A Blue Criminal escrita por Mayara Silva


Capítulo 9
Vingança


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! Aaah foi tão curtinha ;u; agora to sem fanfic pra postar por enquanto aushauha

Bom, sem mais demora, vamo ver como essa bodega acaba! ♡



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Escritório do Love Symbol (6 meses atrás) - 14:01 hrs

 

Prince estava em sua poltrona púrpura de veludo quando Annie adentrou à sala. Seu rosto parecia impassível, seu corpo tinha uma postura firme, ela não parecia mais cabisbaixa, oprimida ou mesmo apaixonada. Estava usando um lindo vestidinho floral, batom rosa, sapatinhos azuis e uma tiara muito bonita de lacinho. Ela estava diferente, ela estava menos… selvagem. Seus batons escuros, seus vestidos ultra decotados, tudo isso havia desaparecido. “O que diabos ela estava fazendo?”, pensou.

 

— Annie…

 

— Prince, eu… quero terminar.

 

Ele arqueou a sobrancelha. Annie ingenuamente prosseguiu.

 

— Você me disse para ir atrás de outras pessoas, que eu estava livre… Não sou mais sua amante, encontrei alguém que quer se relacionar como eu quero.

 

— Você está livre, é verdade, mas pensa mesmo que é só chegar aqui e pedir as contas? As regras são minhas, meu docinho… você sabe das minhas condições.

 

Disse-lhe, intocável. Desviou os olhos dos dela e passou a prestar atenção em seus papéis sobre a mesa. Annie, sem medo algum, bufou.

 

— Arh! Eu não quero mais, Prince! Você sabe que eu nunca quis te dividir e ser dividida… Eu vou sair por aquela porta e quero que não me procure mais, ouviu bem?

 

Ousada, ela estava bem mais ousada. Prince suspirou, já aborrecido, e se levantou. Foi até sua direção e, por um segundo, Annie realmente temeu pela própria vida. Ele empunhou uma arma, puxou-a pela cintura e levou o cano para próximo de seu queixo.

 

— Você não tem medo de morrer, não é? Você tem alguma ideia de onde se meteu, minha querida...? Você é minha, eu quem digo quando não é mais…

 

Seu coração palpitou forte, ela o encarou com medo e melancolia, mas tentou não se mostrar abalada.

 

— Você teria coragem de atirar em mim...?

 

Essa pergunta foi suficiente para fazer Prince, após alguns instantes naquela posição, recuar. Ele lentamente se afastou, Annie podia ser ingênua, mas tinha razão quando apelou para os sentimentos do homem. Prince era mulherengo, mas ela era, sim, especial para ele de alguma forma ou outra.

 

Sem dizer mais nada, ela lentamente se afastou e deu as costas. Temia levar um tiro por trás, mas suspirou e criou coragem para sair daquele lugar.

 

— Annie, eu vou descobrir quem é essa pessoa... Guarde minhas palavras.

 

Ela não respondeu, mas, sim, imersa em medo e preocupação, as guardou em seu coração.

 

x ----- x

 

Cassino Cass & Camilla (atual) - 16:12 hrs

 

Alguns dias se passaram desde o ocorrido. Michael estava desaparecido, há um tempo não aparecia nas ruas, não dava ordens e ainda não havia revidado o ataque. Prince sabia que ele o faria, mas nem desconfiava como seria.

Disfarçou-se, não se sentia seguro mesmo dentro do próprio território. Vestiu um longo casaco com capuz e foi até um cassino local que pouco frequentava, passou até mesmo a evitar os lugares mais óbvios.

Lá, em um telefone público, fez uma ligação.

 

Alô.

 

— Isso tudo é sua culpa, sua vadia!

 

Calíope, do outro lado, suspirou e revirou os olhos.

 

Eu não mandei você atirar nele, você fez porque quis.

 

— Não é sobre isso. Eu não devia ter te ouvido, você é uma cobra mercenária e infiel...

 

Já acabou?

 

— Tudo isso por causa do seu ciúme idiota. Qual era o seu problema com a Annie? Só porque você nunca superou ver o Michael com outra mulher?!

 

Não interessa, era pra você matar a Annie! Só a Annie! A culpa não é minha se você quis incrementar! E não me venha falar de ciúmes, quando você estava furioso pela Annie ter te trocado pelo seu amigo!

 

— Ele não é meu amigo, droga! Eu nunca quis matar a Annie… Você me convenceu, você me disse que seria uma boa vingança, mas, é isso… eu a matei, e sabe o que eu senti? Nada… nenhuma satisfação. E você, está satisfeita?

 

Ela gargalhou.

 

Um pouco, sim… mas, se já terminou a conversa, eu preciso te mostrar umas coisas. Quando você vai poder vir me ver?

 

Ele suspirou.

 

— Eu não sei…

 

Melhor você vir log…

 

Abruptamente a ligação foi interrompida. Prince bufou e catou outra moeda do bolso para que pudesse prosseguir, quando, de repente, pelo reflexo do telefone, viu aquele que queria evitar.

 

Michael.

 

Virou-se, porém sequer conseguiu argumentar. Levou um tiro à queima roupa. Acertou-lhe o peito. Prince caiu, ainda vivo. Fez uma expressão de dor e encarou o homem, que lentamente se aproximou, havia ouvido tudo. Naquele dia o cassino estava mais deserto, então as poucas pessoas que estavam lá dentro fugiram ao primeiro som do disparo.

 

— M-Michael…

 

— Poupe fôlego.

 

Michael, com uma expressão vazia e olhar frio, se aproximou do homem e recarregou sua arma.

 

— Com quem você estava falando no telefone?

 

Indagou, rápido, curto e direto. Sua voz era tão neutra e suave, que não era perceptível nenhuma expressão de sentimento. Não parecia bravo, triste, perturbado, assustado... estava vazio como um ser sem alma.

 

— Michael, não…

 

— Responda, ou eu vou fazer do jeito difícil.

 

Mirou a arma para sua cabeça. Prince suspirou com um pouco de dificuldade, o sangue começou a escorrer pela sua boca. Essa era a hora para se vingar de Calíope, era a única coisa que ele podia fazer para se redimir com Annie.

Sem hesitar, mas com problemas para falar, ele usou todas as suas forças.

 

— C-Calío…

 

— Eu sabia.

 

Michael atirou. Parte 1 concluída, agora iria finalizar o serviço.

 

x ----- x

 

Mansão da Calíope - 17:35 hrs

 

Pouco mais de uma hora depois, Michael chegou para onde a ligação levava. Precisou apenas de um especialista e um rastreador, e, quando descobriu onde era, surpreendeu-se por uma mulher traiçoeira como ela ter cometido um erro tão bobo. Sua mansão, o lugar que Michael sabia o endereço e conhecia cada entrada…

 

Ele nunca esqueceu esse lugar e a faria se arrepender de ter cometido tal deslize.

 

Adentrou sem muitas dificuldades.

Calíope estava em seu quarto organizando alguns papéis, em seguida os jogou na cama. Ouviu alguns passos, mas não se assustou, havia alguns poucos funcionários na casa.

 

Porém, para sua infelicidade, não era nenhum deles.

Michael entrou. Pela primeira vez, viu pavor genuíno no olhar de Calíope. Ela deu frenéticos passos para trás e quase caiu no chão. Ele se aproximou, caminhando lentamente, com a arma abaixada, mas o dedo já no gatilho. Do cano saía uma discreta e quase imperceptível fumaça, sinal de que não havia muito tempo que tinha sido usada.

 

— M-Michael…

 

— Foi você, não foi…? Você… como sempre…

 

Sua voz era tão suave, tão gentil, que tornava-se assustadora. Calíope suspirou, tentando manter a calma.

 

— Olha… não fui eu.

 

— Mentirosa… você sempre foi mentirosa.

 

Empunhou a arma e atirou em sua perna. Calíope gritou de dor e caiu.

 

— M-me escuta!

 

Gritou, já chorando e suplicando. Michael permaneceu sereno.

 

— Eu deveria ter te matado quando saí da cadeia, mas eu te poupei, sabe por quê? Porque eu era um idiota… Você não era a mulher da minha vida, você matou a mulher da minha vida. Se eu tivesse terminado com esse seu rostinho de vadia, Annie estaria viva hoje.

 

— V-você tá errado, você tá errado, me escuta! Os papéis…

 

Ela apontou para as folhas na cama, porém Michael atirou em sua mão, o que a fez gritar mais uma vez. Calíope começou a chorar em desespero, Michael estava muito diferente e nada, naquele momento, o faria parar com o que estava planejando.

Ele se aproximou e a encarou nos olhos. Pela primeira vez, ela sentiu um arrepio muito ruim ao admirar aqueles olhos negros e profundos. Só havia sombra em seu rosto, o brilho do seu olhar havia esvaído. Ele era outra pessoa.

 

— O inferno para onde você vai… é o lugar que acolhe pessoas como você.

 

Por fim, atirou em sua cabeça. Não queria fazer um trabalho incompleto e arriscar com que ela sobrevivesse, então Calíope teve uma morte rápida e certeira. Michael esperou o cano de sua arma esfriar um pouco e, enquanto isso, se afastou para ver aqueles papéis que ela tanto falava. Os colheu e viu uma lareira por perto, iria queimá-los, mas mudou de ideia quando viu o nome da Annie e uma fotografia de seu corpo.

 

Arqueou a sobrancelha. Deixou a arma descansar em um móvel próximo e passou a folhear aquelas páginas. O que viu o deixou sem palavras.

 

x ----- x

 

Apartamento de Annie (21 de outubro) - 01:19 hrs

 

Quando Prince entrou pela janela, logo deu de cara com Annie que tinha ido averiguar o barulho. Ela assustou-se, levantou os braços, não o reconheceu, mas viu o símbolo da máfia Púrpura em suas vestes. Não foi muito difícil entender do que se tratava.

 

— E-ele te mandou aqui, não foi??

 

Ele suspirou. Empunhou a arma e atirou.

 

— Não!! Por favor!!

 

Prince podia matá-la ali mesmo, mas desviou propositalmente. O tiro acertou a parede, contudo foi o suficiente para assustar a mulher, que não fez nada além de cobrir o rosto com as mãos. Ela sempre o fazia quando ficava assustada, Prince queria protegê-la em seus braços, mas estava lá para uma missão, somente, e não estava conseguindo cumpri-la.

 

Porém, ouviu barulhos vindos da escada. A luz do luar, que entrava pela janela, iluminou parcialmente o rosto daquele que veio ao auxílio da garota. Prince o encarou por um tempo, estarrecido. O ódio, pouco a pouco, o corroía.

Para além da máfia Azul, era ele. Annie estava se relacionando com ele. Annie não podia enfurecê-lo mais que aquilo.

 

Sem pensar duas vezes, atirou. Seu alvo mudou, esqueceu tudo o que havia combinado com Calíope, mas surpreendeu-se quando o viu revidar, pois ele parecia bastante alterado.

 

Jogou-se por trás da mesa, Michael escondeu-se atrás da parede. Uma série de tiros aconteceram. Prince tentava acertar o homem, contudo não estava entendendo a sua estratégia, pois Michael sequer parecia estar mirando em sua pessoa. Prince o conhecia, sabia que ele era melhor do que isso atirando.

 

No meio de tanta confusão, Annie foi atingida. Não era o que ele queria, porém acreditou ter, finalmente, cumprido o seu trato com Calíope. Fugiu e desistiu do homicídio duplo, teria que se contentar apenas com a morte dela. Michael, por sua vez, ficou para tentar socorrê-la, mas era tarde demais.

 

Prince morreu acreditando que havia atirado em Annie, mas a bala que perfurou o seu peito era de prata. A mesma bala encontrada no revólver do Jackson.

 

Annie estava morta. Morta por Michael Jackson.

 

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Cemitério central de Santa Barbara (atual) - 15:33 hrs

 

“Annie Bittencourt

Aqui jaz uma guerreira - amada - mulher”

 

Se não fosse por Michael, Annie seria enterrada como indigente.

Ele usou uma de suas diversas identidades falsas para preparar todo o túmulo de sua amada. Escolheu o lugar mais bonito, providenciou uma lápide de pedra clara e polida, escreveu seu epitáfio, preparou as flores e fez um cortejo silencioso.

 

Agora estava lá, sozinho, porque Annie não tinha mais ninguém para lembrar dela exceto si próprio.

 

Inclinou-se, passou carinhosamente os dedos cobertos por luvas negras na pedra fria, sobre o seu nome. Michael já havia chorado tanto que simplesmente não havia mais nada para derramar. Tirou do bolso uma pequena aliança prata, com pequenas pedras de quartzo rosa e a frase “I just can't stop loving you” em seu inferior, em seguida a beijou uma última vez antes de cavar um pequeno buraco e deixá-la lá. Sem risco de roubo ou perdas, Annie fora enterrada em um lugar seguro, Michael jamais deixaria de lhe dar o melhor, mesmo que não fosse em vida.

 

— Queria ter posto em seu dedo, Annie… Agora, terei que esperar para te ver de novo.

 

Disse. Suspirou, lentamente se levantou e levou as mãos aos bolsos. O que havia descoberto sobre aquele dia terrível era algo que queria levar para o túmulo de sua amada. Havia a matado, ele mesmo havia destruído seu próprio sonho. O que podia fazer senão lamentar e aceitar conviver com o próprio castigo?

 

Não se mataria. Não tinha a mínima vontade. Sentia que, se o fizesse, estaria fugindo de sua penitência, e Annie jamais aprovaria isso. O mínimo que sentia que devia fazer era seguir o que ela sempre espalhava por onde passava: amor.

 

— Sei que você diria para não ficar triste… para não chorar… e para não ser uma pessoa ruim. Você é minha força, Annie. Me ajude a transformar os meus pecados em luz. Me perdoe… eu te amo.

 

Por fim, lentamente se afastou e seguiu o seu destino.

 


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Notas finais do capítulo

Fim de história, gente! ♡ Vocês esperavam por essa? u3u

Fiz essa fanfic pra minha irmã. Ela queria uma com a trilogia da máfia, Smooth Criminal, Dangerous e Blue Gangsta! Coloquei You Rock My World no meio só pra me exibir uashausaua

Aaah não vão embora ainda! Eu fiz um bloguezinho pra falar sobre os detalhes dessas fanfics, curiosidades, futuros lançamentos, etc etc, pra n deixar as notas essa bagunça! Por favor, visitem! ♡

https://maybastidores.blogspot.com/

Pouco a pouco vai ser atualizado. É só isso msm, bjssss u3u



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