As Long As I Have You escrita por Buttercup


Capítulo 7
Mistério




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POV Buttercup

Eu não acredito no sobrenatural. Mas o que acabou de acontecer abalou minhas estruturas. Eu acho que meu namorado Ace acabou de encarnar no corpo do Butch e ele nem se deu conta, está se deixando levar. Ou será que quer que eu e Ace tenhamos uma conversa? Isso não sei, mas eu tô quase chorando aqui.

— Ace, é você mesmo? – Agora as lágrimas começaram a escorrer, mas nem ligo.

Butch sorriu, na verdade, Ace no corpo dele.

— Vem cá, Docinho. – Disse ele.

Eu comecei a chorar de soluçar assim que estava nos braços dele. Eu sei que externamente era o Butch, mas fechando os olhos, sentia o Ace, via o Ace. Até o perfume dele eu conseguia sentir.

— Que saudades... – Funguei, apertando mais o abraço. Não queria mais sair dele.

— Também estava... – Dito isso, colocou as duas mãos no meu ombro, parando o abraço.

— Vem cá, desde quando você conhece o Butch? – Arrisquei perguntar. – Por que entrou no corpo dele?

— Não tenho muito tempo para falar. Peguei o corpo dele emprestado para me comunicar com você.

— O que você quer me dizer? – Já estava nervosa e impaciente (como sempre). – Como vocês se conhecem?

Butch (Ace) olhou para o chão e por um momento, achei que ele não falaria nada. Mas assim que proferiu as palavras, me assustei:

— Butch e eu temos alguma ligação, sim. E não foi por acaso que ele entrou na sua vida.

Meu coração quase teve um troço. Como assim? Que ligação é essa, meu pai?

— Que ligação é essa?

Um sorriso se formou nos lábios de Ace (no corpo de Butch).

— Acredita em destino, Buttercup?

Fui pega totalmente desprevinida com essa pergunta.

— B-Bom, eu... – Aí eu parei. – Afinal, por que está perguntando isso?

— Só posso dizer que esse encontro com Butch foi o destino... Assim como foi se encontrar comigo...

— Ace, tô confusa! Não entendi nada do que você falou! – Reclamei, querendo respostas.

— Tenho que partir agora, mas logo eu volto, Docinho. Até. – Ele me abraçou antes que saísse do corpo de Butch.

— VOLTA AQUI! – Eu gritei, mas já era tarde.

Um vento repentino soprou sobre nós e eu sabia que era Ace indo embora, deixando Butch livre para ser quem ele quisesse.

— B... Buttercup? – O louco tá acordado agora.

E eu tô abraçando ele!

— A-Ah, oi, Butch! – Dou um sorriso amarelo, soltando-o.

— Você... Tava me abraçando? – Indagou ele, parecendo tão sem jeito quanto eu.

Senti meu rosto queimar de leve, mas tecnicamente, não era ele e sim, o Ace. Isso, eu abracei o Ace. Abracei a alma dele. Mas como que eu explicaria para um mero mortal como o Butch se nem eu mesma entendi?

— Então... É que... – Eu não sabia que desculpa eu ia dar. – Tava me despedindo, só isso, hehe.

Ele sorriu, meio confuso.

— Você fica mais misteriosa e interessante a cada segundo, Buttercup. – Dito isso, ele acenou para mim e entrou em casa.

Quando ele entrou, finalmente consegui respirar direito. Eu tava prendendo a respiração e só fui perceber agora. Caí de joelhos, pensando no que tinha acontecido. Ace veio falar comigo, mas ele não terminou de contar o que era importante. Só sei dizer que esse tal de Butch tem algo especial. O Ace sabe de algo que eu não sei. Mas vou descobrir o que é.

Não tive coragem de dizer ao Butch que abracei um morto, nem se ele conhecia alguém chamado Ace. Bom, fica pra próxima. Pelo menos, de um jeito ou de outro, matei as saudades do meu amorzinho. Afe, que melosa.

POV Butch

Eu senti que meu corpo ficou estranho por um tempo, mas não me lembrava o porquê. Quando retomei a consciência, estava sendo abraçado pela Buttercup. Fiquei feliz, porém envergonhado. Não sabia que ela era uma pessoa que gostava de abraçar. Mas eu não achei ruim, pelo contrário.

No momento daquele vento, algo – ou alguém – surgiu e eu apaguei total. Será que era ele de novo? Ace estava voltando?

Preciso investigar a fundo, afinal, os espíritos que têm assuntos pendentes neste mundo costumam voltar e encarnar em outros corpos. Quem sabe tenha sido o caso. Mas será que ele tem algo a ver com a Buttercup?

NO OUTRO DIA...

Buttercup saiu a todo vapor com sua moto a caminho da faculdade. Não parava de pensar no dia anterior, que supostamente havia abraçado Ace, ainda que no corpo de Butch. Ela não contou ao seu pai nem às suas irmãs sobre o ocorrido, mas estava quebrando a cabeça com tal mistério.

— O que será que o Ace tem com o Butch? – Perguntava-se, mesmo sozinha.

Buttercup achava que Butch e Ace tinham coisas em comum. Por exemplo, ambos a faziam rir. Ambos tinham cabelo preto. Ambos eram bonitos. Ambos a deixavam sem jeito às vezes. Opa. Vamos parar por aí.

— Butch não me deixa sem jeito... – A morena corou e tirou o capacete, pois já havia chegado na faculdade.

Entrando em sua sala, a garota coloca suas coisas sobre sua carteira de sempre e fica jogando algo no celular enquanto masca chiclete.

— Como vou encarar o Butch daqui pra frente? Quer dizer, eu abracei ele sem mais nem menos... Ele não vai acreditar que era pra outra pessoa... – Murmurou a morena para seu celular.

— Que jogo é esse, Butter? – Butch esticou a cabeça para ver o que a morena estava jogando.

A menina levou tamanho susto que o celular chegou saltar da mão dela.

— B-Bu-Butch??

— B-Bu-Buttercup! Tudo bem? – Ele riu da gracinha.

— É... Tudo bem, eu acho... – Respondeu Butter, ainda sem certeza se estava bem.

— Que bom! – Sorriu Butch, colocando suas coisas ao lado da carteira de Buttercup.

— Olha só, Butch... Foi mal por ontem... Acho que você está me achando mó estranha agora. – Confessou Buttercup, enquanto coçava a nuca de leve.

— Não, não precisa se desculpar. – Butch deu de ombros e não estava bravo. – Você não é estranha. Eu gostei daquilo.

O rosto de Buttercup ficou subitamente vermelho quando o moreno dissera aquilo.

— G-Gostou?

Ele assentiu, sorrindo.

O coração dela estava disparado, mas alegava para si mesma que o abraço foi para o Ace e não para o Butch.

— Ei... Butch...

O moreno se vira pra ela.

— Conhece algum Ace?

De repente, Butch fecha a cara e fica mais sério do que Buttercup estava acostumada a ver.

— Por que quer saber? – Indagou ele.

— Curiosidade. – A morena deu de ombros. – Conhece ou não?

Bem nessa hora, o professor chegou, acabando com a chance de Buttercup saber alguma coisa sobre a ligação dos dois.

— Depois eu falo. – Afirmou o de cabelo espetado.

— Fala sério! – Reclamou a morena temperamental. – Sempre sou interrompida na melhor hora, poxa!

Butch não havia entendido, então Butter deixou pra lá e foi ouvir a aula do professor Raymond Thompson.


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