Tão Simples como Amar escrita por Daan_
— Pára...
— Que foi? Te machuquei? — perguntou rapidamente, assustada.
— Não, é que... — suspirou — Julia, não é o melhor momento, entende?
— Não. — respondeu sinceramente – Não vejo melhor momento. Mas, se você acha que não é, vou respeitar...
— É que...É que tá tudo muito novo pra mim. Eu...Bom, eu ainda...
— Shiiiu! — pôs o dedo indicador nos lábios da garota — Não precisa falar nada. Eu vou respeitar e esperar o tempo que você precisar...Contando que eu tenha você do meu lado. Eu te amo.
— Ué, não tava dormindo?
— Na verdade não. — respondeu com meio sorriso.
— Pensei que...
— Tava aqui relaxando com seus carinhos, mas você parou. — e fez uma carinha de decepção.
— Aaah, é que eu pensei que você tivesse dormindo. — justificou com meio sorriso.
— Então vem cá.
— Quem é?
— André. Já é a terceira vez que ele liga no meu celular só hoje.
— Ai, não atende então.
— Pelo o que eu conheço ele, vai ser pior...Ele é insistente demais.
— Então atende.
— Alô?
— Atrapalho?
— Olha, um pouco...Tô na casa da minha namorada, véi.
— Ah cara, foi mal. Mas você tem noticia da sua irmã?
— Eu já te falei...Ela vem amanhã.
— Pow, ela não me avisou nada e...
— Eu sei, André eu sei. Você já falou, cara...Mas eu já falei, foi tudo muito rápido, ela foi de última hora.
— Mas custava ter me avisado?! Eu sou namorado dela, é o minimo que ela tem que fazer.
— Olha André, isso aí você resolve com ela...Não é comigo, não.
— Se ela atendesse o celular.
— Eu também já falei pra você que lá não pega.
— Augusto...
— Fala.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Mais uma? Faz ae...
— Tipo, eu preciso que você seja sincero, cara. Em nome da nossa amizade.
— Tá me deixando curioso.
— Promete que só fica entre a gente?
— Cara, pergunta logo de uma vez.
— Promete?
— Prometo.
— Juro que não vou fazer nada, mas preciso saber...
— O que? — perguntou totalmente irritado.
— Bom, como você e sua irmã são muito íntimos, caso isso acontecesse, certamente ela teria te contado...Sabe se a sua irmã conheceu alguém?
— Que?
— É cara, um amigo novo...Que ela venha falando muito ultimamente, que ela tenha conhecido no shopping, ou até mesmo através daquela Julia lá. Sinceramente, nunca confiei naquela mulher, eu acho que ela é um péssimo exemplo pra Lilian e tô achando que ela tem outro.
— André, como você vem me falar uma coisa dessas? Tá falando da minha irmã, porra! E quantas vezes a Lilian já mandou você parar de falar essas coisas da Julia?! Ela não gosta e eu muito menos! Mais respeito, ouviu bem?
— Tô te fazendo uma pergunta velho, numa boa. Sabe que eu vivo trabalhando, vejo pouco a sua irmã, preciso de alguém cuidando dela...
— Não achas que ela é grandinha demais pra isso? Pelo amor de Deus, André...Ela sabe perfeitamente o que faz e eu não admito que você fale assim da minha irmã.
— Augusto, sinceramente, não tô afim de discutir isso com você.
— É bom a gente parar por aqui mesmo. Tchau.
— Tchau moleque.
— Ai Lilian, Lilian...Algo me diz que isso não vai prestar.
— É André, pelo jeito você vai ter que descobrir sozinho. E ainda pensei que esse imbecil fosse meu amigo. Otário que sou, lógico que ele num ia falar nada! Parabéns André, além de corno é burro.
— Que foi?
— Vou fazer pipoca pra gente.
— Quer ajuda? — perguntou já sentando na cama.
— Pra fazer pipoca? Não, não...Cê tá prestando a maior atenção aí no filme. Já, já eu volto.
— Bom, então tá né...
— Refrigerante ou suco?
— Suco.
— Já volto.
— Ok.
— Pronto. — disse sorridente e entregou um dos copos a Julia.
— Brigada Lili.
— Tá com sono?
— Na realidade não.
— Mais filme?
— Pode ser...Mas eu escolho dessa vez.
— Ah, qual é...O filme que a gente tava vendo era legal.
— Era...Mas, tem coisa melhor pra se assistir.
— Todo seu. — disse entregando o controle a Lilian.
— Obrigada. — e sorriu docemente.
— Aaah, ela saiu com o Pedro e eu em sei onde os dois se meteram. Esses dois são um grude que só vendo. — respondeu Maria
— Será que ela vai demorar?
— Olha, provavelmente não...Mas eu não sei não.
— Espero que não demora...Queria me despedir dela.
— Mas vai agora? Tá cedo...
— Tenho que ir pra casa, Maria. Não devia nem tá aqui hoje.
— Podia ir embora no finzinho da tarde.
— Não, não...Só vou esperar a Julia, é melhor mesmo eu ir.
— Bom, você que sabe...Mas volta, né?
— Espero que sim. — respondeu sorrindo.
— É pra voltar...Julia adora sumir e não dar noticia, espero que você não faça o mesmo, viu?
— Pode deixar, Maria...Pode deixar.
— Acordou faz tempo?
— Tem um tempinho já...Onde você se meteu? — perguntou virando-se.
— Fui ajudar o Pedro.
— Hum...Julia...
— Oi? — perguntou com a boca bem próxima a nuca de Lilian.
— Tô indo embora.
— Mas já? — perguntou surpresa.
— É...
— Por que? Eu pensei que você fosse a tarde e...
— Não, vou agora, acho melhor...
— Eu ia com você. — terminou baixinho.
— Vai? — perguntou com um largo sorriso.
— Vou...
— Pensei que...
— Não tenho mais motivo pra ficar aqui, eu só ia voltar amanhã ou talvez quarta...Mas prefiro voltar agora que...
— Espera eu arrumar minhas malas? Não demoro...
— Claro! Vai lá...
— Mas a Julia já vai?
— Uhum...
— Mas eu pensei que ela fosse amanhã... — comentou sem conseguir esconder a decepção.
— É, Pedro, eu também pensei...Mas ela resolveu voltar hoje.
— Hum...
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— O que você pensa que tá fazendo?
— Olha quem resolveu dar as caras...
— André, eu tenho vizinhos, será que dá pra você diminuir o tom?! — perguntou irritada.
— Olha pra minha de preocupado com a sua vizinhança...
— André...
— Eu quero que se foda! — gritou o rapaz.
— O que tá acontecendo aqui?! Primeiro quase que me queimam a campainha, agora essa gritaria no corredor...Vocês não tem noção de onde estão?
— Pergunta pra sua irmãzinha o que tá acontecendo. — respondeu André cheio de sarcasmo.
— Vê bem o que você vai falar pra ela. — e soltou o rapaz.
— Agora a gente vai conversar...
— Não quero André, tô cansada...
— Cansada do que?! Onde você se meteu o final de semana todinho?!
— E isso te importa?!
— SOU SEU NAMORADO!
— Depois da ceninha que você fez no restaurante?! Pelo amor de Deus, aquilo pra mim não é namorado...
— Olha... — respirou fundo tentando se acalmar — Eu sei que eu errei, não fui um lord, mas eu só queria entender o que tava acontecendo com você! — respondeu num tom mais calmo.
— Pois é, mas não deu muito certo, a única coisa que você conseguiu foi me surpreender, porque eu nunca esperava algo desse gênero vindo de você...
— Me desculpa? — pediu baixinho. — Lilian, eu ando muito stressado por causa do trabalho, é muita coisa, eu mal tenho conseguido te ver e...
— Não justifica.
— Eu sei que não! Mas, gata...Sou um otário de marca maior, eu sei disso mas eu não posso fazer nada se te amo e tenho medo de te perder. — disse num fio de voz.
— É, acho melhor eu ir embora...Espero que você não esteja pensando em fazer nenhuma bobagem. Isso é uma fase que nós vamos superar juntos, não é?!
— É melhor eu ir embora mesmo, tchau Lilian. E não esquece que eu te amo...
— Entra...
— Atrapalho? — perguntou com meio sorriso, entrando no quarto.
— Jamais. — respondeu docemente.
— Nem deu pra te cumprimentar direito. Desculpa Lili. — disse se aproximando da irmã e dando um beijo carinhoso em sua testa.
— Tudo bem, Guh. Também, quase impossível alguém se cumprimentar naquela situação.
— Mas e aí, como você tá?! Como foi lá?!
— Lá foi melhor impossível...Mas eu tô me sentindo tão mal. — respondeu sentando na cama.
— Você podia ter resolvido essa situação agora, né. — comentou imitando o gesto da irmã.
— Não, não posso resolver isso quando todo mundo tá de cabeça quente. Ele me ama e não quero magoar ele...
— Ele não é mais o mesmo, o André mudou muito de uns tempos pra cá. Nem eu mesmo o reconheço mais! Lilian, eu sei que você não quero magoar ele e tudo mais...Mas toma cuidado, viu?! Eu...Eu não sei o que tá acontecendo entre vocês, mas algo me diz que...Isso não vai terminar bem. E pra mim, antes ele sair magoado do que você.
— Eu vou me cuidar, Guh, eu vou...Quero resolver isso o quanto antes, por que...Ela me ama. — disse com um sorriso apaixonado nos lábios.
— Me conta tudo! Quero saber tudo detalhadamente...Pelo jeito vocês se acertaram de uma vez, né?!
— Deixa de ser curioso, rapaz!
— Ah, qual é Lili, eu tenho o direito de saber. — respondeu sorrindo.
— Você tem o direito de ficar quietinha e fazer algo pra sua irmã comer, isso sim.
— Meu Deus...Quem é você e o que fez com a minha irmã?!
— Vai lá...Sério Guh, tô com maior fome.
— Eu também, não comi nada ainda...Me ajuda pelo menos?!
— Já, já eu vou indo lá.
— Tá bom, né. — levantou-se — Mas depois eu quero detalhes, ouviu?!
— Augusto, tchau. — e acenou para o rapaz.
— Eeeeeeeedna!!
— Quer me matar, menina?! Eu tô velha! — exclamou irritada.
— Eu também senti sua falta. — respondeu abraçando a senhora.
— O que cê tá fazendo aqui hoje?! Era pra eu voltar amanhã...
— Justamente, deixei tudo arrumadinho pra quando você voltar num tá nada bagunçado ou sujo.
— E já fez algo pra comer?! Tô morrendo de fome.
— Fiz sim...Vai tomar um banho enquanto eu ajeito tudo pra você, ok?!
— Perfeito.
— Alô?!
— Demora do caramba pra atender o telefone.
— Olhaaa, a menina da roça resolveu dar sinal de vida.
— Fala direito comigo, hein.
— Se entendeu com a Lili?! Se não, eu juro que dou na sua cara.
— Deixa eu contar...
— Conta.
— Tô em casa, já.
— Ué, cê não ia voltar amanhã?!
— Jesus...Loiras. Eu disse que JÁ estou em casa.
— Motivo?
— Adivinha...
— Nem preciso. — e riu — Ficou brava comigo?!
— Demais! Por que sempre que eu peço algo pra você, tu vai lá e faz o contrario?!
— Porque eu sei o que é bom pra você...
— Mas custa fazer o que eu peço vez ou outra?
— Lógico que custa! Depois, quem fica aturando você toda stressadinha aí, sou eu.
— Faz parte amiga.
— Mas é sempre bom evitar, né?!
— Engraçada.
— Vai fazer o que hoje a tarde?! Encontrar com ela?
— Nada marcado...Acho que vou arrumar algumas coisas, sei lá.
— Não, você vem aqui em casa pra ficar comigo, aí depois a gente arruma algo pra fazer.
— Tá bom então...Tô saindo de casa agora.
— Perfeito!
— Alô?!
— Te acordei?
— Julia?!
— Acho que te acordei...
— Tudo bem — já sorrindo.
— Só liguei pra te dar boa noite...
— Que horas são?
— Nove e uns quebrados.
— Já?!
— Pois é...
— Eu tô dormindo desde umas cinco, seis...
— É, pelo o que eu vejo essa noite vai ter gente que não vai dormir.
— Não mesmo.
— Desculpa...
— Que é isso, nem se preocupa. Que cê fez hoje?!
— Fiquei na Mari...Seu irmão passou lá, pensei que você fosse com ele...
— Se eu soubesse que ele iria, e que você tava lá...Ia sem nem pensar.
— Então, o que cê vai fazer amanhã?
— Além de trabalhar?! Nada programado.
— Almoça comigo?
— Claro!
— Te busco no trabalho...Que horas?!
— Uma e meia?!
— Tudo bem...Quer almoçar por lá?!
— Fica por sua conta...Me surpreenda.
— Aaah mas dessa vez eu vou. — respondeu com meio sorriso nos lábios.
— Quero só ver! — disse rindo.
— Vais ver, vais ver...Bom, agora que já ouvi sua voz, posso dormir em paz.
— Boa noite.
— Boa noite...
— Julia...
— Oi?
— Eu te amo. — e desligou.
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