Os Oito e o Mundo escrita por BRENA, Paola Mellark Valdez Weasley


Capítulo 5
Ashley Greengrass, Ilvermorny


Notas iniciais do capítulo

Eai galera, aqui é a Paola. Desculpa MESMO a demora pra postar, eu fiquei muito ocupada com a faculdade, mas prometo não demorar mais tanto tempo
espero que gostem do cap!

Estamos muito animadas para dar continuidade na fic, contem pra gente o que vocês estão achando das personagens e do desenrolar da história! Hoje vamos conhecer Ashley Greengrass, estudante de Ilvermorny e parente de Astoria, esposa do Draco Malfoy.

Se quiserem ver como é o rosto da Ashley, acessem esse link: https://www.artbreeder.com/i?k=82e6db1528bad37257e2a7a865e0

Para ver imagens do Auditório Ibirapuera, é só pesquisar "Foyer do Auditório Ibirapuera" no google.

Imagem do Luke: https://www.artbreeder.com/i?k=177c52e8bc12bef4e44e40e5aff5

Imagem da Emily: https://www.artbreeder.com/i?k=db0356b128975a4faede7dc81f8f

Espero que gostem ♥ boa leitura



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Ashley esperava que no Brasil fosse fazer menos calor. “Em setembro é inverno lá ainda. E estamos indo pra São Paulo, não é lá uma das cidades mais quentes.” Essas foram as palavras que ela usou para argumentar com Emily, sua melhor, e única, amiga, quando a mesma a questionou pelas roupas de Ashley serem uma calça jeans preta comprida e uma blusa preta com a estampa do álbum "American Idiot" do Green Day.

—Preto absorve mais calor, Ash. - foi o que Emily respondeu enquanto arrumava seus cabelos loiros em um rabo de cavalo bagunçado. As duas estavam no dormitório feminino do sétimo ano da casa Serpente Chifruda, uma das quatro casas da escola de magia e bruxaria de Ilvermory. Nesse mesmo dia, elas haviam recebido um aviso de que as aulas à tarde estariam canceladas e que os alunos do sétimo ano deveriam estar prontos para ir a São Paulo até às duas horas da tarde.

"Eu sei, não sou idiota" seria o que Ashley responderia para qualquer outra pessoa, mas com Emily era diferente. Talvez porque Ashley não queria se dar ao luxo de pôr a perder sua única amiga desde o primeiro ano em Ilvermory apenas para despejar sua grosseria. Ou talvez fosse porque o jeito como Emily sorria para o espelho ao ajeitar o vestido amarelo de alcinha, escolhido para o calor do Brasil, tornava praticamente impossível dizer qualquer coisa minimamente grossa para ela.

Por isso, Ashley se limitou a revirar os olhos e responder:

—É de manga curta a blusa. E eu vou deixar minha jaqueta aqui.

Mas Emily estava certa (como sempre). 

O calor do Brasil era maior do que Ashley esperava.  Na verdade, ela achava que nunca havia experimentado um calor assim em Massachusetts, onde ficava sua escola, ou em Nova Iorque, onde ela e sua família moravam quando o ano letivo acabava. 

Os alunos de Ilvermory estavam organizados em uma fila para entrar no tal "Auditório Ibirapuera", um prédio branco triangular que fez Ashley pensar que os arquitetos trouxas brasileiros eram, no mínimo, bem interessantes. 

Na porta desse prédio, uma mulher bruxa lançava um feitiço inusual chamado Antebabel, que Ashley já havia ouvido falar. Era um feitiço relativamente recente e fora criado para pessoas de diferentes nacionalidades poderem se comunicar sem uma barreira linguística.

—Antebabel! - A bruxa lançou o feitiço em Ashley que sentiu um formigamento rápido percorrer o corpo e deduziu que a magia havia funcionado. 

A bruxa adentrou o foyer do prédio, que também era branco por dentro. O lugar era vasto e, mesmo lotado por jovens de diversas etnias, parecia vazio por conta de sua altura. Tinha uma única rampa em espiral que ia em direção a um segundo andar, onde Ashely pensou ser o tal Auditório. Em instantes a atenção da bruxa se voltou para o teto, onde uma escultura gigante acoplada à parede se alastrava por todo o saguão principal, lembrando vagamente uma língua. Ao passar pela porta,  Ashley sentiu uma brisa gelada, muito diferente do clima abafado de instantes atrás - fato que fez com que uma expressão de dúvida brotasse no rosto da bruxa.

—É um ar condicionado. - Emily respondeu, percebendo a confusão da amiga. Ela estava atrás de Ashley na fila e já havia sido enfeitiçada com o “Antebabel”. - É uma invenção trouxa, meus pais tem em casa.

—Os trouxas sempre me surpreendem. - Ashley disse. Ela adorava ouvir as histórias sobre os trouxas, já que vinha de uma família inteiramente bruxa e não tinha contato com essa cultura. Emily era nascida trouxa, portanto tinha várias histórias que a amiga adorava ouvir. - Quer andar para conhecer o lugar?

—Claro!

Ashley sorriu para a amiga, mas quando começou a andar, Emily segurou seu braço, a fazendo parar. 

—Vamos só esperar o Luke. - Emily disse. - Ele está na fila com uns amigos.

—Ah... - Ashley murmurou. - Claro, ok. 

Ela engoliu em seco e não falou mais nada. Se perguntava se Emily sabia que ela não gostava de Luke. E, se soubesse, faria alguma diferença?

Não que houvesse algo de errado com Luke... Ele era um bom aluno, jogava como goleiro para a casa Pássaro Trovão, era popular no ano deles e compartilhava algumas aulas com Ashley e Emily, como Herbologia e Defesa Contra as Artes das Trevas. No geral, era um garoto bem legal.

No quinto ano, Emily decidiu que queria jogar no time de quadribol e Ashley a apoiou totalmente e a ajudou a treinar, apesar de ela mesma nunca ter se interessado pelo esporte. Emily acabou se tornando artilheira do time da Serpente Chifruda. 

No sexto ano, Emily acabou se aproximando desse menino Luke. Ambos se tornaram bons amigos e isso significava que Ashley também teria de ser amiga dele, e eles fizeram um bom trabalho em incluí-la. De início, Ashley gostava de conversar com Luke, achava ele um menino interessante e de bom coração. No entanto, tudo  mudou na metade do sexto ano - mais especificamente em janeiro - logo após a volta às aulas das férias.

Serpente Chifruda e Pássaro Trovão tinham um jogo de Quadribol decisivo em fevereiro, onde o vencedor ia para a final contra a casa Pumaruna e disputaria a taça das casas, já que a quarta casa Pukwudgie já havia sido eliminada posteriormente pela Serpente Chifruda na disputa pela taça.

Emily e Luke estavam ansiosos para o jogo e começaram as provocações sobre qual casa era melhor, e então decidiram fazer uma aposta. Se a Serpente Chifruda ganhasse, Luke teria que comprar para Emily um novo kit de manutenção de vassouras, mas se a Pássaro Trovão ganhasse, Emily teria que beijar Luke.

Foi uma aposta que Ashley achou extremamente infantil. Apostar um beijo... Quantos anos eles tinham? 11?

Mas Emily pareceu não compartilhar do pensamento. Quando contou para Ashley no salão comunal da Serpente Chifruda, estava cheia de risadinhas sobre o assunto.

Pássaro Trovão acabou ganhando não só aquela partida como também a taça das casas. Luke e Emily estavam namorando há seis meses e as esperanças secretas de Ashley de que a relação dos dois fosse esfriar durante as férias estavam mortalmente erradas. Os dois pareciam mais apaixonados do que nunca.

No momento em que Emily teve que cumprir a aposta, e deu um beijo no Luke bem no campo de quadribol assim que terminou a partida, foi quando Ashley decidiu que não gostava mais de Luke.

Agora ela achava que Luke não tinha nada a ver com Emily. Ele não era tão focado nos estudos, só havia conseguido 5 N.O.M.S. enquanto ela e Emily haviam conseguido 9 cada uma e todos sendo "Excede as Expectativas" ou "Ótimo". Para Ashley, Emily merecia alguém que compartilhasse do mesmo nível intelectual que ela. E esse alguém não era Luke.

—E aí. - Luke chegou sorrindo perto delas e deu um beijo na bochecha de Emily, o que a fez sorrir como uma criança que ganhara doces. - Aí vocês sabiam da existência desse feitiço? Antebabel... Eu nunca tinha ouvido falar.

—Sim. - Ashley respondeu secamente. 

—Eu e Ash lemos um artigo sobre recentemente. - Emily falou, sem nem ao menos reparar na secura em que a amiga dera a resposta. - Saiu nos novos livros bruxos. Foi inventado há uns três anos, acho...

—Foi em 2015, então é, três anos. - Ashley completou.

—Por isso não está na grade escolar, é muito recente ainda. - Emily explicou. - Talvez ano que vem já esteja disponível pros alunos aprenderem.

—Eu devia saber que não existe nada no mundo mágico que vocês duas não saibam. - Luke falou rindo. - Vamos dar uma volta pra ver o lugar?

Emily assentiu animada com a cabeça, Ashley apenas suspirou e começou a andar junto com eles.

Realmente o feitiço funcionava perfeitamente. Todos os jovens presentes no recinto conversavam em grupos e todas as palavras que chegavam no ouvido de Ashley soavam como um inglês perfeito.

—Seria legal se a gente parasse para conversar com alguns alunos de outras escolas, vocês não acham? - Emily perguntou enquanto eles andavam. - Sabe, conhecer novas culturas... acho interessante.

Essa só poderia ser uma ideia vinda de Emily mesmo - A garota fazia amigos com uma facilidade extraordinária! Para Ashley não poderia haver um pesadelo maior do que simplesmente andar até um grupo de desconhecidos e se apresentar para eles, sem mais nem menos.

—Você tem família na Grã-Bretanha, não é, Ash? - Emily perguntou.

—Ah, sim... - Ashely respondeu. - Duas primas do meu pai, Daphne e Astoria... Eu já as vi em algumas reuniões de família. 

—Talvez algum primo seu esteja aqui! - Emily falou animada.

—Acho difícil... - Ashley respondeu. - Só Astória tem filho, Scorpius Malfoy... Pelo que eu me lembre, ele é mais novo que eu... Deve ter uns 12 anos, não sei.

Ela nunca havia sido muito ligada à sua família. A família Greengrass era uma das mais famosas de sangue puro tanto nos Estados Unidos quanto na Grã-Bretanha. Ashley tinha uma irmã mais nova chamada Amber, que estava no primeiro ano de Ilvemory, na mesma casa que ela. Seu pai havia nascido na Inglaterra, mas se mudou para os Estados Unidos após se formar em Hogwarts no fim dos anos 80. Na primeira semana nos Estados Unidos, ele teve um acidente com um hipogrifo irritado e foi parar no hospital de acidentes mágicos mais próximo de onde estava. Lá ele conheceu a mãe de Ashley, a curandeira que atendeu ele e era 5 anos mais velha. Ele passou todo o tratamento pensando em jeitos de conquistá-la. No final, ele simplesmente perguntou se ela queria tomar uma cerveja amanteigada e ela aceitou. Estavam juntos desde então. Uma linda história de amor, mas Ashley achava os pais insuportavelmente chatos, extremamente apaixonados um pelo outro e pela vida, sempre exalando um positivismo exagerado demais para o gosto de Ashley.

—Qual o ponto disso tudo aqui? - Luke perguntou enquanto eles andavam.  - Vai ter uma palestra ou algo do tipo? Porque tivemos que vir até o Brasil para... 

—Tá aí uma pergunta sobre o mundo mágico que eu e Ash não sabemos responder. - Emily disse. - Por que juntar tanta gente em um lugar só? 

Antes que Ashley pudesse abrir a boca para responder, uma voz ressoou pela sala ampla.

—Atenção, todos os bruxos e bruxas aqui presentes. - Era uma voz feminina que provavelmente estava usando o feitiço Sonorus para ampliar a voz. - Pedimos por favor que todos se dirijam em direção ao Auditório onde teremos nossa reunião. 

Ashley, Emily e Luke seguiram as instruções e chegaram em um Auditório cheio de cadeiras, havia espaço para mais pessoas do que realmente tinha, não foram ocupadas um pouco mais da metade das cadeiras disponíveis, mesmo tendo aproximadamente, segundo a percepção de Ashley, uns 500 bruxos presentes.

Ela, Emily e Luke foram procurar lugares. Ashley andou um pouco mais atrás deles e pode ver que eles seguravam as mãos. Ela sentiu o sangue subir pelo seu corpo e cerrou as mãos, respirando fundo para tentar se acalmar.

—Luke! - Emily exclamou quando viu o namorado tropeçar no chão. - Tudo bem? 

—Tudo. - Ele falou se recompondo. Não havia chegado a realmente cair no chão, apenas se desequilibrou um momento. - Eu não sei porque isso continua acontecendo, será que eu sou muito distraído? 

—Um pouco... - Emily falou rindo.

Ashley sabia que não tinha nada a ver com a distração de Luke (embora ele fosse sim um tanto avoado, uma das coisas que ela também não gostava sobre ele). A bruxa havia reparado em um padrão quando isso acontecia. Toda vez que ela sentia uma raiva estranha, Luke tropeçava. Ashley passou a olhar para o chão quando isso acontecia e percebeu que o chão se modificava, formando um pequeno relevo que o fazia tropeçar, e depois voltava ao normal. No entanto, não era de forma consciente que Ashley fazia isso, muito pelo contrário! Era totalmente sem querer e ela não conseguia parar. Quer dizer, ela não conseguia controlar quando sentia raiva. E não sabia porque isso acontecia. Talvez a família Greengrass fosse extremamente poderosa e ninguém contou a ela ou, talvez, todos os bruxos pudessem fazer isso... Ela não tinha certeza. Mas nunca comentou com ninguém. 

Eles se sentaram em uma fileira mais no fundo. Emily ficou no meio, obviamente. Ashley apenas olhava para longe, observando os outros alunos, tentando ignorar as risadinhas que vinham do seu lado.

Um bruxo de aproximadamente uns 80 anos subiu ao palco.

—Boa tarde a todos.  - Ele disse usando o feitiço Sonorus.  - Meu nome é Babajide Akingbade, sou o Cacique Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos e reuni aqui, membros dos ministérios da magia ao redor do mundo, junto com os alunos dos sétimos anos das escolas de magia e bruxaria. E tenho certeza que vocês jovens estão se perguntando o porquê. 

No palco, além do Cacique Supremo, havia mais oito adultos. Um deles, Ashley reconheceu: Era Samuel G. Quahog, o Ministro da Magia dos Estados Unidos. Ela deduziu então que os outros 7 deveriam ser os ministros da magia dos outros países. 

—Há algo muito estranho acontecendo. - O Cacique Supremo continuou. - Há alguma magia poderosa que desequilibrou a natureza. Os trouxas acham que a culpa é da poluição deles - o que em parte é mesmo - mas ela sozinha não causaria tanto impacto a tão curto prazo. Florestas estão pegando fogos, os mares estão fora de controle, ventos descontrolados causando furacões, terremotos sem fundamento, tem algo errado com a natureza.

Ashley prendeu a respiração. Ela havia visto no jornal bruxo aquela manhã uma notícia sobre uma floresta trouxa que sucumbiu às cinzas devido a queimadas, mas não achou que fosse algo que tivesse magia envolvida. 

—Reuni vocês aqui porque vocês representam o futuro da comunidade bruxa. - Disse Cacique Supremo. - Se vamos nos juntar para combater o que quer que esteja acontecendo, precisamos de vocês. Estão aqui presentes os ministros da magia do mundo inteiro, para que possamos discutir formas de lidar com isso. Quero passar agora a palavra para a ministra da magia da Grã-Bretanha, a senhora Hermione Granger-Weasley.

Uma mulher que deveria ter aproximadamente 40 anos, seguiu até o microfone. Ao ouvir o nome, Ashley a reconheceu dos livros de história da magia. Era ‘A’ Hermione Granger, que havia ajudado Harry Potter a combater Voldemort nos anos 90. Era quase como se ela estivesse no mesmo espaço que uma celebridade.

—Boa noite a todos. - Disse a senhora Granger-Weasley, em um tom de voz gentil - Bem, tenho feito algumas pesquisas e acredito que devemos achar meios de minimizar os efeitos climáticos por agora, enquanto tentamos chegar à raiz do problema. Que fonte de magia está causando tudo isso? No Ministério inglês, reunimos um time disposto a lidar com os tsunamis que tem acontecido no Japão. Eles são treinados para...

Mas antes que a ministra pudesse continuar, um homem, que não deveria ter menos de 90 anos, se levantou subitamente na fileira da frente, atraindo os olhares de todos.

—Pois não, senhor? - Disse a Sra. Granger-Weasley para o homem.

—É o professor de Adivinhação de Mahoutokoro! - Disse a mulher japonesa que estava no palco, provavelmente a ministra da magia do Japão. 

O homem não respondeu e, ao invés disso, levantou a cabeça para encarar o teto, com os olhos arregalados, proferindo as seguintes palavras em uma voz que não parecia a dele.

 

A natureza clama quando o tempo há de escapar. 

E escolhidos estão destinados a impedir

O mal que há muito ameaçou

Oito nascidos iguais, de oito partes do mundo

No exato momento onde a força abundou

Os elementos estão com eles

Da Terra, os guardiões

Da água, aventura e vitória

Do fogo, a luz e a senhora

Do ar, os meio-sangues

E juntos encontrarão a parte perdida 

Batalhando para salvar o mundo

Do mal na fenda, que a história ocultou.

Um calafrio percorreu o corpo de Ashley, que entendeu na hora o que estava acontecendo. Era uma profecia sendo criada.


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Notas finais do capítulo

E aiii, o que acharam? Animadas(os) pra descobrir o que vai rolar com essa profecia?

Curiosidade: A Brena estudou na Escola de Música do Auditório Ibirapuera



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