Wild Hearts - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 6
Coisas sobre ele, segredos e babados


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Mais um capítulo saindo do forno.

Boa leitura!!!



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No dia seguinte...

Quando acordei, o Benson já não estava mais na cama, não rolou sexo. Apenas demos uns amassos até cairmos exaustos no sono. Levantei morrendo de preguiça, sentei na cama bocejando e me espreguiçando toda, fiquei com o caipira. Nem sei o que deu em mim, só sei que ele me rendeu, me agarrou e não pude nem ao menos resistir.

Levantei caminhando descalça sobre o piso amadeirado, fui pegar uma toalha limpa e uma muda de roupa no armário, não chegava nem aos pés do meu guarda-roupa. Meus pais nunca quiseram me dar um closet.

Deixei minha roupa e a toalha em cima da cama, faminta segui para a cozinha. O cheiro delicioso de café recém-passado agitou o meu estômago. Ele já estava pronto para mais um dia de trabalho na roça, algo chiava dentro da frigideira. Senti o cheiro de manteiga derretida.

— Ovos mexidos? - Nem me deu bom dia.

— Sim. Estou faminta. Tem bacon? - Perguntei.

É melhor fingir que nada aconteceu...

— Não faz dieta? - Estava me zuando?

— Sou uma Puckett. Sempre me alimentei bem. Dietas pra quê se a genética é boa? - Retruquei.

— Se você diz... - Retirou os ovos e despejou num prato.

Abri a garrafa térmica, comecei a servir. Ele colocou duas tiras de bacon para fritar.

— Você não tem folga? - Tentei puxar assunto.

— Só aos finais de semana. - Sacudiu a frigideira, virando o bacon.

— E o que faz no seu tempo livre? - Passei manteiga num pãozinho de milho.

— Tá querendo me chamar para sair, patricinha? - Indagou.

— Como se eu fosse fazer isso... É cada uma! - Zombei.

— Pareceu gostar quando minha língua estava na sua boca ontem à noite! - Abusado.

— Ah, cale a boca! Aquilo foi...

— Foi bom e nós dois gostamos! - Completou.

Senti meu rosto arder.

— Frita logo o meu bacon, Troncho! - Exigi.

[...]

— Toma logo! Anda que eu tenho mais o que fazer! Não me faça perder meu tempo! Era só o que me faltava! Engole logo esse mingau! - Flagrei Aubrey brigando com o avô dela.

Ela soltou um palavrão e xingou o pobre velhinho, ele estava sentado na cadeira de repouso, se recusava a se alimentar. Impaciente, ela tentou forçá-lo a comer.

— Anda logo, seu velho caduco inútil! - Aquilo era desumano, um absurdo.

— Ei, o que pensa que está fazendo? - Fui interferir.

— Alimentando esse velho lerdo. O lugar dele é num asilo e não aqui! - Como ela era idiota.

— Não é assim que tratamos uma pessoa idosa, tenha mais paciência. - Pedi não gostando nadinha daquilo.

— Ele é meu avô, trato como eu bem entender! Tá incomodada por quê? Quer levar ele para sua casa? - Foi super rude.

Vovô Puckett estava encolhido na cadeira, tremia assustado.

— Não precisa ser tão escrota, tenha mais respeito! - Eu estava muito indignada.

— Sai daqui, Sam! Esse velho já enche o saco o dia todo, não me venha...

— Abaixe esse tom comigo! E não fale assim dele, você é louca? Ele é só um idoso! - Avisei.

— Alimenta ele então, eu já nem tenho mais paciência! - Me empurrou a tigela de mingau.

Olhei para o pobrezinho que tinha os olhos marejados.

— Você é mesmo uma infeliz! Olha o estado dele! Será que você não tem coração? - Me alterei.

— E DAÍ? POR QUÊ VOCÊ SE IMPORTA? - Gritou.

Aubrey era mesmo uma cobra.

— Que gritaria é essa? Vocês vão acabar assustando o vovô! - Colton apareceu.

Os pais deles tinham ido para a feira.

— Peguei ela xingando e quase batendo nele. Ela estava o forçando a comer. Sua irmã não o trata bem, disse coisas horríveis! - A dedurei.

Colton olhou para a ruiva, ela revirou os olhos.

— Já está com suas grosserias de novo? Você não tem vergonha nessa cara? - Ficou furioso.

Logo Maximus e Rick chegaram na sala, carregaram o vovô Puckett e o colocaram na cadeira de rodas, levando-o para o quarto.

— Você também é outro puxa-saco do vovô! Por quê não pega ele, sua esposa e filhos, e cai fora daqui? Casou e continua morando aqui em casa! É cada uma! - Ela era muito desaforada.

— Agora já chega, Aubrey! Vou te dar a surra que o papai nunca te deu! - Era o filho mais velho.

Ele desafivelou o cinto, ela tentou correr, porém, não conseguiu ir muito longe.

[...]

— Você tem algo a ver com a surra que a Aubrey levou do Colton? - Benson perguntou.

Ela passou mais de uma hora chorando e praguejando.

— Com a surra merecida? Ainda foi pouco. Você sabia que ela estava sendo grossa com o vovô Puckett? - Indaguei.

— Crescemos juntos, éramos amigos, mas ela se tornou muito rebelde. Coitado do vovô Puckett, ele levava a gente para banhar no lago e nos ensinou tantas coisas. - Contou.

— Ele estava tão assustado, é muito triste... Como um ser humano é capaz de fazer mal a outro? Brigar com o próprio avô... É desumano. Coitadinho. - Minha voz embargou.

Ele também ficou muito comovido e triste.

— Aqui se faz, aqui se paga... Ela vai ter o que merece. - Me abraçou de lado.

— SAM! - Amy gritou por mim.

Nos afastamos.

— Vai precisar de mim ou acabamos por hoje? - Me referi às tarefas.

— Vai lá com sua prima, vou só terminar de capinar aqui! - Me dispensou.

Horas depois...

— Quem é aquela perua? - Perguntei para a minha prima.

Amy era o oposto da irmã.

— É a Valerie. Ex do Freddie. O pai dela é dono da fazenda de ervilhas. Ela sempre aparece trazendo galinha com ervilha que a mãe faz, a Valerie está tentando reconquistar ele. - Que babado.

— E por quê eles terminaram? - Fiquei curiosa.

— Porque além de ciumenta, ela é um grude. Vivia em cima dele feito um carrapato. E quando o Freddie venceu o primeiro rodeio, aí sim a louca ficou mais paranóica. Sabemos como ele é um bom partido, a mulherada cai em cima. Ainda mais com peões de rodeio! - Por essa eu não esperava.

— Peão de rodeio? Ele é um campeão? - Fiquei surpresa.

— Venceu dois torneios seguidos. Ano passado deu um show, ele tem até fãs na cidade! Que mulher não pira por um bonitão que sabe dominar touros? - Me cutucou.

— Você gosta dele? - Ela estava rasgando elogios.

— Claro que não, bobinha. Tenho namorado! - Riu toda corada.

— Namorado? - Quêm diria?

— Namoro o Timmy J. Ele é filho do prefeito. Mas isso é segredo, por favor, não conte pra ninguém... Minha familia jamais apoiaria. - Outro babado.

— E como você se encontra com ele? - Abaixei o tom de voz.

— Sempre quando dou umas escapadinhas para a cidade. Às vezes o Timmy se disfarça de entregador e vem aqui me ver! - Relatou.

— Vocês são tipo Romeu e Julieta. - Clichê, porém, romântico.

— Amo muito ele. Ele também me ama... Posso te fazer uma pergunta pessoal? - Amy olhou para os lados ainda mais corada.

— Claro. - Concordei.

— Ainda sou virgem... O que devo fazer para agradar o Timmy? - Perguntou.

Eu havia perdido a virgindade aos 16 anos.

— Nada se não quiser... Vai com calma. Você vai saber na hora. - Eu não era muito boa com conselhos.

Olhei para o Freddie, ele ainda estava conversando com a ex.

E por sua postura, não estava sendo nada agradável.

Amy e eu vimos a tal de Valerie tentando roubar um beijo.

— Que patética! Será que ela não vê que ele não quer mais ela? - Aquilo era ridículo.

— É sempre assim, daqui alguns dias ela vai aparecer de novo trazendo galinha com ervilhas pra ele. - Achou graça.

[...]

Aubrey estava furiosa comigo, nem olhava mais na minha cara. Me culpava pela surra que o irmão deu. Quando os pais chegaram da feira, Colton explicou a situação e ela ainda levou mais broncas.

— Segura ela por alguns minutinhos. - Miranda me entregou a filha.

Segurei a bebê com o maior cuidado, agarrei ela com medo de derrubá-la.

Anabel tinha 7 meses, era muito fofa.

A mulher de Maximus foi se ocupar na cozinha.

— Não chora, neném... - Dei tapinhas em suas costas.

Ela começou a babar no meu ombro, eu não sabia o que fazer e ficar tomando conta de um bebê me assustava...

Italo, Junior e Corine surgiram correndo e dando risadinhas.

— SAM, VEM BRINCAR COM A GENTE! - Junior berrou.

— Shh, falem baixo! Não posso agora, tô tomando conta da bebê. - Avisei.

Corine correu para o meu lado, ela puxou minha jardineira, foi Amy que me emprestou.

Minhas roupas não eram adequadas para o ambiente.

— Vem, priminha, vem correr com a gente! - Me chamou.

— Não posso. Tô ocupada agora. - Falei.

Corine fez bico emburrada.

Sua prima já estava me babando toda, choramingando em meu colo.

Balancei a bebê, afagando suas costas, ela parecia agoniada.

— Coloca a Aninha no carro-de-mão. Deixa a gente brincar com ela. - Crianças tem cada ideia.

Italo apareceu empurrando o carro-de-mão, Junior estava dentro.

— Cuidado, não vão se machucar. - Vi a Corine se juntando ao irmão.

Italo era o maiorzinho, já tinha 10 anos.

E para um garotinho, ele era forte, saiu empurrando o carrinho de serviço, levando os primos.

Fui para a varanda, imaginei que a bebê estivesse com calor. Sentei na cadeira de balanço.

Todos estavam ocupados.

Ajeitei a pequena em meu colo.

— Você viu os meninos? - Rick apareceu pingado de suor.

Eles ainda estavam reformando o celeiro.

— Foram brincar. Saíram com um carrinho-de-mão. - Contei.

— Ai, não! Eles são umas pestes. - Se alarmou.

Ouvimos gritos, eram seus sobrinhos.

Só vimos quando Italo correu aos berros, o carrinho havia tombado com os pequenos.

— ELES ATROPELARAM O FREDDIE! - Rick gritou e correu feito louco indo socorrer eles.

Saltei da cadeira, alarmada, isso fez a bebê ficar aos prantos com o susto.

Meu coração só faltou sair pela boca.

As crianças e o Benson se machucaram?

[...]

Graças a Deus os pequenos estavam bem, a queda só lhes causou alguns arranhõezinhos. Fora isso, saíram ilesos. Em menos de meia hora, já corriam livres pelo terreno como se nada tivesse acontecido.

Para eles não passou de um susto.

— Você é lerdo ou o quê? Por quê não saiu da frente? - Freddie levou a pior.

O carro tombou em cima dele.

— Tentei parar o carrinho, amorteci a queda deles. Seria bem pior, não acha? - Olhou para o braço ralado.

— Uhum, Superman. Você salvou o dia!  - Bati palmas.

— Vem aqui me dá um beijo! - Me puxou.

Mesmo todo machucado, ele me abraçou e eu grudei nossos lábios.

— Clark Kent morava numa fazenda... - Afastou meus cachos.

— E Lois Lane era da cidade... - O beijei novamente.

Me ajeitei em cima dele, o moreno gemeu sôfrego.

— Oh, tadinho... - Me afastei.

Ele estava com alguns hematomas.

— Janta comigo? - Convidou.

— Galinha com ervilhas? - Fiz careta.

— Não! - Soltou um risada nasalada. - Esquenta as sobras do almoço. Sabe fazer isso, certo? - Prendeu o riso.

— Sei até fritar ovo. Não duvide da minha capacidade. Faço brownies deliciosos. - Afofei seu travesseiro.

Benson agarrou minha mão. Acariciou meus dedos.

— Por quê está toda carinhosa cuidando de mim? - Perguntou.

— Porque... Porque sim... Chega de perguntas. Vou esquentar o jantar. - Falei me retirando do quarto.

[...]

Comemos o que sobrou do almoço, carne assada de panela, refogado de legumes e arroz. Ele parecia bem melhor. Eu estava lavando a louça quando ouvimos batidas na porta.

Era a Aubrey.

— Mamãe mandou bolo de cenoura com calda de chocolate. - Ela foi logo entrando.

— Hum... Obrigado. - Agradeceu.

Coloquei a louça no escorredor.

Minha prima me ignorou e deixou a vasilha sobre a mesa.

— Quando o seu pai chega? - Perguntou.

— Quarta. - Benson respondeu.

— Ah... Ela tem te incomodado? - Se referia a mim.

— Não. Estamos bem. - Garantiu.

Comecei a enxugar as mãos.

— Tem certeza? - Qual era a dela?

— Absoluta! - Afirmou.

— Como você está agora? Precisa ser examinado? Temos remédios em casa. - Estava toda preocupadinha.

— Não foi nada. Estou bem, Aubrey. É melhor você ir para sua casa! - Já estava incomodado.

— Nossa, Freddie, eu me importo com você. - Que voz irritante.

— Agradeço. Acontece que estamos indo descansar... Boa noite. - Ele acompanhou ela até à porta.

— Durma bem. - Ouvimos Aubrey falar após ele ter fechado a porta.

— Ela é caidinha por você... Bom, parece ser mais que uma queda... Nunca rolou nada entre vocês? - Indaguei.

— Claro que não! - Negou depressa.

— Não gosta de ruivas? - O encarei.

— Não é isso! Nem se ela quisesse algo comigo... Acontece que Aubrey está interessada no meu pai! - Puta merda.

— Como é? - Fiquei pasma.

— Ela nunca gostou de mim da maneira que imagina. Desde menina tem uma paixão platônica pelo meu pai... Agora a coisa ficou mais intensa. Ela anda se engraçando cada vez mais... Meu pai tem 43 anos e ela tem 19 anos. Já percebeu, afinal, ele não é tapado... Aubrey vive aparecendo aqui. Traz coisas para nós. Já se ofereceu para limpar o casebre. Me trata como se eu fosse um menino. Não suporto isso. Meu pai pode acabar correndo riscos de ser demitido por culpa dela! - Desabafou.

— Ela quer ser sua madrasta! - Comecei a rir.

— Isso não tem graça! - Estava emburrado.

— É, eu sei... Que coisa horrível. - Falei.

Seu pai era mesmo um coroa charmoso.

— A gente vai ou não vai comer esse bolo? - Mudei de assunto.

Abri a vasilha, parecia mesmo delicioso.

Amy namorava o filho do prefeito em segredo.

Aubrey estava apaixonada pelo capataz, um homem bem mais maduro.

E eu estava me derretendo toda por um caipira.

Como eu poderia julgar elas se eu estava no mesmo barco?

Comemos o bolo e fomos para a cama.

Ficamos de novo.

Não passamos de beijos e amassos que me deixaram sem fôlego...

Acabamos dormindo de conchinha.


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Notas finais do capítulo

Nesse capítulo Aubrey mostrou o pior lado dela. Como alguém pode ser tão grotesco???

Sam descobriu alguns segredinhos das primas...

Gostaram dos babados???

Isso mesmo minha gente, o Benson é campeão de Rodeios hehehehe

Claro que ele tinha uma ex, né???

Ansiosos para ver Sam e Valerie cara a cara????

E vocês achando que a Aubrey gostava do Freddie kkkkkkkkkkk

E rolou mais Seddie.

Sam cuidando dele, dando beijinhos e compartilharam a cama novamente...

Calma que ainda teremos Hot...

Até o próximo. Bjs