Polyjuice Potion escrita por Eponine


Capítulo 1
Capítulo Único




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Severus Snape fora o último a conseguir o mais requerido fio de cabelo.

Antes, claro, como tudo que envolve Sirius Black, houve tortura:

— Eu disse: bem, a última vez que encostei em você, tive gonorréia então… — Snape fechou os olhos lentamente, no armário de vassouras do vestiário do Campo de Quadribol. James e Sirius estavam fofocando há mais de trinta minutos e Severus teria que suportar aquilo até conseguir um chumaço de cabelo do Black. — Mas transamos mesmo assim.

— Argh, que nojo! — riu James, fazendo o outro rir.

Nojento — agonizou Snape em silêncio, Sirius Black era um vetor de infecções sexualmente transmissíveis. 

— O quê? — riu Sirius e Snape tomou a liberdade abrir a porta um pouco para vê-lo abrir os braços, como se estivesse sendo injustiçado. O Potter se arrumava vaidosamente, sabendo que seria ovacionado por garotinhas de quatorze anos assim que pisasse fora do Campo. Severus contorceu o rosto de nojo, segurando a mão de estuporar os dois, pegar o cabelo e ir embora. Um ódio irracional o dominava ao ver as madeixas bem cuidadas de Sirius, as roupas de marca do Potter e como tudo que rodeava os dois gritava riqueza e saúde, coisas que Snape desconhecia. — Elas não resistem a mim, não vai ser eu que vou resistir.

— Cara, eu fico com herpes só de ouvir suas histórias — replicou James, finalmente guardando o desodorante no armário — Mas sério, quem é essa garota da gonorréia?

O Black zipou a boca, guardando suas coisas. 

— Não posso falar cara, esse é o tesão. — James girou os olhos e Severus quase ofegou de felicidade ao vê-los começarem a sair do vestiário — Sério, você tem que transar escondido com alguém — Severus segurou a porta, ouvindo a voz de Sirius no outro corredor. — É delicioso! Mas eu realmente queria poder acabar com isso e-

Severus tropeçou para fora do armário, recompondo-se e fechando a porta, indo para o local onde Sirius estava, enojado com os fios cacheados por todo local. Eu nem precisava ter feito isso, pensou, recolhendo alguns do chão, o garoto soltava cabelos como um cachorro. Guardou no frasco em seu bolso e preparou-se para transfigurar-se até a saída do Campo, mas parou. 

Olhou o armário de James Potter e segurou um sorrisinho, tocando sua varinha. Foi até o local e tocou o cadeado, sabendo que estava enfeitiçado. Tentou quebrar o feitiço, porém, na terceira vez sua mão ficou vermelha como se tivesse colocado a mão em um pote de tinta. Severus Snape tentou controlar a respiração e não surtar, sentindo-se o ser mais imbecil do universo ao esquecer que tudo que envolvia James Potter com toda certeza tinha algum feitiço maldito e estúpido que poderia estar em alguma edição aleatória sobre “feitiços engraçados” do Mundo Bizarro.

Guardou a mão no bolso e saiu, segurando-se para não correr até a Sala Comunal da Sonserina.

 



— Por que sua mão está vermelha? — indagou Alecto assim que Snape atravessou a entrada da Sala. — Sério, Snape?

Anthony apertou a ponte do nariz, virando-se no sofá para assistir o garoto de negro exibir uma mão vermelho vivo. Ele parou diante deles, exasperado.

— Cara, que armário você tentou abrir? — questionou Dolohov. 

— Eu… — Snape não conseguiu mentir. — O do Potter.

— Você sabe que isso só sai em uma semana, certo? — Severus arregalou os olhos, deixando explícito que não sabia daquela informação. — Sev, você nunca abriu uma revistinha da Mundo Bizarro? Puta que pariu!

— Eu- — ele respirou fundo frustrado. — Eu sempre subestimo o Potter, me desculpem.

— Dá pra ver! — Anthony esperou o garoto caçar algo nas vestes, mostrando um frasco cheio de fios grossos cacheados. Dolohov sorriu lentamente, quase não se aguentando de felicidade, levantando-se. Olhou a garota ruiva com um sorriso que cobria todo o rosto. — Ótimo… Ótimo…Alecto…?

— Tudo certo. — sorriu ela para os dois. — James Potter vai passar dois dias muito bem enterrado perto das rochas. 

Severus sorriu de prazer para a Carrow, recolhendo o frasco dos dois, com fios de Marlene McKinnon e James Potter. 

— Melhor que isso, ele vai pagar pela minha expulsão do time, eu vou acabar com a raça dele. Eu vou jogar tão mal que vão tirar aquele troféu dele do expositor tamanha vergonha. — sorriu Dolohov, arrumando seu casaco. — Agora vou buscar as fantasias e nos encontramos aqui às oito em ponto. Acham uma boa?

— Não, nos encontramos no banheiro da Murta. — Corrigiu Severus, tirando seu sobretudo negro. — Meu caldeirão está lá, a Poção está finalizando, quanto mais fresca melhor… Nos encontramos lá, saímos fantasiados de lá e nos misturamos. 

— Ok, repassando. — Dolohov aproximou-se dos dois. — Pegamos o Potter, levamos até as rochas-

— E enterramos o filho da puta. — completou Alecto, sorrindo.

— Isso, perfeito. — concordou Anthony. O garoto alto de madeixas muito bem cortadas reprimiu um sorrisinho, assentindo para os dois amigos. — Nossa palavra secreta vai ser…?

— Pomo de ouro. — disseram com conjunto.

Os três se olharam quase gargalhando maleficamente, mas apenas se separaram, rindo de nervoso e loucura, executando o fim do plano.







— Meu Deus — gemeu Sirius, saindo do banheiro masculino da Grifinória, quase matando Remus, Peter e James com o cheiro. — Aquele lanche não me fez bem.

— Dá pra ver. — disse Remus, com a voz anasalada, apertando o nariz, fechando a porta desesperadamente. James e Peter fitaram o Black ajeitar-se na fantasia de Zorro, irritados por terem tido que esperar o garoto se cagar por quase trinta minutos. 

— Vamos? — sugeriu Sirius. 

— Não vai colocar as luvas? — perguntou James, caminhando ao lado do amigo. — O Zorro usa luvas.

— Nah — replicou. Os quatro saíram da Sala Comunal da Grifinória sendo recebidos por uma Hogwarts colorida e mal iluminada com a decoração refinada para o grande Baile de Halloween de 1977. 

 

Justice - Genesis

 

James Potter vestido de Godric Gryffindor sabia que chamava atenção enquanto descia as escadas rumo Salão Principal, rindo e cumprimentando a todos, como um bom garoto popular faria. Remus em sua fantasia de Robin Hood, passava quase despercebido entre fantasias espalhafatosas e grandes. Peter fora irônico ao se vestir de Hagrid e chamou a atenção de Lily, que riu ao vê-lo, parecendo esperar os garotos na porta do Salão. 

O Baile de Halloween era sempre noite de festa para os fornecedores de drogas e bebidas para os adolescentes de Hogwarts. Todos se planejam por semanas aproveitar a festa, logo, a expectativa era mais que alta. Quando James Potter beijou a bochecha da fada Lily Evans, Marlene McKinnon apareceu em sua fantasia de Madame Elfrida Clagg, onde até mesmo sua pele estava verde. Ela abriu sua capa verde, mostrando um um pequeno pacotinho de pílulas amarelas, assentindo lentamente para o Potter, que tirou um pequeno cantil em sua capa vermelha, com toda certeza sob efeito de um feitiço expansivo, fazendo a garota sorrir. 

Todos entraram no Salão cheio aos pulos, misturando-se na multidão dançante.

Severus Snape, agora na pele de Sirius Black, observou tudo ao longe, assustado com os olhares. As pessoas, principalmente as garotas, olhavam tanto para ele que ele estava paranóico achando que ainda estava em seu corpo original. Olhou um espelho quebrado atrás de si, coberto por teias de aranha, e viu o rosto de Sirius Black coberto por um lenço característico do Zorro. As luzes coloridas do Salão estavam piscando tão fortemente que Severus estava com muita dificuldade de manter seus olhos focados no Sirius original.

Apertou as luvas em suas mãos e esperou pacientemente o Black sair do Salão, parecendo apressado. Agora, sussurrou Severus para si mesmo, ansioso. Empurrou algumas pessoas para fora de seu caminho e foi em direção do grupo que tinha as cabeças unidas como se estivessem confidenciando algo. Tentou não olhar a fada que ria e conversava com eles, mas estava difícil, Lílian estava radiante.

— Ei… — Snape tentou sair descontraído, mas não funcionou. James Potter o olhou e Severus desviou o olhar rapidamente, apavorado. Estava com muita dificuldade de aceitar que estava na pele de Sirius Black. — E aí. 

— Você não saiu daqui correndo dizendo que estava se cagando? — questionou o Peter, fazendo Severus fechar os olhos lentamente, tentando sorrir enquanto todos riam dele. Olhou Lílian sorrir para ele e sorriu de volta, quase anestesiado.

— Passou  — replicou, constrangido, evitando o olhar desconfiado do Potter.

McKinnon o puxou para a roda, e o mesmo olhou as pílulas que eles estavam contando. — Pega um. 

Severus olhou cada um pegar uma pílula da mão de McKinnon e hesitou, engolindo seco. Meu deus, meu deus… gemeu mentalmente, resguardando-se, se eu não agir como um zé droguinha eles vão desconfiar, mas se eu misturar isso com a poção, não sei o que pode acontecer. Deu um breve sorriso para a loura, que o fitava como se fosse retardado. 

— Não acho uma boa — James Potter gargalhou, tomando uma garrafa de água inteira.

Sério? — riu Marlene McKinnon, com a mão ainda oferecendo a pílula — São suas favoritas.

— Acho melhor ficar fora dessa vez — reforçou, olhando para os lados, temendo que alguém desconfiasse. Marlene girou os olhos e guardou a pílula para si, o olhando estranho. Manteve-se em silêncio ouvindo a conversa idiota do grupo, odiando cada segundo do Potter o agarrando ou tentando fazer com que ele completasse alguma piada.

— Sirius, você está bem? — questionou Lílian, o olhando. Severus desviou o olhar, ansioso, sentia que ela poderia saber, sabia que era loucura pensar aquilo, mas temia. Ela o conhecia melhor que eles, talvez pescasse algum trejeito. 

— Eu… Sim, to sim — deu-lhe um breve sorriso e aproveitou que James parecia ocupado caçando algo em sua capa vermelha, virou-se para James, tentando parecer o mais estúpido possível para ter credibilidade. 

— Podemos sair daqui? Tenho que te mostrar uma coisa. 

— Não — replicou o Potter balançando-se com a música, abrindo lentamente seu cantil e dando um longo gole. 

Severus o fitou, desacreditado. 

— Cara, é sério… É uma… É um bagulho muito sério. — tentou usar a linguagem de Sirius, mas tudo parecia tão estranho que o próprio Potter estranhou, segurando o riso. 

— Sirius, você tá bem? — questionou. — Você está com gonorréia de novo? — indagou em um sussurro.

McKinnon parecia estar prestando atenção neles, próxima demais.

— Não podemos sair daqui, a brisa bate estranha se saímos! — explicou McKinnon, intrometendo-se na conversa, tentando dançar com James.

— Eu disse Potter e eu, você não está convidada — replicou Severus, arrependendo-se em seguida ao ver que saíra completamente do personagem. A loura pareceu abalada, mas replicou à altura.

— Vai se foder! — e saiu, empurrando Severus e James para fora do caminho.

Potter e eu? — riu James, debochado, acariciando o ombro que a menina empurrou. — Ok, Black, qual seu grande segredo que precisava tratar McKinnon dessa forma.

Severus bufou, irritado.

— Só vamos lá fora, ok? — Severus sustentou o olhar para James e o mesmo assentiu lentamente, parecendo ceder. O garoto quase deu aleluia e caminhou com o Potter para fora do Salão Principal.





....





— Meu deus… — Sirius abriu a porta do banheiro, afastando o cheiro com sua revista de motos, dando de cara com Marlene McKinnon passando pelo corredor, emburrada de braços cruzados — Não entra aqui, sério, eu destruí esse banheiro.

A garota parecia irritada quando o olhou, mas ele ignorou.

— Sobrou uma pílula pra mim?

McKinnon uniu as sobrancelhas, estourando.

— Você é idiota?

Quê? — Ela empurrou o garoto. — Marlene?!

— Vai se foder de novo!

O garoto olhou a menina continuar andando pelo corredor, assustado.

— Bem, vai se foder você também! — gritou, não sabendo nem o que fizera. Voltara para a porta do Salão Principal embalando-se com a música, pegando o cantil em sua capa, dando um grande gole, pronto para procurar alguém que lhe cedesse uma pílula. Encontrou a garota novamente na porta do Salão Principal, ansiosa. 

— Você não estava indo pra lá? — questionou, confuso, apontando para trás.

A garota paralisou, dando-lhe um sorrisinho cínico.

Estava? — questionou.

— É, foi o que eu disse. — Marlene apenas engoliu seco, desviando o olhar.

Foi o que você disse? — indagou. Sirius a olhou como se fosse retardada.

— Por que você tá repetindo o que eu falo? — perguntou, irritado. — Tanto faz, olha, me dá logo uma pílula por favor, ninguém merece passar por isso lúcido.

Marlene limpou a garganta, dando de ombros.

— Acabou.

— Como assim acabou, tinha a exata quantia pra cada um de nós, o que você fez com a minha? — Ela parecia muito ansiosa e Sirius começou a desconfiar que ela já estava brisada.

— Eu… — olhou para os lados, ansiosa. — Eu…

— Você tomou a minha pílula também? — questionou Sirius, puto.

— Sim — respondeu prontamente, parecendo ter os olhos iluminados por alguém atrás dela. Sirius virou-se, encontrando James. 

— Cara, por que você não guardou uma pílula pra mim? — questionou Sirius, visivelmente irritado.

O Potter manteve-se em silêncio, parecendo estar se contendo. Ele parecia fitar Marlene com tanto afinco que Sirius quase sentiu constrangimento. 

— Vocês são dois safados! — acusou. — Vocês usaram toda a droga e me deixaram no momento que eu mais precisava, eu estou quase cagando meu intestino pra fora e vocês sequer pensaram em mim!

Pomo de ouro — sussurrou Marlene, fazendo James assentir lentamente,

QUÊ? — gritou Sirius, cada vez mais irritado. — Fodam-se vocês dois!

Assim que o Black entrou na festa, Alecto e Anthony deram as mãos, exasperados.

— Esse era o Black, então cadê Snape?

Não sei! — respondeu Alecto.— Ele sumiu com o Potter, eu estava nas Rochas até agora esperando!

— Puta que pariu… — gemeu Anthony. — Ok, vamos fazer assim… Você vai procurar os dois e eu fico aqui caso eles voltem-

— Estou interrompendo alguma coisa? — Lily Evans apareceu na entrada do Salão, pegando Anthony e Alecto próximos trocando sussurros de mãos dadas. Alecto arregalou os olhos para a Evans, irritada.

— Sim, pode sair daqui? — porém Anthony apertou sua mão antes de se afastar.

— McKinnon, não seja mal educada. — forçou o garoto, rindo para descontrair, indo em direção da ruiva. — Desculpe, princesa, estávamos conversando sobre o jogo de amanhã.

— Ah… claro. — a ruiva forçou um sorriso desconfortável para Alecto e Anthony arregalou os olhos para a loura, para que ela se tocasse e fosse procurar Snape. Assim que ela saíra, Lílian se afastara.

— Então… Você e Marlene também estão saindo? — indagou Lily, confusa. Dolohov tentou manter seu rosto impassível, mas o pouco que ele sabia do Potter é que ele era mais rodado que as catracas do Zonko's, então não sabia o que dizer. Preferiu manter-se neutro.

— Nós estamos saindo? — devolveu a pergunta, impressionado com a beleza da Evans. Ela reprimiu um sorriso, olhando as luzes do Salão Principal, que iluminava o glitter em seu rosto.

— O que você acha? — sorriu ela.

Uma casquinha não faz mal a ninguém, pensou Anthony, mordendo o lábio inferior. Aproximou-se da garota e a beijou, a princípio com receio, mas ela o agarrou com tanta vontade que ele sequer conseguiu respirar. Quando desgrudaram, pegou na mão da ruiva, dando-lhe um sorriso maroto, eu vou comer ela se tiver a oportunidade, pensou segurando-se para não rir

— Vamos dançar? — o garoto olhou para os lados enquanto entrava no Salão com a garota, esperto com a movimentação e com os personagens em ação.



....



Alecto apertou o passo, sentindo frio naquela fantasia ridícula de McKinnon. Irritou-se mais ainda ao perceber que James Potter não tinha nenhum Sirius Black por perto enquanto conversava com um grupo de pessoas, fumando.

Aproximou-se, olhando jardim com casais e grupos conversando. 

— McKinnon! — o Potter abriu os braços com o cigarro pendendo no canto da boca. — Estava falando pra Jack sobre nosso fornecedor.

— Hum… — Alecto forçou um sorriso para os grifinórios e virou-se para James — Onde está o Black?

Ele uniu as sobrancelhas e Alecto forçou outro sorriso.

— Sirius, onde está Sirius?

— Bem, ele queria ir conversar nas Rochas, não teve paciência de esperar uma simples conversa aqui e foi pra lá sozinho. Eu acho que ele está de novo com gonorréia e está com vergonha de falar e- — Alecto dissociou enquanto tentava entender o turbilhão de coisas que o falante James Potter. Olhou os grifinórios ouvirem o monólogo e acendeu um cigarro, controlando sua paciência ao máximo, mas quando percebeu que estava ali há mais de dois minutos, não conseguiu se segurar.

— Ok, vamos lá com ele então? — pediu Alecto, ansiosa.

— Mas ele queria falar comigo apenas, ele foi bem grosso com você inclusive.

— Não importa, eu… — Alecto limpou a garganta, jogando o cigarro longe. — Eu queria falar com você.

— Pode falar. — sorriu James, pegando um cantil em seu bolso.

Alecto o fitou, inexpressiva.

— A sós. Pode ser? — O Potter, visivelmente alterado, segurou um sorriso debochado, olhando lentamente para seus colegas, que riram e dispersaram, deixando os dois sozinhos. Alecto tentou pensar em uma desculpa para levar o Potter para próximo as rochas, mas ela só conseguia pensar em estuporá-lo. O fitou sem perceber por tanto tempo que mesmo deu um passo para trás, apontando seu cigarro para ela.

— McKinnon, você está dando em cima de mim? — Alecto arregalou os olhos, mas antes de falar controlou-se. Talvez seja uma boa, assim esse verme me acompanha até as rochas achando que vai conseguir alguma coisa, pensou.

— Eu… — tentou pensar em algo para falar, mas o Potter a interrompeu.

— Deixe eu te interromper aqui. Olha, não vai rolar, você é quase uma irmã, e sinceramente, eu estou muito investido em ficar com Evans hoje, especialmente hoje, então… — ele deu de ombros, tragando seu cigarro e por um segundo ela sentiu-se terrivelmente envergonhada de ter levado um fora do crápula do Potter. Evitou olhá-lo, ainda magoada. 

— Podemos conversar melhor então? — pediu.

— Nah, melhor deixarmos para outro dia, um que eu não tenha tanta droga circulando no meu corpo. — o garoto jogou o cigarro longe e entrou dentro do Castelo novamente, quase causando um surto de Alecto. A garota correu para as rochas, na esperança de achar Severus, mas estava vazio. Andou mais um pouco, onde estava o caixão que reservaram para o Potter, mas vazio. Desesperou-se e gritou para o nada, frustrada.







James continuou andando rumo sétimo andar na esperança de achar Sirius para comentar sobre McKinnon, balançou a cabeça, tentando não se entregar à brisa que o abraçava, mas estava difícil. Assim que pisara no corredor do sétimo andar, encontraram Sirius ouvindo alguma reclamação de Marlene, exasperada, enquanto Peter e Remus pareciam destruídos, sentados no chão. O Potter congelou, desacreditado.

— Ok, eu estou muito louco, ou você aparatou aqui? — começou James, se aproximando.

— O quê? — indagou Marlene, confusa.

— Nós acabamos de nos falar no jardim — afirmou James, agora próximo, pedindo a garrafa de água de Remus emprestada. 

— Eu não sai do Castelo — replicou a garota, com mais estupidez do que era necessário. A porta do banheiro feminino se abriu, revelando Lílian, que sorriu enormemente ao ver James.

— Ei… Pensei que ia me esperar lá embaixo. — sorriu, aproximando-se.

— Quê? — questionou James. 

— Você tá muito louco, cara. — riu Sirius, puxando Remus e Peter com ele.

— Não estou não! Eu acabei de falar com McKinnon no jardim, inclusive eu acabei de te dar um fora. 

— O quê?! — gritou Marlene e Lily ao mesmo tempo. A ruiva virou-se para Marlene, visivelmente irritada. 

— Você está dando em cima de James? — perguntou Lily, alterada. Marlene afastou-se em choque, maneando a cabeça negativamente, apontando para James.

— Eu não faço ideia do que ele está falando! — Lily então virou-se para ele.

— Como você deu um fora nela se estávamos no Salão Principal?

— Quê? Quando? — indagou James. 

— Agora! Nós… Nós estávamos ficando, perto da mesa de bebidas. — Sirius e James arregalaram os olhos, chocados.

Ficando? Que porra está acontecendo aqui? Seja lá quem você estava beijando, não era eu!

Remus teve uma crise de riso com a situação, o que pareceu irritar Marlene mais ainda.

— Se eu fosse dar em cima de alguém, pode acreditar que não seria em você! — interrompeu Marlene, apontando para James, que se ofendeu.

— Por que não?! — indignou-se James, fazendo Lily arregalar os olhos — E quem você estava beijando se eu não estava no Salão?

— Acho que vocês estão bêbados demais — disse Sirius, finalmente desgrudando da parede. — Vou voltar para a festa, acho que vocês deviam fazer o mesmo.

— Sirius, volta aqui! — chamou James, mas o garoto apenas apertou o passo, rumo às escadas. Antes que alguém pudesse falar, uma descarga barulhenta foi acionada e o choque fora geral quando Sirius Black saíra do banheiro masculino do sétimo andar, visivelmente abalado e pálido. O mesmo olhou os amigos, suspirando.

— Gente, é sério, eu to muito mal do estômago, eu nem tenho mais o que deixar na privada. — gemeu, caçando o maço em suas vestes, colocando um cigarro na boca, curioso com a cara de espanto dos amigos. — O quê?

Os amigos o fitaram, completamente estáticos e ofegantes, assustados com o segundo Sirius Black que surgira.

— Quem… quem era aquele se… — gaguejou Remus apontando para o fim do corredor.

Puta que pariu, não é possível, que porra está acontecendo! — gritou Marlene, arrancando os cabelos. James respirou fundo diversas vezes, um pouco ansioso com o som alto da festa dominando sua cabeça como se intensificasse os pensamentos neuróticos.

Espera! — ofegou James, — Se tem um Sirius a mais, então tem mais um James, e mais uma Marlene!

— Mas… Se eu não beijei você então quem… — Lily paralisou de choque, cobrindo a boca.

— Do que vocês estão falando, porra! — interrompeu Sirius, visivelmente irritado — Olha, eu também quero uma pílula, ok? É horrível estar fora da brisa grupal!

— Aquele tempo todo era o impostor! — ofegou Marlene. — Você negou pegar uma pílula quando eu te ofereci!

— Eu nunca negaria uma pílula, vocês realmente me conhecem? — brigou Sirius, virando-se para McKinnon.

— Isso parece poção polissuco — disse Lílian, ainda com a mão no rosto. — Tem três pessoas se passando por vocês três. — apontou Lily para James, Marlene e Sirius.

— Então não foi você também que me tratou mal. — sorriu McKinnon, mas o Black já tinha se virado para James. 

— Vamos pegar esses filhas da puta, e depois comprar uma pílula pra mim.

— Antes, vamos combinar uma palavra secreta. — interrompeu Remus, levantando-se do chão. — Pode ter outras versões nossas também… Precisamos saber que estamos falando com a versão original de todos. 

Remus, Peter, James, Sirius, Lílian e Marlene se entreolharam seriamente, sentindo o chão tremer por conta do som alto.

Vamos pegar esses filhos da puta. — decidiu James. 






....

 

 



— Eles descobriram! — alertou Severus, agarrando o braço de Alecto assim que a encontrou na porta do Salão Principal, eles se enfiaram na multidão dançante no Salão agora mais escuro que antes, com poucas luzes piscando e iluminando o rosto tenso dos dois quando encontraram Anthony.

— Pomo de Ouro. — disse Dolohov, terminando um copo de suco.

— Como eles descobriram? — perguntou Alecto.

Eles descobriram? — engasgou-se Anthony.

— Deu tudo errado ok, o Potter tinha acabado de falar com você e subiu, ele encontrou a McKinnon lá em cima e- — Severus virou-se irritado para Anthony. — Por que você estava beijando Evans? 

— Por que não? — riu Anthony, não convencendo nenhum dos dois, que cruzaram os braços — Eu tinha que me manter no personagem, ok?

— E agora, o que fazemos? — perguntou Severus, desviando o olhar de ódio para Anthony.

— Por que você não arrastou o Potter para a porra das rochas como combinamos? — indagou Alecto, tendo que gritar por conta do som.

— Ele demorou demais! Eu fiquei lá quase uma hora esperando! E quando eu cheguei lá você não estava, e não foi o que tínhamos combinado! — replicou Severus, também irritado.

— Puta merda, isso já tá uma zona — gemeu Dolohov, tirando os óculos do Potter. — Vamos ter que estuporar todos eles, não tem saída.

Mas eles já sabem, e provavelmente estão se planejando lá em cima em como nos achar! — reforçou Severus.

— Vamos ter que ser mais espertos que eles. — Anthony aproximou-se dos dois, como se fosse confidenciar algo. — Sempre que encontrarmos algum deles, apontamos a varinha e pedimos a palavra secreta, caso eles tenham uma, iremos descobrir, caso eles perguntem para nós, nos negamos, porque eles podem ser os impostores e falar seria dar a palavra chave, e assim estuporamos um por um. O resto apagamos a mente.

Severus assentiu, fazendo Dolohov sorrir lentamente.

Vamos pegar esses filhos da puta.






Justice - Stress

 

Com a varinha em mãos, o grupo entrou no Salão Principal escuro e abafado, entre empurrões e gritos de animação com a música, tentaram ficar unidos. McKinnon limpou o suor em sua testa, tentando não brisar com a música, mas estava muito difícil, não conseguia distinguir os rostos e se perdera de James umas quatro vezes. Remus tentava passar pela multidão, mas era como se estivessem sendo engolidos por um mar de gente.

Vamos ficar juntos! — gritou James, mas o Salão estava muito cheio, se aproximava da meia-noite, então todos estavam animados e o álcool já estava na circulação sanguínea de noventa por cento dos jovens ali dentro. Lily tentou se segurar na capa de Sirius, mas a cada batida da música, para mais longe cada um era levado, entre empurrões, pessoas dançantes, copos pelo chão ou grupos animados pulando e fazendo o chão tremer.

McKinnon tentou manter seus olhos em foco, mas era impossível, estava tão louca que as luzes e as pessoas a confundia e seu cérebro dissociava. Olhou para os lados, assustada e ansiosa, mas se perdera do grupo, sendo cada vez mais empurrada para os cantos, sendo que estava no meio, atrás de James. Ofegou, sentindo a ansiedade consumi-la entre o som enlouquecedor, sequer conseguia piscar e sua mandíbula estava tão dura que ela só sentia tensão.

Quando a loura focou seus olhos, ela se viu diante dela, os cachos armados entre a pele verde e um sorriso tão estranho com sua própria boca que ela quis gritar de horror.

— Você! — gritou, assustada, tentando achar alguém de seu grupo, mas antes que pudesse sequer falar, sua outra versão lhe socou o nariz com tanta força que seu corpo apenas apagou pela sobrecarga de energia.

Alecto arrastou uma McKinnon desmaiada para fora do Salão Principal lotado enquanto James Potter ao longe tentava achar seus amigos, meio envolvido com a música e meio paranóico, apontando a varinha para qualquer um que encostasse nele. Lílian avistou um chapéu de Zorro ao longe e suspirou aliviada, empurrando algumas pessoas e agarrando a capa de Sirius, que prontamente apontou a varinha para ela.

— Macaco louco! — anunciou ela, com as mãos para o alto. O garoto sorriu lentamente, assentindo.

Macaco louco. — ele deu a mão para a garota. — Vamos, acho que achei a versão falsa da McKinnon.

Lílian e Sirius saíram do Salão Principal com esforço, enquanto próximo ao palco, Remus, Peter e James dançavam com a música, pois já tinham esquecido o que estavam fazendo. Gritaram de felicidade quando Sirius se aproximou com um baseado recém aceso para o grupo, quase chorando de felicidade

— Cadê as meninas? — gritou Sirius.

— Eu não sei! Eu me perdi delas! — gritou James. — Mas acho que devíamos ir procurar!

— Sirius! — aproximou McKinnon, empurrando as pessoas para fora do caminho — Sirius!

Prontamente os garotos apontaram as varinhas para a garota loura, e ela os copiou, também ofegante.

— Qual a palavra, McKinnon? — indagou James, desconfiado.

— Não vou falar, como vou saber que vocês não são eles? — replicou a garota, fazendo eles se entreolharem, confusos. 

— Não pensamos nisso. — assentiu James, mas Sirius manteve-se com a varinha erguida. 

— Então falamos ao mesmo tempo! — gritou ele.

— Ei, você também não falou a palavra chave quando chegou! — acusou Remus, apontando a varinha para Sirius, que arregalou os olhos.

Eu acabei de conseguir alguma coisa pra me tirar da lucidez, é claro que eu não estava pensando nisso! — gritou o garoto, exaltado.

— Olha, Peter e eu vamos procurar Lílian, não saiam daqui! — avisou Remus, sumindo na multidão.

— Devíamos mudar a estratégia, essa da palavra chave não funciona! — sugeriu McKinnon, aproximando-se mais do grupo. — Sirius, eu consegui uma pílula pra você!

— Conseguiu? — os olhos do Black brilharam e ele apertou o braço verde da McKinnon.

— Sim, Freddie está lá fora, ele estava negociando comigo no pátio, vamos lá!

— Mas temos que ficar aqui! — lembrou James.

— Vamos! — sorriu Sirius, ignorando o amigo, dando as mãos para McKinnon. Os dois seguiram para fora do Salão, onde McKinnon se esgueirava, parecendo procurar alguém. Quando a garota soltou a mão do menino, afinal, não corriam mais risco de se perderem a multidão, Sirius pareceu incomodado mas continuaram andando rumo ao jardim até chegar no pátio.

—  Olha… —  começou o Black. —  Sobre a gonorréia, eu comentei só com James, mas ele não sabe que é você, ok?

A garota virou-se para ele, confusa.

—  Você sabe… a gonorréia que compartilhamos como um filho feio. — ele deu de ombros e Alecto segurou a expressão de nojo, desviando o olhar, tentando se comportar como a McKinnon, mas era difícil porque a garota era uma imbecil apaixonada por aquele crápula do Black.

— Não acho que você devia contar essas coisas para os outros. —  jogou, ansiosa, pensando em onde ia escondê-lo depois de estuporá-lo. — Mas conversamos de-

— Conversar disso depois? Sem chances. — Cortou Sirius, pegando um cigarro e oferecendo para Alecto. — Seja lá de quem você pegou isso… Talvez seja hora de parar de sair com essa pessoa e-

— Como você sabe que não foi de você? — questionou Alecto, assustada com a hipocrisia do Black. Você é um cachorro, pensou, acendendo o cigarro. Fitou os olhos cinzas do garoto e engoliu seco, sabendo por que as garotas passavam tanto tempo tentando alguma coisa com aquele crápula. Ele é uma versão mais bonita do Regulus, pensou, segurando um sorrisinho.

— Por que eu não es- — ele desviou o olhar, não terminando de falar, dando um trago e maneando a cabeça negativamente. — Enfim, onde está Freddie?

Alecto o direcionou com a cabeça, recomeçando o caminho pelo pátio, ambos envolvidos em uma fumaça de tabaco enquanto a garota seguia rumo ao armário de vassouras no terceiro corredor do térreo. As velas pareciam estar prestes a se apagarem, e quando adicionada à decoração macabra, era natural qualquer um estar tenso. Desviaram dos casais se pegando e continuaram o caminho até Sirius pegar seu braço e antes que Alecto pudesse reagir, Sirius a beijou.

A princípio ela o empurrou, chocada, mas o garoto apenas sorriu, dando um último trago no cigarro e jogando fora. Alecto sorriu lentamente, agarrando sua capa e o trazendo para seus lábios. E antes que pudesse perceber, o armário de vassouras que ela ia guardá-lo desmaiado, foi usado para outra coisa.

Anthony olhou o acontecido, enojado, mas quase teve um troço ao ver Remus e Peter indo em direção dele. Pegou a varinha e suspirou, pronto para se fazer de sonso.

— Macaco louco! — disse Peter, e Remus arregalou os olhos para o garoto, visivelmente irritado.

— Ótimo Peter, se fosse um impostor você teria entregado a porra da palavra secreta! — adiantou Anthony, fazendo Remus concordar. — Enfim, acharam algum deles?

— Zero sinal da Lily e dos impostores.

Não mais. — anunciou Dolohov. — Achei um lá em cima, estuporei e tranquei num armário de vassouras, eu estava esperando Sirius, mas acho que conseguimos dar conta de um impostor.

— E você sabe quem é? — perguntou Peter, agora com os três em movimento, rumo às escadas.

— Tenho minhas desconfianças. — sorriu Dolohov, quase pulando os degraus de felicidade.








Severus continuou andando atrás de Lílian, que tinha a varinha em punho, desconfiada de qualquer fantasia verde que aparecesse pelos corredores macabros de Hogwarts. Ele tentou manter-se no personagem, mas Lily parecia muito desconfiada dele e o garoto estava achando que talvez não estivesse sendo estúpido o suficiente.

— Isso é tão idiota. — gemeu a garota, colocando as mãos na cintura, parando no meio do corredor. — Qual é a motivação disso?

Severus deu de ombros.

— Hum… Bem, sei lá… Sonserinos são… Estúpidos assim. — tentou, apenas conseguindo uma confirmação lenta e analítica de Lílian, que o fitava intensamente. Meu Deus, ela vai descobrir, desviou o olhar, olhando para os lados como se tivesse o que olhar. — Eu acho que ela deve estar perto dos Sonserinos que estão jogando cartas lá em cima.

— Tudo bem, vamos lá então.

Continuaram andando pelo corredor quando a ruiva colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, quase matando Snape.

— Então… Você e P- — o garoto tossiu. — Você e James hein… Quem diria…

— Pois é — riu ela, visivelmente transformada só do nome dele ter sido citado. Severus quis chorar, mas controlou-se. — Acho que tudo que precisávamos era uma boa conversa sobre algum assunto aleatório.

— Ainda assim é surpreendente, digo, James tem um histórico bem… Extenso. É diferente alguém como você sabe… Querer algo com… Ele e tal…

— Me perdoe, Sirius, mas você não sabe nada da minha vida romântica. — sorriu Lily, balançando a varinha e Sev quis rir. — Não quis ser grossa.

— Não foi. — afirmou Severus, a olhando com confiança. Os olhos verdes iluminados de Lílian pareciam curiosos.

— É bom conversar com você, digo… Você não é muito… — ela pareceu ponderar. — Aberto?

— É, eu sou um idiota. — afirmou, fazendo Lily rir, o que deixou Severus extasiado, não conseguiria fazer aquilo de jeito nenhum. Talvez Dolohov consiga, pensou, arrependido de ter aceitado estuporar Lílian. Apertou o chapéu em sua cabeça, o que chamou a atenção de Lily.

— Pensei que estava sem luvas.

 

Lykke Li - Until we bleed

 

Severus abaixou as mãos rapidamente, mas Lílian já estava com seus olhos grudados nele, e era como se ela realmente o visse, por trás daquilo, ela o via com aqueles olhos verdes. Antes que ele sequer pudesse falar, ela colocara a varinha em sua cara, afastando-se, o coração de Snape parecia se contorcer, como se tivesse visto aquele filme muitas vezes e ainda assim não se acostumava.

— Lilian, abaixa a varinha —  pediu Sev, de braços erguidos.

—  Quem é você? —  gritou —  Quem é você!? —  urrou.

O garoto foi ágil ao abaixar-se já com a mão no bolso, pronto para sacar a varinha. Um raio branco passou raspando por sua cabeça quando ele jogou um feitiço em Lílian, a fazendo bater na parede e cair, perdendo a varinha de vista. Severus tropegou para trás tentando se reerguer enquanto a garota gemia com as mãos nas costas, tentando pegar sua varinha mas o garoto lhe atingiu novamente, a deixando petrificada. 

Severus ajoelhou-se no corredor vazio, afastando sua capa negra, quase esboçando um sorrisinho quando finalmente pôde tocar o rosto de Lílian, petrificada em choque, com os olhos verdes visivelmente ansiosos e assustados.

— Eu não vou te machucar. — prometeu Severus.—  Vou te colocar em um armário de vassouras e depois vou voltar, e apagar sua mente.

Os olhos de Lily se tornaram aguados e Severus engoliu seco, quase arrependido. Levantou-se, pesado.

— E eu não me envolveria com aquele verme se fosse você. — terminou, assistindo as lágrimas se acumularem no rosto imóvel de Lílian. Abriu o armário de vassouras atrás dele e deu um sorriso falho para a garota — Você sabe quem eu sou.

Após guardar Lily, o garoto sacudiu sua capa preta que o cobria enquanto corria para o Salão Principal, não precisando ir muito longe ao avistar um Potter desconfiado, na parede da mesa de bebidas.

Aproximou-se lentamente, mas o Potter não demorou:

— Pomo de ouro — Severus assentiu, mostrando sua mão vermelha. — O verdadeiro está ali — Dolohov apontou para o garoto sozinho com um espelho. Anthony olhou para Severus, sério. — Vou esperar nas Rochas.

Snape foi em direção de James, sentindo seu coração quase arrebentar as artérias e tecidos que o segurava dentro da caixa torácica. Quando o viu, Potter pareceu aliviado, guardando o espelho com quem falava.

— Ufa, eu estava te chamando — sorriu, mas então pegou a varinha, e antes de apontar, Severus falou:

— Macaco louco! — O Potter colocou a mão no peito, aliviado — Eu consegui. Peguei um deles, o que estava se passando por você. — James pareceu ter os olhos iluminados e beijou a testa de Sirius. 

— Você é um gênio! — gargalhou, dando um pulo. Severus forçou um sorriso, chamando com a cabeça o Potter, para que o seguisse. Os dois saíram do Salão e foram para o Jardim tão rapidamente que o vento parecia querer alertar o Potter, cada vez mais forte e violento. O garoto protegeu-se com a capa, mas era como se lutasse com o invisível, como se até mesmo Deus sempre estivesse do lado do garoto ao seu lado.

Vamos! — chamou o Potter, o puxando contra o vento. Severus apertou a mão de James, de olhos semicerrados, enquanto eram envolvidos pela frieza do lago, que quase encostava nas rochas. — Eu aposto que é Snivellus! Cara, eu não posso ver isso sem todos estarem aqui, vamos ver…

Severus aproximou-se de onde Anthony se escondia, agachado, mas parou ao ver o Potter sacar um pergaminho amassado e usado, batendo a varinha no mesmo, jurando solenemente nunca fazer nada de bom. O sorriso do mesmo morreu ao olhar o que parecia um mapa, mas antes que ele pudesse reagir, Snape apontou-lhe a varinha.

Stupefy — e James Potter fora arremessado pelo campo verde, iluminado pela grande lua que os assistia, como única testemunha de um confronto de anos.

Seu vermezinho! — gritou James, já sem óculos, tentando se levantar, mas Snape pegou a varinha do mesmo no chão, aproximando-se. — Seu-

James Potter não foi parado por uma varinha que lhe mirava feitiços, jogou-se em cima de Snape, pronto para socá-lo. Severus tentou revidar, mas James era visivelmente muito mais forte que ele, então apenas tentou se defender e chutá-lo, desviando dos socos.

Severus Snape gritou quando James socou-lhe a boca com tanto afinco que a boca do mesmo encheu-se de sangue, na confusão de corpos, entre socos e tapas mal dados, um raio verde atingiu James, que simplesmente desmaiou, vencido. Com a boca cheia de sangue, Severus cambaleou ao tentar se erguer, assistindo os risos de Anthony ao aproximar-se, guardando a varinha. 

Ele agarrou a grama, ainda no corpo de Sirius Black, e arrancou o lenço que lhe cobria os olhos, ofegante. Fitou o garoto desmaiado, como se visse um sonho, James Potter ali, vulnerável e vencido.

Conseguimos! — gargalhou Anthony, pulando pelo campo. 

Severus apoiou-se nos joelhos ainda buscando ar, exausto e dolorido. Sentiu a boca cheia de sangue e cuspiu, andando ao redor do corpo de James Potter, sentindo a Lua julgá-lo pelas costas.

Fitou o rosto do garoto em silêncio, olhou ao redor, exausto.

Chutou seu rosto e foi em direção das rochas, indo buscar o caixão.










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Notas finais do capítulo

O plano deu certo, mas a que custo... a que custo kkk

foi uma aventura escrever isso porque eu pensei muito em escrever apenas Sirius, James e Marlene, e não Dolohov, Severus enfim, só que eu queria muito narrar os sentimentos do Snape, então não rolou, mas foi divertido.

espero que gostem.



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