Girl Power escrita por Buttercup


Capítulo 3
Buttercup e a Identidade de Gênero




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NÃO É PORQUÊ EU SOU MULHER QUE EU NÃO CONSIGO! EU POSSO E CONSIGO QUALQUER COISA! POSSO SER TUDO QUE EU QUISER!

“Você parece um garoto!”, “Você não é uma garota”, “Mulher-macho”... Esses são apenas alguns comentários que eu ouvi. Não apenas de meninos, mas de meninas também. Com o passar do tempo, parei de ligar. Machucava muito no começo. Esse é apenas meu jeito de ser, meu estilo. Meu jeito de mostrar minha “feminilidade”, nem que seja com bermuda, boné e skate. Como se isso fosse determinar meu gênero.

Não, eu não sou lésbica. Sim, eu falo palavrão e bato em moleques na rua. Mas isso não me faz menos mulher. Não, eu não gosto de saias, maquiagens ou a cor rosa. Gosto de esportes, videogame e de lutar. Meu cabelo é curtinho e moderno. No fundo, muitas queriam ser decididas como eu. Mas elas não tem coragem de mostrar seu “eu” para a sociedade. Já eu mando um f*da-se e sou quem eu quiser.

Eu sempre fui durona, briguenta, esquentada... Mas lá no fundo, no fundo mesmo, eu sou uma manteiga derretida. Parece que quanto mais somos fortes por fora, somos frágeis por dentro. Eu aparento ser forte, mas se acontece algo à minha família, me desestabiliza e eu fraquejo.

Eu sou impulsiva, falo o que dá na telha e posso até me arrepender. Mas quem disse que mulher não perde a paciência, não xinga, não bate? Isso me faz menos mulher?

Depois de muito tempo, aceitei os fatos que sou uma mulher de fato. Um mulherão da ***** se me permitirem dizer. Já fui humilhada e menosprezada por ser garota. Diziam que meninas não sabem jogar futebol, que são péssimas no videogame e uma negação no skate. Adivinha? Calei a boca de todos os garotos que disseram isso. Eles não admitem, mas sou bem melhor que eles em tudo isso.

Eu estou longe de ser a “garota padrão”. Quer saber? Que se danem os padrões dessa sociedade idiota. Se eu não puder ser a Buttercup que eu sou, de que adianta viver? Sinceramente, eu já pensei em suicídio algumas vezes no há alguns anos atrás porquê achava que havia alguma coisa de errado comigo, não era como as outras. Eu estaria no corpo de um garoto? Por que meu corpo não se desenvolvia como os delas? Depois descobri que eu era ainda mais maneira. Era habilidosa nos esportes e tinha hobbies diferentes, mas que era ainda mais legais ao meu ver.

Já me disseram que eu jamais arrumaria um namorado (ou namorada, vai saber) por ser como eu sou. Aí eu pensei: “Que se dane, nem sabe o que tá perdendo, trouxa!”. Decidida é meu nome do meio. E se algum babaca tentar me passar a mão, vai passear de ambulância!!

Eu gosto de ser mulher, mas a mulher que eu quero ser não é fresca, não liga tanto para as vaidades mundanas, mas que tem seu próprio estilo. Eu não acho que somos fracas, acho que somos muito fortes, temos muita garra para lutar e que temos que lutar muito pelos nossos direitos de igualdade! Eu quero ser respeitada como mulher e como pessoa. Não é para dar vantagem por ser menina, mas ter minha chance nos esportes e em outros quesitos. Isso não tira todo meu mérito, não é mesmo?!

Respeito é bom e eu gosto! NÃO É NÃO e sem mais!!

Eu menstruo como qualquer garota! Tenho cólica chata para cacete e confesso que me pego olhando pro Butch de vez em quando... E se eu choro... Não é fraqueza nenhuma! Esse negócio de homem não chorar por ser coisa de “menininha” é tão século passado!

E mais uma coisa, seu machista opressor... EU LUTO, SIM, COMO UMA GAROTA E ME ORGULHO DISSO!


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