Always escrita por Nara Garcia


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores!
Fiquem com esse spin-off super fofo da última fic.

Espero que gostem :)





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— Você só tem uma chance. Se errar a próxima pergunta, não haverá mais privilégios nessa delegacia para você. 

— E se eu acertar? - Don semicerrou seus olhos, percorrendo-os por toda a delegacia. Logo um sorriso travesso surgiu em seus lábios ao ver a recompensa perfeita. 

— Bom, se você acertar, todo aquele pote de balas será seu. - Alice olhou em direção a mesa de café perto da entrada e sorriu. 

— Fechado. Ah, e quero meus privilégios de volta. 

— Quais privilégios? 

— Aqueles que eu perdi no último jogo. - Don fixou seus olhos nos dela, tentando usar uma antiga tática de interrogatório. Entretanto, Alice continuava com um lindo sorriso no rosto, fazendo-o revirar os olhos no fim. 

— Certo, tanto faz, você vai errar mesmo. 

— Veremos! 

— Ok, vamos lá! - Don desviou seu olhar enquanto batia com sua caneta sobre a mesa, pensando em alguma pergunta. - Oh, já sei. Quem prendeu Riley Hopkins no Halloween de 1990? 

— Esse é aquele cara que usava uma abóbora na cabeça pra assustar as crianças que pediam doces na casa dele? - indagou com uma sobrancelha arqueada. 

— Ele mesmo. - respondeu Don receoso. Alice cruzou os braços sobre a mesa, esboçando um sorriso travesso. 

— Essa é fácil! Foi a mamãe. - afirmou orgulhosa. 

— Droga! - reclamou Don recostando na cadeira. - Como você sabe? Nem era nascida! 

— É isso que você diz sempre que perde, tio Don. 

— É porque é a verdade. - murmurou. - Seus pais sabem que você fica lendo os arquivos de casos passados depois da sonequinha da tarde? 

— E meu pai sabe que foi você quem arranhou o carro dele enquanto comia um Pritzel recostado na porta? - perguntou com o olhar sereno. 

— Como você... 

— O tio Danny me contou. Ele disse pra eu usar isso contra você caso fosse necessário. - Traidor! - sussurrou contrariado. 

— E eu não leio os arquivos. Meus pais me contam algumas histórias, e eu tenho boa memória. - disse enquanto brincava com um de seus cachinhos. 

— Tem certeza que tem 5 anos? - perguntou com uma risada. 

— Eu me faço essa pergunta todos os dias. - comentou a voz masculina aproximando-se. Alice levantou-se da cadeira rapidamente ao ouvir aquela voz. 

— Papai! - gritou, erguendo os bracinhos. 

— Oi minha princesa. - Mac a pegou em seu colo, abraçando-a fortemente. - Don, obrigado por ter cuidado dela. 

— Ela me ajudou a fechar pelo menos uns cinco relatórios nessas duas horas em que esteve aqui, sem contar que me ajudou na cruzadinha. Acho que foi ela quem cuidou de mim. - disse, levantando-se com um largo sorriso. 

— Estou impressionado. - disse Mac a olhando. - Gostou de ajudar o tio Don? 

— Sim, e já até sei o que eu quero ser quando crescer. 

— Deixe-me adivinhar.. - Mac fingiu pensar por alguns segundos. - Seria.. Policial? 

— Acertou! - respondeu Alice com entusiasmo. - Vou ajudar a prender as pessoas más, assim como você, mamãe e o tio Don. 

— Se realmente quiser, você com certeza será a melhor policial que esse país já viu. - disse Mac orgulhoso. 

— E nada melhor para começar essa jornada do que.... - Don abriu a gaveta de sua mesa e pegou um boné da NYPD, colocando-o na cabeça de Alice. 

— ω Θεέ μου. - disse Alice com entusiasmo. 

— Sua mãe não brinca em serviço. - comentou com um sorriso. 

— Não brinco mesmo! - afirmou Stella aproximando-se deles. 

— Mamãe! - gritou Alice. - Olha o que o tio Don me deu! 

— Você está incrível, estrelinha. - Stella aproximou-se mais, depositando um beijo na bochecha de Alice. - Eu amo você, minha pequena policial. - sussurrou enquanto fazia cócegas nela. 

— Oh.. - murmurou Don com uma voz melosa. - Eu amo esse momento família, mas preciso ir. Lovato disse que se eu me atrasar de novo pro jantar, cabeças irão rolar! - disse receoso. 

— Eu te entendo. - comentou Mac em voz baixa, levando uma cutucada de Stella em seu lado. 

— Tchau, Don. - despediu-se Stella com um pequeno sorriso. - Mande lembranças à Jamie. 

— Deixa comigo. 

— Tchau tio Don. 

— Tchau pequena. Não esqueça das suas balas quando sair. - relembrou com uma piscadela, saindo dali logo em seguida. 

— Bom, quem quer ir pra casa? - perguntou Stella animada. 

— Eu, com certeza. Mas antes, acho que tem alguém me devendo um beijo.. - Mac alternava seu olhar entre as duas pessoas que ele mais amava no mundo. Ambas, após rirem do quão dramático Mac poderia ser, beijaram sua bochecha ao mesmo tempo, arrancando um largo sorriso do detetive. - Eu amo vocês! 

*** 

Naquele finalzinho de tarde, a família Taylor saiu da delegacia e seguiu para casa. O caminho fora preenchido por cantorias, risadas e as histórias de Alice sobre tudo que fizera na delegacia ao longo daquelas duas horas. 

A pequena amava histórias! Quando seus pais contavam a ela sobre casos passados de maneira mais leve, os pequenos olhinhos azuis dela brilhavam. Apesar de amar as histórias do laboratório, a que ela mais amava era a de seus pais, e de como tudo começou. 

*** 

— Pai.. - chamou Alice sonolenta. 

— Oi meu amor.. - respondeu Mac com os olhos fechados, enquanto acariciava os bracinhos da pequena em seu colo. 

— Me conta de novo sobre como você e mamãe descobriram que se gostavam? - Mac sorriu levemente. 

— Essa história daria um livro.. 

— Eu leria. - disse Alice em voz baixa, entregando-se aos poucos ao sono que a rondava. 

— Essa história eu também quero ouvir. - Mac abriu seus olhos e observou Stella escorada na porta do quarto. Ela vestia uma de suas camisas da marinha, que nela parecia uma camisola. Seus braços cruzados sobre o peito e o típico sorriso encantador em seus lábios foram capazes de intensificar o brilho no olhar de Mac sobre ela, mesmo que inconscientemente. 

Stella aproximou-se da enorme cama de casal e deitou ao lado de Mac, compartilhando parte de seu peito com Alice, que a essa altura lutava para manter os olhos abertos. 

— Acho que dessa vez a mamãe pode contar. - disse Mac, passando a acariciar seus cachos com a outra mão. 

— Bom, tudo começou mais ou menos assim... 

*** 

— Mac, bom dia, precisamos conversar. - disse em um só fôlego. Mac a fitou com o olhar por um momento, arqueando uma sobrancelha. 

— Eu conheço essa cara. É a que você faz quando apronta alguma coisa. O que foi dessa vez? - perguntou com um sorriso presunçoso de canto. 

— Eu.. Preciso que finja ser meu namorado por uma semana! - Mac começou a rir, mas quando viu a seriedade no rosto de Stella, parou. 

— Espera, está falando sério? - perguntou com indignação. 

.... 

— Conforme os dias passavam, eu sentia algo por ele que jamais imaginei sentir. - Mac sorriu internamente ao ouvir aquelas palavras. 

— E então eu tentei de todas as formas afastar aqueles pensamentos, pois eu não queria que a amizade com sua mãe acabasse. Mas aquele era o sentimento mais forte que eu já havia sentido em toda a minha vida, e no fundo eu não queria esquecê-lo. 

— Depois de tudo isso, seu pai me pediu em namoro, e dessa vez era de verdade. - Alice ergueu rapidamente a cabeça, encarando seus pais com os olhos bem abertos. 

— Espera! Mas e o primeiro beijo? Vocês pularam essa parte. - Mac e Stella riram. 

— Pensei que já estivesse dormindo, estrela. - disse Stella carinhosamente. 

— Não perderia essa história por nada. - respondeu sorridente. - Mãe, o que você sentiu quando beijou meu pai pela primeira vez? Ouvi falar que algumas pessoas sentem dor de barriga, é verdade? - indagou confusa. 

— Não é bem dor, tá mais pra um friozinho na barriga. Quando você gosta muito de alguém, é normal sentir essas coisas. 

— E você sentiu isso? 

— Sim.. Na verdade eu senti esse friozinho no dia em que vi seu pai pela primeira vez. - Mac a olhou de relance. Aquilo era novo, até mesmo pra ele. - E quando nos beijamos pela primeira vez, eu senti de novo. 

— Você também, papai? - perguntou olhando para Mac. 

— É claro, e ainda sinto sempre que a vejo. - afirmou com uma expressão apaixonada. 

— Antes de dormir, podem me contar mais uma história? - pediu fazendo beicinho. 

— Sobre o que você quer saber? - perguntou Stella acariciando sua pequena mãozinha. 

— Hm.. - pensou Alice por alguns breves segundos. - Ah, quero saber como vocês descobriram sobre mim! 

Stella ergueu um pouco a cabeça, olhando nos olhos de Mac. 

— Você conta? - Mac sorriu e beijou carinhosamente sua testa. 

— Claro, eu amo essa história.. 

*** 

Mac terminava de guardar alguns arquivos quando aquele cheiro familiar entrou em seu escritório. Ele estava de costas para a porta, e apesar de não tê-la visto, logo sorriu. 

— Pronto para ir, detetive? - quando Mac se virou para olhá-la, seu coração deu sinais de que iria pular de seu peito. Seus olhos passearam por todo corpo da grega, que estava em um lindo vestido longo que realçava ainda mais sua beleza. Ele se aproximou dela e segurou em sua mão, girando-a devagar. - Gostou? - indagou com um lindo sorriso. 

— Você está simplesmente... Perfeita. - respondeu sem tirar seus olhos dela. - É a mulher mais linda que eu já vi na minha vida. 

Stella soltou uma risadinha sem graça, selando seus lábios aos de Mac num rápido beijo, visto que estavam no laboratório. 

— Obrigada. - sussurrou. - Hoje é um dia especial então eu achei que poderíamos sair para comemorar. 

Mac a olhou confuso, receoso por ter esquecido de alguma data especial. Stella sorriu com a expressão do detetive, e logo continuou. 

— Vem comigo, quero te dar uma coisa. - Stella entrelaçou sua mão a dele, puxando-o gentilmente para fora de seu escritório. 

— O que está aprontando, Bonasera? - perguntou com um sorriso travesso. 

— É surpresa! - ambos pararam em frente ao vestiário. - Precisa fechar os olhos agora. 

— Tudo bem.. - Mac fechou os olhos e sentiu Stella guiando-no para dentro. Poucos passos depois, eles pararam. - Posso abrir? 

— Ainda não. - Stella abriu seu armário e pegou uma caixa média que havia posto lá logo pela manhã. Ela respirou fundo tentando ao máximo controlar tamanha ansiedade, e pôs a caixa nas mãos dele. - Pode abrir! 

Mac abriu os olhos e observou a caixa em suas mãos com os olhos apertados. Ele puxou o enorme laço que estava sobre ela, abrindo-a cautelosamente. 

— Mac, antes de você ver o que tem aí.. - disse, colocando sua mão sobre a dele e o impedindo de terminar a abertura da caixa. - Eu queria dizer que você é o amor da minha vida, e que você me faz a mulher mais feliz do mundo. - Mac observou os olhos de Stella marejarem e logo levou uma mão ao rosto dela. 

— Você é tudo pra mim Stell, e eu sempre, Sempre, vou amar você. - enfatizou olhando fixamente em seus olhos. Stella o puxou pela camisa e o beijou, sentindo algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto. 

— Agora pode abrir.. - sorriu. Mac afastou um cacho de seu rosto antes de voltar seu foco para a caixa. Após finalmente abri-la, ele passou a observar os objetos que estavam dentro dela sem ao menos tocar. Seus olhos, assim como os de Stella, encheram-se d'água. 

— Isso.. Isso é.. - Stella sorriu, mordendo o lábio inferior afim de reprimir o choro. 

— Você vai ser papai. - Mac ergueu os olhos da caixa para olhá-la quando uma única lágrima rolou pelo seu rosto. Sem pensar duas vezes, a caixa que antes estava em suas mãos foi posta sobre o pequeno banco que havia ali, e seus braços envolveram Stella em uma forte abraço. 

— Eu te amo.. Eu te amo muito. - disse com seu rosto em meio aos cachos de Stella, que tinha um sorriso largo em seus lábios. - Vamos ter um filho. - falou com entusiasmo. - Vamos ter um filho! - Mac levantou Stella e a girou, beijando-a intensamente. 

— Eu também te amo. - disse. - E sempre amarei. 

*** 

Mac terminou de contar a história com os olhos marejados. Ao olhar para baixo, tanto Stella quanto Alice dormiam pacificamente. 

— De todas as histórias que eu já ouvi durante toda a minha vida, a da nossa família é a minha preferida. - sorriu levemente, entregando-se ao sono pouquíssimos minuto depois. 

*** 

Alice tinha os olhos azuis e brilhantes. Stella costumava dizer que eram como lindos oceanos, assim como os do seu pai. Já o sorriso dela era encantador e transmitia paz, assim como o de sua mãe. A verdade é que, Alice era uma cópia fiel de seus pais. Ela puxou a inteligência, força, coragem e o enorme coração de ambos. 

Ela sempre fora muito amada. Talvez seja esse o motivo dela transbordar amor, por onde quer que fosse. Seu sorriso e sua felicidade eram como combustível. Ela tinha o poder de transformar qualquer dia ruim, em um dia maravilhoso. Isso ela com certeza puxou de sua mãe. 

A cada dia que passava, Alice escutava mais histórias, e com a ajuda de seus pais e daqueles que a amavam, ela passou a escrever a sua própria. 

The end. 

 


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