Rose Colored Girl escrita por prongs


Capítulo 1
U: to see the world through rose colored glasses


Notas iniciais do capítulo

oláaaaaaaaa, querides!!! um beijo pras minhas lindas morgan, siaht e saintjily que também postam histórias lindas hoje ♥ e preciso dizer, que coisa boa estar aqui pela segunda vez nesse mês maravilhoso.

ainda vou aparecer mais algumas vezes pelo pride, mas hoje estou aqui com as lindas lavender e parvati. eu queria muito escrever algo sobre elas desde o ano passado, acho uma dinâmica de ship muito fofa e precisamos de mais histórias de sáficas sempre, né?

é uma fic bobinha, curta e doce. espero que vocês gostem e boa leitura ♥

playlist, caso alguém queira escutar música enquanto lê: https://open.spotify.com/playlist/2G2cl5VHfoODP9eLlO5PLn?si=a473004ee7664bdb



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A mãe de Lavender sempre dissera que a garota via o mundo por lentes rosadas. Isso significava que ela tinha uma visão positiva até demais de tudo e todos, sempre acreditando no lado bom das pessoas e se negando a enxergar as cores escuras do mundo, o que a levava a ter uma perspectiva um tanto ingênua de tudo o que acontecia ao seu redor. Mas nossa história não é sobre isso.

Afinal, com o tempo, Lavender adquiriu a idade e a maturidade para que sua visão do mundo mudasse. Mesmo aos dezesseis anos, depois de ter seu coração partido por Ron Weasley, ela ainda carregava um pouco da esperança que iria se apaixonar por alguém que a trataria como uma princesa, como a pessoa mais importante do mundo e tudo o mais; mas esse, também, ainda não é o ponto da nossa história.

Nossa história começa com o fato que de tanto ouvir sua mãe dizer que ela via o mundo por lentes rosadas, Lavender resolveu comprar um par de óculos em formato de coração com lentes cor de rosa numa lojinha de bugigangas no Beco Diagonal para realmente conseguir enxergar um mundo rosado. 

Pode parecer insignificante, mas os óculos foram um dos primeiros itens que despertaram na garota uma paixão pela cor rosa. Adorava escolher pulseiras, tiaras, presilhas, casacos e sapatos nos mais variados tons, de salmão a rosa choque, além de amar penas, pergaminhos, bolsas e diversos itens de decoração para seu dormitório em Hogwarts que também fossem cor de rosa. Na aula de adivinhação, sua bola de cristal favorita, assim como seu deck de cartas predileto, era decorada em tons rosados, e sua dupla, que também era sua melhor amiga, sempre dizia como as coisas de Lavender eram extremamente fofas.

Parvati também era apaixonada por rosa, não tanto quanto Lavender, e as duas se aproximaram naturalmente com o passar dos anos pelos diversos gostos em comum; a cor rosa, fofoca, animais fofinhos, a arte de ler folhas de chá e grandes histórias de amor. Parvati que a consolou quando Ron terminou o namoro com Lavender de forma brutal em março daquele ano e fez a garota perceber que ela era muito mulher para um garoto como ele.

Lavender não precisou da ajuda de Parvati para perceber que a pessoa perfeita para ela era exatamente sua melhor amiga. A garota fez isso sozinha, observando a pele escura de Parvati em harmonia com seus cabelos negros, seu sorriso, como ela se arrepiava quando a amiga sussurrava perto de seu ouvido e como dormia melhor quando se deitava na mesma cama dela quando uma das duas tinha algum pesadelo. Não se espantou muito com o fato de estar apaixonada por uma garota, não quando fazia tanto sentido amar Parvati, que estava com ela em todos os momentos e fazia ela se sentir amada. O que a preocupou foi a perspectiva de Parvati não gostar dela de volta, e era esse o motivo de ela estar deitada em sua cama naquela manhã fria e chuvosa de primavera em maio, com os pensamentos a mil por hora.

Vendie — Parvati a chamou pelo apelido que só ela chamava, seu sotaque indiano soando como música aos ouvidos de Lavender, enquanto subia em cima da cama da garota e se deitava ao seu lado. — O que você vai fazer hoje?

— Não sei, acho que aquele dever de casa de Transfiguração sobre feitiços não-verbais e comer muito chocolate — Ela riu, tentando ignorar o barulho ensurdecedor de seu coração no peito enquanto sentia o calor do corpo de Parvati tão perto do seu.

— O que acha de fazermos um piquenique na beira do lago? — Parvati sugeriu com um sorriso animado no rosto.

— Tá muito frio pra isso, Parvati! — Lavender resmungou, se escondendo mais debaixo de seus lençóis cor de rosa.

— Então a gente pode descer pra sala comunal e fazer um piquenique na frente da lareira — A menina disse, teimosa como sempre. — Vamos, Vendie, você não vai me deixar sozinha hoje, né?

— Eu nunca te deixo sozinha — Ela protestou, automaticamente se sentando na cama. — Nem brinque com isso. Vamos logo, então!

Parvati riu, animada, e antes de se levantar, beijou a bochecha de Lavender, que corou automaticamente com o gesto. Parvati a fazia tão feliz que chegava a ser trágico que ela demorara tantos meses para notar que queria beijá-la e segurar suas mãos o tempo todo, como mais que melhores amigas.

Enquanto a amiga se arrumava, Lavender foi até o Salão Principal para catar alguns restos do café da manhã do domingo para trazê-los até a torre da Grifinória, que se encontrava vazia naquele dia chuvoso — provavelmente todos estavam na cama, aproveitando para tirar o sono atrasado da época caótica antes dos exames.

Ela estava arrumando os pratos com bolinhos na mesa de centro em frente ao fogo quando ouviu os passos rápidos e inconfundíveis de Parvati descendo as escadas, e perdeu o fôlego quando viu que a menina usava um de seus suéteres emprestado. Especificamente, Parvati estava usando o suéter de lã rosa bebê de Lavender, o seu preferido, e que definitivamente ficava melhor nela do que na dona da peça de roupa.

Lavender amava quando Parvati usava rosa. O contraste da cor, sendo ela em tons pasteis ou fortes, com o tom de sua pele, era hipnotizante e Lavender sentia vontade de beijá-la e abraçá-la todas as vezes que via a garota usando sua cor favorita como se ela fosse a dona do tom, como se ninguém mais no mundo fosse autorizado a usar nada rosa nunca mais, afinal, ninguém nunca ficaria tão bom de rosa quanto Parvati. Era simplesmente um fato.

Parvati sentou-se no chão ao lado de Lavender, sorrindo e balançando os dedos dentro de suas meias roxas ao estender as pernas. Lavender riu e ofereceu um bolinho à amiga.

— Eu acho que conheço esse suéter — Ela brincou, mordendo um pedaço de pão; ou queijo. Ela não prestava atenção no que levava à boca, não quando Parvati estava usando seu suéter predileto e sendo tão linda enquanto o fazia.

— Não consegui resistir, ele é muito lindo e quentinho. E ainda por cima tem o seu perfume impregnado nele — Parvati sorriu, e Lavender quase achou que ela estava envergonhada. — Além disso, rosa combina comigo!

A garota sorriu e mexeu no cabelo fingindo ser uma modelo, e Lavender caiu na risada. Parvati realmente ficava ótima de rosa, não era por acaso que a ruiva tinha criado um apreço maior pela cor nos últimos anos; sua amiga sempre a acompanhava em suas invenções de moda que sempre envolviam algum tom de rosa, e Lavender amava vê-la em sua cor predileta.

As duas comeram seu pequeno piquenique entre risadas, fofocas sobre os novos relacionamentos de Hogwarts (Harry Potter e Ginny Weasley definitivamente eram o novo casal do momento) e bebericadas de chá de hibisco com mel, o favorito de ambas. Em algum momento, Lavender segurou a mão de Parvati, e ela não a afastou, apenas entrelaçou seus dedos aos da garota.

— Então, vamos ler a borra do seu chá? — Parvati disse animada assim que a outra menina terminou sua bebida.

— Você sabe que eu não sou muito boa com isso, prefiro cartas e bolas de cristal — Lavender sorriu, examinando o fundo da xícara sem conseguir tirar nada das manchas cor de rosa magenta.

— Então eu faço pra você — Ela tomou a xícara com sua mão livre e fez uma expressão extremamente concentrada. — Bem, aqui está definitivamente dizendo que hoje é um dia propício pra dizer pra alguém que você gosta deles… que curioso, não é? — Parvati olhou para a amiga, que corou automaticamente.

— Por que isso seria curioso? É perfeitamente normal gostar de alguém e querer contar para eles, você sempre me disse isso.

— O que é curioso é que ontem, antes de dormir, eu fiz uma leitura do mapa estelar para a semana, e ele disse que se eu usasse rosa, alguém iria dizer que gosta de mim… — Parvati sorriu travessamente, e Lavender finalmente percebeu o intuito daquela conversa e sorriu de volta timidamente.

— Eu acho que isso é uma leitura um tanto específica para o mapa estelar da semana, Parvati, tem certeza que não se confundiu? — Ela aproximou o rosto do da garota, observando suas sobrancelhas grossas e olhos negros e grandes que podiam refletir todas as estrelas do céu.

— Eu também achei, mas tenho certeza que não! — A outra riu, ainda com o tom divertido na voz, enquanto enroscava seus pés com o de Lavender. — E foi ainda mais estranho quando dei uma olhada no meu novo deck de tarô e ele me disse que se eu usasse o suéter rosa da pessoa que eu gosto, coisas boas iriam acontecer. Extremamente curioso, não acha, Vendie?

O rosto de Lavender se aqueceu enquanto ela ria e balançava a cabeça. Nunca achou impossível que Parvati tivesse sentimentos recíprocos, mas também não imaginava que ela fosse ser tão impaciente para confessar-se. Mas, afinal, aquela era Parvati, que gostava de compartilhar todos os segredos do castelo com sua melhor amiga, e não havia nenhum motivo para aquele segredo ser diferente.

— O que eu acho curioso é como você fica melhor que eu usando o meu suéter. E todas as minhas roupas cor de rosa que você rouba, na verdade — Lavender murmurou, seu coração batendo forte em seu peito.

Parvati sorriu de volta e encostou o nariz no da menina.

— Posso continuar roubando todas as suas roupas, se você quiser, que nem namoradas fazem — As duas riram baixinho, como se estivessem compartilhando uma fofoca. — É só você me dizer se quer que eu faça isso. Ou mostrar.

Lavender não precisou de mais nenhuma palavra, já que àquele ponto não conseguia mais se segurar. Ela colocou as duas mãos no rosto de Parvati e a beijou com força e pressa, como sempre fazia com primeiros beijos, e foi como se seu cérebro se enchesse de pensamentos cor-de-rosa. O gosto dos lábios de Parvati nos seus eram rosa, assim como a sensação das mãos geladas dela em sua cintura.

Nossa história termina (ou começa) com um beijo na Sala Comunal, risadas no dormitório e mãos dadas pelos corredores da escola, e com Lavender percebendo que Parvati era sua garota cor de rosa num mundo cheio de cores brutas e sem graça, e decidindo que rosa era definitivamente a sua cor favorita.


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Notas finais do capítulo

aiiiiiiiiii, eu amo demais elas, sem condições. espero que tenham gostado, e comentários são sempre muito bem-vindos pra incentivar e fazer um autor feliz! até semana que vem com too damp for a spark ♥