Tão Simples como Amar escrita por Daan_
— Agora sim!
— Vem, senta.
— E aí, tomou um esporro muito grande da Mari?
— E como...Nossa, ela quando quer ser chata, consegue.
— Não fala assim, coitada. — repreendeu rindo.
— Quer pra você? Te dou!
— Sei que você não passa um dia sem nem ligar pra ela.
— Bom...Quer beber algo?
— Um suco, pode ser?
— Claro. Vou buscar...Ah! A Edna tá aí ainda...
— Aaah, quanto tempo eu não a vejo, posso ir com você?
— Vem...
Um tempo depois Julia e Lilian foram para a sala...Ficaram conversando diversos assuntos ali, sem nem perceberem o tempo passar. Jantaram num clima amistoso, mas Julia não conseguia tirar as palavras de Mari da cabeça, evitaria esse assunto com Lilian, tinha medo de uma reação negativa e perder o pouco que tinha...Mas não deu muito certo, após jantarem e sentarem no sofá novamente para embalar numa conversa animada caíram num assunto que Julia, sinceramente não queria nem tocar...
— E aí, como foi sua noite ontem? — perguntou Lilian aparentando naturalidade.
— Boa...Me diverti.
— E o cara, como era? Legal?
— Julia? — insistiu Lilian.
— Quer ver filme?
— Julia, não quer falar sobre isso? Qual é, são homens...
— Bom...
— Aconteceu alguma coisa? Ele te fez algo? — perguntou já ficando preocupada.
— Nããão. É que...Bom...
— Que houve então? Você tá começando a me deixar preocupada.
— Nada excepcional, alias, não aconteceu nada com o cara.
— O que, vocês não chegaram a ...
— Lilian!
— Por que você tá se fechando tanto pra falar de um cara, Julia? A gente já conversou sobre tanta coisa...
— É que...Ah, sou tímida pra falar disso.
— Julia! Você num tá falando com nenhum estranho.
— Eu sei, mas isso é pessoal, dá pra respeitar? — pediu rudemente.
Lilian olhou para Julia completamente surpresa e resolveu concordar:
— Tudo bem, né. — e olhou para Julia como se não a reconhecesse — Não sei o que te deu hoje, Julia.
— Olha...
— Você nunca falou assim comigo, que que aconteceu?
— Ai Lilian...
— Fala!
— Bom, é o seguinte...É que o caara, não era bem um caaara, entendeu?
— Oi?
— O cara não era um cara Lilian, entende.
— Julia, seja mais clara... — pediu Lilian tirando os sapatos e cruzando as pernas em cima do sofá.
— Huum...Não entendi — e sorriu meio nervosa.
— Lilian, mais clara que isso não dá pra ser. — disse Julia já ficando aflita.
— Assim...Você, passou a noite com uma garota, é isso?
— É!
— Julia...Desde...Bom... — sorriu meio nervosa — Desde quando você faz isso?
— Isso o que?
— Beija garotas.
— Desde os meus 15 anos.
— Julia você é...
— Sim, sou.
— Nunca pensei que...Bom, ahn...Nada contra mas...Eu não esperava isso de você.
— Por?
— Você não tem jeito de...
— Isso não quer dizer nada.
— É, bom...É que quando se trata de gente assim eu sou uma completa desinformada no assunto.
— Filme ou caçar algo na televisão pra assistir?
— Tv. — respondeu séria se ajeitando no sofá.
— Vou indo.
— Tudo bem. — e levantou-se.
— Que cê vai fazer amanhã?
— Não...Não sei.
— Almoça comigo?
— Talvez, tenho que ver se meu irmão vai querer fazer algo, sabe como é, programa em família.
— Ah...
— Mas eu te ligo.
— Tudo bem, eu espero você ligar.
— Que que foi isso, meu Deus?
— Comparando a recepção com a despedida...A noite foi uma porcaria. — e se jogou no sofá.
— Bom dia!
— Bom dia. — respondeu colocando a bolsa em cima da mesa.
— Mal humor ainda, Julia? Que que tá acontecendo, minha amiga.
— Nada não Sérgio.
— Você já tá assim tem uns dias já...Brigou com a Mari?
— Não.
— Mãe?
— Graças a Deus, não. Nem tenho visto ela.
— Que foi então? Sinto falta de quando você chegava toda bobona sorrindo o tempo inteiro.
— Bobona é a senhora sua mãe. — e jogou um papel amassado na mesa do amigo, irritada.
— Mari ligou. — disse enquanto jogava o papel no lixo.
— Faz tempo?
— Não, pediu pra você ligar assim que chegasse. E disse pra você ligar a porra do celular...Palavras dela.
— Ah, brigada Sérgio. — disse Julia enquanto pegava o celular.
— Alô?
— Julia!
— Caiu da cama?
— Pois é, sonhei com você aí acordei assustada, quando vi no relógio, sete da manhã!
— Engraçada.
— Almoça comigo hoje?
— Almoço.
— Alguma novidade quanto aquele assunto?
— Não, desisti.
— Falei com o Guh esses dias...
— Você fala com ele todos os dias.
— Sobre a Lilian, ele falou que ela anda estranha, meio triste.
— Posso fazer nada.
— Podia ir conversar com ela.
— Ela não me atende!
— Eu disse ir, não ligar!
— Não, nem se dar ao trabalho de atender o telefone ela atende, não brigamos nem nada ela pode muito bem vir falar comigo se quiser. Não vou mais ligar, ponto.
— Ai Julia, você é uma mala, sabia?
— Mal de família, amiga...Agora chega desse assunto, vamos falar do almoço. Onde?
— Vem aqui em casa, vou fazer algo.
— Tá bom, passo aí umas duas horas, ok?
— Ótimo. Até mais tarde.
— Até, beijo.
— Outro. — e desligou.
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