Favores escrita por Miss Siozo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Sejam muito bem vindos a embarcarem nessa aventura cômica! Essa fanfic faz parte de um universo compartilhado chamado #CDZEstereotipoverso que foi criado por mim após fazer a continuação da fanfic “As doze casas estereotipadas”. Esta fic pode ser lida sem consultar a outra antes, mas será bom que a tenha lido primeiro. Vou explicar rapidamente esse universo. A proposta é a seguinte: e se os cavaleiros e deuses agissem de acordo com seus signos solares e ascendentes? A partir daí uma confusão foi formada e essa fic faz parte da continuação dela.
Quero agradecer ao meu amigo ~Echeveria pela montagem da capinha ^^
Deixarei os links das outras fanfics nas notas finais, mas também podem pesquisar pela tag (Spirit). Boa leitura!



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No Santuário...

Dois meses se passaram desde os eventos da passagem dos cavaleiros de bronze pelas doze casas. Aos poucos as coisas estavam tentando se acertar. Mas, por causa de uma “denúncia anônima”, Shion voltaria de sua aposentadoria ao Santuário na semana seguinte. Logo, Athena pensava na falta do cavaleiro de ouro de Sagitário e em como ele foi uma peça fundamental para todo o início daquela confusão.

— Gente, nós precisamos trazer o Aiolos de volta — disse a Deusa — Essa confusão toda começou por causa dele, do Shion e do Saga. Se temos que fazer essa sessão de terapia, precisamos ter todos os envolvidos aqui. E também porque ele meio que morreu por minha causa.

— E como traremos ele dos mortos? — perguntou Seiya — Queria saber como é possível “desbater” as botas.

— Marquei na minha agenda dias próximos do despertar de Hades — abriu um caderninho e colocou em cima da mesa. Ele estava decorado com adesivos e organizados com diferentes cores de canetinhas — Vamos conversar com meu tio.

— Parece uma ideia ótima… — Hyoga disse em um tom irônico — Perdão minha indelicadeza, Saori. Porém todos os séculos vocês reencarnam para brigar, o que tornaria esse uma exceção? 

— Porque brigar cansa, Hyoga. Sinceramente, eu nem sei o motivo de termos começado a guerrear. Nessa era eu vim sem paciência para isso e também conta o fator de meus estimados guerreiros precisarem de ajuda médica para lidar com as próprias loucuras — ironizou — Em resumo, eu não quero que vocês morram.

— Aprecio suas intenções, Saori — Shun sorriu — Como propõe que nós entremos em contato com o Imperador Hades?

— Eu tenho um plano! — ergueu o indicador, sorrindo.

(...)

No Submundo…

Hades estava aproveitando seu dia de descanso nos Elísios quando Hypnos chega com uma carta em mãos. O imperador já iria reprimir o deus menor quando viu de quem se tratava o remetente.

— Athena? — ele lia a carta com curiosidade e quando terminou, disse: — Isso é um disparate! Minha inimiga de eras teve a pachorra de me convidar para um “Chá da tarde amigável”?

— Aparentemente, senhor Hades — entregou a carta para o superior — Devemos convocar espectros, meu lorde?

— Não… se for para fazer um ataque, que faça bem feito. Eu irei sim. 

(...)

No Santuário…

Uma mesa grande terminava de ser ornamentada para receber Hades no chá da tarde. Shaka achou uma ideia péssima trazer o principal inimigo para tão próximo, mas não deixou de ajudar com a limpeza do salão do décimo terceiro templo. Afinal, ele não queria que o Santuário passasse a vergonha de ser chamado de “chiqueiro”. Shun terminava de ajudar na arrumação, já Afrodite e Aldebaran terminavam de cozinhar alguns quitutes para serem servidos.

Neste dia, todos os cavaleiros de ouro que não fossem ajudar a arrumar o evento, foram convidados a se retirar das Doze Casas — pois a coisa que Athena menos precisava era de um dos malucos perturbando seu tio e estourar a guerra santa em menos de dez minutos. Assim, a Fundação Kido financiou a ida de todos para um SPA relaxante, nas redondezas de Rodório. 

Alguns não queriam ir, mas depois de algumas DRs e ordens de uma divindade, tudo acabou como o planejado.

Às cinco horas, o clima ficou estranhamente sombrio no Santuário. Mesmo com o brioco trincado, Saori se colocou na frente da Casa de Áries, sorriu e esperou que o homem chegasse mais perto:

— Bem vindo, tio Hades!

— Saudações. — Não tirou o semblante sério de seu rosto — Fiquei deveras surpreso com seu convite. Afinal, nós estamos guerreando... sabe-se lá, há um milênio talvez?

— Gostaria de tentar algo diferente neste século, Imperador. Por favor, me acompanhe até o décimo terceiro templo. As casas estão vazias, não iremos demorar.

O Deus olhou aquele tanto de escadas e imediatamente se arrependeu de ter ido. Porém, como havia despertado certo interesse pelos ditos da moça, anuiu com a cabeça e começaram a subir pelas Doze Casas. Foi uma subida longa, Hades estranhou o enorme banner do cavaleiro de Leão e fizeram uma pausa “dramática” antes de passarem pela Casa de Virgem, quando colocaram saquinhos nas botas para passarem por lá sem sentirem a fúria do anfitrião.

“É uma casa bonita e impecavelmente arrumada” — pensou o deus.

O mesmo não poderia ser dito do Templo de Sagitário, que apesar dos esforços ainda estava um tanto bagunçado. A penúltima casa antes do Templo de Athena tinha um odor peculiar, mas não se atrapalharam ao passar pela encomenda de rosas de Afrodite. Ambos estavam estranhamente se sentindo bem e o aborrecimento da subida foi-se pelos ares. 

— Por aqui, tio — chamou abrindo as portas, mostrando uma sala muito bonita e arrumada. Os aperitivos estavam servidos de forma periódica, os talheres e as xícaras de chá estavam igualmente impecáveis. — Fique à vontade.

O grego sentou em uma cadeira da mesa redonda, Saori serviu o chá e sentou à frente do mais velho.

— Diga-me agora, Athena. Quais são seus objetivos? — perguntou, mexendo na bebida para ter certeza de que não estava envenenada — Duvido que tenha me convocado apenas para termos um momento entre tio e sobrinha.

— Bem… o senhor está certo — pegou uma torrada e comeu de maneira elegante, tentando transbordar seriedade e maturidade. — Este século não está sendo agradável para nós, aqui na terra. E eu, como tenho objetivo de proteger os seres humanos, não acredito que estejamos aptos a guerrear novamente.

— Está atestando a incompetência de seus próprios guerreiros? — arqueou as sobrancelhas curioso.

— Não, longe de mim. Eles são eficientes para batalha… bem, a maioria. O que eu quero dizer ao senhor é que já estamos nessa rixa há muito tempo, e não nos leva a lugar nenhum. 

— Certamente, para mim essas guerras perderam o sentido no século XVI. As coisas estavam a caminhar automaticamente, sabe? — ponderou — A questão é: o que ganhamos se pararmos?

— Hm… paz é uma resposta bem óbvia, creio eu — o mais velho assentiu — Bom… eu diria que férias. Você fica mais tempo relaxando, eu fico mais tempo com meus amigos, teus soldados podem te ajudar a manter a ordem no inferno, todo mundo sai ganhando.

— É bom evitar derramamento de sangue desnecessário. Não queria perder os meus guerreiros. É uma boa proposta, mas preciso tirar um tempo para pensar melhor no assunto.

— Agradeço e espero que o senhor pense com muito carinho — sorriu gentil — Gostaria de fazer apenas mais um pedido, tio. Um favorzinho… — aproximou o indicador do polegar — desse tamanhinho assim.

— Diga logo, não gosto de rodeios.

— Pode reviver meu cavaleiro de Sagitário?

— O rapaz das piadas? Não.

— Por favor, tio… estamos tentando amparar a situação no Santuário, mas sem ele as coisas serão complicadas. Espera… como você conhece o Aiolos?

— Ele morreu já tem um tempo e como ele não atentou contra a vida de um deus, atualmente ele está nos Elísios. O bom humor dele é lendário por lá— abriu um sorrisinho mínimo ao se recordar — O ideal seria vocês se resolverem entre si, os vivos.

— Acho que irei precisar apelar para a minha linha de frente… — levantou-se, Hades já se preparou para qualquer tipo de ataque — Podem vir, gente!

Uma outra porta foi aberta, dela quatro cavaleiros apareceram: Afrodite de Peixes, Máscara da Morte de Câncer, Marin de Águia e Shun de Andrômeda.

— Como eu não tenho muita energia para diálogos, chamei meus cavaleiros com influência de elementos d'água. Por favor, espero que se tratem com muito respeito. Eu volto em uma horinha — e saiu.

— Isso só pode ser uma piada… 

— Boa tarde, senhor Hades. Fico feliz que tenha aceitado o convite da senhorita Athena para o chá. Nós preparamos tudo com muito carinho — sorria enquanto escondia algo em suas mãos.

— Você trouxe aquele bordado pra cá? — perguntou a amazona.

— Sim. Perdoem-me por isso, mas estou tentando realizar uma atividade ecologicamente correta, não posso desperdiçar plástico bolha.

— Dai-me paciência… retirar a espada da bainha está muito tentador…

— Perdão senhor, disse alguma coisa? — Afrodite se aproximou e sentou ao lado do imperador.

— Oh? Nada não. Então… vocês são os enviados para me convencerem a reviver Aiolos de Sagitário?

— Exatamente, rapaz — Máscara da Morte sorria — Também sobre a guerra e tals…

— Proposta de paz, por favor — Shun caminhava até a mesa, junto dos demais. — O que o senhor acha?

— Uma perda de tempo.

— Reviver o Aiolos ou a proposta de paz? — Marin servia chá à si mesma.

— Vocês aqui. Como se os elementos e astros influenciassem em alguma coisa no caráter de alguns… se bem que já notei algo em comum entre vocês: todos parecem incisivamente lerdos.

— Engraçado, a Sam fala isso para mim o tempo todo…

— Vocês ainda estão namorando, Mascrinha? — Afrodite perguntou. — Ah, deixa. Os astros não nos influenciam presencialmente, senhor. É apenas um empurrãozinho na nossa forma de ser. Por exemplo, eu não me considero lerdo, apenas bondoso.

— Concordo com o senhor Afrodite, a leitura que temos do mundo é diferente… e tá tudo bem!

Hades olhou para o cavaleiro de Andrômeda e ergueu as sobrancelhas.

— Lógico que você é bondoso, você é meu receptáculo. Que irônico…

— Eu não conheço essa palavra…

— Esqueça... Bem, se querem me convencer, preciso de argumentos sólidos e palpáveis, pois sou cético e não caio em papo furado.

— Se o senhor é cético… — a pisciana começou, comendo um dos bolinhos de Afrodite — O senhor não acredita na própria existência? Porque… bem, você é um Deus…

Máscara da Morte balançou a mão na frente do pescoço, praticamente dizendo para Marin: “Corta, corta, cala a boca!”.

— Bem, eu acho que o senhor está tensionado e precisa relaxar. Aceita uma massagem? Um bolinho e uma massagem podem deixar você mais de boa… — dizia o cavaleiro de Peixes com a maior calma do mundo.

— Eu…

— Aceita, os bolinhos da Dite são ótimos! No dia eu fiquei tão relaxado, era como se eu estivesse flutuando!

“Se meu receptáculo aceitou, quem sou eu para negar…” pensou e jogou o cabelo por cima do ombro, dando um pouco mais de liberdade para o cavaleiro de peixes, que se aproximou e tocou os ombros fortes do Deus, iniciando uma leve massagem.

— Ui.. você estava certo — suspirou de alívio ao sentir que cada nó de seus músculos relaxaram ao toque de Afrodite.

(...)

Indo para o SPA…

Saori, Shaka e Aldebaran foram os últimos a se juntarem aos outros no dia de SPA. Que todos precisavam desses mimos para si mesmos era um fato, mas complicada era a tarefa de deixar de pensar nos problemas que deixaram para trás. O destino da humanidade estava nas mãos de quatro cavaleiros cujas habilidades são duvidosas em equipe.

— Senhorita Athena — falava o Cavaleiro de Virgem — Por acaso não está preocupada com o que está acontecendo no Santuário?

— Se eu disser que não tá passando nem Wi-Fi aqui embaixo seria uma mentira — confessou — Preciso confiar nas habilidades de meus cavaleiros.

— E não tinha um grupinho melhor, não? — perguntou o taurino.

— De fato, senhorita. Entre os quatro, o Máscara da Morte é o mais sensato. Isso é muito preocupante.

— Faz sentido, né… o maluco literalmente mata pessoas e deixa a cabeça delas de enfeite.

— Não sei como a casa de Câncer ainda não está fedendo carniça…

— Eu dei algumas dicas de produtos de limpeza para ele. Esqueceu que eu preciso passar por lá para chegar até minha casa? Depois de tantos sermões, acho que ele percebeu que eu estava me aborrecendo.

— Bem, deixemos esses assuntos de lado. O Máscara da Morte é um canceriano nato, dá pra ver só pelo jeito que ele fica bobo na frente da Sam — Saori riu, queria namorar alguém que olhasse para ela do mesmo jeito que o cavaleiro de Câncer olhava para sua amada.

— Nem me diga. Quando ele fala dela parece um cachorro, só falta latir — Aldebaran complementou.

— E porque a Marin e a Dite estão lá? Elas se perdem na própria linha de raciocínio.

— Porque os bolinhos do Afrodite são milagrosos, poxa! A Marin quis ir junto para ajudar o Hades a ficar de boa… por mais que eu imagino que ela somente irá pegar a brisa.

— E a versão em miniatura fofa do Shaka? Acho mais fácil o Hades convencer aquele garoto de ir embora dali com ele — Aldebaran abria a porta da recepção do SPA.

— A gente sabe que aquele garoto tem um poder de persuasão muito grande, mesmo que ele não faça ideia disso. Ele provavelmente é a melhor escolha ali. — Saori passou pela porta. — Obrigado, Aldebaran.

— Dois noiados, um chorão e um neném inocente… claro, não pode dar errado — Shaka comentou baixo, seguindo os outros dois para dentro do SPA. — Ao menos alguns momentos de paz antes da Guerra Santa.

(...)

No templo de Athena….

Hades estava sentado um pouco mais afastado da mesa, com um bolinho de Afrodite na mão, recebendo massagem nos ombros e tendo o cabelo penteado por Máscara da Morte, que estava maravilhado com o cabelão enorme do Imperador do Inferno.

Enquanto isso, Marin estava sentada bebendo mais e mais chá, enquanto Shun bordava seu pequeno molde.

— E, sabe, depois que eu me divorciei as coisas ficaram bem complicadas lá no Olimpo. Provavelmente perceberam que ninguém realmente se dava bem com Athena, até porque ela era muito chata — Contava a história da primeira Guerra Santa. — O que eu sei é que meu irmão, tentando se livrar do embuste que a filha favorita havia se tornado, deu para ela o reino dos homens como um presente. Pelo menos tentou enfiar um pouco de trabalho na vida dela, ver se ela se orientava. Pois, falando sério mesmo, ela pode ser Deusa da Sabedoria, mas é… era extremamente estúpida.

— É interessante ouvir outras versões da mesma história. É muito mais informação do que li nos livros, já que a senhorita Saori não gosta de tocar muito no assunto — o mais novo parou um pouco de bordar para se servir com as torradinhas amanteigadas — Ainda bem que com o tempo as coisas vão mudando, as pessoas melhoram e acredito que os deuses também. Tanto que estamos aqui juntos tentando um acordo de paz — sorriu — Guerras são tão tristes! Pessoas morrem, se machucam feio e se sujam.

— Um dia eu vi um filme sobre guerra com a minha namorada… — Máscara da Morte começou a trançar os cabelos de Hades. — Me emocionei e ela ficou rindo da minha cara. É realmente muito cruel o que acontece com as pessoas.

— Mas Mascrinha, você literalmente mata pessoas e deixa a cabeça delas de enfeite…

— Eu só mato quem merece, tá bom? Aff garota, que insensível!

— Não estamos aqui para falar de mortes. Afinal, vocês querem impedir a Guerra Santa, estou certo? — Afrodite cortou. — Senhor Hades, por falar nisso, o senhor chegou em alguma conclusão?

— Algumas — passou a língua entre os lábios, mas logo se conteve. — Enfim, uma delas é que vocês realmente precisam do Aiolos para essa tal sessão de terapia. Se vocês, que são os mais “normais”, já são meio lerdinhos, imagino os outros…

— Magoou… — Shun até deixou sua torradinha em cima da mesa, ofendido.

— Você não, querido. És perfeito do jeitinho que veio ao mundo.

— Pelado? — Marin ergueu uma sobrancelha.

—  Não, Marin. Pelo amor da Deusa, come mais pão e bebe mais chá, você calada é uma poeta — Afrodite empurrou mais uma cesta de comida para perto da amiga.

— De qualquer forma, irei revivê-lo e discutir as condições de paz com minha sobrinha. Talvez voltar algumas vezes, quem sabe? Estou tendo a tarde mais agradável desde, sei lá, uns cinco milênios.

— Quer dizer que o senhor já vai embora?

— Você quer que eu vá embora?

— Não é isso. É que soou como uma despedida para mim — resmungou o mais novo.

— O dever me chama, rapazinho. O inferno fica cada dia pior, os espectros são insolentes e não posso confiar nos Deuses Gêmeos sozinhos. O Thanatos ainda por cima… ele deixou o Sísifo fugir do inferno duas vezes, não dá certo.

— O cavaleiro de Ouro…?

— Marin, come. Pelo amor de Zeus, come e não para de comer — Máscara da Morte já estava se aborrecendo.

— Não, não. Era o dos tempos mitológicos mesmo.

— Mas por que não tem mais confiança nele? Os tempos mitológicos já foram têm uns… uns sete mil anos?

— Sim Marin, já foram. É difícil confiar em alguém quando ele já falhou contigo uma vez. Eu perdoo, claro que sim, mas não me esqueço.

— Olha, meu pupilo, o Seiya já fez muita merda, tipo, muita merda mesmo. Algumas coisas são até difíceis de esquecer, pois ele acaba cometendo os mesmos erros. Tipo não separar as roupas limpas das sujas e o quarto dele fica mais podre do que um lixão — aquela linha de raciocínio não parecia ajudar muito, mas deu um tapa na mão do canceriano que tentou enfiar outro bolinho sua goela abaixo — O que eu tô querendo dizer é o seguinte. Todo mundo erra, até mesmo as pessoas das quais amamos e precisamos ser um pouquinho mais tolerantes, afrouxar um pouco as rédeas. Querer tomar o controle sempre é desgastante. A gente se estressa, perde a paz, fica dolorido e fica difícil ficar de boa. 

— Obrigado pelo comentário, Marin. Não acrescenta nada na minha vida, entretanto é legal saber seu ponto de vista.

— Acho que ela quer dizer para dar mais uma chance para ele. Com certeza esse senhor Thanatos quer se redimir com o senhor.

— Eu entendi, querido. Só que não é a fala de alguns mortais que me fará mudar de ideia sobre o comportamento daquele Deus.

— Tem razão, senhor Hades. Eu faria o mesmo — Afrodite sorriu — Aliás, o senhor está belíssimo com essas tranças!

— Rapaz, você tem jeito com isso! Nem vou desmanchar no caminho.

— Sempre que precisar estou à disposição — sentou-se no chão, ao lado de Afrodite. — Foi a Sam que me ensinou a fazer, algum dia você precisa conhecê-la, vocês se dariam bem.

— Com certeza irei — “Algum dia ela vai morrer”, pensou. — Obrigado mais uma vez.

Nesse instante ouviram a tranca da porta ser aberta. Volveram os olhares na direção do barulho, deram de cara com Athena sorrindo boba. Ela caminhou até os demais, invocou seu báculo e apoiou a mão na cintura.

— Como foi a conversinha? — “Se não se mataram, já está ótimo” — Belas tranças, tio.

— Obrigado, Athena. Passamos uma hora muito agradável, pensei sobre suas propostas e aceito ambas. O que eu gostaria é apenas de fazer um encontro para ponderarmos as condições do tratado de paz.

Saori deu um suspiro de alívio tão genuíno e puro que tirou risos de alguns.

— Compreensível, tio. Podemos cogitar isso agora mesmo, para que o senhor não precise faltar mais vezes de seu trabalho.

— Perfeito — levantou-se. — Mas em particular, certo? — a garota acenou positivamente com a cabeça.

— Ah… espera, senhor Hades — Shun correu até o maior, segurando o bordado contra o peito. — Queria dar isso de presente ao senhor, pra… sabe, não esquecer dessa tarde tão importante!

Ele esticou as mãos e mostrou a moldura, que tinha um desenho simples e meio tortinho de uma lua. Hades quase sorriu, porém pegou a moldura e logo tratou de manter a postura séria.

— Quantos anos você tem mesmo?

— Dezoito, por quê?

— Nada não. Obrigado pelo presente, Shun. Não sei muito bem onde guardar molduras, então aceito dicas — bateu levemente nas costas do cavaleiro de bronze — Para um próximo encontro. Até lá, irei guardar com muito carinho — “O ser humano mais lerdinho, mas eu gosto dele.” — Ah, e antes que eu me esqueça…

Ele ergueu a mão e estalou os dedos. Nesse instante, Aiolos apareceu no meio da sala e caiu de bunda no chão, logo resmungando:

— Ai! Quem foi o… — olhou ao redor e reconheceu Máscara da Morte e Afrodite. — Opa! Oi pessoal! Tão em choque porque, gente? Parece até que viram um fantasma!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham se divertido com a leitura. Acho que esse final promete mais uma para a sequência. O que será dessa sessão de terapia? Bom, isso veremos na próxima história. Até lá! :)
Links do #cdzestereotipoverso :
“As doze casas estereotipadas” - https://fanfiction.com.br/historia/797005/As_Doze_Casas_Estereotipadas/
“Palestra Picante” - https://fanfiction.com.br/historia/802079/Palestra_Picante/



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