mais velha desse grupo. Ainda lembro a alegria delas quando se encontraram aqui. Elas não se desgrudam. Gosto muito dessas meninas, elas tem bastante potencial.

— Já fiz minha escolha. – ele disse – Quero elas três!

— Como? Ainda tem bastante coisa para ver, como as aptidões especificas deles.

— Já vi. Tem uma hacker, uma lutadora e uma infiltradora. Vejo um grupo coeso, devo confessar.

— Não quer ver os outros, Jerry? – Marlin questionou

— Não é necessário. Pode arrumar a papelada, Rose, saio daqui com essas meninas hoje.

— Imediatamente. Podem ficar aqui, quando estiver tudo pronto, lhes chamo. – e saiu

— Jerry, - Marlin se aproximou – por que elas?

— Eu quero um bom grupo para trabalhar com esse caso da profecia. Em todas as agências em que fomos não havia nenhum grupo assim, tão unido. Dá para ver que elas gostam de estar juntas e percebe como elas se ajudam e se complementam durante o treinamento. É disso que preciso!

— Sabe que elas as últimas do ranking né?

— De um ranking de sete pessoas. Alias, não sabemos o método de avalição por aqui. Para mim, essa lista nem conta. Eu vi a ficha individual de cada uma delas.

— Se é assim que quer. Sabe bem o quanto as agências privadas estão brigando por causa desse caso.

— Eu sei. Também estou nessa briga. – olhou para Marlin – Confie em mim que vai funcionar com elas, da mesma forma que funcionou com você e com a Julia.

— Sabe se ela descobriu mais algo do livro?

— Algo mais específico? Não! Ela ainda está procurando os detalhes específicos de data e tudo o mais. Não é uma coisa fácil!

***

Do outro lado, Rose pediu ao escritório para separar todos os papéis para a guarda provisória, assim o Jerry pode pegar a definitiva.

Os infantes ficam sob a custódia da Inteligência Brasileira e posteriormente do centro de treinamento, então, os donos de agência que escolhem os agentes se tornam seus tutores, no caso, eles adotam os seus agentes.

Posteriormente, Rose se dirigiu o ginásio e chamou as três meninas. Elas correm para a porta e assim, ela fala:

— Arrumem suas coisas, porque vocês vão para a agência de vocês hoje.

— Sério? Juntas? – em uníssono

— Exatamente!

— Que legal! – comemoram

Elas saem correndo e vão para o dormitório para fazer as malas. Tudo isso na maior empolgação e alegria, pois o sonho delas de continuarem juntas acabou de se realizar.

***

Jerry e Marlin são levados ao escritório de Rose para poder assinar os papéis de adoção das meninas. Não era a primeira vez que ele fazia isso, já conhecia bem todos os detalhes. Assim que terminou, devolveu-os para a outra.

— Obrigada, Sr. Jerry, Srta. Marlin. As meninas lhes aguardam lá fora na recepção.

— Nós que agradecemos!

Dirigiram-se para a entrada do local e lá estavam, com suas pequenas mochilas – já que elas não tinham tantos pertences – as jovens agentes os esperando. Rose tratou de fazer a introdução devida:

— Amélia, Joana, Camila, estes são Jerry e Marlin. Eles serão seus tutores agora. Finalmente se tornaram agentes.

— Sério, tia Rose? – questionou Joana

— Sim! Logo estarão cumprindo suas missões e salvando o mundo.

— É um prazer! – falou Jerry, apertando as mãos das meninas – Se despeçam e vamos!

— Deixe que eu levo as coisas de vocês. – se pronunciou Marlin

As meninas entregaram as bolsas, os dois novos conhecidos seguiram para o lado de fora e as garotas foram dar um adeus à pessoa que cuidou delas durante os últimos anos. Deram um abraço forte, apertado e longo, como uma forma de agradecimento por tudo. Finalmente uma nova etapa da vida delas começava.

Cruzaram a entrada em direção à rua. Estacionada na calçada estava uma limousine, de uma cor muito peculiar para um carro: Rosa. Joana sorriu porque era a sua cor favorita! As outras duas se animaram com a alegria dela. Marlin as chamou para dentro, na porta de trás.

— Pelas caras de vocês, nunca andaram numa né? – Marlin perguntou

— Não. E nem sabia que tinha dessa cor. – Joana animada

— A cor foi porque não havia preta para alugar. – Jerry riu – Queria levá-las para sua nova casa em grande estilo. Marlin vai ajuda-las a se instalarem e só amanhã falaremos sobre a nova vida de vocês.

— Animadas? – Marlin novamente

— Sim! Treinamos a para isso. – respondeu Camila

— Sei bem, da mesma forma que fiz na idade de vocês.

— Você é uma agente? – Amélia indagou

— Já fui. Agora sou aposentada e trabalho com o Jerry.

— Essa menina já fez parte da minha equipe, com uma outra pessoa que vão conhecer em breve. Elas eram meus prodígios e fizeram por jus ao título.

A viagem seria longa, pois iriam para outro canto da cidade e ela se seguiu com as meninas conversando e perguntando de tudo aos outros dois. Um alívio reinava em seus corações. Elas já haviam passado por tanta coisa: nasceram órfãs, foram separadas, se reencontraram, treinaram por anos a finco e no fim estavam se tornando agentes.

Na verdade, este não era o fim, apenas o breve começo da jornada e missão de suas vidas.


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