Harry Potter queria 3 coisas:

(Finalmente!) Ir para Hogwarts e ser selecionado para a grifinória, como seus pais, e pais 2;Fazer novos amigos, especialmente amigos que colecionassem cartas de Sapos de Chocolates - porque ele e Ron estavam há meses querendo trocar suas quatro Morganas por Merlins e Gwenog Jones.Que Sirius parasse de apertá-lo tão forte no ombro!

— Sei que você duvida, mas eu consigo andar sozinho, Pads. - resmungou, ansioso para entrar logo no trem.

— Claro, aborrecente Mini Prongs. Olhe lá, os Weasley. 

Sirius levantou os braços em rendição. Harry não esperou a segunda oportunidade para sair correndo ao encontro de Ron, que tentava ignorar as brincadeiras escandalosas dos irmãos gêmeos.

— Harry! Você tá okay? - George perguntou, segurando um riso, quando Harry rolou como um morango podre e caiu na frente dos amigos.

Seus cadarços estavam amarrados uns nos outros e Harry não precisou de dois segundos para saber que tinha sido obra de Sirius. Principalmente porque Moony o estava repreendendo com uma revirada de olhos logo atrás.

— Só para você lembrar você que posso fazê-lo passar muita vergonha, aborrecente. - sorriu daquele jeito maroto e brincalhão. - O desafio das pegadinhas não está acabado até eu ganhar, Haz.

— Ah, me erra, Sirius! - virou os olhos para ele e riu, amarrando os cadarços corretamente

Molly Weasley comentou como Harry estava magro, dando enormes contribuições sobre o que Remus devia preparar para ele nas férias, e Ginny abraçava o pai, com uma cara chorosa. Quando o trem soou o primeiro apito para o embarque, Percy já estava dentro do vagão, orientando alunos de um lado para outro, com o distintivo dourado brilhando sobre seu suéter.

— Anda, Harry!  Vamos achar uma cabine logo, ou vamos ter que dividir com os alunos mais velhos.

— Roniquinho, você vai dividir com os alunos mais velhos, certo George?

— Claro! Quem acha que é? Roniquinho, em um empurrão você cai no Lago Negro...

— E vai ser devorado pela Lula Gigante.

— Lulas Gigantes não comem bruxos! - Harry ouviu Ron protestar, claramente nervoso com a possibilidade. - Não é, Harry? 

— Uhm, eu…

— A Lula Gigante atacou o Padfoot uma vez, não atacou, Pads? - Remus intrometeu-se, fazendo Ron arregalar os olhos e Harry virar-se para ele. Remus deu uma piscadinha risonha, mas Ron não viu.

— Anda logo, Harry! - gritou, sendo empurrado pelos irmãos pelo corredor do vagão.

— Já vou! Até mais, Moon-

Ele fez menção de que iria apenas dar um abraço rápido, mas Sirius parou ao lado dos dois e segurou Harry forte no ombro.

— Tenha um bom ano, aborrecente. - Sirius o abraçou apertado quando Harry soltou-se de Remus. - Não cause problemas demais, não faça coisas idiotas e lembre-se de se divertir.

— Pode deixar. - sorriu contra o tecido da camiseta de Sirius. - Vou escrever sobre a primeira aula com o Ranhoso.

Remus o  repreendeu, segurando um riso, e recomendou que Harry chamasse o professor pelo sobrenome. O segundo apito soou e Ron bateu na janela de vidro, chamando Harry. Ele apressou-se para soltar Remus e Sirius, mas o padrinho não deixou.

— Você tem um minuto ainda, aborrecente, espera. Escuta. - Sirius limpou a garganta, quase solene. - Uhm… esse é um dia importante e… uhm, seus pais gostariam de estar aqui. Fisicamente, eu digo.

Harry engoliu em seco, notando que o assunto era sério. Sirius e Remus não falavam dos pais de Harry daquele jeito formal e imaculado, era sempre tão leve que não parecia que James e Lily estavam mortos.

— A gente… bem, é… James ia gostar que você levasse para a escola, então… - Sirius entregou a Harry um pomo de ouro velho e quase enferrujado. - Ele pegou da escola no, sei lá, quarto, quinto ano, e carregava essa merda para todo lado. Me infernizava com esse pomo idiota.

Os olhos de Sirius estavam úmidos, e ele não falou mais nada, baixando a cabeça.

— Lil era fenomenal em poções, sabe? Deve ter algo aqui que te dê uns pontos extras do Ranhoso. Ou só calar a boca dele, se estiver enchendo você demais. Tem uma coisa ou outra que seu pai riscou para ela aí, você vai achar legal. - Remus piscou, entregando um caderninho de couro, espesso de tão recheado.

Harry virou os objetos nas mãos e então abraçou os dois, Remus e Sirius, de uma única vez. Apertado como se não fosse voltar em três meses.

— Seus pais amavam você muito, Haz.

— Eu sei.

— E nós também o amamos muito.— Sirius acrescentou. - Amamos muito nossa família de três.

— Nossa família de cinco. - Harry corrigiu. - Eu, meus pais e a mamãe. Nós cinco somos uma família, Pads. Não importa, dois pais, duas mães, pai e mãe, pais 2 e pai e mãe ‘não exatamente aqui’... - ele meneou a cabeça de um jeito que lhe era próprio.

— Mas aqui. - Pads colocou a mão sobre o peito de Harry no local do coração. - Exato, mini Prongs. - beijou os cabelos do afilhado e então os atrapalhou. - Anda, embarca logo, James!

O apito soou a terceira e última vez, fechando as portas do trem, exatamente quando Harry pulou o vão da plataforma e entrou no vagão. Sirius e Remus acenavam enquanto Harry andava até a cabine em que Ron o aguardava. O pomo do pai e o caderno da mãe firmes nas mãos, e um sentimento de que era muito amado.

Por todos os seus pais.