Um Pequeno Favor escrita por Cássia Novaes


Capítulo 1
Capítulo 1 — Entrevista


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo bem? Sejam bem-vindos a essa história!

Boa Leitura!



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Quando Alice estacionou em frente a Carlisle Nylon, havia trinta mensagens de textos no seu celular. A primeira era de Bella Swan — sua melhor amiga — que, carinhosamente, lhe desejava boa sorte. As próximas quatro eram de Rosalie, variações de: "Amiga, estou tão feliz! Você precisa me contar todos os detalhes!". A seguinte, dizia: “Fiquei sabendo que você conseguiu uma entrevista na maior empresa de moda desse país”, disse Jessica Stanley.

É claro que ficou sabendo, pensou Alice. Jessica era a fofoqueira oficial da Cornish, o que significava que a essa altura toda a Universidade sabia também. Aquilo não a amedrontava, apenas sentiu a pressão em ter que conseguir esse emprego a todo custo. 

Trabalhar na Carlisle Nylon sempre foi o seu sonho de infância. A empresa possui diversas filiais ao redor do mundo e a principal se localiza na cidade de Seattle, onde Alice foi chamada para uma entrevista. Ela esperou por esse momento a sua vida toda e quase teve um infarto ao ler o e-mail encaminhado pela empresa agendando o dia e o horário.

Já podia se imaginar usando a nova coleção de roupas e se exibindo nos desfiles com os principais nomes da moda e do cinema do país. 

A Carlisle Nylon fazia parte de um comitê exclusivo de moda das premiações cinematográficas. O acionista principal, estilista e fundador, Carlisle Cullen, sempre foi um dos favoritos dos famosos. O seu nome carregava um peso enorme e, caso Alice conseguisse esse trabalho, a sua carreira no mundo da moda estaria garantida. 

Alice leu rapidamente todas as mensagens, e nenhuma delas começava com “Nossa, isso é loucura!”

 "Que bom! Isso significa que esse era o caminho certo em direção aos seus sonhos", pensou.

Mesmo que alguém duvidasse, Alice jamais desistiria.

Minutos depois, enquanto andava na direção da porta de entrada, olhou ao redor observando os carros. A maioria deles valia mais que o seu apartamento e o restante se resumia ao veículo de entrega da empresa, uma kombi cheia de cabides de roupa e ao seu próprio carro — um rabbit vermelho de 1986, herdado do seu irmão mais velho, Emmett. 

Respirou fundo antes de abrir a porta e ao entrar o primeiro aroma que sentiu foi um perfume de lírios com um toque de baunilha. As luzes da grande sala eram muito claras e brancas. Muito diferente da maioria dos lugares, onde as luzes produziam quase que um efeito sinergético para esconder os defeitos das peças. Na Carlisle Nylon — diferentemente — tudo ficava muito exposto. 

Olhou de relance o seu relógio de pulso observando os ponteiros indicarem faltar menos de cinco minutos para o horário agendado. Alice se aproximou do balcão da recepção e encarou uma mulher de cabelo rosa e vários piercings. 

— Bom dia. Tudo bem?

— Bom dia, meu bem. No que posso ajudá-la?

Alice procurou na bolsa o papel onde havia imprimido as informações da entrevista. 

— Tenho uma entrevista agendada às oito e trinta com o diretor-executivo no saguão principal.

— Você trouxe seu documento? 

Após esperar que a moça registrasse os seus dados no sistema, Alice foi conduzida para uma sala privada no saguão principal. O espaço iluminado possui uma mesa central, um sofá branco cheio de almofadas e um tapete felpudo. A decoração minimalista criava um ambiente neutro e, ao mesmo tempo, aconchegante. 

A recepcionista lhe indicou a cadeira diante da mesa, lhe ofereceu um pouco de água e informou que em breve alguém iria recepcioná-la. O que não demorou muito tempo. Um minuto e meio depois a porta se abriu.

Alice virou o rosto na direção da pessoa que teria o papel mais importante na sua vida, afinal de contas, o seu futuro naquela empresa estava nas mãos dessa pessoa, pois decidiria se estava apta ou não para o trabalho. Havia dedicado longas horas de estudos na Cornish, e agora que estava prestes a se formar, corria atrás do seu maior objetivo profissional. 

Para a sua surpresa, no entanto, a pessoa escalada para entrevistá-la não era ninguém menos que Carlisle Cullen — o presidente da Carlisle Nylon.

As suas mãos começaram a tremer no instante em que ele passou pela porta —  desfilando como um astro de cinema — e Alice podia apostar que dava para ouvir os seus batimentos cardíacos em alto e bom som. Em seguida, pensou: “Será que isso é realmente verdade ou apenas um sonho?” 

— Você deve ser Alice Brandon? — perguntou Carlisle analisando os papéis em uma prancheta.

Alice exibiu um sorriso tímido. 

— Sim, senhor — gaguejou, vergonhosamente — É o senhor mesmo? Carlisle Cullen?

— Em carne e osso. 

O sorriso dele era encantador e a sua presença demarcava um toque elegante que Alice jamais havia visto. Carlisle — considerado um dos homens mais lindos pelo Forbes 2019 —  possuía cabelos loiros, olhos azuis e naquele dia marcante, trajava um terno floral e uma camisa branca. A estampa se destacava ainda mais devido a sua presença astuta.

Alice piscou, lembrando de onde estava.   

— É uma honra conhecê-lo, eu estou muito feliz. Acompanho o seu trabalho desde que tinha 8 anos! — disse Alice, empolgada — Guardo todas as revistas que os seus trabalhos foram publicados.

Ela apoiou as mãos nos braços da cadeira para se levantar, mas Carlisle estendeu a mão em um gesto que a impediu. Ela ficou numa posição estranha, meio sentada e meio de pé e ficou analisando os passos do seu ídolo em direção ao seu lugar atrás da mesa. 

— Fico muito feliz com o seu entusiasmo. Adoro pessoas animadas, mas o seu comentário me fez perceber o quanto estou ficando velho.

— Desculpe.

 Carlisle meneou com a cabeça, rindo.

— Isto é apenas consequência da vida, mas estou aqui para te ouvir. Porque não começar falando um pouco sobre você.

Ela respirou fundo, aliviada. Era ótima em fazer auto descrições e amava contar em detalhes quais eram os seus objetivos profissionais. Carlisle a ouviu atendente, realizou diversas perguntas e questionou sobre quais eram as metas dela após entrar na empresa.

Depois de um tempo, o clima ficou ainda mais tranquilo e uma confiança de que aquela vaga era sua, veio à tona. Na visão dela tudo parecia correr bem, pois pelo modo como Carlisle falava, a empresa estava precisando de alguém exatamente no seu perfil e, para a felicidade de todos, esse era o emprego dos sonhos dela também. 

— Nossa, estou realmente muito impressionado — disse Carlisle fazendo uma pausa para beber um pouco de água — Eu só tenho mais algumas perguntas e…

A sua frase foi interrompida pelo toque de um telefone. Carlisle pegou o aparelho sobre a mesa e encarou o visor franzindo a testa.

— Só um minuto… Eu preciso atender. 

— Claro! 

Alice ficou sentada em silêncio, observando o ambiente ao seu redor, evitando encará-lo para deixá-lo mais à vontade. Por um minuto se perguntou se deveria se levantar e esperar do lado de fora, mas imaginou que se esse fosse o caso, ele mesmo teria sugerido. 

— Estou terminando uma entrevista agora — disse Carlisle — Sim, sim! Preciso de alguém urgente — Alice não conseguiu evitar o contato visual naquele momento — Eu te juro! Ela é perfeita para o cargo. 

Ela sentiu uma sensação de euforia tomar conta de si e, ao mesmo tempo, nervosa com a responsabilidade que teria. 

— Quem? — O tom de voz de Carlisle mudou. Alice conseguia analisar muito e as pessoas para saber que o seu futuro chefe estava ouvindo uma fofoca — Mentira? Nossa, eu jurava que ele era gay — ele disse indignado, apoiando a mão sobre o peito. 

É claro que Alice sabia que Carlisle Cullen era assumidamente gay. Na realidade, praticamente todos os estilistas, modelos e afins do mundo da moda tinham um pé no vale — frase simbólica para descrever pessoas LGBTQ+.  

— Eu odeio pessoas héteros… Por isso só contrato as gays. Deus me livre passar por isso — afirmou convicto — Tudo bem, amiga. Preciso desligar agora também. Tchau!

Alice o observou apoiar o celular sobre a mesa outra vez.

— Desculpe a interrupção. Às vezes os meus amigos me ligam só para contar uma fofoca.  

— Tudo bem, tudo bem! — respondeu, nervosa. A informação que acabou de receber mudava tudo e o seu único pensamento era que não podia perder aquele emprego — A minha namorada também me liga só para fofocar às vezes.

— Você namora? — Carlisle se inclinou sobre a mesa, interessado — Qual o nome dela? 

Alice pensou em todas as suas amigas e na sua cabeça só existia uma pessoa que poderia ajudá-la naquilo.

— O nome dela é Bella. Bella Swan.


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Notas finais do capítulo

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