Encontre-me escrita por Frida


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

A fanfic se passa após os eventos do final da 1ª temporada. Eu me baseei apenas nos personagens e nos eventos da série da Netflix. Não vai ter spoilers dos livros. Muitas das informações contidas na história são inventadas por mim. Por último, algumas expressões usadas na fanfic foram retiradas dos livros:
Merzost: a "magia proibida", uma corrupção da Pequena Ciência. É mencionada principalmente no episódio em que vemos o surgimento da Dobra.
Otkazat'sya: pessoas sem os poderes Grisha.
Nichevo'ya: é o monstro de sombras que aparece no finalzinho da 1ª temporada.



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Quando Aleksander abriu os olhos, descobriu-se deitado, relaxadamente, em uma pequena clareira no meio de uma floresta. O verde profundo das plantas era acentuado pela luz do sol, e o som das águas de um rio caudaloso que corria ali perto preenchia seus ouvidos. Era um lugar que ele conhecia bem, através de suas memórias da infância. Aquela região deveria estar inacessível, pois localizava-se no coração da Dobra das Sombras. Porém, agora, a Dobra não passava de uma história antiga, de um passado distante. Naquele lugar, tudo tinha um ar de calmaria, e ele se sentia à vontade...

Não! Não abaixe sua guarda, o perigo pode estar por perto.

Aleksander, apesar do aparente estado de tranquilidade, moveu-se para atrás de um dos arbustos, da forma mais silenciosa que conseguiu. Tendo consciência de que o rio abafava o som de seus passos, ele começou a explorar os arredores. 

Numa possível luta, sua principal arma era o seu poder das sombras, é claro, mas até saber com o que estava lidando, precisaria ser cauteloso. Ele cansara de ver Grishas poderosos perecerem em confrontos com grupos de otkazat'syas em fúria, nos tempos em que seu povo era caçado por eles, muito antes da formação do Segundo Exército e da Dobra das Sombras. Ele mesmo, quando era apenas uma criança, vivia como um fugitivo, sempre com medo de revelar seus poderes para as pessoas que poderiam matá-lo...

Subitamente, Aleksander percebeu a presença de outra pessoa que tentava se ocultar atrás de uma das árvores. O reconhecimento veio em um piscar de olhos e ele deixou escapar:

"Alina Starkov."

Ele sentiu seu corpo imediatamente reagir, o poder das sombras se agitando dentro dele, preparando-se para o confronto iminente. Porém, quando Alina colocou a cabeça pra fora do esconderijo, um sorriso preenchia seu rosto. Aquilo desarmou as defesas de Aleksander. Já ela, parecia se divertir com seu estado de estupefação.

"Ei, você me achou muito rápido!", ela exclamou.

Ele riu, percebendo que, afinal, não havia nada a temer, tudo não passava de uma simples brincadeira de esconde-esconde.

Quando saiu por completo de trás da árvore, Aleksander viu que ela trajava o kefta preto com bordados dourados, os chifres de cervo se destacando em seu pescoço. E, ainda, sua pele brilhava mais do que todas as coisas ao redor, emitindo uma luz a qual poderia se confundir com a do próprio sol.

Eu esperei tanto tempo por você.

Então, eles começaram a caminhar, lado a lado, em direção à pequena clareira onde Aleksander despertara. Sem nenhum temor, ela distraidamente entrelaçou sua mão na dele. Um fluxo de poder percorreu o corpo dos dois, mostrando que eles estavam em total consonância. Afinal, eram os dois Grishas mais poderosos que já viveram e entre eles não havia inveja, qualquer sentimento de superioridade, ou mesmo brigas políticas (como frequentemente Aleksander vira no Pequeno Palácio), pois eles eram iguais, reinavam juntos. Agora, Ravka estava unida novamente, era uma nação em paz, um refúgio para todos os Grishas. Isso era tudo o que ele sempre desejou.

Quando chegaram na clareira, Alina soltou sua mão e anunciou, em um tom brincalhão:

"Você pode ter sido rápido, mas agora é hora da minha vingança", sua expressão era de uma falsa solenidade. "Aleksander, é a sua vez de se esconder."

 * * *

 É claro, tudo não havia passado de um sonho. 

Ainda deitado na cama e com os olhos fechados, Aleksander se lembrou de uma das conversas que tivera com a Alina real, logo antes dele colocar o amplificador em seu pescoço. Aquela fora a primeira vez que ele revelara, em voz alta, o futuro que havia planejado. Juntos, Aleksander dissera a ela, e a expressão de Alina deixara claro que ela também o desejava. Porém, era igualmente óbvio que havia uma luta em seu interior para aceitar a realidade de que apenas os dois eram eternos, e o resto do mundo não os merecia. Então, Aleksander notara que ele também estivera em um conflito interno, sem ser capaz de distinguir entre as mentiras e manipulações que ele próprio criara de seus reais sentimentos por Alina.

E, no final, depois de tudo que passaram, ela escolhera traí-lo... O que, pensando bem, não era de todo ruim, considerando que isso a aproximava mais ainda dele. Entretanto, caso ela tivesse se esforçado para compreendê-lo, certamente concordaria com as ações dele. 

Durante as últimas centenas de anos, Aleksander acompanhara de perto os inúmeros conflitos entre os Grishas e os otkazat'syas, os quais mais tarde formariam o Segundo e o Primeiro Exércitos para combater os inimigos de Ravka. Todavia, mesmo estando no mesmo lado da batalha, no instante em que a Dobra das Sombras fosse destruída, seria um estopim para uma guerra civil, a qual há tempos já dava indicações de ocorrer. Assim, a nação se enfraqueceria, abrindo uma brecha para que os Shu Han e os Fjerda viessem para cima deles com tudo.

E, no meio dessa situação, estava o General Kirigan, o único capaz de consertar uma nação dividida ao meio.

Tendo isso em mente, ele tivera que tomar a decisão de usar a Dobra como uma arma contra os otkazat'syas insurgentes, ciente dos danos colaterais, das inúmeras vidas que seriam ceifadas, mas sabendo que não seriam em vão. Ele mostraria a todos que Ravka não cairia facilmente, garantindo a estabilidade do reino, e o Rei não teria outra escolha a não ser lhe entregar a coroa. O Darkling estava preparado para bancar o vilão se isso fosse preciso para alcançar seus objetivos.

Entretanto, outras pessoas ousaram interferir nos seus planos, convencendo a conjuradora do sol de que o mito da "Sankta Alina" seria capaz de unir os Grishas e os otkazat'syas em uma fé comum. Alina ainda não havia abandonado a ideia completamente estapafúrdia de que ela pertencia a esses dois grupos. A verdade é que não havia ninguém, no mundo todo, que se assemelhava a ela e a Aleksander, e ele sabia bem disso.

Durante toda a sua vida ele vivera cercado por Grishas inferiores, sem a mínima capacidade de compreendê-lo. Para todos os outros, os esforços incansáveis para encontrar a conjuradora do sol se justificavam pelos seus próprios interesses comerciais e políticos, além dos muitos benefícios que a destruição da Dobra traria. Porém, para Aleksander, era muito mais do que isso. Tratava-se de uma busca pela única pessoa capaz de preencher um vazio em seu ser, e ele estava disposto a procurar mais centenas de anos, caso fosse necessário.

Então, quando Alina Starkov aparecera, ele logo se dera conta de que ela não era nada como tinha imaginado. Havia um imenso abismo entre eles. Ela poderia, com o tempo e o treinamento certos, tornar-se igualmente poderosa. Porém, até aquele momento, era Aleksander quem detinha conhecimentos profundos sobre a Pequena Ciência e sobre a Merzost, a magia proibida. 

Seu corpo mexeu-se desconfortavelmente na cama, enquanto um calafrio o percorria de ponta a ponta, pelo simples soar daquela palavra em seus pensamentos. Ele aprendera, do pior modo, que mexer com a Merzost sempre trazia consequências inimagináveis. Em sua busca por um poder superior, capaz de esmagar todos os seus inimigos, ele criara a Dobra das Sombras e os volkras. Dentro dela, o poder Grisha de Aleksander era simplesmente inútil, ele não conseguia sequer usar sua habilidade de corte contra os volkras. 

No entanto, com a ajuda de Alina, ele poderia ter usado a Dobra como uma arma. Não para sempre, é claro. Chegaria a hora em que esta precisaria ser destruída. Era como uma faca de dois gumes: você pode usá-la contra seus inimigos, porém, eventualmente você irá se ferir. E a Dobra das Sombras sempre fora a maior fraqueza do Darkling... Mas não mais. Agora, ele havia adquirido um novo poder, o qual possibilitaria, em breve, a criação de um exército de criaturas sombrias prontas para obedecê-lo.

Com esse pensamento, Aleksander, enfim, abriu os olhos. Seus novos "bichos de estimação" quase se confundiam com a escuridão do quarto, mas a sua presença era impossível de ser ignorada.

"Nichevo'yas, acerquem", Aleksander deu o comando às criaturas, com uma voz fraca e quase irreconhecível soando em seus ouvidos.

Ele aguardou alguns instantes, todavia, elas pareciam não ter ouvido. Tentou mais uma vez e nada aconteceu. Será que a loucura estaria se apoderando dele?

Apenas um dia atrás, ele estava em ótimas condições. Depois de quase ter sido morto pela conjuradora do sol, Aleksander tinha adquirido o poder de convocar os Nichevo'yas, os quais, ele prontamente descobrira, eram uma verdadeira máquina de matar. Logo depois de sair da Dobra das Sombras, durante um dia inteiro, ele os comandara em uma carnificina contra os otkazat'syas que cruzaram seu caminho. Acabara por criar um rastro de corpos, sem se importar com as consequências.

Àquela altura, a história do Darkling ter sobrevivido à Dobra já teria chegado aos ouvidos de Alina. A perspectiva de que ela estaria reunindo seus aliados para iniciar uma verdadeira guerra contra ele o animava, pois, se estivesse em sua posição, era isso que faria. Entretanto, no presente momento, ele não conseguiria enfrentar um inseto sequer. Aleksander mais parecia um inválido, preso à cama de uma casa qualquer, as veias de seu corpo pulsando pretas, como se estivesse acometido de uma peste mortal. Para invocar e comandar os seus Nichevo'ya, ele gastara uma imensa quantidade de energia. Ainda levaria um certo tempo até que ele conseguisse se recuperar para poder enfrentar a conjuradora do sol.

Enquanto ele estava em tais condições deploráveis, os Nichevo'yas, muito pelo contrário, não pareciam nem um pouco prostrados. Isso era porque eles se alimentavam do poder Grisha de Aleksander para existir, sem se preocuparem com um equilíbrio, e não havia nada que pudesse ser feito. Aquele era o preço a ser pago pelo seu novo poder.

Caso Alina aparecesse, só lhe restaria ordenar, em alto e bom tom, que os poucos Nichevo'yas junto dele se sacrificassem em um confronto direto com ela, ganhando tempo suficiente para que Aleksander escapasse. É claro, ele então teria que passar um tempo escondido para continuar se recuperando. Porém, assim que estivesse no auge de suas forças de novo, nada nem ninguém seria páreo para ele. Seu futuro não seria nem um pouco similar ao seu sonho, pois Alina era também uma faca de dois gumes que precisava ser destruída.

Assim, com esse último pensamento, ele sentiu sua mente dispersar, enquanto o sono se apoderava dele.

 * * *

 Aleksander se escondera em um lugar estratégico. Por mais que Alina tentasse ser furtiva, como estavam longe do rio, ele conseguia ouvir o som dos gravetos quebrando e das folhas sendo amassadas pelos pés dela, os quais entregavam sua localização. Assim, foi fácil para ele se esquivar, ainda mais porque tinha a vantagem da familiaridade com o terreno. Todavia, Aleksander não previra que ela também estaria prestando atenção em seus movimentos. Afinal, chegou o momento em que ele não conseguiu evitar ser encurralado contra um obstáculo de pedra.

"Achei você!", Alina falou, triunfante, e ele não conseguiu esconder o sorriso de orgulho.

Então, ela começou a caminhar em sua direção, de forma lenta. Alguns instantes se passaram, que mais pareceram uma eternidade. Aleksander sentiu sua memória levá-lo para a primeira vez que eles se conheceram, em uma tenda de um acampamento militar. Inicialmente, ele não acreditara que aquela simples garota à sua frente pudesse ser a grande conjuradora do sol que ele estivera há séculos à procura. Porém, com o tempo, ela acabou o surpreendendo de diversas maneiras. Aleksander detestava admitir, mas a verdade era que, desde o momento em que se conheceram, ela parecia ter tomado conta do seu mundo. Alina Starkov era sua obsessão, nunca realmente abandonando seus pensamentos, tanto na vida real quanto nos seus sonhos.

Agora, a pessoa à sua frente era a prova de que, após toda a sua dedicação e esforço, ele conseguira moldá-la à sua própria imagem. Pensar nisso deixou seus olhos brilhando, no entanto, Alina parecia ter tido outra interpretação, pois parou de andar e inquiriu:

"Eu sou uma ameaça a você?"

Aleksander se viu balançando enfaticamente a cabeça em negação.

"Nós somos parte de um equilíbrio perfeito", suas palavras soaram como uma certeza inabalável. "A própria natureza nos criou desse jeito, destinados a ficarmos juntos. Alina, nós pertencemos um ao outro..."

Entretanto, ela não parecia estar ouvindo. Seu rosto se transformava, aos poucos, em uma expressão de assombro, e ela se inclinou para trás, para longe dele. Aleksander não hesitou ao esticar os braços em sua direção, tendo consciência do espaço, que agora mais parecia um abismo, entre eles. Sentiu seu coração disparar no peito. As palavras seguintes dela foram como um soco em seu estômago:

"Eu não... não acredito em você."

E, com um movimento de suas mãos, lá no alto, o sol se apagou. Aleksander olhou a sua volta, sua mente confusa com o que presenciava, o sonho começando a virar um pesadelo.

Em poucos segundos, o ar ao redor deles tinha se transformado completamente. Agora, eles estavam dentro da Dobra das Sombras, o único lugar onde o poder Grisha de Aleksander era inútil, de onde ele quase não saira vivo da última vez.

Se continuasse parado, ele com certeza não escaparia da morte de novo.

Aleksander se obrigou a deixar os seus sentimentos de lado para se concentrar. Consumindo quase totalmente a energia de seu ser, ele convocou seus Nichevo'yas, e eles vieram. Após poucos instantes, já eram dezenas, que logo viraram milhares, espalhados por toda a sua volta. Porém, quando ele voltou seu olhar triunfante para Alina, ela não parecia nem um pouco abalada.

"Amor... Ódio... Poder...", ela pronunciou cada palavra com desdém. "Eles deram origem à Dobra, e, mesmo depois de tanto tempo, ainda continuam guiando suas decisões..."

Um urro saiu da boca do Darkling, e os Nichevo'yas avançaram, prontos para estraçalhar a conjuradora do sol. Comandar um exército de criaturas das sombras não lhe permitia recuperar a energia gasta para invocá-los, deixando-o em uma posição especialmente vulnerável. O suor escorria por sua testa e seu corpo tremia descontroladamente, até o ponto que ele achou que iria desmaiar com todo aquele esforço. Seus olhos, porém, não abandonavam os de Alina.

Agora, uma luz se formara por detrás dela, atuando como uma espécie de barreira, afastando-a dos monstros. Naquele momento, ela parecia uma verdadeira sankta. Sankta Alina.

Sem sequer olhar em volta, ela fez um movimento com a cabeça e o Nichevo'ya mais próximo se desmantelou no chão, emitindo gritos grotescos enquanto seu corpo de sombras lentamente evaporava, sendo consumido por uma luz branca.

Diante daquela visão, o Darkling ordenou que seu exército de Nichevo'yas se jogasse com tudo contra a barreira luminosa. Nem mesmo a poderosa conjuradora do sol conseguiria conter, sozinha, a força incomparável de milhares de criaturas sombrias. 

No entanto, os Nichevo'yas não se moveram. Ao que tudo indicava, não havia nenhum tipo de obstáculo, eles simplesmente não responderam ao seu comando. O Darkling, novamente, deu a ordem para que eles atacassem, o que fez com que os monstros saíssem de seu torpor e avançassem, só que na direção dele.

Mas... como isso era possível? Ele era o incomparável General Kirigan, e aquelas criaturas faziam parte do seu exército. Apenas ele era capaz de comandá-los.

"Você, Aleksander, é tão previsível", Alina cuspiu as palavras.

Os Nichevo'yas já o tinham cercado por todos os lados. O Darkling sentiu o medo se apoderar dele, sabendo, sem sombra de dúvidas, de que aquele era seu fim, pois ele não era páreo para aqueles monstros. Eles eram sua maior vulnerabilidade. Entretanto, em nenhum momento ele tirou os olhos de Alina. As palavras seguintes dela se perderam no som dos berros das bestas, mas ele conseguiu acompanhar o movimento de seus lábios.

No instante seguinte, sua visão obscureceu-se.

 

* * *

 

Aleksander arregalou os olhos, respirando uma golfada de ar. Como se não tivesse acordado do pesadelo, ele se viu cercado de perto por vários Nichevo'yas, o maior número deles até então. Seu coração estava disparado dentro do peito e sua respiração era instável. Tudo parecera tão real, em especial, a parte dos Nichevo'yas se revoltando contra ele. Mas isso estava longe da realidade, certo? No dia anterior, Aleksander observara atentamente o comportamento daquelas bestas sombrias e concluira que elas não passavam de criaturas irracionais, sem capacidade de algo parecido com o que ocorrera no seu pesadelo. Para que os soldados das sombras fizessem qualquer coisa, era necessário que houvesse alguém no comando, e é claro que não havia a mais remota possibilidade de que Alina pudesse liderá-los.

O Darkling, porém, era perfeito para esse papel. Ele fora escolhido por eles para comandá-los, devido às suas características: era inegavelmente poderoso, com uma sede de sangue que o impulsionava em direção aos seus objetivos, uma verdadeira ameaça para todos os seus inimigos...

Amor... Ódio... Poder...

Ele ouviu a voz de Alina sussurrando em seus ouvidos. No instante seguinte, Aleksander estava olhando ao redor desesperadamente. Não era possível, ela não poderia estar ali, será que ele tinha caído no sono de novo? Mas não, agora, ele parecia mais desperto do que nunca. 

Já com a respiração controlada, Aleksander sentou-se, apoiando as costas na cabeceira da cama, reparando em como os Nichevo'yas ao seu redor estavam posicionados no caminho de todas as possíveis rotas de fuga. Eles o encaravam em completo silêncio, acompanhando cada mínimo movimento seu, e a cena toda mais se parecia com a de uma presa que se vira acuada por seus predadores.

Aleksander sentiu um calafrio percorrer sua espinha, enquanto um pensamento se formava em sua mente. 

Desde que saíra da Dobra, ele passara a acreditar que seu objetivo principal era o de caçar e de destruir Alina. Enquanto isso, as criaturas ao seu redor sugavam todas as suas energias, multiplicando-se, fortalecendo-se às suas custas, tudo para enfrentar a conjuradora do sol, e ele não vira nada de errado nisso. Sendo a única arma contra os seus Nichevo'ya, ela era a sua maior ameaça.

Mas será que ele, Aleksander, seria mesmo capaz de matar Alina?

Ele pensou nas palavras que dissera a ela no sonho... A resposta era tão óbvia. É claro que não, ele não seria.

Mas o que ele seria ou não capaz não importava mais... No dia anterior, ele comandara seus monstros em uma matança sem sentido, criando uma trilha de corpos que serviria perfeitamente como uma isca para atrair Alina até ali. Ele poderia não querer enfrentá-la, mas os Nichevo'yas estariam esperando por ela...

Tão previsível.

O General Kirigan nunca fora realmente o comandante de suas bestas das sombras. Muito pelo contrário. Esse tempo todo, ele não passara de uma marionete. Agora, sua única saída seria ter fé na pessoa a qual queria vê-lo morto, mas que era a última esperança dele se libertar.

Os Nichevo'yas ao seu redor começaram a se agitar. De repente, Aleksander se lembrou das últimas palavras saídas dos lábios da conjuradora do sol de seu sonho, as quais, naquele contexto, ele interpretara com uma entonação de desafio. No entanto, agora, ele desejava desesperadamente que tivessem sido pronunciadas em um tom misericordioso.

Alina dissera: "Venha me encontrar."


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Notas finais do capítulo

E esse foi o meu tributo ao fandom Darkalina. Gostaria de agradecer a você por ter lido, e dizer que ficaria muito feliz se pudesse deixar seu comentário :)
A fanfic veio da minha ideia de que era necessário um equilíbrio de poderes no ship Darkalina, precisamos de uma Alina mais poderosa e de ver um Darkling mais frágil. Durante o começo da 1ª temporada, vemos uma Alina frágil, inocente, passível de ser manipulada (o que, efetivamente, foi o que o Darkling fez), mas no final da temporada ela já está começando a se fortalecer. Escolho pensar que o Darkling, apesar de manipulá-la, realmente se importa com ela.
Ainda assim, o relacionamento não deixa de ser tóxico. Essa é uma realidade que não podemos tentar disfarçar.
Por último, em relação à inspiração para a fanfic, fica a minha recomendação de outra série: Killing Eve.



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