A Câmara Secreta - Por Rony W. e Hermione G. escrita por overexposedxx, Popione


Capítulo 11
Capítulo 11 - T. S. Riddle




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A recuperação de Hermione era mais complicada do que haviam imaginado: a amiga permaneceu na ala hospitalar várias semanas, o que a fez faltar às aulas quando estas iniciaram. Seu sumiço fez as pessoas acharem que ela tinha sido outra vítima do monstro e tantos alunos passaram pela ala hospitalar tentando dar uma olhada nela que Madame Pomfrey pegou as cortinas e pendurou-as em torno da cama da garota, para lhe poupar a vergonha de ser vista com a cara peluda.

Toda tarde Harry e Rony iam visitá-la e levavam os deveres do dia.

— Se tivessem crescido bigodes de gato em mim, eu teria tirado umas férias dos deveres – disse Rony, certa noite, despejando uma pilha de livros na mesa de cabeceira de Mione.

— Pare de ser bobo, Rony, tenho que me manter em dia – disse ela, decidida. Seu estado de ânimo melhorara muito desde que todos os pelos desapareceram do seu rosto, e os olhos estavam voltando lentamente à cor castanha. – Suponho que não encontraram nenhuma pista nova? – acrescentou aos sussurros, de modo que Madame Pomfrey não a escutasse.

— Nada – respondeu Harry, novamente desanimado.

— Eu tinha tanta certeza de que era Draco – disse Rony, pela centésima vez.

— Que é isso? – perguntou Harry, apontando para alguma coisa dourada que aparecia por baixo do travesseiro de Mione.

— É só um cartão desejando que eu fique boa logo – disse Hermione, depressa, tentando escondê-lo, mas Rony foi mais rápido. Puxou o cartão, abriu-o e leu em voz alta:

"À senhorita Granger desejo uma rápida convalescença, seu professor preocupado Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa Contra as Artes das Trevas, cinco vezes vencedor do Prêmio do Sorriso Mais Atraente do Semanário dos Bruxos."

Rony olhou para Hermione, enojado.

— Você dorme com isso debaixo do travesseiro?

Mas ela não precisou responder, porque Madame Pomfrey apareceu para lhe dar a medicação noturna.

Harry e Rony se despediram e foram de volta para a torre da Grifinória. Rony, estranhamente irritado, não pôde deixar de comentar:

— O Lockhart é o cara mais populista que você já conheceu ou o quê?

— Se ao menos ele tivesse dado um susto em Snape no Clube de Duelos, não me importaria que ele fosse o que quisesse. - disse Harry, dando de ombros.

— Bem, mas ele não serviu nem pra isso, não é? - Rony retrucou, irritado, e então se lembrou do que o aguardava, com pesar. - Quem sabe assim Snape não tivesse passado tanto dever de casa.- ele viu Harry dar um meio aceno com a cabeça, e suspirou, se arrastando pelas escadas - Francamente, eu não sei o que vamos fazer. Devia ter perguntado à Mione quantos rabos de rato devia usar na Poção de Arrepiar Cabelos.

Foi quando os dois ouviram um burburinho de vozes vindo do andar de cima.

— É o Filch – murmurou Harry enquanto subiam depressa a escada e paravam, escondidos, apurando os ouvidos.

— Você acha que mais alguém foi atacado? – perguntou Rony, tenso.

Os dois ficaram quietos, as cabeças inclinadas na direção da voz de Filch, que parecia um tanto histérica.

— ... sempre mais trabalho para mim! Enxugando o chão a noite inteira, como se já não tivesse o suficiente para fazer! Não, isto é a última gota, vou procurar o Dumbledore...

Os passos dele cessaram e os meninos ouviram uma porta bater a distância.

Os garotos esticaram as cabeças para espiar mais além do canto. Filch, pelo que viam, estivera em seu posto de vigia habitual: estavam mais uma vez no local em que Madame Nor-r-ra fora atacada.

Então, viram imediatamente a razão dos gritos de Filch: uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da porta do banheiro da Murta Que Geme. Quando Filch parou de gritar, eles puderam ouvir os lamentos da Murta ecoando pelas paredes do banheiro.

— Agora o que será que ela tem?! – exclamou Rony.

— Vamos até lá ver – disse Harry.

Murta chorava mais forte que nunca de seu boxe habitual. A inundação tinha apagado as velas deixando o banheiro muito escuro.

— Que foi, Murta? – perguntou Harry.

— Quem é? – engrolou Murta, infeliz. – Vêm jogar mais alguma coisa em mim?

Harry meteu os pés na água até o boxe dela.

— Por que eu iria jogar alguma coisa em você?

— É a mim que você pergunta! – gritou Murta, surgindo em meio a mais uma onda líquida, que se espalhou pelo chão já molhado. – Estou aqui cuidando da minha vida e alguém acha que é engraçado jogar um livro em mim...

— Mas não deve machucar se alguém joga um livro em você – argumentou Harry. – Quero dizer, ele atravessa você, não é mesmo?

Ele havia dito a coisa errada. Murta se estufou e gritou com voz aguda:

— Vamos todos jogar livros na Murta, porque ela não é capaz de sentir! Dez pontos se você fizer o livro atravessar a barriga dela! Muito bem, ha, ha, ha! Que ótimo jogo, eu não acho!

— Mas afinal quem jogou o livro em você? – perguntou Harry.

— Eu não sei... Eu estava sentada na curva do corredor, pensando na morte, e o livro atravessou a minha cabeça – disse Murta, olhando feio para os garotos. – Está lá, foi levado pela água...

Harry e Rony espiaram embaixo da pia para onde Murta apontava. Havia um livro pequeno e fino caído ali. Tinha uma capa preta e gasta e estava molhado como tudo o mais naquele banheiro. Harry adiantou-se para apanhá-lo, mas Rony de repente esticou o braço para impedi-lo.

— Que foi?

— Você está maluco – disse Rony. – Pode ser perigoso.

— Perigoso? – perguntou Harry rindo. – Deixe disso, de que jeito poderia ser perigoso?

— Você ficaria surpreso – disse Rony, olhando apreensivo para o livro. – Os livros que o Ministério da Magia tem confiscado, papai me contou, tinha um que queimava os olhos da pessoa. E todo mundo que leu Sonetos de um bruxo passou a falar em rima para o resto da vida. E uma velha bruxa em Bath tinha um livro que a pessoa não conseguia parar de ler! Passava a andar com a cara no livro, tentando fazer tudo com uma mão só. E...

— Está bem, já entendi.

O livrinho continuava no chão, empapado e indefinível.

— Bem, não vamos descobrir se não dermos uma olhada – falou Harry. Abaixou-se para se desvencilhar de Rony e apanhou o livro do chão. Ao ver que o amigo abriu o livro e nada aconteceu, Rony se aproximou cautelosamente dele e espiou por cima do ombro dele. Ele viu escrito na primeira página em tinta borrada "T. S. Riddle".

— Calma aí – disse Rony, – Conheço esse nome... T. S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos.

— Como é que você sabe? – perguntou Harry, admirado.

— Porque Filch me fez polir o escudo desse homem umas cinquenta vezes durante a minha detenção – disse Rony com raiva. – Daquela vez que arrotei lesmas para todo o lado. Se você tivesse tirado lesmas de um nome durante uma hora, você também se lembraria. - ele se lembrou com desgosto.

Harry separou as páginas molhadas e estavam completamente em branco.

— Não entendo por que alguém quis se descartar dele – comentou Rony, curioso.

Harry virou as costas do livro e disse pensativo:

— O dono deve ter nascido trouxa para ter comprado um diário na rua Vauxhall...

— Bom, não vai servir para você – disse Rony. E baixando a voz: – Cinquenta pontos se você conseguir fazer ele atravessar o nariz da Murta.

Harry, porém, meteu o diário no bolso.

Somente no início de fevereiro foi que Hermione deixou a ala hospitalar. Vários alunos a olhavam, vendo que não poderia ter sido petrificada, já que estava de volta.

Na primeira noite de volta à Torre da Grifinória, Harry lhe mostrou o diário de T. S. Riddle e lhe contou como o tinham encontrado.

— Aaah, talvez tenha poderes secretos – disse a garota, entusiasmada, apanhando o diário e examinando-o com atenção.

— Se tiver, deve estar escondendo esses poderes muito bem – disse Rony, inconformado com a inutilidade do diário. – Vai ver é tímido. Não sei por que você não joga esse diário fora, Harry.

— Eu queria saber por que alguém tentou jogá-lo fora. E também gostaria de saber por que foi que Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados a Hogwarts.

— Pode ter sido por qualquer coisa – disse Rony. – Talvez tenha ganho trinta corujas ou salvou um professor dos tentáculos de uma lula-gigante. Talvez tenha assassinado a Murta; isso teria sido um favor para todo mundo...

Harry e Hermione tinham uma expressão pensativa e Rony parou o que dizia olhando de um para o outro e completou:

— Que foi?

— Bom, a Câmara Secreta foi aberta há cinquenta anos, não foi? Foi o que Draco disse. — começou Harry.

— É... – disse Rony lentamente.

— E este diário tem cinquenta anos – disse Hermione, tamborilando os dedos nele, agitada.

— E daí?

— Ah, Rony, vê se acorda – retrucou a garota, como se fosse óbvio. – Sabemos que quem abriu a Câmara da última vez foi expulso há cinquenta anos. Sabemos que T. S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos. Muito bem, e se Riddle recebeu o prêmio por ter pego o herdeiro de Slytherin? O diário dele provavelmente nos contaria tudo, onde fica a Câmara, como abri-la, que tipo de criatura mora lá, e a pessoa que está por trás desses ataques desta vez não gostaria de ver o diário rolando por aí, não é?

— É uma teoria brilhante, Mione – disse Rony, e então ironizou, com o que lhe parecia evidente –, só tem um furinho pequenininho. Não tem nada escrito no diário.

Mas, Hermione já estava tirando a varinha de dentro da mochila.

— Talvez a tinta seja invisível! – sussurrou.

A garota deu três toques no diário e disse: Aparecium!

Nada aconteceu. Sem desanimar, Mione meteu outra vez a mão na mochila e tirou uma coisa que parecia uma borracha vermelho-berrante.

— É um revelador que comprei no Beco Diagonal – explicou.

Ela esfregou a borracha com força em primeiro de janeiro. Nada aconteceu.

— Estou dizendo que não tem nada aí para se achar – falou Rony, categoricamente. – Riddle simplesmente ganhou um diário de Natal e não se deu o trabalho de usá-lo.

Apesar dos argumentos de Rony, Harry e Hermione queriam descobrir mais sobre o dono do diário. Então, próximo ao amanhecer, os três foram à sala de troféus para examinar o prêmio especial de Riddle. Rony foi contrariado: não achava que aquilo era relevante e já havia passado tempo demais naquela sala.

— Onde está o prêmio, Rony? - perguntou Harry assim que entraram na sala.

— Ali, no armário de canto.

Harry chegou perto e olhando pelo vidro disse, infeliz: - Não diz as razões pelo que foi concedido.

— Ainda bem, porque seria maior e eu ainda estaria polindo essa coisa. - disse Rony, rabugento.

Hermione, que olhava outros prêmios, encontrou o nome de Riddle em uma velha medalha de Mérito em Magia e em uma lista de antigos monitores-chefes.

— Ele até parece o Percy – disse Rony, torcendo o nariz enojado. – Monitor, monitor-chefe... provavelmente o primeiro aluno em todas as classes...

— Você fala isso como se fosse uma coisa ruim – disse Hermione num tom ligeiramente magoado.

— Se você se comporta como Percy, então é... - respondeu ele, dando de ombros - ... mas, também pode ser como o Gui. Daí não teria problema.

(...)

O sol voltara a brilhar palidamente sobre Hogwarts. As pessoas estavam mais esperançosas, já que os ataques haviam parado e as mandrágoras estavam crescendo bem. Mas, Ernie Macmillan, da Lufa-Lufa, não concordava com essa visão otimista: ainda estava convencido de que Harry era o culpado, que ele "se denunciara" no Clube dos Duelos. Pirraça também não ajudava; a toda hora aparecia nos corredores cheios de alunos, cantando: "Ah, Potter podre...", agora com um número de dança para acompanhar.

Certa manhã Rony e Hermione foram sozinhos para o café da manhã, pois Harry ainda dormia devido um treino que foi até tarde na noite anterior. Ao chegarem no salão, viram as paredes cobertas com grandes flores rosa berrante e do teto azul-celeste caía confete em formato de coração.

— Mas que raios é isso? - indagou Rony, franzindo a testa e abrindo a boca em surpresa.

—Dia dos namorados, Rony. - falou Hermione simplesmente, rindo da cara dele.

—Mas... o que é... - ele não conseguiu dizer. Apenas apontou para a mesa dos professores.

Lockhart usava vestes rosa berrante, para combinar com a decoração.

Hermione não sabia se ria da cena ou da reação de Rony.

—Acho que estou enjoado. - falou ele, sentando-se rápido ao lado dela. Hermione negou com a cabeça, rindo discretamente.

Logo Harry veio se juntar a eles e já chegou perguntando:

— Que é que está acontecendo?

Rony apontou para a mesa dos professores nauseado, onde Lockhart gesticulava, pedindo silêncio. Os professores, de cada lado dele, estavam impassíveis.

— Feliz Dia dos Namorados! – exclamou Lockhart. – E será que posso agradecer às quarenta e seis pessoas que me mandaram cartões até o momento? Claro, tomei a liberdade de fazer esta surpresinha para vocês, e ela não acaba aqui!

Lockhart bateu palmas e, pela porta que abria para o saguão de entrada, entraram onze anões de cara amarrada. Mas não eram uns anões quaisquer. Lockhart mandara-os usar asas douradas e trazer harpas.

— Os meus cupidos, entregadores de cartões! – sorriu Lockhart. – Eles vão circular pela escola durante o dia de hoje entregando os cartões dos namorados. E a brincadeira não termina aí! Tenho certeza de que os meus colegas vão querer entrar no espírito festivo da data! Por que não pedir ao Prof. Snape para lhes ensinar a preparar uma Poção do Amor! E por falar nisso, o Prof. Flitwick conhece mais Feitiços de Fascinação do que qualquer outro mago que eu conheça, o santinho!

O Prof. Flitwick escondeu o rosto nas mãos. Snape fez cara de que obrigaria a beber veneno o primeiro aluno que lhe pedisse uma Poção do Amor.

Hermione, por sua vez, ficou muito estranha desde então, mas não disse nada, enquanto tomavam café o mais normalmente quanto possível, diante daquele cenário.

Assim que deixaram o salão para irem a primeira aula, no entanto, Rony não se conteve em perguntar à amiga o que estava martelando em sua cabeça:

— Por favor, Mione, me diga que você não foi uma das quarenta e seis.

Hermione disfarçou após a pergunta, sem dizer nada: fingiu procurar na mochila o seu horário e não respondeu. Não havia enviado nenhum cartão, apesar de ter pensado nisso. Mas, o fato de Rony se preocupar com isso a havia deixado estranhamente sem jeito.

O dia inteiro, os anões não pararam de invadir as salas de aula e entregar cartões, para irritação dos professores e, no fim daquela tarde, quando os alunos da Grifinória iam subindo para a aula de Feitiços, um dos anões alcançou Harry.

— Oi, você! "Arry" Potter! – gritou um anão particularmente mal-encarado, que abria caminho às cotoveladas para chegar até Harry.

Harry tentou escapar. O anão, porém, meteu- se por entre a garotada chutando as canelas de todos e o alcançou antes que o garoto pudesse se afastar dois passos.

— Tenho um cartão musical para entregar a "Arry" Potter em pessoa – disse, empunhando a harpa de um jeito meio assustador.

— Aqui não – sibilou Harry, tentando escapar.

— Fique parado! – grunhiu o anão, agarrando a mochila de Harry e puxando-o de volta.

— Me solta! – rosnou o garoto, puxando.

Com um barulho de pano rasgado, a mochila se rompeu ao meio. Todo o material se espalhou e o vidro de tinta se derramou por cima de tudo.

Harry virou-se para todos os lados, tentando reunir tudo rapidamente, causando um certo engarrafamento no corredor.

— Que é que está acontecendo aqui? – ouviu-se a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.

Harry começou a enfiar tudo febrilmente na mochila rasgada.

— Que confusão é essa? – perguntou Percy Weasley que se aproximava.

Harry tentou correr, mas o anão o agarrou pelos joelhos e o derrubou com estrondo no chão.

— Muito bem – disse ele, sentando-se em cima dos calcanhares de Harry. – Vamos ao seu cartão cantado:

Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos,

Teus cabelos, negros como um quadro de aula.

Queria que tu fosses meu, garoto divino,

Herói que venceu o malvado Lorde das Trevas.

Rony não conseguia parar de rir: achou até que isso irritaria Harry, mas este deu uma risadinha também ao se levantar. Percy começou a dispersar os alunos que também riam.

— Vão andando, vão andando, a sineta tocou há cinco minutos, já para a aula – disse o monitor, espantando os alunos mais novos. – E você, Malfoy...

Harry, interrompeu, se dirigindo a Draco:

— Devolva isso aqui

— Que será que Potter andou escrevendo nisso? – disse Draco, que obviamente não reparara na data impressa na capa e pensava que era o diário de Harry. Fez-se silêncio entre os presentes. Gina olhava do diário para Harry, com cara de terror.

— Devolva, Malfoy – disse Percy com severidade.

— Depois que eu olhar – disse Draco, agitando o diário no ar para enraivecer Harry.

Percy falou:

— Como monitor...

Harry prontamente puxou a varinha e gritou: "Expelliarmus!" e o diário saiu voando da mão de Draco sendo apanhado por Rony, com um grande sorriso.

— Harry! – disse Percy em voz alta. – Nada de mágica nos corredores. Vou ter que reportar isso, sabe!

Draco, furioso, gritou para Gina quando esta passou por ele para entrar na sala de aula:

— Acho que Potter não gostou muito do seu cartão!

Gina cobriu o rosto com as mãos e correu para dentro da sala. A raiva de Rony foi instantânea: ele sentiu seu rosto ficar muito vermelho e quente e puxou a varinha, mas Harry agarrou-o para afastá-lo.

— Tenha calma, Rony, sua varinha está quebrada, lembra? Não quer ficar arrotando lesmas de novo, não é? - dizia Harry, tentando acalmá-lo.

Rony abaixou a varinha e respirou fundo.

Durante a aula do Prof. Flitwick Harry mostrou a Rony que todos os seus livros estavam ensopados de tinta vermelha, menos o diário. Mas, Rony não lhe deu atenção: sua varinha estava liberando grandes bolhas da ponta.

Naquela noite Harry subiu antes para o dormitório. Rony sabia que ele iria ficar mexendo naquele diário e não fez questão de ir junto -, achava uma perda de tempo. Hermione relia suas anotações das aulas que havia perdido, pois precisava compensar, tendo perdido mais de um mês de aulas - ainda que estivesse com todos os deveres em dia.

— Mione, sossega! Você que não estava nas aulas sabe mais que nós que estávamos lá. - disse Rony, jogado na poltrona em frente à lareira.

A amiga o ignorou e continuou a ler.

— Você acha que foi Gina que mandou o cartão a Harry? - perguntou ele, de repente - Quero dizer... ela estava muito estranha lá no corredor.

— Não sei, Rony. Pode ser, mas também pode ter sido qualquer um. - respondeu ela, sem tirar os olhos do papel.

— Por que acha isso? - ele quis saber, se arrumando na poltrona.

— Ora... - ela abaixou o pergaminho e olhou pra ele - Harry é famoso e várias garotas gostam disso.

— Você mandaria um daqueles pra ele, então? - ele perguntou, sentindo as pontas das orelhas esquentarem.

— Eu? Por que faria isso? - ela corou com a pergunta, franzindo o cenho - Sou amiga dele, não sou?

— Ah sim...! É claro. - ele concordou rápido, mas sem muita veemência, e ficou mirando os próprios pés.

—Pode ter sido uma brincadeira também. - Hermione opinou, tentando mudar o rumo daquela conversa, e Rony a olhou com uma nova atenção - Algum garoto pode ter mandado para constrangê-lo e poder ficar zombando dele depois. - ela explicou.

— Ah, é verdade. Pode ser. - disse ele, não muito convencido. Houve um silêncio estranho, e logo Rony se levantou - Bom, vou ver se acho Harry! - e enfiou as mãos nos bolsos.

—Está bem, até mais! - ela se despediu, vendo-o sumir de vista, e fingiu voltar às suas anotações, embora ainda estivesse pensando naquela conversa estranha que haviam acabado de ter.

Rony subiu para o dormitório e viu Harry deitado na cama: braços e pernas abertos com o diário aberto sobre a barriga.

— Ah, é aqui que você está! – disse ele.

Harry se sentou. Estava suado e trêmulo.

— Que aconteceu? – perguntou Rony, olhando-o preocupado.

— Foi Hagrid, Rony. Hagrid abriu a porta da Câmara Secreta há cinquenta anos.


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