Lata de café escrita por Tangerine


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Uma das minhas breves histórias no universo de KHR

?–

Apreciar.



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Capítulo único

Abre-se a porta do comitê disciplinar. Os olhos rasgados de seu líder prendem a respiração da raposa antes que possa regougar seu espanto.

Hibari empurra suavemente a porta atrás de si.

Um sorriso contido na curva da boca.

 

— Sua ousadia é quase corajosa, herbívora.

— ...

Hibari se aproxima com passos firmes.

— Quem diria — ergue o queixo. — a tesoureira do conselho estudantil é quem está por trás disso.

A raposa curva a cabeça, suas mãos se apertando a frente do busto.

Inclina a cabeça com diversão.

— Sua coragem acabou?

Ela abre a boca, puxa o ar em uma lufada gorda, mas engasga assim  que o encontra. Hibari está a sua frente, meros centímetros de distância preenchidos com nada.

Yori ergue as mãos como uma barreira trêmula.

O sorriso eufórico arrasta seus lábios e Hibari quase pode ouvir o coração dela.

 

Sua voz de tom grave a provoca:

 — Então?

Yori tenta recuar, cílios agitados espanando suas bochechas quentes enquanto olha ao redor em busca de algo que não existe, mesmo que a borda da mesa esteja em suas costas se empurra contra a lei da física, o movimento brusco faz a lata de café tombar e rolar para cair no chão.

Hibari, por um mero segundo, observa o tremor dos ombros de Yori com o estrondo.

 

— Qual o motivo de sua generosidade? — Sussurra. — Todos os dias deixando latas de café, não irá a falência, herbívora?

Yori emite uma cacofonia de sons numa tentativa de explicar-se.

Hibari está perto o suficiente para sentir os resquício de sua respiração a cada expirada. Yori resmunga um protesto ao vê-lo pegar uma das pontas do laço de seu uniforme.

 

— As outras vezes —, calmamente brinca com o tecido com o polegar. —, por quê fugiu?

Yori enruga o nariz, não era preciso muitos neurônios para saber que não há saídas quando se entra no foco de um carnívoro.

Sua voz baixa sussurra:

— Não consegui...

Ela puxa a última letra de sua setença e ele puxa fracamente o tecido para baixo, a gravata não solta para o alivio de Yori, ele puxa de novo.

— Explique.

Há silêncio. Hibari alterna entre seus olhos e os lábios. Yori resmunga uma maldição. Ele estreita os olhos.

— Não é... fácil, entende? Estou sendo amigável, veja eu não digo que pretendo forçar a amizade, ainda que não tenha uma autoestima elevada suficiente para isso, mas...  — Gaguejando bruscamente seu tom aumenta. — É, é importante manter pacificidade com os membros do...

Hibari a interrompe apertando suas bochechas com apenas uma mão, sua boca formando um beicinho. Hibari sorri com maldade.

— Bom. — entoa longamente. — E por quê se esgueirar?

Yori geme contrariada.

Seus cílios tremem tamanha a força que emprega para manter suas pálpebras erguidas.

Ela tenta falar, mas não pode, a mão dele ainda está esmagando suas bochechas.

Hibari inspira fundo uma mistura de oxigênio e shampoo de tangerina.

— Se não falar terei que puni-la.

Yori entra em pânico, resmungos soando de seu peito acelerado, mas Hibari aperta a mão. A garota empalidece ao perceber sua intenção. Seus dedos finos se agarram ao suéter dele, o sacudindo de uma lado para o outro.

Hibari soa uma risada profunda.

 

 


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Notas finais do capítulo

:)



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