PARADOXO - Seson 3 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 2
Capitulo 2 - Origens Secretas


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes!
Então, espero que curtam o capitulo novo.



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CONNOR

Star City tem sido meu lar a mais tempo do que me lembro. Provavelmente por que essa cidade se tornou a minha primeira referência de segurança, mas não pelos motivos lógicos. Quando a conheci ainda era uma cidade em chamas, muito perto de se tornar uma espécie de Gotham. Um dos Condes Vertigo que por sua vez parecia ter cérebro, rastreou minha localização em Central City e explodiu a casa na qual eu cresci. O tal Vertigo da vez, foi tão louco que tocou em algo que está além da linha imposta pela moral do Arqueiro Verde. A família.

Tudo o que aconteceu em seguida foi turvo e incompreensível para um moleque aos oito anos de idade. Me lembro de ser tirado da cama por meu padrasto, a casa explodindo enquanto eu tentava compreender como era possível um helicóptero estar estacionado em nosso quintal. Minha mãe biológica Sandra Hawke, se despedindo com olhos marejados enquanto soldados que hoje sei que faziam parte do CADMUS a levariam para o outro lado do mundo, com um garoto órfão que se parecia comigo.

A primeira vez que meus pés tocaram essas ruas, estava assustado e confuso, mas me lembro de um raio amarelo que corria em volta da pista de pouso, tão rápido que pensei ser magia. O raio me deixou ao lado de Felicity Smoak, a primeira coisa a tomar foco após ser levado pelo tufão foram olhos cheios de emoção e amor da mulher que se tornaria minha nova mãe.

“Finalmente, meu garoto está aqui!” ela sorria ou chorava, eu não conseguia assimilar com certeza. “Vou proteger você.”

Foi a primeira coisa que me disse, e sua determinação era tamanha que não me importei por ela ser uma pequena garota linda e fisicamente frágil, com olhos que brilhavam mais do que as luzes que saiam do meu boneco do Flash, para minha madrasta eu já era seu filho. E por maior que tenham sido as dificuldades ao longo dos anos, sempre cuidamos e protegemos nossa família, por que é isso que um Queen faz.

Minha mãe adotiva me acalmou, limpou e ficou ao meu lado a cada segundo dos três dias seguintes. Ela parecia já me conhecer e esperar a muito tempo, me tratando como se fosse o modelo mais recente de videogame que recebeu de presente no seu aniversário. Só quando meu pai chegou, depois de caçar e parar a ameaça que pairava sobre mim foi que Felicity Smoak deixou que outra pessoa se aproximasse. Não entendia seus olhos marejados, ou o sorriso constante que era incapaz de tirar do rosto. Claro que hoje eu compreendo que tudo foi consequência dos “spoilers” do Wally, mas naquele momento ela era o sinônimo de proteção para mim. Nada de mal aconteceria enquanto estivesse em seus braços.

O mesmo não aconteceu com o garoto que estava com Sandra. A morte do menino destruiu uma parte enorme dentro dela. Milo, meu padrasto arriscou a própria vida para salvá-lo, mas não foi o suficiente. Nem mesmo a equipe de heróis que meu pai reuniu para fazer a “escolta” do menino enquanto fugiam foi o bastante. Apenas uma noite, foi o necessário para recriar todo o meu mundo.

Nunca mais fui olhado da mesma forma por minha mãe biológica e consigo entender o motivo. Sei que ela me ama, mas a culpa pela morte de uma criança deve ser algo sufocante. Sempre que via meu rosto se lembrava do dele, se lembrava da escolha que fez. Talvez isso tenha me levado ao mosteiro de Ashram em minha adolescência, eu precisava de espaço e ao mesmo tempo tinha sentimentos demais que não compreendia. Como deveria seguir treinando para poder me proteger, meu pai sugeriu esse local. Ashram me ensinou a equilibrar minha dor e transformá-la em força, unificar minha mente e corpo para que não me contamine com mágoas ou perdas passadas. Mestre Jesem costumava me levar para as montanhas mais altas e de difícil acesso, onde treinávamos durante o dia e meditávamos a noite

Antes eu simplesmente ficava parado em algum lugar do Bunker, vendo Lunna ou Felicity trabalhar quando precisava colocar minha cabeça em ordem. Mas agora as coisas estão complicadas, Felicity está ocupada em uma missão, e não acho que minha presença constante possa fazer bem a minha esposa no momento. Então de alguma forma estar no alto de um prédio protegendo Star City é o mesmo de contemplar o silêncio em uma montanha, como costumava fazer com mestre Jesem. Isso se montanhas fossem repletas de sujeira, barulho do trânsito e cheiro de urina, mas ainda assim sou capaz de organizar melhor meus pensamentos contemplando a floresta de pedra a minha frente.

Tento me adaptar as mudanças e aceitar o que estão impondo, mas não tenho mais o mestre Jesem para recorrer, e pela primeira vez desde que deixei o mosteiro sinto falta daquele velho que cheirava a coentro, salva e sal marinho. Sem que percebesse Wally passou a me aconselhar e dar suporte em assuntos que eu não sou capaz de verbalizar, Sara sempre soube o que fazer para me ajudar a enxergar o melhor caminho e Isis me mantinha focado o suficiente para impedir que a escuridão em minha alma se expandisse. Os três juntos eram a minha montanha, o que mantinha focado.

A oito meses não me imaginaria fazendo isso sem eles, não passaria por minha cabeça o que nossas vidas se tornaram. Meus pais, John e o Flash saíram em uma espécie de jornada oculta da qual finjo não ter conhecimento. Espero que tenham alguma sorte, por que sinceramente mal posso me lembrar do que é ter esperanças. Acho que crescer com alguém cria uma espécie de vinculo que não pode ser descrito, dependemos uns dos outros sem nem mesmo nos dar conta. Mas Wally se desintegrou diante dos meus olhos e foi o começo de uma queda que ninguém esperava.

Depois Sara se foi, não a culpo. Me afastar de Lunna é fisicamente doloroso, e sendo a âncora do Wally não imagino a dor com que precisa aprender a conviver. Mas a ausência da Artêmis criou um vazio com o qual o Arqueiro Verde não pode lidar. Ir a campo sem ela é como perder um dos meus braços, e agora mais do que nunca preciso estar completo.

E tem minha irmã... Mal posso pensar em Isis sem conter a fúria que cresce em meu peito. A verdade é que não posso entende-la, nós nos protegemos e cuidamos uns dos outros e ela simplesmente ignora tudo o que acontece. Talvez seja minha culpa, afinal eu a levei ao Lodai, eu fiz com que ela ganhasse aquela faca do inferno. E quando teve a oportunidade de não ver mais o futuro ela pode ter percebido que uma vida normal é melhor. Menos assassinatos e perdas, acho que todos os instintos que sempre a levaram a contrariar nosso pai, finalmente tomaram conta a fazendo desistir do “negócio da família”.

—Idiota - murmuro para o nada, irritado com a praga da minha irmã que só de lembrar arruinou toda a minha meditação. -Não é com você, Wayne -falo em seguida, sem muito saco para alimentar o ego de morcego dele ao fingir não perceber sua presença. -Não pensei que estava falando sério quando disse que ficaria.

—Nunca fui de jogar conversa fora -responde se sentando ao meu lado no parapeito do prédio, em seu uniforme de Robin.

—Você não saiu aniquilando os bandidos de Gotham, ou cogitou aderir aos hábitos da parte materna de sua família - comento, só por que não ter mais o que fazer. E escuto um riso fraco de Damian, que me faz olhá-lo com espanto.

—Tenho escutado muito isso -murmura entre o riso. -A parte divertida é que mesmo não estando descontrolado as pessoas não baixam a guarda quando estou por perto -ele respira fundo e seu rosto volta a forma sem expressão que costuma ter. -Só acho que um de nós precisa manter o foco -ele me olha de lado, e posso ver o julgamento nas entrelinhas, agora sim parece ser um Wayne. -Deveria ser o líder, mas entendo que suas baixas foram maiores do que a do restante de nós -dá de ombros e observamos dois homens que passavam por um beco escuro, desviamos os olhos ao ver que não estavam procurando escuridão para cometer nenhum tipo de crime.

—Que bom que ainda se considera parte da equipe -digo com sinceridade o olhando. -Independente do que aconteceu com você e a...

—Isis me obrigou a lidar com o que tenho de pior – começa a dizer e pela primeira vez consigo enxerga-lo como um adulto, não era como se ela não o irritasse, por que estava claro como se continha por estar falando com o irmão de sua ex, mas Damian parecia em paz. -Por algum motivo, percebi que fazer parte de algo não é a pior tortura do mundo – dá de ombros.   – Sem falar que a Lunna fez o melhor upgrade que meu PC já teve em toda a vida útil dele, só isso já vale a estadia na equipe – tento não sorrir, mas a forma que ele fala sobre ela me lembra de como minha Lunna costumava ser.

—É, odeio admitir -respiro fundo me levantando e ele faz o mesmo. -Mas você está certo, Wayne. – Damian solta o que me parece um riso engasgado.

Oito meses atrás.

—Pensei que tudo o que nós aprendemos com os últimos anos, foi que viagens no tempo não são boas. -Damian murmura para minha irmã que não tirava seus olhos do novo velocista.

Estávamos espalhados pela caverna do Arqueiro, olhando para Wally e o tal Bart no centro. Lunna tinha o semblante contrariado e parecia concordar com o Wayne, mas Sara e Wally estavam em uma espécie de conflito interno que não nos permitia dar opiniões oficiais. Nossos pais chegam e Barry vai se juntar ao filho e ao que parece ser seu neto, seu semblante era um espelho do Wally, como se estivessem girando por um minuto prendendo a respiração.

—De novo? -meu pai me diz em voz baixa e não parecia tão feliz em conhecer o mais novo membro da família.

—Quantos deles já são no total? -John murmura para ele que dá de ombros como se dissesse “Muito mais do que deveria”.

—Precisa de ajuda com o que? -resolvo tomar frente, por que ninguém ali parecia disposto a falar, Felicity estava em uma espécie de transe, como se fizesse várias contas repetidamente em sua mente.

—Estamos em guerra, e todos já caíram -os olhos do garoto se perdem por um instante, como se visse algo terrível a sua frente. -Não tenho mais a quem recorrer, o Flash de vocês pode ser a nossa única esperança.

—Eu tenho que ir. -Wally sussurra para Sara que não parecia discordar, depois se volta para Barry. -Vocês me ajudaram quando eu precisei, não posso negar isso ao garoto.

—O que fazemos, deixamos isso em família? -pergunto a meu pai que observava tudo com um semblante que nunca havia visto antes, ele estava distante como se assistisse fatos dos quais não tem a menor intensão de participar.

—Você é o líder deles, seu time, suas escolhas -me diz, fazendo Lunna e eu o encaramos como se aquele Oliver fosse alguém completamente diferente, John tinha a mesma expressão como se não fosse interferir em algo que não lhe diz respeito, mesmo o garoto em questão podendo ser seu neto.

—Não posso decidir isso por você. -Barry toca o ombro do Wally e começa a sair sendo seguido por meus pais e John.

—É, parece que finalmente estão nos tratando como adultos. -Isis tinha os olhos arregalados em choque, enquanto Damian dava tapinhas em suas costas como se a acalmasse. -Por que é que não gosto da sensação?

—O que vocês enfrentam? -pergunto ao garoto que olhava ao redor como se tentasse ver as versões mais velhas de nós mesmo, o que não é nada agradável.

—Eu sou seu pai? -Wally parece deixar a pergunta escapar, mas todos nós ficamos em silêncio, enquanto o garoto solta uma risada divertida e tenta se controlar para responder.

—Sou filho de Don Allen, pode relaxar Tio! -responde e Sara fica claramente aliviada, enquanto Wally se apoia nela.

—Isso é muito bizarro, Don é um moleque... -Wally parece falar sozinho.

—Claro, claro. Tudo chocante. -Damian diz impaciente. -E a tal guerra?

—Preciso que meu tio venha comigo, não consigo lutar sozinho...

O garoto magrelo e pequeno de mais para quem alega ter quinze anos, mexia nos cabelos castanhos acobreados que tinham o tom quase igualados a sua pele. Parecia perdido, naquele momento percebo que Wally já tinha se decidido e Sara estava tão comovida quanto ele. Isis tinha a mão sobre a Katoptris, como se esperasse que alguma visão a ajudasse a escolher um lado, mas não parecia ter sucesso. Lunna não expressava reação, o que no dicionário dela era apenas sua forma de ser contra e não querer ofender seus melhores amigos. Damian não sofria do mesmo conflito moral, e revira os olhos no momento em que Wally decide ir com o menino.

—Bart -o chamo tentando parecer natural. -Pode nos dar um momento? -o menino assente e desaparece em seguida. -Deveríamos votar -proponho e Wally franze o rosto.

—Connor, ele é minha família -sua indignação é notável, não me abala, mas Lunna se encolhe ao meu lado.

—Quando você voltou tinha provas -ela murmura baixinho e Wally se volta para ela, posso ver como seu olhar desapontado a machuca.

—Pelo que escutei, usava o uniforme que Barry estaria usando na época e tinha bilhetes escritos a mão por Felicity e Oliver. -Damian acrescenta, dando peso ao argumento da minha esposa.

—E uma carta -digo erguendo a sobrancelha.

—O garoto soube dizer todas as nossas identidades – Isis nos lembra.

—Se viesse do futuro, também saberia. Nós provavelmente estamos registrados em algum livro de história a essa altura – Damian desacredita seu argumento, recebendo um olhar irritado da minha irmã.

—O que você faria se um filho deles?  - aponta para Isis e Damian que fazem careta quase ao mesmo tempo com a ideia apressada -aparecesse por aqui te pedindo ajuda.

—Exatamente o que estou fazendo agora -minha calma parece o enfurecer ainda mais. -Contaria com vocês para me ajudar a ver os fatos com clareza, tenho consciência que não penso direito quando minha irmã está envolvida em algo.

—Em outras palavras, você é contra – resume com certo desgosto.

—Não, não tem a ver com ser contra – Lunna começa encarando os dois pela primeira vez. – O que estão enfrentando? Qual a ameaça? Poderes, fraquezas? Já possuem um plano para detê-lo? -ela puxa o ar pela boca antes de continuar. – E se a resposta for sim, qual é esse plano? Onde você se encaixa nele?

—É o básico – Damian faz o favor de acrescentar sem nem um pouco do tato que Lunna estava se esforçando para ter.

—Ele não tem tempo para seus inquéritos, Hawke – Wally diz de forma seca, e não sei dizer se falava comigo ou com minha esposa, mas ela se encolhe ao meu lado. Babaca.

—Não voltou no tempo quando pensou que Sara estivesse morta por um motivo -respondo começando a perder a calma. -A primeira vez nos custou muitas vidas, dessa pode custar ainda mais.

—É o futuro Connor, não vou mexer em eventos que já aconteceram! -grita irritado, me encarando de frente, nossos narizes quase encostando no do outro.

—É um ponto. -Isis pondera.

—Parece um empate. -Damian conclui, não era necessário dizer em voz alta, todos sabíamos quem estava contra ou a favor.

—Ele vai. -Sara diz decidida.

—Ninguém aqui disse para ele não ir – afirmo. – O problema é correr as cegas. Não somos novatos.

 -Olha Connor, sentimos muito, mas é a nossa família que está em jogo -ela caminha parando em minha frente e posso ver a súplica em seus olhos, o que sempre me faz ceder.

—Eu não concordo – murmuro só para ela que assente. -Tem alguma coisa errada nessa história – aviso. -Mas se quer mesmo fazer isso, nós deveríamos ir junto.

Nesse momento Bart estava de volta, com um sanduiche enorme em uma das mãos e um refrigerante na outra. -Aceita? -pergunta olhando em volta com a boca cheia de comida e apenas negamos com semblantes demonstrando variados níveis de nojo. -Vocês não podem ir -continua a falar de boca cheia. -Se meu tio tiver que fazer um portal, não vai ter força suficiente para me ajudar a lutar -sua atenção está completamente voltada para a comida e me sinto grato por Wally sempre fazer isso em alta velocidade. -E o pior... Vocês podem ficar presos para sempre no meu tempo, já pensou que Paradoxo isso seria?

 

Agora...

Deveríamos ter o acompanhado, tudo em mim gritava para não deixar Wally sozinho. Mas existem coisas que são como traços permanentes em nossa personalidade, Sara e suas escolhas, respeitá-las é um dos traços permanentes na minha. Por essa razão não pude impedi-la quando resolveu partir, não posso simplesmente invadir aquela maldita floresta e arrastá-la para Star City. Só o que mudou agora é que a vontade de Sara está batendo de frente com o que preciso fazer por Lunna, e esse dilema tem tornado meus dias um inferno.

—Não vai ter ninguém. -Robin diz quando observamos o sistema de segurança do prédio onde recebemos o alerta de invasão.

—Bem ali -aponto para o cofre. -Cinco pessoas.

—E nenhum raptor -continua. -Esse maldito padrão já está enchendo o saco, na boa.

—Só temos que salvá-los, depois descobrimos quem está fazendo isso -digo desativando o sistema. Robin assente e já começa a andar em direção ao cativeiro.

Quando crianças nossa dinâmica era simples, eu liderava por ser maior e mais forte do que eles. Wally era nosso bode expiatório, por que seja o que ele tenha feito quando voltou no tempo, o isentou de quase todos os castigos que normalmente levaríamos. Bastava uma frase e nossos pais estavam suspirando, a parte incrível é que seu caráter sempre foi tão sólido que nunca usou disso para se safar de nada, o que consequentemente o tirava de qualquer problema com os adultos. Isis era por falta de definição uma espécie de Gato de Botas, todos sempre a viam como algo frágil e extremamente fofo, pode chamar de ceticismo fraternal ou o que quiser, mas nunca colou. Ela é inteligente como Felicity e mortal como meu pai, se eu fosse um bandido e me perguntassem se preferiria ser trancado em uma sala com o Grood ou com minha irmãzinha, sinceramente não teria ideia de qual opção escolher. Mas nada disso se comparava a Sara Diggle. Sempre fomos irmãos de pais diferentes, ela nunca se intimidou com meu tamanho ou força e sempre me enfrentou cheia de coragem. Sara era uma espécie de beta, nós crescemos com o mesmo mentor, aprendemos a ser silenciosos e objetivos. Nunca precisamos explicar um plano para o outro, só nos colocavam em posição e todo o resto se tornava consequência.

É frustrante correr ao lado do pequeno morcego, não que tenha tão pouco que explicar muita coisa para um Robin, acho que anos ao lado do Batman te ensinam a sentir o clima e seguir comandos mudos. Quase um intensivo em interpretação corporal. Mas ter alguém me dando cobertura é como reconhecer que não tenho mais nenhum dos outros três. E como irmão mais velho de todos eles, não tem como encarar isso de outra forma que não seja fracasso.

Oito meses atrás...

—Estamos mesmo fazendo isso. -Damian reclamava enquanto Wally se despedia de todos. -Por que não o impede? -ele me olha de lado, como se esperasse que eu travasse um combate mortal com o homem mais rápido do mundo, não que parte minha não quisesse muito fazer isso.

—Não tem como -respondo entre dentes e sinto a mão de Lunna em meu braço.

Observamos Wally abraçar Sara e os dois se olham por muito tempo, memorizando o rosto um do outro. Desvio meus olhos quando eles se beijam, aquilo era pessoal demais para ser observado. Em seguida ele abraça minha irmã que sussurra algo em seu ouvido o fazendo dar risadas. Sinto Lunna sendo puxada e no mesmo instante ele a levantava em um abraço de urso que deixou seu rosto completamente vermelho.

—Não vai me deixar ir com essa carranca, vai? -dizia enquanto a colocava novamente no chão.

—Só... -parecia não querer completar a frase -não parece que vai estar se... se... seguro. -Wally inspira teatralmente levando as mãos ao peito e me olha emocionado.

—Então é assim que você se sente? -brica recebendo um soco dela no mesmo instante. -Ai!

—Você mereceu -falo apertando sua mão. -Só não faz merda.

—Não vou -responde agora sério e olha para Damian que revira os olhos antes de receber um abraço de Wally. -Não precisava fazer isso, mas vou correr mais feliz ao me lembrar da sua cara de espanto -dessa forma ele desaparece e ficamos olhando uns para os outros tentando medir as consequências das nossas escolhas no futuro.

 

Agora...

Voltamos para a caverna da mesma maneira que tenho voltado nesse mês inteiro, frustrados. Mas independente da falta que sinta do resto do time, Robin parece entender e respeitar o meu silencio. O que não é desconfortável, nenhum de nós é chegado a conversas emotivas e no andar da carruagem se abrimos a boca, é só o que pode acontecer. Definitivamente não vou me debulhar em lágrimas nos ombros do Wayne. Vou me trocar e o deixo ocupando a cadeira de Lunna, com os olhos perdidos nos monitores.

—Com mais essa e a que fui na noite anterior, já somam seis empresas em falência. O que deveria ser algo preocupante para qualquer cidade – me sento nos computadores de Lunna e Robin desliza a cadeira que estava para o lado a fim de me dar espaço. – Meu pai ocupa uma cadeira no senado agora, não tenho acesso livre a prefeitura. Talvez se ele estivesse aqui pudesse conseguir mais informações com algum contato – olho em volta quase esmagado por minha própria frustração. -Ou a Lunna poderia invadir os arquivos deles -o que faz surgir uma ideia...

—Nem me encara – ergue as mãos em rendição. -Se nós formos até lá, posso entrar no que quiser, mas haquear dessa distância sem deixar rastros é outra coisa.

—Tem alguma suspeita? – pergunto e Damian se afunda na cadeira, exausto.

—Eles são basicamente fantasmas, Connor – admite com certa irritação na voz. – Não deixam nenhum tipo de rastros, nunca vi uma cena de crime tão limpa antes, parece que ninguém nunca esteve naqueles cofres.

—Foi exatamente o que Lunna falou – só pensar nela faz algo esmagar em meu peito, mas a visão de Damian escondendo o rosto entre as mãos apoiadas em seu colo me leva a forçar minha própria dor, a colocando em modo de espera. – O que está acontecendo com você? – viro minha cadeira em sua direção e cruzo os braços exigindo uma resposta. – Não me entenda mal, é muito bom que esteja me apoiando, ainda mais agora que isso aqui parece mais um mausoléu do que um QG – gesticulo para o bunker em nossa volta. – Mas Dam, nós te procuramos e você disse que precisava se distanciar depois de tudo, agora não parece mais o cara quebrado que encontrei em Gotham.

—Eu vim por uma informação, sexta passada. – ao me olhar, Damian parece um garoto comum, com problemas normais e uma vida razoavelmente dificil que qualquer jovem que acabou de sair da adolescência julga ter. Mas seus olhos nem de longe são os olhos de um adolescente, a dor neles é provavelmente um reflexo mais fraco de como devem estar os meus. -Precisava que Lunna confirmasse uma coisa – sua voz desce uma oitava ao dizer o nome dela, e entendo o porquê da dor em seus olhos. – Nunca vi ninguém chorar como ela estava chorando quando cheguei, Con. – esfrega o rosto antes de voltar a falar. – Era como se estivesse sofrendo algum tipo de tortura – prendo o ar, me esforçando para não visualizar a cena. – Aqui, olha isso.

Ao literalmente me empurrar para o lado fazendo minha cadeira sair deslizando para a sua ocupar o meu lugar, Damian começa a mexer no sistema de segurança do Bunker e volta no dia em que encontrou Lunna aqui.

Nas filmagens eu saio e ela trabalha por um tempo, com muito esforço para se focar, era como se estivesse com um vizinho chato escutando música ruim no último volume. Por fim desiste e se levanta indo em direção aos manequins onde ficam os uniformes de Sara e Isis, se senta em frente deles abraçando os próprios joelhos e rompe em um choro tão forte e doloroso e sinto as lágrimas se acumularem em meus próprios olhos.

Damian percebe e por mais que pareça tão desconfortável quanto eu, consegue adiantar um pouco o vídeo. Lunna não se move, mas depois percebi que ela não conseguia fazer isso, estava provavelmente sentido uma dor absurda. Mas a velocidade em que se deita me faz duvidar dos meus próprios olhos.

—O que foi isso? – questiono com a voz mais rouca do que o normal.

—Não fui eu. – Dam volta e repassa a imagem. Não conseguimos ver o momento em que ela se deitou. – Parece que foi editado, acha que pode ser isso?

—Olha o timer, não bate – volto até o momento em que sai. Depois adiantamos para quando Damian chega e não havia nenhuma edição.

—Isso é bizarro – murmura. – Não vai querer ver o resto – para quando se senta ao lado de Lunna, mas ignoro e volto a deixar o vídeo rolar.

Ele basicamente fica ao lado dela, não diz nada. Algum tempo depois, Lunna pega no sono e Damian retira o casaco que usava, o dobra com cuidado e coloca sob a cabeça da minha esposa, depois vai mexer no sistema de aquecimento do bunker e se senta em um degrau, com ar de quem está a ponto de explodir, nesse momento eu paro o vídeo. Não tenho que ver a dor do cara e esfrega-la na cara dele.

—Obrigado por ficar com ela – falo cheio de sinceridade.

—Vocês dois tiveram que limpar sozinhos, a bagunça que nós seis fizemos – limpa a garganta e sua voz grave estava mais baixa. -Eu não imaginava que estivessem assim, ou não teria saído.

—Damian, com o sumiço de Wally, o termino e Isis deixando de ser a Nigthmare, não tem como te julgar por dar um tempo daqui – o tranquilizo, mas um meio sorriso de quem não acredita muito na veracidade de minhas palavras é só o que recebo como resposta. -O que queria dizer? – retomo o assunto inicial. Damian me olha sem entender. – A Lunna, na noite em que voltou.

—Ah, isso – ele endireita o corpo na cadeira, e espero enquanto se recompõe. – Ela disse uma coisa na manhã seguinte que me fez pensar que talvez pense a mesma coisa do que eu – apenas o encaro, esperando que desenvolva. – Tudo o que estamos passando, essas mudanças estranhas e até mesmo o desaparecimento do Wally, não são algum tipo de consequência da viajem no tempo que ele fez?

—Quase tudo mudou depois daquilo – pondero.

—Quase? – franze a sobrancelha.

—Isis já estava diferente, pode ter agravado depois de Wally viajar, mas começou a se afastar um pouco antes. Lembra dela faltando ao aniversário de Felicity?

Mesmo Damian estava naquela ocasião e Isis alegou ter que fazer algo urgente para a faculdade. O rosto dele perde um pouco de energia, mas assente com um aceno de leve com a cabeça. – Ela ainda usava a Katoptris, acho que encontrou a arca algumas semanas depois, antes da invasão do Brainiac.

—Nunca gostei daquela adaga e vai pensar que sou louco ao dizer isso – ele ergue a sobrancelha, como se dissesse que já sabe que sou louco. – Passei a sentir falta daquela coisa.

—Sempre pensei que quando nos livrássemos dela, tudo seria melhor, mas a verdade é que está tudo uma merda – concorda.

Oito meses atrás...

—Sentiram minha falta? -ainda olhávamos para o rastro do Flash quando Wally surge na direção oposta.

Mas não parecia nem de longe o mesmo que havia saído a pouco. Seu uniforme estava queimado em várias partes mostrando sua pele machucada, a máscara rasgada cobria apenas parte do lado esquerdo de seu rosto que estava machucado, com os olhos inchados a ponto de desaparecerem. Wally segurava o ombro direito contendo um gemido de dor e todos corremos ao mesmo tempo em sua direção quando parece perder o controle das próprias pernas.

—Meu Deus... -Lunna deixa escapar um sussurro em choque e ninguém estava muito diferente.

—Precisam ver o outro cara -tenta fazer graça quando Sara o envolve preocupada, mas cuspir o próprio sangue não ajudou a diminuir a tensão.

—Ele precisa de atendimento. -Isis se desespera.

—Acabei de mandar uma mensagem para a Caitlin. -Lunna diz secando uma lágrima na face e começa a chamar o elevador que nos deixaria na área hospitalar da caverna.

Damian e eu o erguemos com cuidado sobre a maca e antes que estivéssemos dentro do elevador, vemos Cait sair de uma das brechas abertas por Cisco e nos acompanha. Dam troca de lugar com Sara e fica entre Isis e Lunna enquanto levávamos o Wally. Preciso conter minha vontade de perguntar, os olhos de Wally estavam presos nos de Sara, como se tivesse passado anos sem vê-la.

—Vai ficar tudo bem -ela sussurrava em meio ao choro e mesmo morrendo de dor Wally abre um sorriso largo. -Caitlin, acho que ele deve ter algum edema cerebral. -Sara sussurra e o sorriso de Wally se transforma em uma risada misturada com gemidos de dor.

—Hey. -Cait o chama e ele desvia seus olhos da esposa a contragosto. -Pode contar de um a dez para mim? -ele revira os olhos antes de obedecer, nós o passamos da maca para a cama hospitalar e levo Sara de volta para o elevador.

—O que conseguiria fazer aquilo com o Flash? -seus olhos se perdem e seguro sua mão tentando passar o mínimo possível de conforto. -Wally tem tanto treinamento quando nós dois, mesmo se não pudesse usar seus poderes, me pergunto quem conseguiria machucá-lo a esse ponto.

—Não tenho ideia, Sarinha -respondo cansado. -Mas sei que não podemos perguntar.

—Malditas viagens temporais! -pragueja abraçando o próprio corpo.

 

Agora...

Aquele foi o marco zero que desencadeou toda a merda em que estamos atolados. Lunna e Damian perceberam isso e se for analisar agora, me sinto um idiota por não ter chegado a mesma conclusão. Meus pais podem ter sucesso com o que estão procurando, ou não, só sei que não posso mais sentar e esperar.

—Talvez devêssemos voltar no tempo -solto por impulso fazendo Damian franzir as sobrancelhas.

—Não sei como te dizer isso... -olha em volta e bate os dedos na mesa, como se tentasse organizar os próprios pensamentos. -Não quero chutar quem já está no chão, mas foi mexer no tempo que começou o problema -então ele passa a falar tão rápido que só sou capaz de acompanhar graças aos meus anos ao lado de pessoas como Felicity, Lunna e Wally. -Einstein pensava que o tempo fluía como cordas. Passado, presente e futuro coexistindo. Se essa for a verdade, a simples existência dos Flashs pode criar ondas enormes nessas cordas, gerando até mesmo realidades paralelas.

—Como quando Isis tinha visões com a gente, mas não eram mesmo com a gente -pondero.

—Basicamente -ele parece frustrado ao se levantar. -Por esse motivo eu procurei pela Lunna -solta um riso nervoso e se apoia em uma das bancadas. -Preciso de alguém que possa rebater meus argumentos, ver os erros da minha teoria.

—Lunna... -sinto toda a energia me deixar. -Phill veio passar alguns dias em casa e perto dele, ela quase volta ao normal. Mas tenho receio de forçar qualquer coisa e acabar tornando ainda mais dificil. Pensei em voltar a treiná-la, como Wally fazia...

—Mas você não consegue ser um treinador para sua esposa, estudar seus pontos fracos e arquitetar como romper cada um deles... -Dam completa. -Nós sabemos que o que faz um mestre ser bom é o quanto ele nos força a superar nossos limites.

—Wally era perfeito em fazer isso -suspiro saudoso. -Eu pararia no primeiro vestígio de medo da parte dela -confesso com tristeza.

—Entendo, mas ela precisa de ajuda. Não apenas física. -diz em tom quase empático, depois caminha em direção ao monitor e dá play no vídeo que estávamos vendo. -Talvez seja melhor procurar um psicólogo, e não é como se não conhecesse algum -sua voz é baixa e sou capaz de sentir o quanto dizer aquilo o desagradava.

—Não vou atrás da Isis novamente -respondo de imediato o fazendo recuar por instinto. Então me concentro em respirar e tentar melhorar minha expressão, que não deve estar das melhores julgando pela cara do Robin.

—Sou a última pessoa que deveria te dizer como ser um irmão, Connor -ergue as mãos no ar, em um gesto apaziguador. -Minha família é um desastre. Mas quando voltei da morte, foi o Grayson a primeira pessoa que procurei -seus olhos se perdem, como se estivesse revivendo a lembrança.

—Nós pensávamos que ele estava morto na época -me recordo e vejo uma sombra rápida de emoção passar pelo rosto de Damian.

—Eu o odiei por isso -diz entre dentes. -Quando meu pai me contou, eu quis ter continuado morto. Grayson foi a última pessoa que vi antes de ter a espada atravessada em meu peito, me lembro de sentir um segundo de alivio por ele estar desacordado -e aí está a conversa sentimental que nenhum dos dois gostaria de ter. -O que quero dizer é que família é família. O instinto sempre vai falar mais alto.

—Parece que estar temporariamente morto é uma parte do nosso trabalho -mudo de assunto, incomodado com o tópico Isis.

—Tem razão -o ânimo em sua voz faz com que o olhe assustado. -Você sabe mexer naquele programa que sua mãe criou para filmar velocistas?

Mesmo sem entender eu abro o que ele pediu e me afasto para lhe dar espaço quando começa a mexer em alguns arquivos. Minutos depois vejo o vídeo de segurança do Bunker ser convertido dentro do programa. Damian tamborila os dedos na mesa, impaciente enquanto todo o sistema é processado. Foram três minutos que pareceram uma eternidade, mas quando damos play, mal posso acreditar no que vejo.

—Bingo! -solta Damian em transe.

—Aquilo é um raio? -murmuro em choque quando uma linha prateada envolveu momentaneamente o corpo de Lunna.

Três meses antes...

 

Sara e eu olhávamos um novo esquema de treinamento que Cisco havia enviado e pretendia instalar na área de treino do bunker. Com simuladores de cidades e armas, que nos fariam parecer avatares em jogos de videogame. Encarávamos aquilo como duas crianças diante da arvore de natal, com sorrisos enormes no rosto.

—Grandão, a única coisa que sentia falta desde que deixei a Justiça Jovem foi a sala de treinamento, mal posso esperar para ter uma daquelas! – seus grandes olhos castanhos brilhavam.

—Sabe que vocês eram a “Liga de ajudantes”, não sabe? – implico, recebendo um soco forte em meu braço como resposta. – Sara!

—Se fosse feita dois anos antes, você teria sido um membro – mostra a língua de forma infantil e não consigo segurar o riso.

Mas o instinto fala mais alto e a vontade de ganhar um debate, mais alto ainda. Nós estávamos em meio a uma discursão acalorada quando Lunna sai de dentro do elevador com os olhos e a ponta do nariz vermelhos e Wally atrás dela. Ela andava bem rápido e parecia tão irritada que Sara e eu paramos de gritar um com o outro de imediato.

—Fala. – diz parando em minha frente, com seus olhos verdes amarronzados presos nos meus. Vasculho minha mente em busca de qualquer merda que possa ter feito, mas não encontro nada. – Se não falar, eu falo.

Então vejo como Wally está. Seus olhos também estão vermelhos como se estivesse chorando, com um de seus braços escondido atrás de seu corpo. Sara e eu nos entre olhamos em busca de respostas, mas estávamos mais perdidos do que um cego ficaria no combate ao crime. Ele tenta tocá-la, mas Lunna desvia de sua mão em uma velocidade absurda, que por alguma razão não me alarmou no momento.

—Lu, não posso – tem tanta dor na voz do Wally, na forma que seus olhos passam de Sara para mim que começo a sentir minha cabeça latejar.  Lunna se vira para ele, a mesma dor estava em seu rosto e talvez fosse até maior. -Você prometeu que me daria tempo. – é uma coisa bizarra, sentir vontade de desviar o olhar de uma conversa que sua esposa está tendo com seu melhor amigo, mas aquilo era tão particular que Sara e eu olhamos para o lado, até escutarmos a voz de Lunna.

—Não temos nenhum tempo, Wally. Não entendeu ainda? Nada vai mudar, não tem mais o que fazer. Você vai contar a verdade para eles agora! – ela exclama, antes de avançar e agarrar forte o braço de Wally que estava escondido atrás das costas. Lunna ergue a manga de sua camisa e encaramos a pele branca do West tremeluzir, como uma televisão antiga com recepção ruim. – Isso está a... acontecendo!

—Wally? – a voz de Sara é menos que um sussurro, ela leva as mãos a boca e seus olhos se enchem de lágrimas.

—Ele vai desaparecer. – Lunna diz, então se vira para ele que estava cheio de traição em seus olhos. -Pode me odiar, mas acredite Wally, eu me odeio muito mais pôr a maior ajuda que possa te oferecer seja isso – coloca um sorriso forçado no rosto e limpa as lágrimas com a manga de sua blusa. – Te obrigar a dizer a verdade para sua esposa e seu melhor amigo.

Então sai praticamente correndo do bunker. Deixando Sara e eu encarando Wally que tremulava literalmente diante de nossos olhos. Incapazes de fazer aquilo parar, até ele desaparecer cerca de dois minutos depois.

 

Agora...

 

 

Entro no meu apartamento e caminho em silencio pela casa. Vejo as coisas de Phillippe em seu quarto, mas nem sinal do pirralho. Quando entro em meu quarto com Lunna, encontro os dois, ele dormiu sentado com a cabeça da irmã em seu colo e suas mãos sobre os ombros dela. Escoro no batente da porta e fico os observando, como ele segura a coberta sobre a irmã mesmo inconsciente. A forma que Lunna aparenta estar segura e confortável junto dele. Como sua voz estava mais animada ao falar com ela pelo telefone mais cedo.

Volto para a sala e me jogo no sofá mesmo, sem coragem para acabar com a paz dos irmãos, sei bem o que é precisar da família por perto. Talvez Damian tenha razão, e minha irmã também seja tomada por seu instinto, talvez eu deva procurar aquela peste. Pego meu celular no bolso e disco o número de um possível aliado para isso.

“Hawke, queria falar com o Grayson e acertou o ex Robin errado?”


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Notas finais do capítulo

Pois é pessoinhas, não esqueçam de dizer o que acharam do capitulo.
Me digam também se preferem capitulos novos na segunda ou no domingo.
Bjnhos!



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