Sunflower, Vol. 6 escrita por pnsyparkinson


Capítulo 1
Wish I could get to know you




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Harry gostava de observá-lo. 

Mesmo que de longe, sempre mantinha o olhar atento no homem de longos cabelos loiros que pareciam brilhar mais que o sol. Sorrindo como se fosse natural de si aquele gesto, como se fosse uma linda margarida. Alto, elegante, radiante. Harry o achava lindo, e gentil. Os olhos acinzentados pareciam dançar uma linda canção quando entregava uma de suas flores para algum passante, com majestosidade. Aquele homem, Harry pensou, parecia ser da realeza tamanha sua desenvoltura e educação.

Sem que conseguisse controlar, deixou que um suspiro saísse por seus lábios e logo ouviu um risinho de Hermione, que estava encostada no banco da moto. A garota mantinha nos lábios um sorriso sorrateiro, as mãos no bolso do suéter de tricot que vestia. 

— Posso saber por qual motivo você não vai até lá e fala com ele? — perguntou, arqueando as sobrancelhas grossas de maneira quase cômica — Harry, ele já te deu uma flor, lembra? Por que não pedir o número dele? 

— É claro que ele lembra, Mione. Não parou de falar disso até hoje — comentou Ronald, voltando para o lado da namorada com duas latas de refrigerante, acompanhando a garota, que não bebia nada alcoólico — O florista isso, o florista aquilo... 

Tanto Harry quando Hermione riram da imitação de Weasley, ele estava certo, afinal.

— Em minha defesa, bem — coçou a nuca, fazendo uma careta — Não tenho defesa. Ele é muito bonito, só isso. 

— Corta essa, Potter. Você baba nele toda a vez que estamos aqui e coincidentemente é sempre você quem sugere esse bar, engraçado — disse Ron com o tom debochado, passando o braço pela cintura da namorada, que riu — Quer saber, eu vou lá falar com ele.

— Apoio, amor — Granger provocou, pegando o canudo de metal da bolsa para colocar na lata de refrigerante, entregando o outro para o ruivo sardento — Já que quem realmente está interessado não tem coragem... — bebericou um pouco, ouvindo Harry bufar — Tia Lily ficará decepcionada. E Sirius também.

— Oh verdade, Sirius ficará extremamente chateado pelo afilhado não ter aprendido a conquistar alguém com ele. Remus vai rir, certeza.

— Chega vocês dois, vou lá falar com minha margarida — falou decidido, ajeitando (ou tentando) os cabelos pretos que espetavam em todas as direções. A jaqueta de couro fora largada sobre o banco da Harley-Davidson vermelha e as mangas da camiseta branca básica dobradas — Me desejem sorte, casal!

— Vê, ele já tem até um apelido para o futuro namorado — brincou Granger, escondendo o rosto na curvatura do pescoço de Weasley, deixando um beijinho ali.

[...]

Draco mantinha um sorrisinho nos lábios enquanto conversava com Luna, que carregava consigo o pequeno Lysander em um braço e uma cesta de pães frescos no outro. Haviam se conhecido no ensino médio e acabaram se tornando bem próximos quando a loira e sua melhor amiga, Pansy, começaram a namorar.  O relacionamento das duas não vingou e Lovegood havia casado com Rolf há alguns anos, assim como Parkinson, que era noiva de Blaise Zabini. Entretanto todos mantinham o laço de amizade, sempre se encontrando aos finais de semana para colocar as novidades em dia e conversar.

A mulher no entanto parecia concentrada em um ponto atrás de si, o que o fez virar um pouco a cabeça para conseguir vislumbrar o que de tão extraordinário acontecia na rua movimentada. Estreitou os olhos e sentiu as bochechas avermelharem ao reparar que o bonitinho — que sempre o olhava sem ao menos tentar disfarçar — estava caminhando em sua direção. Luna repousou a mão sobre seu ombro, dando um sorriso largo e cheio de dentes.

— Bom Draco, acho que chegou meu momento de ir embora —  piscou os olhos azuis cristalinos — Ficará em boa companhia, pelo que vejo. Amo você, até o fim de semana! Levarei tortinhas de ameixa, sei que você as adora. 

E antes mesmo que Malfoy pudesse responder algo além de um mero "tchau" o homem de cabelos revoltos parou em sua frente. Draco ainda carregava consigo a cestinha de flores, onde jazia uma rosa vermelha e um lírio, que o rapaz fez questão de pegar. O loiro mantinha o olhar atento nele, já que diversas foram as vezes que alguém simplesmente tentava pegar suas flores e jogá-las fora. Surpreendendo-o porém, o moreno abriu um sorriso gentil e perguntou, com a voz um tanto grossa, qual era o valor daquela flor.

— Elas são de graça, na verdade. São da minha floricultura —  apontou com a cabeça para o pequeno estabelecimento em tons de rosa e azul pastel — E eu as ofereço para garantir pelo menos alguns sorrisos diários. 

Se Harry antes o achava lindo, agora com certeza o achava ainda mais. De perto seus cabelos brilhavam ainda mais, o rosto pálido contrastando com o macacão preto e a camisa com estampa de pequenos bolinhos em tons de verde. Era angelical. 

— Posso dizer que você está se saindo bem, sabe, em arrancar sorrisos — Potter começou a falar, levando a mão para prender o fio loiro que escapava do rabo de cavalo que o outro usava, colocando-o atrás da orelha dele — Os meus pelo menos você consegue despertar mesmo de longe.

O ardor subiu por seu corpo como uma labareda, fazendo Draco desviar o olhar, constrangido. As bochechas tingindo de rosa quando sentiu os dedos gentis do outro traçarem a lateral de seu rosto para capturar o fio fujão. 

— Obrigado, hum... —  suspirou, o olhando brevemente antes de desviar outra vez, sorrindo levemente. Geralmente ele não era tão acanhado, mas algo naquela presença marcante o deixava assim — Posso saber seu nome?

— Foi justamente para isso que resolvi vir aqui. Sou Potter — estendeu a mão, sendo retribuído pelos dedos longos e delicados do homem — Harry Potter. E você, margarida?

— Draco Malfoy — retribuiu o aperto, os olhos fixos em Harry agora — Aqueles são seus amigos? 

Harry virou o corpo na direção que o outro olhava, encontrando Hermione e Ron apontando para os dois, fazendo corações no ar de forma boba. Era engraçado, levando em consideração os braços tatuados e os piercings que Weasley carregava em seu corpo. O moreno riu, apontando o dedo do meio para o casal, que lhe mostrou a língua em um gesto muito maduro.

— Eles são sim, desculpe por isso — coçou a nuca, olhando para os tênis all star de cano alto que Draco usava, pequenos desenhos de margaridas enfeitavam o tecido do calçado — A culpa é minha, na verdade. 

— Sua culpa? 

— Demorei para vir aqui perguntar seu nome e se quer sair comigo um dia desses — sorriu de lado, mordiscando o lábio inferior ao que Malfoy arregalou os olhos — Eles só estão me provocando por finalmente ter criado coragem de chamar o garoto mais bonito para sair.

— Eu aceito, desde que você explique o motivo de me chamar de margarida — sorriu de volta, notando que Harry deu de ombros, tirando o aparelho celular do bolso traseiro da calça jeans colada. Pegou o aparelho quando lhe fora oferecido e colocou seu número pessoal ali, entregando novamente para o dono — Enviei uma mensagem assim posso salvar seu número também.

— Você é rápido, gostei. Então, temos um encontro? 

— Temos um encontro — concordou Draco, deixando um beijo na bochecha coberta pela barba rala de Harry, entregando a rosa vermelha para uma senhorinha que passava antes de virar-se e ir até sua floricultura.

Não deixando de notar um sorridente Harry Potter que ficou para trás, parecendo comemorar ao dar um pulinho em direção aos amigos.

 


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