Tão Simples como Amar escrita por Daan_


Capítulo 14
Fugir, de fato, não vai adiantar...




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Julia ficou a velar o sono de sua amada...Sentir Lilian ali, tão próxima a si era sempre tão...Mágico. Não se cansaria de ficar a observar o rosto da mulher que fazia seu coração pulsar alucinadamente. Aproveitando o fato da garota estar dormindo, a fitava sem receio algum...A feição de Lilian ao dormir era tão serena, tão bela...“ Estupidamente apaixonada.” pensava Julia um tanto preocupada. Sua preocupação aos poucos foi se dissipando, dando lugar a um sono incontrolável...Fitou Lilian mais uma vez e dormiu tranquilamente.

Lilian estava tão cansada que nem se deu conta do tempo que passou desde que dormiu. Acordou com aquela sensação de bem estar e logo se deu conta do porque, sentiu Julia abraçada a ela, segurando firmemente. Se pudesse ficaria naquele abraço pelo resto de sua vida, ficar nos braços de Julia era tão confortável. Sorriu levemente e virou-se, deu de cara com Julia dormindo profundamente. Ao tentar se afastar um pouco para tentar ver melhor, Julia a segurou firmemente e franziu um pouco o cenho ainda dormindo. Lilian não conseguiu fazer outra coisa a não ser sorrir, era só o que conseguia fazer quando estava perto de Julia. Acariciou o rosto da morena contendo a vontade de lhe acordar com um doce beijo. Aos poucos Julia foi acordando, com um leve toque em seu rosto logo deduziu quem era...Foi abrindo os olhos lentamente para dar um par de olhos castanhos a fitando apaixonadamente. Lilian estava tão concentrada em gravar todos os detalhes do rosto de Julia, que nem percebeu que a morena acordou...Só se deu conta realmente quando viu aqueles olhos verdes a encarando, sentiu o coração acelerar e não conseguiu articular nenhuma frase e para piorar ainda mais seu estado, Julia sorriu...Um daqueles sorrisos que encantavam a qualquer um e com Lilian não foi menos diferente. Lilian aos poucos foi se aproximando de Julia, com os olhos vidrados no sorriso que aos poucos foi se desfazendo...Sem mais demoras colou seus lábios nos de Julia, num beijo quente. Julia segurou o rosto de Lilian e aprofundou mais o beijo soltando um leve suspiro. Lilian inebriada pelo beijo e pelo cheiro de Julia, correspondia intensamente. Julia desceu as mãos para a cintura de Lilian e, num movimento rápido puxou o corpo de Lilian deixando-os bem colados. Afastaram-se por alguns segundos, Lilian mordeu e puxou o lábio inferior de Julia levemente trazendo-a para mais um beijo. Lilian ao tomar consciência do que estava fazendo, afastou-se bruscamente, olhou para Julia assustada e disse:
— Me des...
— Shiiiu! — interrompeu Julia colocando o dedo indicador nos lábios de Lilian — Não me pede desculpa. — disse decidida. — Lilian... — suspirou — Pára de fugir de mim, do que você tá sentindo... — pediu doce.

Julia ficou a observar Lilian esperando sua resposta, que foi um roçar de lábios seguido de um beijo quente. Ficaram assim por pouco tempo, graças ao celular de Lilian que começou a tocar...Julia até tentou impedi-la de pegar o celular por diversas vezes até que Lilian afastou-se bruscamente e disse:
— Droga Julia, isso não tá certo. — pegou o aparelho e olhou o identificador. — Meu irmão.

Julia somente balançou a cabeça afirmativamente e levantou. Irritada era um adjetivo bem sutil para descrever como Julia se sentia naquele momento...Lançou um olhar rápido a Lilian e seguiu para o banheiro sem dar uma palavra. Lilian esperou Julia entrar no banheiro e deu um suspiro olhando para o aparelho “Antes o Guh do que o André.” fitou o aparelho por mais alguns segundos e atendeu:
— Alô?

Julia assim que entrou no banheiro foi tirando a roupa rapidamente. Caminhou até o chuveiro e deixou a água gelada correr por seu corpo “Quem sabe não ajuda...” pensava a morena. Já estava perdendo a paciência com aquela situação toda...Queria tanto ter Lilian em seus braços sem nenhum receio. Mas não, sempre tinha algo para impedi-las, sabia que teria que ter paciência, mas é um tanto quanto complicado, quando você sabe que a mulher que você ama, te quer porém só foge! Levantou a cabeça e bufou irritada. De olhos fechados nem se deu conta do tempo que ficou ali, só quando ouviu o barulho da porta do banheiro sendo aberta abriu os olhos novamente. Lilian entrou um tanto sem graça e disse:
— Oi...
— Oi.
— Julia eu...
— Olha Lilian, de novo não, ok? Por favor, já enjoei. — pediu irritada.
— Julia eu só queria...
— Lilian, por favor, eu tô no banho.
— Mas é rápido...
— Depois.
— Julia!
— Por que você faz isso?
— O que?
— Foge! — exclamou abrindo a porta do boxe.

Lilian perdeu totalmente o rumo da conversa...Não conseguia disfarçar seu olhar pra cima da morena. Julia percebendo a situação em que se metera, pegou a toalha rapidamente e cobriu o corpo. Apontou o dedo para Lilian e disse firme:
— Não ouse me olhar assim.
— Simples, é só você não ficar nua na minha frente! — respondeu vermelha.

Lilian saiu do banheiro rapidamente, pisando duro. Assim que Lilian saiu, Julia sorriu, até que seu mal humor estava servindo para algo...Percebeu o olhar de Lilian para seu corpo, porém, sabia que isso só serviria para complicar mais as coisas na cabeça da garota. Julia vestiu um roupão e voltou para o quarto ainda secando os cabelos...Quando voltou para o quarto Lilian não estava mais lá, deu uma espiada no corredor e ouviu uma movimentação na sala. Vestiu uma roupa bem confortável e foi até a sala, chegando lá viu que Lilian estava impaciente no sofá, assim que Lilian a viu levantou rapidamente e disse mais rápido ainda:
— Acho que é melhor a gente não se ver mais.

Julia ficou deveras surpresa, não esperava essa atitude de Lilian, mas por incrível que pareça, conseguiu disfarçar, arqueou uma das sobrancelhas e perguntou com uma olhar frio:
— Certeza?
— É o certo.
— E o papo de que você não queria que interferisse na amizade e tudo mais...
— Não quero, não quero mesmo, mas...
— Mas...
— É difícil, Julia! Eu...Eu tô completamente confusa.
— Lilian...Bom, você faz o que você quiser da sua vida. Eu...Eu posso não ser um poço de delicadeza, nem de bom humor. Mas...Mas...Ah, deixa pra lá. Acho melhor você pensar bem no que você quer porque eu...Bom, eu estarei aqui de qualquer forma. — e deu um sorriso amarelo.

Lilian sorriu num misto de agradecimento e carinho e correu para abraçar Julia. Ficaram naquela abraço por um bom tempo e Julia foi a primeira a se afastar, deu um beijo na testa de Lilian, que sorriu. Lilian foi caminhando lentamente até a porta e quando estava prestes a abri-la foi surpreendida por braços fortes que a viravam...Só viu Julia a encostando na porta, fechou os olhos e sentiu os lábios da morena colados ao seu, um beijo apaixonado, sem reservas, quente...Lilian enlaçou o pescoço de Julia e correspondia a altura, podia ficar ali a noite toda sem nem perceber. Mas como tudo que é bom acaba...Julia se afastou...Deu um sorriso meio sem graça e disse:
— Desculpa, não sei quando vou fazer isso de novo...Se é que vo fazer de novo. — virou-se e voltou para a sala.

Lilian saiu em silêncio, tentando controlar a os mais diversos sentimentos que a dominavam quando estava nos braços de Julia, seguiu para o elevador com o coração aos pulos.

Julia se estirou no sofá e entrou numa difícil tarefa de achar algo interessante na televisão. Passou alguns canais e como viu que não ia conseguir prestar atenção em absolutamente nada, desligou a televisão e ligou seu som. Ao som de Legião Urbana, fechou os olhos e tentou relaxar...Logo os beijos que trocara com Lilian lhe vieram a mente, sorriu involuntariamente. Com esse afastamento que resolveram dar, certamente cairia de cabeça no trabalho...Precisava ocupar a mente com algo ou acabaria por enlouquecer, no minimo. Pensava em como seriam as coisas se Lilian não namorasse...Chegou a seguinte conclusão “o André é uma mala.” riu do próprio pensamento, que no fundo, sabia que era verdade...
No dia seguinte Julia acordou cedo, fez sua corrida matinal e tomou um banho. Antes de sair, tomou somente uma xícara de café e consequentemente uns belos puxões de orelha de Edna por não ter comido direito durante a manhã...Duraria um bom tempo, se Julia não estivesse atrasada e não tivesse saído as pressas. Chegando na loja cumprimentou alguns dos funcionários formalmente e foi até sua sala, cumprimentou Sérgio que comentou:
— Olha, ela veio trabalhar...
— Nem comece, ok? Ou cabeças vão rolar. — ameaçou.
— E ainda tá nervosinha!
— Você gosta de me provocar, né? — perguntou com uma ponta de indignação.
— Amo...Muito! — e riu.

Julia esboçou um sorriso para o amigo e sentou-se em sua mesa. Deu uma olhada rápida nos papeis que estavam ali e perguntou:
— Tem muita coisa pra fazer não?
— Não...
— Pensei que fosse acumular as coisas... — disse pensativa.
— Na verdade acumulou, mas eu revolvi boa parte das coisas pra você.
— Para? Sempre tem alguma intenção quando você resolve minhas coisas.
— Você me contar tudo que tá acontecendo!
— Oi?
— Não me venha com essa Julia, te conheço muuito bem. Tem dias que você chega no mais absoluto bom humor, me dá até medo. Tem dias que você só falta jogar o grampeador na minha cabeça, e isso já tem meses! Não sei exatamente o que tá acontecendo, mas de uma coisa eu tenho certeza, tem mulher na parada.
— Sérgio...
— Quero saber quem é.
— Gente, você tá me saindo mais curioso que qualquer mulher que eu conheça.
— Qual é Julia, você sabe que eu pergunto mesmo.
— E aí, pausa pro café?
— Aposto que não comeu nada.
— Não mesmo, tava atrasada. Preciso nem falar o quanto a Edna me xingou, né?
— Não mesmo. — respondeu rindo. — Vamos?
— Tá, né.

Julia e Sérgio seguiram para uma cantina próximo a loja, sentaram numa mesinha mais reservada e fizeram seus pedidos. Sérgio também não tinha tomado café então aproveitou. Após o pedido dos dois chegarem, Sérgio tratou de puxar o assunto:
— Então...
— Bom, antes de mais nada, senta que lá vem história... — e riu.
— Estou ansioso, confesso.

Julia passou a contar desde o dia que conhecera Lilian...Não omitiu nenhum detalhe, afinal de contas, Sérgio era seu melhor amigo...Não sabia o porque de não ter contado sobre Lilian antes. O rapaz ouviu tudo em silêncio, esboçava um sorriso ou uma vez ou outra, nunca vira sua amiga apaixonada e estava adorando aquilo. Terminado de contar a história toda, Sérgio comentou com um largo sorriso:
— Quero conhece-la!
— Vai ficar querendo, meu amigo...Não acabei de te contar que ela pediu pra gente num se ver mais. — comentou um tanto triste.
— Logo vocês se entendem.
— Duvido muito...
— Ah Julia, será que até agora você não percebeu que ela também gosta de você?
— E será que você não ouviu a parte que eu disse que ela namora?
— Meu ponto de vista...Ela gosta de você, mas só tá confusa...Pra mim esse namorado e nada dá no mesmo.
— Pra você, pra ela nem tanto...Ela só não fica comigo de uma vez, sem essas crises dela por causa do namoradinho irritante metido a gostoso dela.
— Meu santo, quanto ciumes...
— Não gosto dele, cara. Não adianta...
— Ciumes.
— Que seja, não gosto e acabou.
— Boba.
— Pois é, a boba aqui tá sentindo falta dela já...
— Sabe o que eu acho? Alias, tive uma ótima idéia.
— Medo das suas idéias. Fala ai, qual é.
— Que tal cê viajar um pouco?
— Assim, do nada? Tá louco? O que tinha aqui hein Sérgio... — pegou a xícara de café vazia e cheirou, com um semblante preocupado.
— Não Julia, eu tô falando sério. — respondeu rindo e tirando a xícara das mãos da amiga. — que cê acha?
— Que eu não posso largar minhas coisas aqui.
— Lógico que pode, qual é Julia...Da loja eu cuido e da Mari...Tira férias daquela matraca. E também, num vai ser por muito tempo, é só pra você sair desse ar um pouquinho.
— Bom...
— Sabe aquela casa no meio do nada que você adora?
— Claro que sei, nós adoramos aquele lugar, né Sérgio.
— Uma semana lá...E aí, topa? — perguntou sorridente já sabendo da resposta.
— Isso é jogo baixo, Sérgio. — comentou balançando a cabeça negativamente.
— É só dizer, sim ou não. — disse já sabendo a resposta.
— Claro, né rapaz! — e sorriu.
— Essa é a Julia que eu conheço, sabia que você não ia recusar.
— Eu também sabia. — e sorriu.
— Bom, quando cê quer ir?
— O mais rápido possível.
— Amanhã a casa já tá pronta pra você ir.
— Mesmo?
— Claro!
— Demorou então...
— Bom, então tá feito...Amanhã você já pode ir. Agora vamos que o dever nos chama, né?
— Vamos, vamos

Os dois pagaram a conta e voltaram para a loja num clima descontraído e assim seguiu o dia, para os dois, um clima animado e descontraído.


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